Uma Traducao kakasaku autorizada pela fofa Silvershine

Gênero: Romance

Classificação etária: M

Disclaimer: O Naruto não é de ninguém.

Do original Nymph de Silvershine

Tradutora: K. Hime

Betareader: Pimentinha (nah flor, vc vai betar seu proprio presente! *bate na hime!*)

Para tres bonecas fofinhas: Pimentinha, Yok-chan e Naomi-chan. Eu prometi "Ninfa" pra voces faz meses ne! *APANHA*

Sinopse: Para ela, aquilo é tão natural quanto respirar. Não conseguiria evitar que os homens a idolatrassem, mesmo se tentasse. .: Trad kakasaku/ Em 4 shots/ Romance/ Narrada em 1 pessoa/ visão de Kakashi :.

Notas importantes:

* Em muitos lugares do mundo, 16 anos e considerado maior idade.

** No caso shinobi, o fato se consolida ainda mais. No momento em que se tornara uma kunoichi jounin, pressupoe-se que Sakura e uma moca emancipada. Ou seja, adulta. Responsável por si mesma (legalmente falando).

*** O que nos leva a uma terceira consideração: Em caso de qualquer relacionamento com alguem mais velho, isso nao e considerado crime. Porque, ela e legalmente maior de idade. Ok? (tenham isso em mente o tempo inteiro. Certinho? E sim, antes que perguntem, quando se e emancipado, vc e considerado "dono do seu proprio nariz" perante a Lei.)

**** Gente, atentem para a classificação etaria da fanfic. M. Ok?


Para Yok, Naomi e Pimentinha

Ninfa

Parte Um de Quatro

Para ela, aquilo é tão natural quanto respirar.

Não conseguiria evitar que a idolatrassem, mesmo se tentasse.


Eu sei que você está preocupado. Posso lhe dizer quando tudo começou e como, mas não acho que isso irá mudar alguma coisa. Acreditaria em mim se dissesse que não foi minha culpa? Que tudo simplesmente ficou fora do meu controle?

É claro que não. Para você ela é a aprendiz perfeita, jovem que entrega tudo em dia, completa todas suas atribuições antes do prazo e faz você se sentir orgulhoso por isso. Mas você não sabe da missa a metade.

Ela é uma ninfa. Ela sorri para os homens – jovens, velhos e crianças – e os encanta. Com algumas palavras cuidadosamente escolhidas e aqueles olhos tímidos, pode seduzir qualquer homem em meros segundos e ela sabe disso. E adora. E pode fazê-lo simplesmente em uma questão de segundos e o faz pelo simples prazer de fazê-lo. Mas não pense mal dela, porque isso é apenas sua maneira de ser. Ela vive pelo amor e sempre o fez assim, e gosta de todos os aspectos que dele advêm. Ela não o faz por maldade suas brincadeiras e flertes. Para ela, isso é tão natural como respirar. Não saberia como evitar que os homens a idolatrassem, mesmo se tentasse.

Se sou sua vítima? Estaria mentindo se dissesse que não o queria. Eu sou, afinal, um homem, e embora isso soe como uma desculpa esfarrapada, prometo a você que não é. Sabe o que é ser homem? Ter programado em seu sangue a fraqueza crônica quanto ao sexo oposto? Eu não sou um monge e acho que é seguro dizer que nunca estive perto de tal. Mas estou certo de que mesmo os homens mais puros e virtuosos teriam dificuldades em resistir à atração desta moça.

Eu lhe digo quando começou e como começou, e espero que vá me entender...

Era uma noite de quarta-feira e me sinto cansado. Quarta-feira é um dia tão longe de ambos os extremos da semana e não há nada a não ser eu mesmo dentro de casa. Eu não sou uma pessoa extrovertida. Gosto da solidão em vez do companheirismo e prefiro mil vezes uma noite calma em casa no meu apartamento que passar com alguns conhecidos. Não é que eu seja tímido, só gosto de passar o meu tempo comigo mesmo.

Ouço o som de batidas na minha porta às oito da noite e quando a abro, ela está lá no corredor, sua face pálida e preocupada.

— Eu sinto muito. – diz e torce as mãos nervosamente, mordendo o lábio inferior. — Não sei a quem mais recorrer.

Convido-a para entrar e o jogo começa.

Ela me diz que acabou de voltar de uma missão e encontrou seu apartamento praticamente destruído por uma pequena explosão. — Foi tudo minha culpa. – diz num tom infeliz. — Eu trouxe um experimento pra casa e ele era instável e o deixei lá e sai. Agora não tenho onde morar, minha senhoria quer que eu pague os estragos e irá me despejar mesmo assim.

Por um momento, acho que ela está tentando pedir ajuda financeira, mas parece que não é o caso. Ela diz que vai lidar com seus problemas usando seu próprio dinheiro.

Ela só precisa de algo de mim: um lugar para ficar.

— Será que Naruto não pode te hospedar? – pergunto-lhe meio sem jeito. Eu nunca gostei de partilhar meu espaço com outras pessoas.

— O apartamento do Naruto é muito pequeno. – me diz. — E ele vai pensar que isso significa uma coisa que não tem nada a ver…

— E quanto a Ino? – sugiro.

— Ela está morando com o namorado. – me explica. — E não me quer por perto e eu também não quero me intrometer... Ou ter que ouvir aquilo durante a noite, sabe como é né?

Eu sei. E limpo a garganta. — E seus pais? – ofereço, com meu desespero crescente. — Certamente eles podem abrigar a própria filha, certo?

Ela morde o lábio de novo em uma exibição de ansiedade. — Eu não quero voltar pra casa deles, Sensei. – diz. — Eu disse pra eles que poderia me virar sozinha e não quero ter que correr de volta pra casa tão cedo. Eles nunca vão me levar a sério se eu continuar recorrendo sua ajuda sempre que preciso.

Eu realmente não conheço ninguém mais a quem ela possa recorrer. Tenho certeza que já tentou todos de sua lista de contatos e decidiu que eu sou a sua aposta mais provável. Eu não sou, obviamente, sua primeira escolha, mas pelo menos não sou a última. Não tenho coragem de mandá-la embora, não agora que ela está sentada no meu sofá, olhando para mim de modo suplicante, e então suspiro e aceno com a cabeça. — Quanto tempo precisa ficar? – pergunto.

— Oh, não muito tempo, tenho certeza! – diz e seu rosto se ilumina em alívio. É como ver o sol sair de trás das nuvens. — Obrigada, Kakashi-sensei! Prometo não ficar no seu caminho! Você não vai sequer perceber que estou aqui!

Mas a presença dela não é algo que se possa realmente ignorar, não é mesmo?

Ela trouxe algumas roupas em uma sacola, junto com uma escova de dente. Eu não tenho um quarto de hóspedes ou uma cama extra, apenas o sofá, ela se senta, mas parece muito feliz com isso. Dou-lhe dois lençóis e um travesseiro e ela os pega rindo e brincando sobre como "eles cheiram a Kakashi-sensei". Eu não sei como responder a isso. Não tenho certeza de como responder a ela. Desculpo-me, dizendo que quero dormir cedo por nenhuma razão em particular do que deixá-la confortável e ir me esconder no meu próprio quarto. Não é que como se não gostasse dela. Mas ela é uma menina de 16 anos e eu sou um homem de 30 e não temos muito em comum além da nossa profissão. Eu não sei como reagir a ela fora do ambiente de trabalho e espero que ela simplesmente parta o quanto antes. Com ela por perto, Eu me sinto no limite, como se não fosse nada além de um convidado em minha própria casa. Sua mera presença é como se ela estivesse pisando no meu pé.

Na manhã seguinte, quando acordo, simplesmente continuo deitado na cama, ouvindo-a se mover pelo apartamento. Ouço-a na cozinha, à procura de algo para comer. A água na pia – ela está lavando a louça que sujou. E então a porta do banheiro se fecha e ouço mais água circulando pelas tubulações. Ela está tomando banho. Eu sei que está nua e me sinto incapaz de parar de desenhar a imagem em minha mente. Ela não trouxe qualquer suprimento de banho, então, sem dúvida, está usando os meus no momento – lavando seu corpo com o sabonete que eu uso.

A água, eventualmente, para e a ouço sair do banheiro. Uma batida leve soa na porta do meu quarto. Eu finjo estar dormindo, fechando os olhos e me recusando a responder.

A porta se abre de qualquer maneira. — Kakashi-sensei. – ouço-a sussurrar pela escuridão do quarto. — Eu vou trabalhar agora.

Deixo um grunhido escapar, sabendo que se continuar a fingir estar dormindo, isso somente servira para ela se aproximar.

— Obrigado por ser tão legal. - diz e então parte.

Espero até ouvi-la sair do apartamento e depois espero mais um pouco só para ter certeza, antes de me levantar e começar meu ritual matinal costumeiro. Primeiro vou a cozinha tomar café da manhã, mas tudo o que encontro é uma tigela para secar ao lado da pia e um copo onde ela tomara agua. Há marcas de batom rosado nas bordas do vidro. Eu fico olhando para o copo por muito tempo e depois decido não tomar café e ir direto ao chuveiro.

O banheiro está úmido e embaçado, o ar nublado com um aroma doce. Há também uma toalha molhada secando sobre aquecedor. Eu tento ignorar o fato de que esta toalha foi recentemente usada para secar o corpo nu de minha ex-aluna. Quando entro no chuveiro, percebo que meu sabonete foi usado e alguns pelos cor de rosa ainda estão grudados nele. Eu continuo com meu banho, mas não posso evitar me sentir desconfortável ao fitar aquele sabonete, não quando minha imaginação esta a mil sobre onde tal sabonete fora usado antes.

A primeira coisa que faço ao deixar minha casa é verificar a situação do apartamento de Sakura, e para meu espanto, percebo que ela não estava exagerando quando mencionou os danos do local. Poderia levar semanas para consertá-lo, embora ela tenha dito que iria procurar um novo apartamento e que isso só levaria alguns dias, no máximo. Eu não tenho certeza de como será capaz de se dar ao luxo de substituir todos os seus pertences danificados, porque tenho quase certeza de que ela não tem seguro.

Há um rumor na sede jonin.

As pessoas parecem saber mais sobre a situação de Sakura do que eu mesmo, e todos eles parecem saber que ela esta mantendo residência temporária comigo. Eles me chamam de velho babão, que me aproveito do infortúnio de uma menina inocente. Dizem isso como uma piada, claro. Minha personalidade é bem conhecida, assim como a de Sakura, e ninguém desconfia de que haja algo sórdido ao mantê-la na minha casa. E realmente não há, mas me sinto culpado por alguns dos pensamentos que tenho e simplesmente espero que Sakura encontre logo um lugar alternativo em breve.

Ela está lá quando chego em casa e acho que está preparando uma refeição para nós dois. Nada de extraordinário, mas estou faminto o suficiente para ser grato por seu esforço.

Mas a julgar pela maneira como olha para mim quando tiro minha máscara para comer, aquilo não passara de uma armadilha.

E, talvez, este seja o real começo de tudo? O momento em que ela vê meu rosto, um súbito interesse é despertado, uma curiosidade inata, e então já não sou mais seu companheiro de equipe, seu antigo professor. Eu sou um desafio.

Eu sou bonito? Não me importo com essas coisas, mas acho que meu rosto é razoavelmente atraente. Estou longe de ser o homem mais bonito de Konoha, mas ao menos longe de ser o mais feio, e há tempos tenho sido capaz de utilizar este rosto, com a mesma habilidade que o faria com uma kunai ou genjutsu por exemplo. Assim como existem muitos homens rasos que fariam qualquer coisa para ter uma garota bonita, assim como mulheres vazias que estenderiam um tapete vermelho para um homem atraente.

Sakura sorri pra mim como se aquela fosse a primeira vez que realmente me vira e de fato, é. Mastiga seu frango grelhado e ainda sorri. Talvez já estivesse planejando algo naquele momento? Ou talvez somente estivesse admirando o que via.

A conversa é um pouco estranha no começo, mas ela não me deixa fugir desta vez. Esta garota tem o dom do charme e sabe como usá-lo. Na verdade, usa-o em mim em poder total sobre a mesa da cozinha, fazendo perguntas e ouvindo atentamente minhas respostas curtas. Ela sabe o que dizer para soltar minha língua tão bem como sabe exatamente como me fazer calar e ela adora alternar suas táticas para alcançar as reações exatas que quer ver.

No instante em que minha guarda esta baixa, ela diz. — Você é bonito quando sorri, Kakashi-sensei. – e imediatamente fico quieto e desajeitado. — E bonito quando cora também.

Isso não devia significar nada demais. Acho que poderia ser descrito como um flerte, como algum tipo de avanço de alguma natureza, mas simplesmente não quer dizer nada. Ela é uma jovem garota naturalmente sedutora e eu seria um tolo de ler qualquer coisa além de brincadeiras, apenas o puro e simples lúdico em suas palavras. Contudo ela me olha com o canto dos olhos ao por os pratos na pia e quando me pega olhando, me dá um sorriso secreto, como se alguma coisa estivesse acontecendo e nós apenas não estivéssemos expressando em palavras.

Eu me senti contorcer-se muito rapidamente sob essa pressão estranha e mais uma vez me desculpei, dizendo-lhe que iria dormir mais cedo.

— Mas são apenas nove horas. – protesta, como se minha companhia fosse uma honra gloriosa. E eu sei que não é.

— Eu estou velho e cansado. – digo para ela e ela ri como se eu estivesse brincando.

Estou cansado, de fato.

Retiro minhas roupas e me deito na cama e logo estarei dormindo. Entretanto parece que no momento em que fecho os olhos, sou despertado por uma batida na porta.

— Sinto muito. – ouço sua voz em meio à escuridão. Meu despertador me diz que são onze horas. — Pode me emprestar outro cobertor? A noite esta um pouco fria.

Eu faço um gesto vagamente, apontando para o armário a minha esquerda e vejo sua sombra caminhar e abri-lo. Fecho meus olhos, tentando ignorar a forma feminina e como o cheiro dela flui em minhas narinas e como ela sussurra outro pedido de desculpas e pelas pontas dos pés sai do quarto com um cobertor grosso em seus braços.

Ela deixou a porta entreaberta e feixes de luz incidem em meu quarto. Não me incomodo em resolver o problema, em vez disso, uso meu braço sobre os olhos para tentar encontrar o sono novamente.

Ouço um barulho e dou uma espiada por baixo do braço para a luz entrando pela fresta da porta. Posso ver a porta do banheiro do lado oposto do corredor e ela também está entreaberta. Lá dentro, vejo uma parte da pia, um copo com duas escovas e um tubo de pasta de dente. No gabinete espelhado em cima da pia, também posso ver Sakura.

Ela está trocando de roupas.

Eu deveria desviar o olhar. Mas não posso. Ela está segura, escondida da minha vista por trás da porta do banheiro, mas a porta do gabinete está um pouco aberta e os espelhos se encontram em um ângulo certo e assim posso ver tudo. Ela tira seu colete vermelho, deslizando-o pelos ombros, antes de dobrá-lo e colocá-lo de lado. Sob o colete, usa um top preto bem justo, provavelmente usado para achatar os seios, em vez de enfatizá-los ou apoiá-los. Ela mexe um pouco o corpo para livrar-se da peça de roupa e meus pulmões contorcem involuntariamente ao ver seus seios nus, arredondados, dois morrinhos altos. A luz do banheiro e um tanto opaca, lançando um foco pálido sobre sua pele e me vejo comparando como seus pequenos mamilos rosados são do tom exato de seus lábios.

Ela se olha no espelho, mas é difícil dizer o que pensa de si mesma. Não sorri ou franze o cenho, tendo seus pensamentos privados que não consigo decifrar. Ela se vira para o lado e traz os seios juntos, tentando fazê-los ficarem maiores, fazendo beicinho com aqueles seus lábios rosados no processo.

Talvez quisesse que fossem maiores.

Finalmente, se vira e pega uma camisa branca larguinha e coloca-a sobre a cabeça, e apesar de poder vê-la balançar-se para livrar-se da saia e dos shorts, o espelho não me agracia com uma visão de nada da parte abaixo de sua cintura. Esta é provavelmente uma boa coisa.

Não me atrevo a me mover quando ela pega suas roupas e apaga a luz do banheiro. Eu a vejo fazer uma pausa do lado de fora da porta do meu quarto, fitando-me, e me pergunto se ela sabe que eu estava observando esse tempo todo, ou se ela estava deliberadamente fazendo isso de propósito. Mas acho que estou lentamente me tornando paranoico, porque, por que uma garota de dezesseis anos como ela iria querer provocar um homem de trinta como eu? Tinha que ser um acidente.

A noite me incomoda e levo muito tempo para dormir, minha mente repleta com pensamentos de uma garota em meu sofá, dormindo em sua camisa larguinha e somente de calcinhas. Quando acordo, me vejo surpreso por não ter sonhado com ela, mas talvez tenha e simplesmente não me lembre de agora. Desta vez, durmo porque realmente estou esgotado.

Ouço o som de Sakura na cozinha e no banheiro, e mais uma vez ela bate na minha porta, põe a cabeça rósea pela fresta da porta e me diz um "Obrigada", seguido de um "Estou indo trabalhar agora."

Eu deixo um grunhido escapar e quando tenho certeza que ela já partiu, de alguma maneira consigo reunir energia suficiente para sair da cama. Outra tigela lavada secando ao lado da pia e desta vez ela teve tempo para lavar o copo também. Por alguma razão, isto é ligeiramente decepcionante.

O cheiro do banheiro e diferente agora. Cheira a leite, arroz e jasmim, e sei disso por causa dos nomes no frasco de sabonete liquido na parede. Parece que ela trouxe seus próprios suprimentos de higiene pessoal, mas não a culpo. Meu banheiro não é adequado para mulheres.

No momento que meu banho termina, não consigo mais sentir o cheiro dela.

O dia é longo e tedioso, e a única coisa que marca a diferença de outros dias é a forma como muitas vezes meus pensamentos se voltam para Sakura. Penso em seu sorriso provocante e flertes charmosos e me repreendo por ficar obcecado com isso. Então passo por ela em um corredor na torre Hokage e ela sorri o mesmo sorriso familiar de sempre, o mesmo que me dera mil vezes antes e compreendo que minha ponderação é equivocada. Ela está apenas sendo amigável. Ela não gosta mais de mim do que o normal e habitual de estudantes kunoichi e professores do sexo masculino.

Quando chego em casa naquela noite, ela está lá, preparando um lanche. Da mesma forma casual que o fizera na noite anterior, diz que tem mais que suficiente para nós dois, e nos sentamos à mesa para comer. Eu não tenho certeza se conseguiria me acostumar a chegar em casa e ter comida já feita pra mim. É muito doméstico e algo que não consigo associar em nada com Sakura.

Ela até me pergunta como foi o meu dia.

— O mesmo de sempre. – respondo. — Este arroz está muito gostoso. Como consegue dar esse sabor?

A ponta de seu nariz contorce-se em divertimento. — Ingrediente secreto. – me diz.

Eu pergunto o que viria a ser esse ingrediente, mas ela explica que não seria muito secreto se simplesmente saísse falando dele por ai.

— Naruto pensa que eu sou louca por ficar com você. – me diz.

— E você é? – pergunto.

— Provavelmente. – admite. — Ele diz que Hinata tem espaço mais que suficiente no composto Hyuuga. E que mesmo que Sasuke não esteja mais aqui, o distrito de sua família está completamente deserto e gratuito para qualq-

— Ilegal, mas viável. – cedi. — Então por que ainda me atura?

Ela sorri aquele sorriso que esconde segredos, porém seu significado ainda não fora desvendado a mim. Eu acho que ela pretende que seja dessa forma. — Há um documentário sobre macacos na TV hoje à noite. – diz. — Posso assistir?

Eu olho para a TV no canto da sala de estar e sei quanto tempo passara desde a última vez que fora ligada. Um ano? Dois? — Claro. – disse com um encolher de ombros. — Se ainda funcionar.

— Você quer ver comigo ou pretende dormir mais cedo? – pergunta e consigo detectar a provocação em sua voz. — Dormir cedo todos os dias é algo não muito comum. Você dorme bastante, sabia.

Ela provavelmente estava me provocando, então dei de ombros novamente. — Eu não sei muito sobre macacos. – admito.

— Bem, então amanhã você será um verdadeiro especialista! – declara.

Mas acontece que macacos são criaturas horríveis. São raros os momentos em que se sentam, abraçam-se e acariciam-se e ficam juntos de forma agradável, mas acima de tudo, são pequenos monstros. Lutam entre si, peitam uns aos outros, comem com a boca aberta e mostram os "fundilhos" em público. No resto do tempo, só fazem sexo.

É difícil descrever exatamente quão estranho as coisas lhe parecem enquanto está sentado no sofá, que começou a cheirar nitidamente como ela, como a garota sentada ao seu lado, ambos assistindo a pequena TV do outro lado da sala, num programa falando sobre mamíferos peludos pegando um ao outro de forma bastante vigorosa. Sakura assiste com muita atenção, a parte em que o documentário fala exatamente o que se passa durante a "época de acasalamento" (como se tivéssemos alguma dúvida, para inicio de conversa), enquanto vejo com leve horror aqueles primatas gritando e se apalpando de minuto a minuto e, em seguida, à recomeçam a transar novamente. Eu olho para Sakura com o canto do olho, mas ela sequer parece detectar meu constrangimento. Isso é um alívio. Conhecendo minha sorte, ela provavelmente pensaria que eu estava começando a ficar excitado.

Meia hora de documentário, e Sakura se move para se apoiar no braço do sofá, seus pés escondem-se sobre meu quadril. E com o avançar do programa, esses pés movem-se inquietos nas meias, embora não ache que ela se dê conta do fato. Ela provavelmente está sentindo o frio.

Alguns macacos não conseguem sobreviver ao inverno, e, francamente, que tenham uma boa viagem. Contudo Sakura funga e esfrega os olhos quando os créditos passam na tela e me olha com melancolia. — Eu não gosto quando os bebês morrem. – diz. — A natureza pode ser tão cruel às vezes.

Seus pés agora estão totalmente sob minha coxa, mas somente eu pareço estar ciente disso. Pelo menos seus dedos não estão mais frios agora. — Eu posso pensar em coisas mais cruéis que isso. - digo baixinho, perguntando o que diabos está acontecendo. — Vou pra cama agora.

— Oh, ok. – ela me fita novamente com os olhos arregalados e úmidos, como se não quisesse que eu fosse embora. Eu realmente não entendo o que poderia ser tão atraente sobre minha companhia. — Eu vou ficar acordada até um pouco mais, se não se importa. Vou tentar não te acordar quando for pra cama mais tarde.

Concordo com a cabeça e desapareço em meio ao apartamento. Escovo os dentes e me troco, mas quando estou prestes a fechar a porta do quarto, paro.

Iria deixá-la aberta, tão aberta quanto eu me atrevesse a ousar, e iria para a cama, pensando mais uma vez o que diabos estou fazendo. Cochilo, mas não muito mais tarde, um movimento do lado de fora me chama atenção e abro meus olhos para fitar o corredor.

Como num flashback da noite anterior, ela está no banheiro com a porta semifechada, mas não o suficiente para bloquear minha visão do espelho. Seu colete vermelho desliza de seus ombros e ela está puxando a parte superior por cima da cabeça. Seios ávidos saltam a mostra e ela se vira em seguida, abruptamente para o outro lado. Eu me sinto um pervertido. Um voyeur. Ela tem metade da minha idade e não consigo tirar meus olhos dela.

Ela me poupa um vislumbre de sua pele, separando rapidamente a camisa de dormir. Em seguida, pega um potinho que parece ter trazido consigo hoje e começa a aplicar loção em si mesma – primeiro nos braços, e depois, pelo torso e estômago. É fascinante, porque eu sabia que as mulheres poderiam ser meticulosas sobre seus cuidados de pele e rituais de beleza, mas esta é a primeira vez que vira uma em ação. Ela não presta atenção especial a seus seios, mas vê-la acariciar-se, mesmo de forma casual, faz minha garganta apertar. Seus mamilos possuem um tom de rosa mais escuro hoje e ela está olhando para si mesma no espelho novamente.

E então de repente ela me olha.

Meus olhos fecham rapidamente, mas ela é uma ninja, não uma idiota e eu sei que provavelmente fui pego.

Mas talvez não.

Espreitei-a novamente por olhos semicerrados e agora ela não está mais olhando na minha direção – se inclina e aplica loção em suas longas pernas. E após uma ultima olhadela ao espelho, aqueles seios incrivelmente agradáveis desaparecem sob uma camisa muito larga. Sinto-me lamentando por não mais poder vê-los.

Apaga a luz e vai para a cama, mas não sem fazer uma pausa do lado de fora da porta do meu quarto e sussurrar baixinho um "Boa noite".

Quando se foi, rolei na cama e pressionei o rosto no outro lado, sobre a superfície fria do travesseiro. Estou sentindo minha excitação a caminho e me envergonho; toco a mim mesmo sobre o tecido da cueca, embora não tenha certeza se estou tentando banir a excitação ou prolongá-la.

A semi-ereção desaparece gradualmente, mas os pensamentos dela não. Eu a vejo em minha mente, espreguiçando-se provocativamente em meu sofá – os lençóis torcendo em torno de suas elegantes pernas nuas e sua camisa subindo para revelar uma barriga lisa. Ou talvez ela dormisse de bruços, dando-me uma bela visão de seu perfeito bumbum, como se implorando para ser acariciado.

Eu deslizo para fora da cama, dizendo a mim mesmo que só quero tomar um pouco de água e se acontecer de olhar e ver uma Sakura dormindo no sofá... Bem, e daí? Essa é a minha casa.

Entretanto as luzes estão acesas na sala de estar e saio do corredor apenas para encontrar uma Sakura muito acordada. Está apoiada sobre o travesseiro, os lençóis cobrindo-a, desenhando sua forma sob o tecido, e ela está lendo um livro. Meu livro. Embora, felizmente, não um das obras de Jiraiya.

— Oh. – diz, sorrindo como se estivesse feliz em me ver e envergonhada por ser pega. — Eu sinto muito. Não conseguia dormir, então pensei em ler um pouco.

Esfrego meu braço sem jeito. — Para ser honesto, estou tendo problemas pra dormir também. – digo.

— São os macacos, não é?

— Uh... Outra coisa, eu acho. – digo vagamente. — Estava vindo pegar um copo d`agua.

— Não me deixe incomodá-lo! – insiste, mas a sinto me observando intensamente enquanto busco um copo e despejo um pouco de água nele. Eu olho para ela por cima do ombro e a vejo enviar-me um sorriso mais largo. — O quê? – pergunto.

— Não consigo me acostumar em te ver sem a máscara. – diz. — Você parece tão diferente. Sinto como se fossem duas pessoas diferentes.

Isso mostra o quanto as pessoas investem em aparências. Eu dou um sorriso leve, sem saber o que fazer comigo mesmo. — Ajo de forma diferente sem ela ou algo assim?

— Um pouco, sim. – diz ela, me pegando de surpresa. — Seus sorrisos são mais comedidos, eu acho. Você se sente mais seguro quando esta usando a máscara? É por isso que a usa?

É muito tarde para estar fazendo perguntas pessoais. Tento desviar a atenção dela. — Que livro está lendo?

— A Saga de Uno Taro. – me diz, segurando o livro para que eu possa ver. — É sobre um menino que sai em busca de fortuna.

— E onde você está? – pergunto.

— Cerca de um terço do livro. – diz, franzindo o nariz. — Eu realmente não gosto do personagem principal. Ele persegue constantemente formas de conseguir um poder supremo. O que não acho ser uma atitude muito saudável para um menino tão jovem.

Sorrio e caminho ate a parte traseira do sofá. Ela está pensando em Sasuke. Posso ver claramente na maneira como franze a testa para o livro, como se fosse algo mais que um clássico da história. O herói da Vila, afinal de contas, é atacado e mutilado no capítulo de abertura e o resto do livro narra sua jornada a partir do momento que ele deixa sua terra natal em busca de um grande poder para trazer vingança sobre aqueles que o feriram, tal como sua busca em reconstruir tudo em seguida.

No final, o menino percebe que fora um desperdício sua jornada e que sua presença realmente era necessária em casa, então retorna de mãos vazias, mas infinitamente mais sábio.

— Ele aprende sua lição. – digo a ela. — Antes que sua gana o destrua.

Sakura olha para o próprio colo e fecha o livro. — Você acha que ele vai voltar algum dia? – pergunta em voz baixa.

Eu realmente não sei. Sasuke é quase tão tenaz quanto Naruto em muitos aspectos, e não me surpreenderia se realmente fizesse de sua perseguição sanguinária sua própria destruição e fim. Sua única esperança é que ele fosse forte o suficiente para enfrentar o que tanto perseguia.

Mas não tenho certeza que seja. Não sozinho de qualquer maneira, e não creio que o rapaz perceba tal antes que seja tarde demais.

— Talvez. – disse de forma ambígua. — Esqueci como a história termina.

Ela olha para mim surpresa e posso ver que está se perguntando se estamos falando sobre a mesma coisa. Eu sorrio novamente para que ela saiba que realmente estamos. É apenas que nenhum de nós realmente quer ser tão direto.

— Eu tenho que voltar pra cama. – digo a ela, após um momento de silêncio que parece se estender por muito tempo.

— É claro. – ela murmura, olhando para mim com os olhos vidrados. — Mas você não vai me dar um beijo de boa noite?

Sinto o ar congelar em meus pulmões e por um tempo tudo o que posso fazer é fitá-la, meus processos de pensamento começam a desacelerar, como se calculando algo. Ela olha pra mim como se aquilo fosse um pedido perfeitamente razoável, mas o brilho de malícia em seus olhos me faz ter certeza de que tudo o que quer é saber como irei reagir.

Eu não tenho ideia porque faço isso – talvez porque me senti desafiado e não quero parecer um covarde, ou talvez porque quero fazê-lo, porque ela é jovem, bonita e disposta. Um homem sensato riria e levaria na brincadeira e voltaria para a cama imediatamente.

Mas não creio que eu seja sensato, não tenho o vislumbre de sensatez desde os meus 13 anos.

Minhas pernas se movem sem permissão e parecem pesadas como chumbo a cada passo dado. Seu sorriso desvanece um pouco. Ela não estava esperando por isso e me olha num misto de surpresa e diversão ao inclinar a cabeça para cima, dando-lhe o rosto para mim. Eu me inclino para baixo sobre a parte de trás do sofá e pressiono meus lábios contra sua bochecha suavemente – sua pele tão macia que sinto estar beijando seda. Posso sentir seu cabelo, o cheiro de leite, arroz e jasmim, e de todo seu corpo recém-lavado, posso sentir o cheiro que acho ser seu perfume natural, algo que não pode ser encoberto por qualquer produto industrial. Seu cheiro. Sua marca. O perfume que se impõe a todos os outros. O cheiro de sua feminilidade; fértil, jovem e doce.

Eu me inclino de volta lentamente e ela vira o rosto em minha direção. As pontas de nossos narizes quase se tocam e nossos lábios praticamente roçam, estavam muito perto. Será que ela queria que eu a beijasse também? Por que iria querer que eu a beijasse?

Recompus-me completamente e seu sorriso agora é como o de uma raposa que acabara de engolir um coelho. Mas talvez, isso soasse predatório e calculista demais? Ela não é assim. Ela esta apenas triunfante, todavia seu sorriso irradiava graça, como se tivéssemos ambos a ganhar algo de bom. Talvez eu seja a raposa e aquele sorriso em seus lábios fosse o de uma viúva negra que acabara de conquistá-lo?

Esta garota é muito mais madura que alguém de apenas 16 anos.

— Boa noite, então. – ela diz baixinho.

Então, lembro-me de onde eu estou e onde deveria estar. — Boa noite. – repito e desapareço pelo apartamento, partindo para o meu quarto.

. . .

Parte Um de Quatro terminada.

. . .


N/T:

Certo.

Certoooo.

Certooooooo.

Eu estava pra postar essa fanfic ha milhares de anos! (silvershine bem o sabe, ela me autorizou o trabalho em 2010 - tipo, tem quase 3 anos isso! *Bate na hime*)

.

Bem, eu queria saber somente uma coisa: O QUE VOCES ACHARAM?

Tipooooo, sentiram a tensao sexual entre esses dois ne. Tao intensa que chega a ser palpável!

..

Hmmmm, hoje eu quis fazer esse mini-combo kaksaku pra deixar as senhoritas bastante satisfeitas ;D

"Ninfa" sera postada em 4 partes de aproximadamente 5 mil palavras cada.

E eu to que to de curiosidade pra saber suas opinioes. (depois de the window, acho que essa e uma das melhores da silveshine. Hmmmm, tudo bem, tem outras otimas tambem, mas com certeza essa e muitoooo maneira. Eu to feliz de estar -finalmente- trazendo-a pra gente ;D)

..

Ok, personinhas, digam pra hime o que acharam ;D

deixo bjitos pra todas,

Ate loguinho :D

...


Ps:

- Eu consegui colocar quase todos os contatos em dia :) - arigatou por eles!

- Depois dos feedback em "Feeling You", resolvi tentar (mesmo mesmo mesmo), postar mais um cpt ainda em Dezembro. (Nao dou certeza, mas realmente vou tentar, ok ;D)

- Espero que as minas fofas tenham curtido o presente. Eu fiquei de da-lo ha muito tempo. So nao havia tido tempo de faze-lo anteriormente...

- Ne, meninas, eu to "sem acentos" aqui no note. Entao, muitas coisas podem estar "fora do lugar". Gomen.