No capitulo anterior:

Era só que...

– Pssst! Ei, Hina!- chamou uma menina de sua turma - porque que o Sasuke tá tão bravo? Aconteceu alguma coisa entre vocês?

Quando se virou para ver do que a garota falava, avistou o Uchiha, plantado em uma parede próximo a entrada do ginásio feito uma ilha, assustando os outros alunos ao ponto deles o rodearem a um raio de pelo menos três metros.

Estava com aquela postura apática que o tornara tão conhecido desde mais novo.

E apesar de toda a aura...

– Ele não está bravo.

– Ah, não...?

E a Hyuuga nega calmamente com a cabeça. Pegou-se perguntando porque motivo ele parecia tão... magoado.

Ooo

As horas e horas que sua irmã estava gastando participando da turma de Marketing ao invés de acompanhá-la ao tradicional "caça aos descontos" antes de festas, teriam que compensar. Naquela mesma tarde, enquanto Sakura tratava de pintar e pendurar, bagunçar e enlouquecer os colegas como tinha certeza que faria, a meio-irmã-gêmea loira (natural) tratava de se afundar em brechós. Onde quer que um velhinho caridoso houvesse falecido e deixado os bens para vender aos menos afortunados, lá estaria a Yamanaka, barganhando e pechinchando como se o preço baixo lhe fosse inalcançável. Ao entrar na pequena loja já meio lotada de gente sem ter o que fazer, Ino percebera, não... Ino soubera, que aquele baile seria épico. Fuxicando fundo um baú velho com cheiro de naftalina, afastando as roupas amarrotadas ali com as longas unhas feitas feito toupeira em terra, a loira encontrou um tesouro: o único item que faltava para seu outfit ficar completo.

– Uuuuuh...! – soltara sem querer (nunca é bom mostrar interesse demais no que se quer pechinchar) enquanto erguia em suas mãos o velho corpete prata, ainda com gliter o bastante para grudar em seus dedos. Era tanto brilho que se movesse para o ângulo errado na luz ela cegaria um piloto e causaria um desastre aéreo. Estava com um cheiro esquisito e as alças desgastadas pelo peso de airbags que sustentara nas eras passadas. – Lindo...

Um pouco de spray fixador de cabelo, umas costuradas aqui e talvez um serrote para detalhes e estaria perfeito!

– Gostou dessa peça?

– Ah, sim, quanto custa?

– Posso fazer por trezentos, só pra você. Essa era uma relíquia, uma das favoritas da minha bisavó...

Viu? É nisso que dá mostrar interesse demais antes da hora.

Ino sorriu com tamanha doçura que era como se imaginasse, saudosa, a boa velhinha desfilando por aí com o corpete ainda novo, gliter o suficiente para substituir o Sol em caso de emergência, e disse:

– Querida, eu não pagaria trezentos nem para descobrir porque sua bisavó tem um desses, nem pra ver se ainda serve nela... - e continua, o cálido cada vez mais meigo. - mas posso apostar que sua bisavó provavelmente pagaria isso para não espalharem que esse coisa era dela. Então... quanto custa?

– Cem.

– Pago trinta.

– O quê?! Não! Setenta...

– Pago trinta.

– Menina, não posso vender nada aqui por menos de quarenta, senão eu saio no prejuízo...!

Agora ela pegara Ino onde doía. A loira estava com dificuldades, mas jamais, repetindo, jamais tornaria as coisas mais difíceis para os outros por causa disso...

– Ok, quarenta e um, então! Tchau, tchau! - deu o dinheiro nas mãos da mulher, pondo o item na bolsa – Foi bom fazer negócio com você! - e se desapareceu do local sem deixar outros vestígios além de pó prateado ainda pairando exatamente onde estivera segundos antes.

Chegou em casa, separou a roupa pra montar o look, lavou, costurou, serrou, errou, chorou, se motivou, errou, chorou, se irritou, tentou, conseguiu e bam! Tinha o visual perfeito para o baile~!

Parou um segundinho pra ver as horas.

E bam! Estava atrasada~!

A Yamanaka tratou de tomar um banho rápido com a mais pura intenção de deixar água quente para a irmã. Falhou, de novo, mas a intenção continuava imaculada. Se vestiu e, finalmente, a loira se deixou olhar no espelho.

"Woooow..." fora tudo o que conseguira pensar. Choraria de novo se tivesse tempo, mas não era o caso.

Por um momento pensara até em levar as peças de sua irmã que faziam par com as dela, mas decidiu que deixaria isso com Sakura. A Haruno não era o melhor ser humano para se ficar oferecendo palpites assim que chega do trabalho. Pegou a bolsinha de mão dourada com os documentos e partiu para a universidade.

Para sua alegria, a decoração ficara fantástica! E, o mais importante: ficara simples e com espaço de quadra de sobra para a pista de dança.

Pista essa na qual a loira se acabava naquele exato instante. Ela não podia ver, mas com certeza sentia os olhares dos outros alunos sobre si. Havia feito trancinhas no lado direito de sua cabeça, puxando a longa franja que ficava ali para o outro lado. Tennis sniker brancos e uma bela saruel preta faziam par com a blusa branca simples de mangas curtas e capuz largo. Por cima de tudo, brilhando orgulhosamente à luz local o corpete prateado. Ela retirara a maior parte dos penduricalhos, deixando-o o mais simples possível, chamando a atenção tão somete para o brilho. As alças que pretendia remover lhe deram um trabalho. Não conseguira se desfazer delas, mas, com muito suor, lágrimas, o restante de criatividade e o tal serrote, os desfiou, trançando-os e amarrando trás do pescoço feito um biquíni, dando um toque seu à peça e, de brinde, conseguindo um pouco mais de liberdade para seus movimentos, já que não precisaria ficar puxando o item para cima a cada cinco segundos.

Os que reconheciam o outfit sorriam... e os que não, bom... passariam a conhecer agora.

Ino foi dançando até o DJ contratado especialmente para a ocasião (a.k.a.: um dos alunos que tivera a dívida da cantina quitada paa aceitar o serviço) e lhe pediu o que queria.

Poucos segundos depois o volume do som diminui e dá lugar para o anúncio de Chouji, o DJ:

– Agora um pedido especial da nossa loira favorita da turma de T.I.!

Boa - Energetic

Olhos azuis feito o céu ardiam em furiosa antecipação. Ela era Ino, a Loira Doida, A Javali da Montanha, a Porquinha... Mas naquela noite, naquela hora, com aquelas roupas e com a música tocando não se sentia como nada disso, mas mais... Naquela noite Ino sentia-se mais do que tudo o que costumava ser... ela sentia-se como a própria BoA.

Lentamente... instintivamente os alunos abriam um espaço por onde Ino passava.

Todos... menos uma.

– Porca...

– Japa...

Naruto dera um passo à frente pretendendo dar suporte. A Hyuuga o barrou. Aquilo era só entre elas. O Uzumaki parou... sorriu... e abriu espaço para as garotas.

Primeiro Ino. E os passos eram impecáveis, atraindo os outros alunos, fazendo-os se mexer, e tentar acompanhá-la mesmo que não pudessem entrar na briga. Hinata aguardou a deixa que receberia. Verdadeiros duelistas sempre dão uma deixa. Quem confia nos próprios movimentos não impede o oponente de tentar a sorte. A Hyuuga arriscou os passos próprios e mesclou-os com os do clipe. Algo energético como a própria música, inevitável, porque a morena continuava com os pulinhos característicos. Era como observar uma menininha de dez anos dando tudo de si para os primeiros passos de dança avançados aos quais fora introduzida. Engraçadinho e adorável, ainda que amador. Mas sabe o que mais? Ficou muito bom. Talvez por ser criativa, talvez por ser fofa o suficiente para transformar o que para outros seria erro em estilo próprio, não importava.

Para a loira, a japa era sim uma oponente potencial. E com muito potencial.

Sentado em uma das poucas mesas disponibilizadas para o evento, a roda que se formara na quadra chamara a atenção de um par de olhos claros em negra moldura.

Algo interessante parecia finalmente acontecer ali naquela cidade...

– Onde vai... hic?! – pergunta o irmão, já com bochechas avermelhadas. Duas batidas de morango e o rapaz já parecia membro dos Alcoólatras Anônimos.

Sem se virar para o mais velho, o outro acena, se despedindo. O cabelo vermelho fogo brilhando feito neon de carros de corrida na iluminação local.

– Dançar. – foi a resposta. E desapareceu no meio dos outros alunos.

Quando novamente recebera a deixa da japa, Ino não conseguiu evitar imitar os passos dela. Não como cópia, mas como desafio. Não queriam mais saber quem dançava melhor BoA, mas quem melhor aprendia e executava os passos uma da outra. No minuto final já não havia mais distinção entre os passos de uma, de outra, ou da profissional, nem um único aluno sem dançar junto, seguindo os movimentos criados pelas duas ao longo do duelo. Entre as pessoas comuns já não se sabia quem guiava e quem seguia, Hinata ou Ino, e entre os que se consideravam dançarinos dizia-se que quem guiava era a mais experiente... Mas somente os olhos treinados perceberiam que era preciso muita prática para se aprender e executar movimentos quase instantaneamente.

E o ruivo viu que a garota loira certamente dançava há muito mais tempo que qualquer um ali.

ooo

Algumas horas antes, nas docas de Konoha...

– Sakuraaaaa...! PAAARA DE VAGABUNDIAR E VÁ PARA AQUELE BAILE SE DIVERTIR COMO OS JOVENS NORMAIS! ONDE SE VIU?! UMA JOVEM DA SUA IDADE... AQUI... TRABALHANDO! COMO PODE?! VAI LOGO PARA AQUELE BAILEEE!

Eram 15:00 da tarde e Sakura havia acabado de bater o ponto de entrada quando Ibiki lhe gritara essas mesmas palavras. Parada. Estática. Ela fica encarando o chefe.

– Agora...? Sério...? - ergue os ombros, inconformada. - não podia ter mandado uma mensagem, ou algo assim? Um recado no face...

– Menina, você não tem conta no facebook. - e depois de pensar um pouco - e nem computador, se não me engano.

– Não vem ao caso! Você tinha que esperar eu chegar... bater o ponto... pra me mandar sair e me divertir?!

– E o que esperava? Um memorando? Você nunca tem crédito pra responder mensagem, nunca atende e não tem facebook... Eu sou ocupado, não tenho tempo pra avisar "com antecedência".

Mal terminara de ouvir, a Haruno bate o ponto de saída e se vira para correr e embarcar no ônibus 076 com um rápido "Diz pra Moegi que eu mandei um 'Oi'!"enquanto ainda ouve os histéricos berros de Ikibiki dizendo:

– VÊ SE TOMA JÁ VERGONHA NESSA CARA E FAÇA UM FACEBOOK! NA MINHA ÉPOCA OS JOVENS ERAM MAIS CONECTADOS...!

– NA SUA ÉPOCA, CONEXÃO ERA UM BARBANTE COM UM COPINHO EM CADA PONTA!

E a ruiva pulava para dentro do ônibus antes que um facão perdido a acertasse.

A jovem não viu... mas enquanto corria para chegar ao ponto, o velho chefe careca e meio desconfigurado lhe lança um breve mas profundo olhar de preocupação.

– Nunca vi jovem mais reservado... - entre rugas de preocupação e cicatrizes... um sorriso.

Ah... E agora?

15:07 marcava seu celular. O Baile começaria às 19:00.

O que fazer pra matar o tempo?

...

– MOTORISTA! SIGA AQUELE CARRINHO DE YAKISSOBA!

E o motorista foi.

ooo

Andava inocentemente pela rua. O alto homem, trajando um fino terno grafite, com pinta de empresário de meia idade de frente e empresário da terceira idade de costas (graças ao sutil cabelo prateado) toma outro gole de seu café, ameaça o copo, joga-o no lixo e coloca a máscara de esquiador para assaltar o banco.

Sacou a arma e em segundos, rendeu os funcionários.

– Ah, outro lindo dia no KageBanks...

Bom... isso até seu celular tocar e causar o maior alvoroço.

– Ah... um segundinho, sim? - e atende o aparelho, segurando-o entre o ombro e a orelha enquanto limpava a mira da arma, ainda engatilhada e apontada para o gerente. - Alô?

"Sou eu." a ligação estava ruim e a voz era sinistra. Sinistramente fofa "Não sei onde você está... Não sei com quem está... Mas você vai me achar e vai trazer algo pra eu vestir, comer e dinheiro para a fiança."

E desligou.

O homem fechou o celular... guardou-o... abaixou a arma e tirou a máscara, revelando um constrangido par de olhos violeta.

– Bom, isso é meio estranho, mas... Será que podemos fingir que nada aconteceu, me liberar e tentarmos de novo outro dia?

Os funcionários e clientes se entreolharam, confusos. Depois concordaram.

– Legal, gente, vocês são demais! - largou o que carregava ali mesmo e saiu, ainda acenando e mandando beijos - Amo vocês! Já to indo! Tchau, tchau!

ooo

De todos os humanos... de todas as mulheres... dentre todas com cabelo rosa... por que ela?!

– Oi, vim buscar Sakura Haruno e.. - urgh, detestava aquele tipo de favor - pagar a fiança dela... - de-tes-ta-va. - de novo.

O já naturalmente apático policial girou os olhos resmungando como se fosse culpa dele (o gentil sujeito que ainda se prestava a pagar as fianças da ruiva) a perseguir uma carrocinha de Yakissoba de ônibus e não a garota... ou pelo menos o motorista.

Mas relevou pagou a fiança e seguiu o sujeito até o outro lado da delegacia. Agora tinha coisas mais urgentes a tratar.

Antes mesmo de deixar o sujeito abrir a cela...

– Quem você pensa que é, mulher, pra me ligar no meio do meu trabalho achando que...?!

– HIDAAAAN! - e os lindos bracinhos dela se esticavam para alcançá-lo, abraçando-o ainda meio desengonçada entre as grades - você veio~!. - e depois de uma rápida espiada. - e tá de terno~!

– Nhooooo~ - o policial, o delegado e o motorista atentado o olharam reprovadoramente. Hidan limpou a garganta e fechou a cara. - Digo... Hummph!

Mas não enganava a ninguém. Mesmo depois de tanto tempo... sua Ex continuava tendo-o na palma da mão.

E falando em mão...

Hidan estende o pacote com as roupas que trouxera consigo e um olhar urgente. Já estava escuro quando passara em casa para buscá-las e temia estarem muito em cima da hora.

– Abriu um concurso de dança de rua lá no bairro atrás da sua faculdade! Prêmio é em dinheiro. Começa às oito, se vocês correrem dá tempo de competir!

– Prêmio... em dinheiro...?! - e um brilho muito sonhador se apoderou da ruiva.

– Eu trouxe roupas que estavam comigo. Pra você e pra I-... - e só então percebeu que a outra não estava lá quando recebeu um breve e feliz aceno do motorista de ônibus. Quando atendera à ligação tivera tanta certeza que a cúmplice de sempre estava junto que não hesitara em separar um look pra loira. - Cadê a Ino?

– Ah, meu Deus... o Baile!

ooo

Estava cansado de esperar e também já não tinha mais ânimo para festa. Ok, nunca tivera... fato. Mas naquela noite era como se estivesse vivenciando o exato oposto da "empolgação epifânica" com a qual acordara de madrugada. Era bobeira, pura bobeira... podia arranjar outra com um estalar de dedos.. podia arranjar alguém que estalasse os dedos por ele para arranjar outra...

...só que aquele poder todo nunca o interessara.

A pior parte... era saber que estava triste por pouca coisa e não conseguir de modo algum, evitar sentir isso. Se soubesse que gostar de alguém podia ser tão pesaroso... o Uchiha teria se contentado com seu namoro com a Hyuuga sem mais reclamações.

Comeria alguma coisa e iria embora. A noite já havia acabado pra ele e acabara antes de começar.

Passou com facilidade pelos colegas dançantes (que continuavam a abrir caminho por onde ele passasse, pelo menos) e pegou um copo de ponche na mais nobre e digna intenção de afogar as mágoas e morango e baixo teor alcoólico.

E parecia que não fora primeiro a ter aquela ideia...

– O que eu queriiia sssa-ber... hic! - balbuciava o grandalhão transferido de Suna para um ruivo capotado na mesa, ao lado dele. - é quem é.. hic! Quem ssssão... as Hic–pink! Não, diiigo, as Pig-Hic!

Perto deles, Rock Lee fazia a mesma cara de "O que é isso...?" que o Uchiha.

Céus...

– Quantas batidas ele tomou? - perguntou ao Rock. Não era de se importar, mas... não era uma cena para se ver todo dia.

– Duas. A que está cheia na mão dele é a segunda.

E o tal Kankurou dava tapinhas nas costas do ruivo capotado ao lado dele na mesa, provavelmente tão ou mais embriagado que o maior, se e que isso era possível...

– Num é, Gaa-ra, hic! Foi pra i-isssso... que viemos!

Havia algo de importante no que falava. Escondido e espalhado em meio ao ridículo da cena, mas certamente, algo que Sasuke deveria dar atenção. Só não entendia o quê.

...

– Ei, Naruto... - chamava o Inuzuka enquanto o loiro parecia ainda não ter saído do efeito "BoA" gerado pelo duelo das garotas. Shikamaru estava junto, finalmente levantara da mesa na qual cochilava. - Quem é o nanico ruivo dançando com a Ino?

– Hã? - e se vira para olhar.

Antes que tivesse a chance de descrever o sujeito, a música diminui e as luzes oscilam. Os alunos reclamam da interrupção e, segundos depois, fumaça de gelo-seco cerca a arquibancada do ginásio. efeitos sonoros começaram a tocar. As reclamações se transformam em gritos de empolgação. Ino e Hinata se encararam confusas enquanto Kiba e Shikamaru apostavam consigo se aquilo era coisa do Âncora Anônimo. Foi então que, de trás da fumaça, surgem quatro esbeltas silhuetas fazendo pose. Sasuke voltou a atenção para a bebida com mínimo teor alcoólico e bufou.

A festa acabara para os Yotes...

Mas só começara para a turma de Dança da UniKo... cujas quatro melhores alunas formavam o já conhecido grupo... das Hime.

2ne1 - Clap your Hands

Blusas e calças pretas sobrepostos por jaquetas militares com largos capuzes. Caretas em momentos aleatórios e sorrisos sendo lançados a cada fim de frase.

Então haviam escolhido 2ne1 para aquele ano... Era de se esperar que dançassem coisas como "I Am The Best" ou "Hate You" , mas parecia que a líder optara por um estilo mais... simpático. Tsk, O Uchiha sentia náuseas só de lembrar da rixa que tinham todo santo ano para divulgar o que pretendiam apresentar para os desafios do Bee. No ano anterior o tema fora Retrô e no Baile passado (para o qual também haviam falhado em se inscreverem), o grupo todo usara roupas antigas, pretas, brancas e cinzas, além de pintarem os rostos para completar o efeito de filme P&B. Fizeram uma apresentação de sapateado misturado com Techno e luzes. Nenhum conceito tão original, as os passos foram impecáveis.

Tudo com elas era muito agressivo, muito rápido e intenso, mas cativava quase instantaneamente. Agora, com passos mais leves e simples, mais imitáveis, Fuun provavelmente pretendia conquistar pelo carisma.

Só podia ser isso, porque nem de longe aquela era a complexidade máxima delas. Não enquanto fosse Fuun a treiná-las.

Olhou novamente para as quatro dançando e os alunos acompanhando, batendo palmas como um só grande grupo de dança feliz.

Hm.

Já estava alimentado. E agora irritado. Sasuke se levantou e tratou de fazer seu caminho rumo a saída quando tromba com ele, feito um rinoceronte rosa, a conhecida figura.

– Sakura ...- e a tal figura começou a se despir no meio da quadra - O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO?!

Não devia ter gritado... agora a maioria dos alunos os encarava.

– Cadê a Ino?! - pergunta a doida.

Pouca gente dava atenção para as meninas dançando na arquibancada, o importante agora era saber porquê havia uma pseudo-ruiva se despindo no meio da festa. Por sorte (ou bom senso), a Haruno estava de legging e regata básica por baixo do uniforme feio e cheirando a peixe. Sem perder tempo ela vestia as peças que tirava de uma sacola de papel enquanto perguntava por Ino.

– Sakura...! - a loira chegou seguida do ruivo que vinha dançando com ela. Sério, quem era aquele baixinho? - Porque tá se trocando agora?

– Não dá tempo de explicar. - legging preta. Shorts jeans. Blusão vermelho escuro e capuz. Um grande capuz. A ruiva entrega a sacola para a irmã - Veste isso e me segue, só temos quatro minutos.

– Tá, mas vou vestir no banheiro, nem todo mundo tem mania de vestir legging e top por baixo de toda santa roupa que usa! - e correu para o toilet, sem nem um pingo de dúvida quanto o que sua irmã queria nem para onde iriam.

As pessoas paravam de dançar e perguntavam o que estava havendo.

Pouco depois, Ino saiu do banheiro e foi com a irmã até a saída. Sasuke as seguiu. Hinata e Naruto se encararam e foram atrás de Sasuke. Os Yotes os seguiram. Pouco a pouco, metade dos alunos saía e começava a procurar onde é que seria essa outra festa.

Na arquibancada, das quatro integrantes dançando, apenas Fuun foi até o fim. Ela sempre ia até o fim, ainda que ninguém mais visse. E ninguém viu. Estavam todos se perguntando o que as gêmeas aprontaria a seguir.. Quando acabou de dançar, se abaixou, agradeceu e se retirou. Passos calmos e compenetrados contrastavam com a intensa fúria que queimava os olhos azuis.

Ninguém... tomava a atenção dela.

– Mas o que é isso?! - pergunta a recém chegada ao baile, desviando das pessoas que procuravam outro lugar pra ir.
– Acabei de chegar e só encontro o Kank bêbado e meio mundo batendo em retirada!

À sua frente, seu irmão estava capotado e já babando na mesa ao lado de um cara que nunca vira (também desacordado). O outro parecia não ter sequer reconhecido sua presença, porque continuava olhando para a saída fixamente.

– GAARA! - e agora ele finalmente a notara de pé ali.

O infeliz a viu... sorriu... e saiu correndo, atrás do que quer que tenha dispersado os alunos, deixando-a só com o irmão "embriagado", um estranho e um mal pressentimento.

Qualquer expressão facial vinda dele era rara, mas um sorriso era mais. E aquele sorriso... lhe dera calafrios.