Epílogo

Dean chegou e entrou sem fazer barulho, pensou que Castiel estivesse dormindo, porque era algo que o anjo fazia agora. Dean não sabia o porquê, mas gostava de vê-lo assim.

Era... Perfeito. Os olhos fechados, o corpo largado, a boca entreaberta, o cabelo espetados para todas as direções. Mas Castiel não estava deitado quando entrou.

Pelo contrário.

O anjo estava sentado na cama, os olhos fixados na televisão desligada. Os primeiros botões da camisa abertos e a gravata afrouxada, estava sem sapatos, apenas de meia, o cabelo desalinhado e a face corada, embora não tivesse nenhuma reação.

_Cas? – chamou achando esquisito ele estar daquele jeito.

O anjo virou o rosto na direção do caçador.

_Não podemos mais ser amigos, Dean. – foi a única coisa que disse.

Dean arregalou os olhos, finalmente notando todos aqueles papeis na cama, ao lado do anjo.

_Cas... – sua voz morreu.

Ele tinha lido! Todas as cartas que escrevera, Castiel tinha lido! Ele tinha descoberto seus sentimentos, tinha descoberto que eles não tinham nada de fraternos. Soube desde o começo que aquilo era uma loucura, mas agora era tarde demais, se arrependeu amargamente de não tê-las jogado fora.

_Dean... Não podemos mais ser amigos. – repetiu e então apareceu a milímetros de seu rosto. – Temos sentimentos que não correspondem a esse rótulo.

_Me desculpe, Cas... – e seus olhos encheram-se de lágrimas. – Eu não...

Então sentiu os lábios do anjo se fecharem nos seus, movendo-se devagar. Era correspondido, por isso não podiam mais ser amigos.

_Cas... – disse ofegante, os olhos semicerrados enquanto tentava se manter focado, o que era meio difícil pela boca de Castiel estar praticamente roçando na sua, o deixando ensandecido.

_Nosso laço é profundo demais, não corresponde ao sentimento de amizade, Dean, eu ainda o considero como amigo, mas não é apenas assim que eu te quero. – disse envolvendo o quadril do caçador com seus braços. – Eu te amo, como um homem ama outro homem.

Dean sorriu mordendo os lábios, achando engraçado o modo como Castiel disse aquilo, foi a primeira vez que viu o anjo corar.

_É, eu sei. – disse sorrindo. – Eu também te amo, Cas. – e voltou a beijá-lo, agradecendo internamente por Sam não voltar ao motel aquela noite.


N/a: Obrigada a todos que acompanharam a fic, os review's foram lindos, obrigado por todos os incentivos e elogios, foi um prazer escrever para vocês =)