Disclaimer: Saint Seiya pertence a Kurumada, Toei, Bandai, Shueisha, e toda essa galera que lucra com CD, DVD, games e bonequinhos vendidos em nome da franquia. Eu sou só uma ficwriter que pega os cavaleiros emprestados sob a promessa de devolvê-los em bom estado.

Avisos: Fic het com hentai, cenas gráficas de sexo, palavras chulas e Personagem Original! HALP!

Dedicatória: Fic escrita para o Desafio Perva do Grupo Saint Seiya Ficwriters, em homenagem ao Dia do Sexo.


Hoje é Dia de Maria


III


Kanon POV

Eu tinha que ganhar um prêmio pra estar me metendo numa enrascada dessas.

Kanon Tiropoulos, Suplente de Gêmeos, General Marina do Pilar do Atlântico Norte e tido como o maior pilantra da história da Ordem, realmente merece um prêmio por provar mais uma vez que agora é um homem que consegue pensar nos outros e ser um bom servidor de Atena.

Ou então eu tô ficando muito burro.

Não, porque só a burrice extrema explica o fato de eu estar indo na sala encontrar a Maria Gianoukas fingindo que eu sou o Saga, porque o puto fez o favor de comê-la pra depois vir chorar no meu ombro porque "não quer perder a namorada".

Não que eu nunca tenha feito isso, comer mulheres fingindo que eu sou o Saga. E antes que alguém me venha falar que isso é uma puta de uma sacanagem, eu sinceramente acho é que elas que saíram no lucro; porque eu imagino o quão "inventivo" o Saga deve ser na cama.

Ou pode ser, também, que ele seja menos tonto do que eu penso e foi capaz de aprender uma coisinha ou duas sobre como satisfazer uma mulher durante o tempo que era Grande Mestre. Porque não é segredo pra ninguém aqui que, nessa época, ele vivia dentro do Harém fazendo altas orgias, sempre com o dinheiro do Santuário e com a cara lotada de vinho; enquanto o sumido Saga de Gêmeos mantinha ilibada sua reputação de santo justo, bom e misericordioso. Como se ele fosse uma espécie de São Francisco de Assis da Ordem de Atena.

Santo do pau oco, isso sim.

E o pior é que o desgraçado sabe que eu sei imitá-lo. Sempre soube, afinal era assim que eu podia ficar pelo Santuário, já que aqui ninguém sabia que eu existia.

Bom, quase ninguém. Entre as exceções estava Aiolos, que graças ao seu talento em se meter onde não é chamado foi um dos primeiros a descobrir; e a própria Maria Regina Gianoukas, com quem eu tinha que conviver porque em Rodório o puto do meu irmão mantinha sua pose à base caridade pros pobres e oprimidos, e também ficava bem na fita pra Maria Regina e o pai dela: Uma raposa política disfarçada de emérito benfeitor da sociedade rodoriense, membro de Rotary Clube e tudo.

Por isso que eu digo que se o Saga tivesse um slogan, deveria ser "Saga Tiropoulos: a cada enxadada, uma minhoca".

Mas nem todas as enxadadas e todas as minhocas fizeram a Maria prestar mais atenção nele do que ela prestaria em qualquer outro reles aprendiz do Santuário. E bem que ele tentou: apesar de se esconder atrás do pretenso celibato dos cavaleiros de Atena (e qualquer criatura com QI de dois dígitos em Rodório sabe que pouquíssimos cavaleiros efetivamente o seguem, pois mesmo na elite dourada há exemplos de cavaleiros que eram filhos de -ahá- outros cavaleiros), Saga não conseguia (e nem fazia tanta questão de tentar, pra falar bem a verdade) esconder sua paixão adolescente, por isso vivia atrás dela feito um cachorrinho adestrado que repetia sem parar todos os truques que sabia para agradar sua dona.

Que fique bem claro: Se eles não tiveram nada naquela época, foi porque ela não quis.

Eis que, sentada no sofá da sala e bufando de raiva como quando era uma menina mimada que vivia embaixo da asa do papai, está a tal "paixão adolescente" do Saga.

E bem que ele tem razão: Ela deu uma melhorada substancial com o tempo. Ganhou mais corpo, e acho que deve ter mexido no nariz também. Não tá uma modelo de revista porque não tem cirurgião plástico nesse mundo que consiga tal milagre, mas tá bem melhor do que a menina mirradinha e nariguda que ela era aos, sei lá, quinze anos de idade.

Eu poderia até pensar que, só de vê-la puta da vida por ter caído numa suposta cilada armada por mim, isso tudo poderia valer a pena. Mas não: a presença de Saga, oculto em algum canto e esperançosíssimo de que eu lhe livre a cara, já me azeda a experiência.

- Maria! - Eu tento sorrir candidamente, da maneira como Saga faria. - Pelos deuses, há quanto tempo!

- Saga... É muito bom reencontrar você, mas gostaria que nosso reencontro fosse numa oportunidade mais propícia...

Ela olha para mim do jeito que costumava olhar para Saga, aquela mistura de enfado e pena de quando se cansava de vê-lo atrás dela procurando as migalhas da atenção que ela dirigia aos rapazes de famílias mais proeminentes da sociedade. Era aí que ela o afastava, mas sempre sem lhe dar aquele "fora" definitivo. Pelo contrário: Sempre que percebia que Saga estava realmente aceitando que ela nunca teria nada com ele, ela lhe jogava uma "isca" para renovar suas esperanças. Assim, ela o mantinha sempre esperançoso na cola dela; afinal nós dois podíamos não ter um tostão furado, mas éramos bem apessoados até pra a exigente "alta" sociedade rodoriense.

Em outras palavras: Saga podia ser um reles órfão aprendiz de cavaleiro, mas era bonito. E ela achava ótimo ter um garoto bonito lambendo o chão que ela pisava. Sabe como é, impressionava as amigas.

- Eu nem sei como dizer isso pra você, Saga... - Ela baixa os olhos, engolindo a deixa para se comportar como "vítima". - Mas é que... O Kanon sacaneou comigo.

- Sacaneou como?

- Bom... Ele... - Ela hesita.

Agora chegou a vez dela, que sempre achou que era "boa demais" pra um Tiropoulos, explicar para "Saga" como foi que "Kanon" a passou na conversa e transou com ela se fazendo passar justamente pelo aprendiz pobretão que arrastava um mundo por ela.

Isso vai ser divertido.

- Bom, eu... - Eu estava na boate, ontem, a mesma que o Kanon estava. Ele veio conversar comigo, dizendo que era você.

- Como?

- É, nós... Nós ficamos conversando, ele me disse que ele... Digo, você continuava aqui, no Santuário... - Ela baixa a cabeça para parecer entristecida, ainda tentando se fazer de vítima diante da minha pretensa incredulidade. - Olhe, eu tinha bebido um pouco além da conta... Aliás, bem além da conta... E nós... Ele e eu acabamos transando enquanto eu achava que ele era você.

Eu me seguro o máximo que posso para não me acabar em gargalhadas, até porque tenho que fingir incredulidade por algo que pode ser tudo, menos inédito.

Bom, com ela é inédito, afinal de contas.

O que me leva a outro questionamento: Então quer dizer que Maria Regina Gianoukas só acabaria dando para Saga Tiropoulos se estivesse completamente chapada?

Mas que que você não soubesse disso antes, Saga! Poderia tê-la arrastado pra cama antes de ganhar a armadura e dela se mandar pra Atenas atrás do cara cheio da nota que ela perseguia - digo, paquerava... Mas imagine se Saga de Gêmeos usaria de expedientes tão baixos para conseguir o que queria de uma mulher!

- Pelos deuses... - No lugar de rir até que lágrimas saiam dos meus olhos, eu os abro numa expressão horrorizada que seguramente Saga faria quando descobrisse que eu fiz sexo com seu ex-amor de adolescência fingindo que era ele. - Eu... Eu... Eu... Eu não acredito!

- É, pois é! - Ela subitamente se anima com minha pretensa indignação. - E... Olha, nem eu sei como é que eu pude me deixar enganar, mas...

- Não, Maria, nisso eu não te culpo. - Porque só o que faltava era essa tonta achar que eu não poderia enganá-la fingindo que era o Saga. Já enganei gente muito mais detalhista e inteligente do que era, oras! - Afinal... Faz o quê? Quase quinze anos que a gente não se vê? É natural que você não soubesse dizer a diferença... Mas, pelos deuses, o Kanon passou de todos os limites! Todos!

- E o que você pretende fazer a respeito? - Ela arqueia uma sobrancelha, e eu seguro novamente a vontade de rir. O que ela espera que o "Saga" faça? Pegue o "Kanon" pelas orelhas e o obrigue a pedir desculpas de joelhos feito um moleque remelento?

- Bom... - No momento que eu penso que não seria, assim, uma má ideia fazer o "Kanon" se retratar perante Maria e "Saga", uma fisgada na base da minha nuca me alerta de que Saga (ou "Kanon", como queiram), acha isso uma péssima ideia. - Olha... Maria, apesar de eu lamentar muito tudo o que aconteceu, eu... Não tenho muito o que fazer, sabe? Kanon não está em casa, ainda não apareceu...

- Você continua sem poder com aquele traste do seu irmão, não é mesmo, Saga?

Traste é o senhor seu pai, Dona Maria, até porque nem fui eu quem te 'ofendi' dessa vez!

- Mas o que é que eu posso fazer? A única coisa que eu posso te oferecer é meu sincero pedido de desculpas... - Sincero uma pinóia, mas vamos lá. É pra jogar? Então joguemos. - E a promessa de que, de hoje em diante, eu te prometa que ele nunca mais fará isso...

- E como exatamente você pretende que ele cumpra essa promessa?

- Desconfie se "eu" aparecer tentando ter algo com você depois de hoje...

- ...Ah.

- ...Mas, fora isso... - Apesar de que, para todos os efeitos, ela esteja "compensada" pelo 'mal' que lhe foi feito; a cara de desapontamento de Maria está impagável. Talvez por saber que "Saga" não esteja mais na dela...

...Embora eu realmente não possa garantir isso sobre o verdadeiro Saga. Não, porque falando sério, isso é que o que eu chamo de ato falho. E depois ele quer mesmo me convencer que foi meramente por causa do álcool?

Então que, pensando bem, Senhor Saga, pode abaixar esse cosmo apreensivo aí, porque eu estou lhe fazendo é um favor.

- Bom, Saga... - Maria se levanta, agora me olhando de alto a baixo. - Então, acho que é isso tudo o que temos para acertar...

- Novamente, Maria, mil desculpas por tudo o que o Kanon fez. E eu realmente gostaria que nos encontrássemos para conversar sobre os velhos tempos...

- Mas me diga uma coisa: Kanon disse que você é atualmente o Santo de Gêmeos. É verdade?

- Sim, eu sou. E, provavelmente, tudo que o Kanon te falou enquanto fingia que era eu é verdade.

- Inclusive que você esteve internado no hospital da Fundação Graad? É que eu sou gerente de Recursos Humanos de lá, e nem fiquei sabendo...

- É, sim.

- E... Vem cá, perdoe minha curiosidade, mas o que ele acabou fazendo da vida?

- Ah... Ele continua sendo o Suplente da Armadura de Gêmeos, mas também é General Marina a serviço de Poseidon.

- Hã?

- História comprida... E cheia daquelas peculiaridades que só o Kanon seria capaz de criar, sabe?

- Ah, sei...

- Mas olha, podíamos marcar um café, uma saída, sabe? O que você acha da ideia?

- Claro, Saga! Posso te deixar meu contato?

- Sim, claro! - Eu pego uma caneta e anoto o contato de Maria, e o guardo no meu bolso.

- Bem, Saga... Então é isso. Apesar de toda essa confusão que seu irmão armou, foi um prazer revê-lo...

- O prazer foi meu, Maria. - Eu dou um beijo no rosto dela, como convém a um bom amigo. - Até breve!

- A gente se vê, Saga!

Ela sai pela porta, e quando ela está a uma distância segura Saga sai de seu esconderijo.

- Aí está, senhor Saga Tiropoulos. São e salvo.

- Vem cá - Saga não parece muito contente. - Precisava mesmo dizer aquilo pra ela?

- Aquilo o quê, maninho?

- Aquilo, dela desconfiar se eu aparecer dando em cima dela...

- Mas Saga, pra quê você, um homem comprometido e fiel, vai querer se importar com um detalhe tão insignificante? Eu achei que não tivesse problema nenhum em dizer isso porque, afinal, não é como se você quisesse repetir a dose... Ou você quer?

- Não é isso!

- Então não me enche. Aliás, muito bonita essa tua forma de agradecimento, viu?

- Tá, tá bom. - Ele respira fundo, engolindo a raiva e deixando a voz com um tom melosamente falso. - Kanon, muito, muito, muito obrigado...

- De nada, imbecil.

- ...Mas tem uma coisinha que você esqueceu.

- O que foi?

- O telefone da Maria, esse que você guardou no seu bolso.

- O que tem ele?

- Passa ele pra cá.

- E por que eu faria isso?

- Você pensa que eu não te conheço, sua peste? Não acha que eu não tô percebendo o que tá se passando nessa sua cabeça?

- Ora, ora... Esse é meu Saga: Sempre atento a cada pequeno detalhe... Bem, é como dizem por aí, não? Do que adianta fazer a fama sem deitar na cama?

- Kanon...

- Saga, o Tiropoulos que não podia ter andado com a Maria é você, não eu. Por mim, se ela tiver a fim e eu tiver a fim, tá tudo certíssimo. Aliás... Me conta aí: Como é que foi? Ela é boa? Manda bem?

- Kanon, você tá ficando louco?

- Eu, não! Mas, assim, de repente bateu uma vontade de conferir o material da quitanda do Seu Agamenon...

- Se você fizer isso, você me paga! Me paga!

- Pois pode pensar aí no preço, irmãozão, porque agora quem vai levar a moça pra cama sou eu. E vai ser logo, pode apostar. E aposte aí também que eu vou botar tua performance no chinelo, há-há... - Eu praticamente consigo sentir o cosmo de Saga se elevando pela raiva e pelo ciúme (que ele não vai admitir em hipótese alguma). Só que ele também sabe que, por mais raiva que ele sinta, ele simplesmente não tem o que fazer: Foi ele mesmo quem colocou a faca e o queijo na minha mão. - Mas pode ficar tranquilo: Seu romance com a sua namorada continuará firme como uma rocha, no que depender de mim.

Enquanto eu dou uma piscadela para ele, Saga vai para o quarto resmungando todos os impropérios que ele conhece.

E, Dona Maria... Me aguarde, você não perde por esperar.


...Fim?