Disclaimer: Harry Potter não me pertence e tudo que vocês reconhecem pertence a J.K. Rowling.

AVISO! LEIAM ANTES DE COMEÇAR A LEITURA DA FANFICTION.

N/T: Essa história é a tradução da segunda parte da Trilogia do Dark Prince, escrita pela Kurinoone, é uma sequência. A primeira parte está postada no perfil da Fabrielle, ela se chama "The Darkness Within" (link: 3587893/1/The-Darkness-Within). Ela começou a tradução dessa fanfiction e parou no capítulo 15. Como eu comecei a traduzir a nova versão de TDW, que se chama "The Darkness Within: The Rewrite," ela me pediu para dar continuidade à tradução de "A part of me," e eu aceitei pois sou muito fã da trilogia. Então minha tradução começa do capítulo 16, os quinze primeiros são de autoria da Bia (Fabrielle). Para quem já leu a primeira parte, pode prosseguir, quem nunca leu é imprescindível que leia antes de começar aqui, senão essa história não fará sentido algum! Embora eu esteja traduzindo a reescrita da primeira parte, vai demorar para terminar até porque a Kurinoone já postou milhões de capítulos, e eu estou longe de alcançá-la, e, mesmo assim, ela não terminou a fic ainda (nova versão). Bem, divirtam-se com a leitura, vou me divertir bastante com a tradução!

Chapter One – A New Life

(Uma Nova Vida)

Não importava para onde olhasse, só conseguia enxergar uma névoa prateada obscurecendo a visão das coisas ao redor. Harry forçou os olhos contra a bruma, tentando descobrir onde estava. Tudo estava mortalmente quieto. O garoto não conseguia nem mesmo ouvir os próprios passos se arrastando pelo chão.

"Pai! Você está aí?" perguntou ele. "Damien! É melhor você não estar aprontando alguma!" gritou novamente. Era bem coisa do seu irmão mais novo pregar uma peça desse tipo.

Quando não houve resposta, o adolescente cegamente começou a caminhar, xingando baixinho. Não conseguia se lembrar de como acabara naquele lugar. Onde estava? Onde estavam todos?

Harry sentiu os dedos roçarem em alguma coisa. Parecia ser algo frio, com uma superfície macia. O garoto se aproximou, tentando descobrir o que era aquilo.

Foi como se um interruptor tivesse sido ligado e a bruma densa dissipou-se de uma só vez. O jovem suspirou aliviado. Pelo menos poderia ver onde estava indo agora. Olhou para baixo e viu que colidira com algo em meio à escuridão.

Sentiu os cabelos ficarem em pé. Assustado, afastou a mão que estava descansando sobre o objeto, recuando alguns passos.

Harry James Potter

As palavras prateadas, cravadas no mármore negro, brilhavam como joias de prata. O garoto tentou fazer os pés se moverem, mas um terror absoluto o acometeu. Estava olhando para o túmulo negro que Voldemort construíra para ele.

Sentiu o coração disparar no peito. Virou-se, tentando se afastar do túmulo o máximo possível. Parou quando uma visão assustadora o saudou. Ficou em choque ao ver Voldemort parado à sua frente, os olhos vermelhos queimando com ferocidade.

O bruxo não disse nada. Nem mesmo uma única palavra saiu de seus lábios. Ele permaneceu no mesmo lugar, apenas encarando o rapaz. Seus olhos vermelho-rubi nunca deixando o rosto do garoto, enquanto as chamas começaram a subir por suas vestes. O adolescente ficou parado, aterrorizado com aquela visão. Tentou se afastar, mas era como se o olhar de Voldemort o estivesse segurando naquele lugar, recusando-se a deixá-lo partir. Assistia, horrorizado, as chamas engolirem o Lorde das Trevas.

Voldemort não deixou som nenhum escapar ao ser queimado vivo. Continuou a encarar o garoto. Quando as chamas chegaram em seu rosto, sua boca se abriu e apenas uma palavra saiu por ela.

"Harry."

O jovem deu um salto na cama. Sua respiração estava pesada e todo seu corpo estava encharcado de suor. Olhou ao redor e percebeu que estava em seu quarto. A julgar pela escuridão, ainda era de madrugada.

Harry respirou fundo para se acalmar. Forçou-se a sentar na cama e percebeu que estava tremendo. Esfregou os olhos cansados e suspirou longamente. Por que não conseguia se livrar daquele maldito pesadelo? Todas as noites tinha que assistir à morte do bruxo repetidamente. Sempre começava de modo diferente, mas terminava com o Lorde das Trevas parado em sua frente antes que as chamas o engolissem. A maioria dos pesadelos terminava com as chamas queimando o corpo imóvel do bruxo, mas às vezes ele chamava pelo garoto.

Não conseguia evitar os arrepios que percorriam seu corpo ao ouvir a voz de Voldemort ressoar em sua mente. Era sempre a mesma palavra. Ele nunca dizia nada além daquilo. Era sempre apenas "Harry."

Tentou dormir novamente, mas meia hora depois desistiu e admitiu a derrota. Três semanas se passaram desde a morte do bruxo. Harry estava lidando com aquilo da única maneira que sabia, ignorando o que tinha feito. Recusava-se a conversar sobre aquilo com alguém. O que não era tão difícil, já que seus pais não queriam falar em Voldemort de forma alguma. Damien estava feliz por esquecer o que acontecera também, assim o garoto achou muito fácil desviar os pensamentos do Lorde das Trevas, e estava se mantendo ocupado com seu novo estilo de vida, com os pais e o irmão. Sua mãe uma vez tentara lhe dizer que não era sua culpa, que não deveria sentir-se culpado por matá-lo. O jovem apenas balançara a cabeça e recusara-se a falar sobre o assunto. Ninguém podia entender o quão culpado ele era. Havia matado o homem que lhe criara.

Harry desceu da cama e, silenciosamente, andou em direção ao guarda-roupa do outro lado do quarto. Colocou as roupas de treino e, o mais silenciosamente possível, deixou a mansão para ir treinar no campo de treinamento especialmente construído para ele.

Era o que fazia quando não conseguia desviar a mente com outras coisas. Ele treinava. Vinha usando o campo de treinamento cada vez mais ultimamente, visto que os pesadelos estavam começando a ficar piores. Fazia dias que não dormia bem.

O jovem treinou vigorosamente, sem permitir que sua mente se desviasse para qualquer outra coisa. Treinou por horas a fio, e só parou quando viu o céu ficar rosa e o sol começar a nascer. Voltou para casa antes que alguém acordasse. Não tinha a mínima vontade de contar a alguém sobre sua rotina noturna. Retornou ao quarto e tomou um banho relaxante para aliviar todas as dores que o treinamento rígido deixara em seu corpo.

Quando o rapaz desceu as escadas e entrou na cozinha, viu que o resto da família já tinha acordado. Sua mãe preparava o café da manhã, como de costume. Ela se virou quando Harry entrou e sua face se iluminou ao olhar para o filho mais velho.

"Bom dia!" disse ela alegremente.

O garoto sorriu e respondeu "bom dia" também.

Ele se juntou ao pai e irmão à mesa. Damien ainda estava esfregando os olhos de sono, mas, pela primeira vez, James parecia completamente acordado. Lily sentou com a família e os quatro tomaram café da manhã e conversaram sobre o que fariam durante o dia. O mais novo já decidira que ele e Harry iam praticar suas técnicas de quadribol, enquanto a ruiva ia terminar seu projeto de jardinagem. James disse alguma coisa sobre Sirius aparecer mais tarde para que trabalhassem em "coisas de auror."

Os garotos tinham acabado de ir para o campo de quadribol privativo quando a chama da lareira se tornou esverdeada e Sirius aterrissou ao lado do tapete. Ele varreu os resquícios de carvão das vestes e deu a Lily um largo sorriso.

"Bom dia! Estou atrasado para o café da manhã? Sinto cheiro de salsichas. Você deve ter guardado algumas para mim. Sabe que elas são as minhas favoritas," disse ele ao beijar a amiga na bochecha, enquanto ela lhe lançava um olhar repreensivo.

"Eu já te disse antes, se quiser café da manhã venha na hora certa," respondeu ela, mas acabou colocando um grande prato na mesa para ele mesmo assim.

James cumprimentou o amigo também e estendeu as mãos para receber alguma coisa. Sirius suspirou e deixou um jornal cair sobre elas.

"Se você vai ler de qualquer jeito, então por que cancelou a assinatura?" perguntou ele enquanto entregava ao amigo uma cópia do Profeta Diário.

"Você sabe o porquê," respondeu James ao folhear o jornal e começar a lê-lo.

O homem sabia que não devia sequer se importar em ler o jornal, visto que não tinha nada a não ser as chamadas testemunhas oculares do que acontecera em Hogsmeade naquele dia. Porém, ele não conseguia evitar de lê-lo, visto que era um hábito de muitos anos.

Ele lia o jornal e então o destruía para que Harry não o lesse e ficasse chateado. O mundo mágico havia mudado o discurso em relação ao garoto. Inicialmente, após o julgamento, muitas pessoas ainda o temiam. Elas não confiavam nele e, para a maioria, o garoto era tão cruel quanto Voldemort. Agora, entretanto, ele era um herói. Era o salvador. O escolhido que os livrara do terrível Lorde das Trevas. Aquilo era um pouco demais para James e ele não queria que o filho lesse algumas das coisas que as pessoas estavam dizendo sobre ele. Sabia exatamente como o jovem reagiria. A hipocrisia dessas pessoas era inacreditável. Ele mantinha o filho o mais longe daquilo possível.

Após ler as últimas bobagens, sobre um bruxo dizendo que Harry deveria ganhar uma Ordem de Merlin Primeira Classe por matar Voldemort, o auror enrolou o jornal e usou a varinha para queimá-lo. Sirius estava na metade do café da manhã e parou para observar o amigo. Trouxera o jornal para ele todas as manhãs e o observava lê-lo, ficar irritado com o que estava escrito e então queimá-lo.

Sabia que James estava apenas tentando proteger o filho. Ele não queria que o garoto visse todas as bobagens sobre ele ser o salvador e um herói, visto que aquilo apenas o faria sentir raiva e, talvez, mais culpado pela morte de Voldemort.

Sirius não entendia muito bem por que o rapaz ainda se sentia culpado. O bruxo o torturara e então tentara matá-lo. E teria conseguido se o garoto não tivesse feito o que fez. Damien estaria morto se não fosse pela Layhoo Jisteen. Na visão do auror, Harry não deveria se culpar por nada daquilo.

"Então, presumo que vocês ainda não conversaram com ele?" perguntou Sirius, enquanto o amigo terminava de beber o café.

James o encarou nos olhos e balançou a cabeça.

Quando Harry estivera no hospital, o curandeiro responsável recomendara que o jovem conversasse sobre o que acontecera com um medibruxo especializado em problemas mentais. Era evidente que o garoto se encontrava em estado de choque e negação sobre a morte de Voldemort. O pai desaprovara aquilo, dizendo que ele mesmo conversaria com o filho e o ajudaria a enfrentar a situação.

Contudo, três semanas se passaram e ele ainda não dissera nada ao adolescente sobre o que tinha acontecido. Não por falta de tentativas, mas sempre que pensava em conversar com ele, alguma coisa surgia. Fosse o trabalho de auror, assuntos da Ordem, ou mesmo o fato de o rapaz parecer preocupado com outras coisas. O homem estava convencido de que o filho não estava mais chateado. Ele estava, na verdade, começando a voltar ao normal, desse modo, James sentia que não era necessário trazer à tona aquele assunto delicado. Era por isso que ele não queria que Harry lesse qualquer coisa no jornal que fosse refrescar aquele incidente em sua mente.

"Ele está bem agora, Sirius. Acho que nós todos devemos esquecer o que aconteceu," disse o auror ao se levantar da mesa.

"James, você não pode protegê-lo disso para sempre. Cedo ou tarde ele vai ter que lidar com o que fez. Você pode mantê-lo longe dos jornais e das notícias, mas e quando ele tiver que voltar para o mundo mágico? Harry é uma celebridade agora. Se ele não estiver pronto para aceitar o que aconteceu e o que fez, como é que será capaz de lidar com a histeria lá fora?" perguntou o amigo.

"Ele está pronto. Ele está bem. Harry está lidando com isso do jeito dele. Confie em mim. Sirius, ele vai ficar bem," disse o homem.

Lily não falou nada. Ela já dissera o que pensava sobre o assunto. Queria que o esposo conversasse com o garoto, mas o homem continuava insistindo que o adolescente estava bem. Ela, então, tentara falar com o filho, mas viu que ele rapidamente se esquivara, dizendo que tudo estava bem e que não precisava conversar sobre nada. Quando a ruiva conseguiu fazê-lo sentar-se para que pudesse conversar com ele, o jovem apenas concordou com tudo o que ela falou. Era impossível fazê-lo se abrir.

Sirius encerrou a conversa. Podia ver que o amigo não queria conversar com Harry sobre Voldemort. Era algo doloroso demais para ambos. Assim, James estava tomando o caminho mais fácil. Ignorando tudo e esperando que o problema se resolvesse sozinho.

O auror esperava que tudo desse certo. Ele conhecia o afilhado o suficiente para saber que o garoto não era alguém fácil de se conversar. Se o adolescente estava guardando os sentimentos para si, então não havia nada que alguém pudesse fazer a respeito. O homem levantou-se e seguiu James até o escritório no andar de cima. Eles tinham bastante serviço para fazer.

Avistou Harry e Damien voando do lado de fora. Parou por um momento, assistindo aos dois afilhados voando e se divertindo. O rapaz parecia estar realmente se divertindo. Parecia feliz e saudável. Sirius suspirou profundamente e desejou que o amigo estivesse certo. Esperava que o jovem estivesse bem e pronto para lidar com o mundo mágico e com a fama que esperava por ele.