Chuva de Novembro

Cap. 2

By: Lannyluck

Atenção: há hentai nesse capítulo, mas garanto que é algo extremamente delicado nas palavras e nas descrições. Enjoy. ^^

Música utilizada: November Rain, do Guns n' Roses

Atenção²: Os personagens de Saint Seiya não me pertencem. Apenas os recrio só para o meu prazer.

When I look into your eyes

I can see a love restrained

But darlin' when I hold you

Don't you know I feel the same?

'Because nothing' last forever

And we both know hearts can change

And it's hard to hold a candle

In the cold November rain

Há quem diga que os sonhos refletem parte da realidade. Há quem acredite que os sonhos são a mais pura forma de veracidade em si. Toda tristeza terrena e carnal não passa de uma ilusão de quem não quer penetrar verdadeiramente no mundo real, que seria aquele residente dentro de si. No caso de Shina, a morte de Milo era inexistente. Ele continuava vivo dentro dela. Mas enxergar isso era algo que ela não conseguia fazer. E naquela noite chuvosa, propositalmente metaforizada, Milo despontou no interior da sua casa e direcionou-se para seu quarto. Os olhos espirituais ainda carregavam o mesmo peso do lamento. E ver a amada ali, deitada em sua cama, numa vã esperança inconsciente de trazê-lo de volta, não ajudava.

O barulho das gotas caindo era forte. O temporal batia violento contra a janela do quarto de Milo, fazendo com que o vidro propagasse um som agudo de vento. Impossível foi Shina manter-se desperta. Ao abrir os olhos, viu que Milo estava encostado no batente da porta, com os braços cruzados. Levava uma expressão séria e olhava diretamente para ela.

We've been through this such a long long time

Just tryin' to kill the pain

But lovers always come and lovers always go

And no one's really sure who's lettin' go today

Walking away

If we could take the time to lay it on the line

I could rest my head

Just knowin' that you were mine

All mine

- Milo...? - Impulsivamente, Shina sentou-se na cama. O fato lhe parecia um fenômeno no qual ela, sonolenta, não conseguia acreditar. Esfregou os olhos para certificar-se do que via. Mal sabia ela da entrada na realidade virtual. Ao voltar a olhar, Milo estava na mesma posição e com o mesmo semblante austero. - Milo... é você!? O que você está fazendo aqui?

A resposta de Milo não veio de imediato. A princípio, limitou-se a levantar a cabeça e encarar Shina. A amazona continuava a mesma beldade de sempre, mesmo com tristeza no olhar. Aqueles olhos verdes que o enfeitiçavam... Aquele rosto angelical que era um paradoxo com o temperamento dela...

Inexpressivo, Milo descolou-se do batente da porta e se aproximou de Shina. Colocou a mão no queixo da amazona e ao mesmo tempo ela sentiu seu corpo responder ao toque com um forte arrepio. Milo sorriu. Não o sorriso sedutor de sempre, mas sim o mais belo que ele poderia mostrar.

- Voltei por você.

So if you want to love me

then darlin' don't refrain

Or I'll just end up walkin'

In the cold November rain

Os olhares que se cruzaram resplandeceram com a força do ribombo externo. O coração de Shina mal continha-se no peito. Milo segurava seu rosto e lhe sorria de maneira angelical. Ela abria e fechava a boca, num intento de expulsar de sua garganta as palavras que morriam. Em vão. Somente conseguiu-se levantar e encarar o amado com olhos lacrimejantes.

- Mi...lo... - Tocou-lhe os braços, ainda tentando certificar-se. A textura musculosa em seu tato lhe tirou o resquício de dúvida. Não. Precisava fazer o inevitável. Abraçou-se a ele e aproximou o semblante do dele. A respiração inigualável acariciava seu rosto. Milo mantinha-se sorrindo, deixando-a comprovar a veracidade de sua estadia.

- Você... Voltou... - Sem mais o que expressar verbalmente, o fez em forma de beijo. Colou seus lábios aos do amado e daquela boca extraiu todo o néctar que sentia falta. Milo abraçou-a fortemente pela cintura, enquanto sua língua perdia-se na boca amada. Travaram um duelo no beijo que não precisaram o tempo. Somente quando o ar faltou que se separaram. Abriram os olhos. Encararam-se como se nada mais belo existisse no mundo. Shina chorava de alegria.

- Você não morreu...

- Não... - Milo passou uma mão pelo rosto dela, sorrindo. - Estou mais vivo que nunca.

- Idiota... Por que não apareceu antes?

- Eu estava aqui o tempo todo. Só você não me via.

- Eu não te via!? Milo, como foi que...

- Shiii... - Calou-a com dois dedos. - Explicações depois. Me beije. Quero te sentir hoje.

Do you need some time...on your own

Do you need some time...all alone

Everybody needs some time...on their own

Don't you know you need some time...all alone

E retomaram o beijo, ávidos pelo sabor do outro. A boca de Milo sustentava-se do desejo tremelicante ao descontá-lo na pele lívida da amada. Desceu de sua boca para chegar no rosto, onde deixou uma trilha molhada de beijos até o pescoço. Dali, direcionou-se para o pescoço, parte que ele adorava morder. E o fez. Shina sorriu e se arrepiou. Enquanto explorava o pescoço dela com mordidinhas e lambidas, desceu uma alça do seu colã. O ombro nu o convidou. Seus lábios brincaram ali também ao mesmo tempo em que a outra alça deslizou. Sem conter-se mais, Milo desceu seu traje e deixou-a apenas em roupa íntima interior. Deitou-a na cama carinhosamente. Shina nada fazia além de gemer e permitir que o amado experimentasse seu corpo.

- Nunca deixará de ser linda... - Elogiou Milo, com olhos fixos nos seios amados. Os mamilos intumescidos revelavam a excitação latente da amazona. Pediam para ser cobertos por aqueles lábios sedentos. Pedido realizado. A princípio, Milo encostou a ponta da língua sobre o bico para logo investir em lambidas aceleradas. Cobriu todo o mamilo direito com seus lábios, alternando chupadas, lambidas e mordidas. Saciou-se com os seios fartos. Parecia um mamífero se alimentando. Shina comprazia-se e o prazer era certo.

Castigando-a, desceu por sua barriga em linha reta que a língua traçava. O gosto daquela pele era o melhor. Ao chegar ao seu púbis, seduziu-se com a calcinha negra que ela usava. Beijou-a lentamente e arrancou-a com os dente. O sexo de Shina ficou à mostra. Muito à mostra aquele que já fora alvo constante de seu entretenimento e merecia uma atenção especial. Milo fez com que sua língua, sob os uivos e gemidos de Shina, se entretesse no mel da amada. Por sua vez, Shina contorcia-se na cama, soltando descargas elétricas de excitação.

- Isso... Não para... Anhhhhhh...

Inevitável não sentir o orgasmo como um terremoto por seu corpo. Parecia estar com febre. Milo sentia seu explodir ao mesmo tempo em que seu membro latejava dentro da calça. Ficou de pé e rapidamente desfez-se da roupa, tanto de cima como de baixo. Nu na frente da amazona, estava pronto para possuí-la.

O olhar malicioso de Shina dizia que ainda não era o momento. Tanto o olhar quanto o sorriso. A italiana sentou-se na cama e puxou o amado pela cintura. Milo sabia o que viria. Trocou com ela um sorriso malicioso, nada mais típico da sua personalidade.

- Manda ver, amor.

E Shina obedeceu. O membro ereto do amado à sua frente teve destino em sua boca. Succionou-o com vontade na glande e desceu lenta pela extensão do sexo. Tornou a subir no mesmo ritmo, o qual acelerou no movimento seguinte. Repetiu esse ato por minutos a fio, sob os gritos e gemidos de Milo. Shina sabia exatamente como competir com ele em sensualidade. A hora de dar o troco estava chegando. Milo mordeu o lábio inferior diante essa iminência e segurou forte a cabeça de Shina

- Eu... Não vou resistir... Anhnn..

- Não é pra resistir... - Ela disse, sem parar de succioná-lo. E o aviso realizou-se. A boca de Shina inundou-se com a essência de Milo. Este abaixou a cabeça e a olhou, com seu típico sorriso ladino.

- Cada dia melhor.

- Cala boca e vem, Escorpião.

Apesar da forma rude de tratamento, ambos sabiam que era uma marca registrada. Esse veneno que percorria suas veias era o antídoto do amor.

Ainda excitado, Milo tornou a beijá-la e deitou-se sobre ela na cama. Seu membro já estava de encontro ao sexo dela, implorando por aquele toque. E assim, latejando de desejo, a invadiu. Shina enroscou a perna na cintura do amado que teve mais espaço para penetrá-la.

Entregaram-se ao vai e vem, alternando sorrisos e beijos. E os gemidos não puderam ser contidos. Os gritos não puderam ser calados. O prazer não pôde ser omisso. E os corações não puderam ser mortos. Submeteram-se um ao outro como se o resto do mundo fosse inexistente. Não existia mundo exterior. Apenas a união daqueles dois corpos que se completavam.

I know it's hard to keep an open heart

When even friends seem out to harm you

But if you could heal a broken heart

Wouldn't time be out to charm you

Passaram-se alguns minutos após o ato de amor. Milo naufragou no corpo italiano, exprimindo toda a forma de saudade que sua forma não mais carnal estava sentindo. A amazona permanecia calada em seus braços, suspeitando que era um sonho. Que os deuses não a acordassem. Dormiria eternamente.

Milo acariciava seus cabelos distraidamente, quando ouve um suspiro vindo dela.

- Shina?

- Fale, Milo.

- Preciso te dizer uma coisa.

- O que? - Shina apoiou-se nos braços e subiu devagar. Encarou os olhos amados com a emoção da primeira vez.

Sometimes I need some time...on my own

Sometimes I need some time...all alone

Everybody needs some time...on their own

Don't you know you need some time...all alone

- Você pode ver essa chuva? Sabe o que elas representam? Elas são suas lágrimas, meu amor.
Meu coração chora todos os dias com você. Eu não consigo descansar em paz, sabendo que você está sofrendo... tudo me faz querer ficar perto de você. Meu amor... meu corpo morreu. Mas meu amor por você continua vivo para além da eternidade... minha alma e meu cosmo sempre estarão em sintonia com você. Sempre que quiser me sentir, venha até essa casa que eu estarei presente. Mas não pense mais em mim com sofrimento... pense com saudade e do quando somos felizes. Não existe passado entre nós. Nossas almas estarão unidas tanto no presente quanto no futuro... pois você foi a minha maior motivação de querer um mundo iluminado outra vez. Volte. Não chore mais.

Após dizê-lo, Milo não deu tempo de resposta a Shina. Ele terminou sua declaração com um beijo e em pouco tempo os dois começaram a amar-se outra vez.

And when your fears subside

And shadows still remain

I know that you can love me

When there's no one left to blame

So never mind the darkness

We still can find a way

Nothing last forever«

Even a cold November rain

O sol do dia seguinte viera como um despertador. Shina abriu um sorriso antes mesmo de abrir os próprios olhos. Esticou o braço para abraçar o amado mas assustou-se quando viu que não havia ninguém. Abriu os olhos. Milo não estava ali. Confusa, ela sentou-se na cama.

- Milo? - Chamou. Acreditava estar em delírio. Sacodiu a cabeça, na vã tentativa de esclarecer-se. Mas não. Só serviu para despertá-la mais para uma realidade que não queria. Ao ter certeza de que Milo não estivera ali e que somente havia sonhado, decepcionou-se.

A falta de motivação voltou com tudo. Jogou-se outra vez na cama e foi inútil lutar contra as lágrimas. Será que os deuses resolveram castigá-la também? No entanto, em sua voz ecoava o rouco da voz amada ao dizer aquelas últimas palavras: "Não existe passado entre nós. Nossas almas estarão unidas tanto no presente
quanto no futuro... pois você foi a minha maior motivação de querer um mundo iluminado outra vez. Volte. Não chore mais.

Essa lembrança serviu como uma injeção de ânimo para a amazona. Mesmo tristinha, ergueu-se novamente e simulou um sorriso:

- Não... não vou mais chorar. Eu te amo, Milo.

Don't ya think that you need somebody

Don't ya think that you need someone

Everybody needs somebody

You're not the only one

You're not the only one

A luz solar ainda era convidativa. Shina levantou-se da cama e dirigiu-se à janela. Abriu as cortinas e viu novamente a maravilha do amanhecer, diferente da tempestade que suas lágrimas causaram em seu sonho.

A força de um novo dia dentro de si era a certeza de que Milo estava sim ao lado dela, mais vivo que nunca. Poderia não estar em carne, mas como ele mesmo dissera e ela não se lembrava: tanto o espírito quanto o cosmo dele estariam em sintonia com ela. E jamais a abandonarão.

Essa certeza a fez sorrir. Dali em diante, os meses passaram e Shina conseguiu, mesmo com um pouco de dificuldade, assimilar a saudade de Milo. Seguia os conselhos dele. Ao invés de submeter-se à tristeza, transformava a saudade em um sentimento produtivo, que a colocava para cima e que lhe motivava a continuar sempre árdua em seus treinamentos, lutando sempre por um mundo justo e amoroso. E assim, se passou a chuva de novembro.

FIM

Nossa... até agora estou incrédula. Consegui escrever mais uma fanfic Milo e Shina, algo que sempre lateja na minha mente mas nunca realizo. Resolvi deixar os fantasmas de lado e escrever. E isso, com a ajuda da minha grande amiga Alana. Quero muito te agradecer por esse apoio e incentivo porque sem você eu não teria conseguido MESMO. Obrigada, Alana.

E agradeço também aos leitores e fãs desse casal improvável que tanto me emociona. Improvável jamais pra gente, pois a série, muito mais do que ter um autor original, tem continuidade nos nossos corações.

Abração, galera.

Até a próxima!