AVISOS:

Harry Potter, seus cenários e seus personagens não me pertencem, infelizmente, ok? São todas da Jk, que devia estar escrevendo mais agora mesmo!

Apesar de muitas pessoas não gostarem quando fazem isso nas Fanfics, haverá sim mudanças que são essenciais para a história original ok? Tipo algumas mortes ou algo assim, nada absurdo, mas ainda sim. E existe um quinto maroto.

Qualquer erro de continuação, mil perdões ok? Eu vou tentar ao máximo não cometer nenhum. Erros com a época em que a fic ocorre vão estar em TODOS os lugares, eu tenho certeza, mas também são perdoáveis né?

Eu já escrevia essa fic antes, mas em outro perfil, como a VittyWeasley. Como está escrito nesse meu perfil e no antigo eu resolvi fazer uma versão 2.0 da Guerra. A essência é a mesma, mas devo dizer que está mais legal, mais bem escrita e mais bem planejada do que antes. E temos muuuuitas coisas novas acontecendo. Esta classificado como M porque sim, teremos algumas cenas para maiores, mas sem exageros ok? Faz parte da trama e NÃO é o objetivo da minha historia ok?

Essa fic foi inspirada na fic Damas Grifinórias escrita pela linda madame Isadora Baggio ok? A história das damas acabou, infelizmente, mas eu recomendo MUITO!

Todos os capítulos tem como título uma música que ou a letra tem haver com o capítulo ou o nome tem haver ok?

Eu espero que vocês gostem porque aí está:

A GUERRA DAS REALEZAS: O jogo começou, os dados rolaram, você se atreve?

Somewhere weakness is our strength, and I'll die searching for it.

Can't let myself regret, such selfishness my pain and oh the trouble caused no matter how long.

I believe that there's hope buried beneath it all and hiding beneath it all and growing beneath it all. – Let the flames Begin, Paramore.

Capítulo 1: Let The Flames Begin

Lílian se segurou para não tossir, ao ser engolfada pela fumaça desagradável do cigarro barato que seu acompanhante fumava. Enquanto a música da festa se afastava a cada passo que dava, ela se concentrou em pisar apenas nas lajotas espalhadas pelo jardim, para que seus saltos não prendessem na grama e tentou ignorar as obscenidades regadas a álcool que Leetwood cochichava em seu ouvido. Isso porque ainda tinha que sorrir para ele e fingir que o idolatrava.

Ele e o irmão mais novo deviam estar na casa dos 40, ambos de cabelo escuro com pontos brancos e olhos castanhos – mas Harold, o insuportável que a acompanhava, tinha uma grande cicatriz no pescoço. Lily havia perguntado a ele a causa, enquanto ainda estavam no bar e ela fingia estar genuinamente interessada nele, e Harold contou que havia se metido em um acidente infeliz com um cachorro de rua. Lily sabia bem que isso estava longe da verdade, já que Harold e seu irmão metiam-se em brigas com coisas bem piores do que cachorros.

Giovanna ria, piscando os olhos azuis quase turquesas exageradamente, alguns passos a frente de Lily, enquanto desviava das mãos ávidas do outro homem, que mal conseguia ficar em pé. Ela puxou os cabelos louros escuros para o outro lado do pescoço, quando seu par passou o braço por seus ombros. Lily riu. Se bem conhecia Giovanna, ela estava tentando poupar o cabelo do cheiro grotesco que seu vestido já havia adquirido. Quando se afastaram o suficiente da festa, Giovanna começou a puxar Thomas pela gravata, em direção a orla da floresta que cercava grande parte da propriedade.

Lily tirou os sapatos e começou a fazer o mesmo com Harold. Os Leetwood seguiram os passos das duas com alguma dificuldade, até chegarem a uma clareira. Lily viu quando Giovanna Morsen teve que jogar o orgulho de lado e beijou o pescoço de Thomas antes de puxá-lo para trás de uma árvore, fora do campo de visão de Lílian. Lily sentiu, mesmo que contra a sua vontade, um medo inconsciente. Ela agora estava sozinha, e sabia que por mais que Harold fosse menos ágil que ela, em seu atual estado de embriaguez, e ela não fosse nenhuma novata em magia, ele poderia ganhar dela facilmente. Lily rezou silenciosamente por um segundo, antes de sentir as mãos nodosas de Harold em sua cintura.

-Ruivinha... – Balbuciou Harold, e Lily teve que se segurar para não passar mal. – Meu carro está estacionado lá na festa, pertinho do lago... – Ele puxou a cintura de Lily, puxando um pouco do tecido do vestido para cima. – Nós podíamos pegar mais algumas bebidas e ir para o meu hotel...

Quando ela sentiu os cabelos prendendo nos galhos a sua volta, percebeu que seu timing tinha sido perfeito, pois um segundo a mais na clareira e ele a teria jogado em um arbusto. Ela retirou a varinha presa entre sua pele e a meia-calça e apontou para o peito de Harold, antes que ele pudesse perceber a presença do perigo e tirar o sorriso do rosto.

-Estupefaça.

O corpo do homem bateu no tronco à suas costas e foi ao chão. Lily viu o rápido clarão vermelho do outro lado da clareira e ficou aliviada ao saber que Giovanna tinha conseguido também. Ela voltou a respirar direito, agradecendo pelo plano de Vittoria ter funcionado. Toda vez que a amiga colocava uma missão à sua frente, seu estomago revirava com todas as possibilidades de fracasso que estavam inclusas, mas sabia muito bem que não estava no caminho profissional mais fácil, e que se fosse se tornar uma Auror, enfrentaria coisas bem piores do que dois irmãos bêbados e teria que aprender a aceitar esse fato. Rápido, de preferência.

Assim que ela se ajoelhou ao lado do corpo para virá-lo de barriga para cima, dois estampidos ecoaram pela clareira, e fizeram Lily estreitar o aperto em volta de sua varinha, ajoelhada em cima de pedras, terra e galhos, pronta para arriscar tudo, pela segunda vez naquela noite.

Ela se movimentou o mais cuidadosamente possível para não fazer barulho algum, enquanto tomava uma posição razoável para ver quem tinha aparatado na clareira. Havia duas garotas paradas há alguns metros, e Lílian ficou aliviada ao identificá-las como Louise Handel e Letticia Sinel.

Lily puxou Harold de trás das árvores, sinalizando para Louise ajudá-la com o peso. Louise tinha cabelos encaracolados tão pretos quanto o céu acima delas e olhos castanho-esverdeados tão brilhantes quanto as estrelas, e veio saltitando em sua direção com um sorriso sapeca no rosto. Ela nunca ia ter o problema de nervos com o qual Lily tinha que conviver toda vez que saíam para concluir alguma tarefa.

-Você está bem? – Perguntou ela preocupada, puxando Harold sozinha para o centro da clareira, já que era a mais forte, mesmo sendo a mais baixa, enquanto Letticia e Giovanna, juntas, se esforçavam para fazer o mesmo com Thomas. – Vocês demoraram!

-Não sei se você sabe, Louise, mas os homens tendem a perder o pouco do senso de equilíbrio que resta quando bebem. – Lily retrucou com um sorriso.

Letticia rolou os olhos verde-musgo para ela e entregou um rolo de corda. Giovanna gostava de brincar que Letticia era a gêmea do mal de Lílian, pois o que era claro em Lily, era escuro em Letticia. Lily tinha cabelos ruivos vibrantes e Letticia cabelos castanho-avermelhados muito compridos e ondulados. Os olhos de Lily eram como duas esmeraldas e os de Letticia como uma floresta à noite, e a pele de porcelana de Lily entrava em um contraste absurdo com a bronzeada de Letticia.

-Vittoria está esperando perto do carro deles. Louise, ajude Lily. Giovanna, você vigia a orla por onde entraram. – Giovanna levantou e saiu andando, com os sapatos de salto na mão, parecendo estranhamente deslocada andando de vestido por cima da terra.

-Obliviate. – Letticia apontou a varinha para os dois irmãos e tornou a festa um borrão completo na mente de Harold e Thomas. Ela se abaixou e subiu a manga de Thomas: Uma caveira de boca escancarada, de onde uma cobra deslizava para fora, estava tatuada em preto em seu antebraço esquerdo. – É, isso vai bastar para terem o destino certo ao chegarem ao Ministério.

-Como é que eles se intitulam mesmo? – Perguntou Louise, apertando o nó.

-Comensais da Morte. – Lily resmungou. – Um bando de babacas.

Lily, Louise e Letticia chamaram Giovanna de volta e arrastaram os dois irmãos pela floresta, até o estacionamento da festa. Claro que o carro era mero disfarce para que se passassem por trouxas, mas se outros Comensais soubessem do veículo e o achassem ali abandonado, podiam ligar alguns pontos que nenhuma delas gostaria que ligassem.

Vittoria esperava com os documentos do carro na mão, absorta com tanta informação inútil. Sua pele café-com-leite se destacava até perto de Letticia, e seus cabelos castanhos muito escuros ficavam pretos na noite. A varinha de Louise iluminou os olhos castanhos mesclados quando as quatro se aproximaram, logo antes de Vittoria agarrar a corda que segurava os irmãos e girar, desaparecendo.

Lily pegou a maior pedra que pode achar e ligou o carro, colocando-a estrategicamente posicionada sobre o acelerador. Quando o veículo começou a afundar, as quatro já tinham aparatado dali.

xXx

Vittoria parou em uma ruela vazia, que cheirava a lixo. Harold Leetwood resmungou um pouco, como se fosse acordar, mas ela o fez dormir novamente, com um aceno da varinha e os arrastou para a cabine telefônica vermelha, para então fechar a porta, com certo esforço. Londres estava quieta e fria naquela noite, e não havia ninguém passando pela rua além de uma cachorro.

Ela discou 62442 e uma voz macia ecoou pela cabine.

-Bem vindo ao Ministério da Magia. Por favor, informe seu nome e sua posição.

-Vittoria Alessandra Foncan, aqui como integrante júnior do Quartel General de Aurores, sob ordens expressas de Alastor Moody. Missão primaria número 4037, esquadrão 66.

-Obrigada.

O piso cedeu embaixo de seus pés e, pouco a pouco, o enorme Átrio surgiu totalmente iluminado. A fonte dos irmãos mágicos jorrava água, e a luz refletia na superfície dourada das estátuas para todos os lados

-O Ministério da Magia lhe deseja uma ótima noite.

Quando o elevador parou, ela arrastou os dois corpos para fora. O guarda se apressou a ajudá-la a arrastá-los para perto de sua mesa.

-Bom te ver, Srta. Foncan. – O guarda sorriu debilmente para ela, enquanto registrava sua varinha e examinava os dois homens.

-Boa noite, Winder. – Ela respondeu. – Tenho que esperar por alguém aqui para pegá-los ou terei que levá-los eu mesma?

-O Sr. Moody a espera no nível dois, como sempre. Disse para usar o elevador 4, para evitar o nível 7. Abraxas Malfoy veio falar com o chefe do Departamento de Jogos e Esportes Mágicos.

Depois de ver Lily e Giovanna saindo do salão onde a festa acontecia na companhia dos dois, ela pode sentir o enorme peso da culpa que se instalou sobre ela. Ela tinha bolado o plano e se algo de ruim acontecesse às amigas, ela se culparia para sempre.

Ela se obrigou a sair do salão e procurar o carro dos Leetwood, para depois arrombar a fechadura e limpá-lo de qualquer vestígio de posse dos dois irmãos. No porta luvas ela tinha achado duas carteiras de motorista falsas, os documentos de compra e uma pasta preta que continha uma lista de nomes, com algumas anotações ao lado.

Primeiramente, ela tinha pensado, com horror, ser uma lista de vitimas, mas se tratava de uma lista de contatos e informações. Ela identificou nomes do Ministério, como chefes de departamentos e coisas assim. E era exatamente isso que a preocupava...

-Quer dizer meu pai? – Riu ela, amargamente. Essa era sua maior preocupação. O nome de seu pai também estava na lista, e, ao lado dele, uma nota: Contatar sobre Hogwarts.

-Sim... Moody mencionou que Malfoy não pode saber de seu estágio.

-Ok... Nos vemos na saída. – Ela levou os irmãos até os elevadores e entrou no número quatro, apertando o botão 2, logo em seguida. As portas douradas se fecharam e, depois de muitas subidas, descidas e guinadas para os lados, a mulher com voz hipnotizante voltou a falar.

-Nível Dois: Departamento de Execução das Leis da Magia, que inclui a Seção de Controle do Uso Indevido da Magia, o Quartel-General dos Aurores, Serviços Administrativos da Suprema Corte dos Bruxos, Seção de Controle do Mau Uso dos Artefatos dos Trouxas e Seção para Detecção e Confisco de Feitiços Defensivos e Objetos de Proteção Forjados. – A porta se abriu.

O que seu pai poderia ter a ver com Hogwarts, fora o fato de que seus três filhos estudavam lá? Seria pura coincidência ela estar fazendo este estágio e de repente os Comensais se interessassem por sua família? Teria ela os colocado em perigo?

Vittoria saiu do elevador e levou seus prisioneiros até o final do corredor. Ela abriu a porta de carvalho onde lia-se Quartel-General dos Aurores em uma plaquinha dourada e entrou. Apesar da hora, o movimento estava bem grande no escritório: a maioria dos cubículos estava ocupada e bruxos e bruxas andavam para todos os lados, levando documentos e desviando dos memorandos roxos que se acumulavam no teto baixo, que davam uma aparência sufocante a sala.

-Nome. – Uma bruxa com cara de poucos amigos pediu a ela, sem muita vontade. Óbvio que já se conheciam, e Vittoria gostava dela tanto quanto gostava de Bellatrix Black: nem um pouco.

-Vittoria Alessandra Foncan. Estou com os irmãos Harold e Thomas Leetwood, capturados essa noite pelo meu esquadrão e acusados de ajudar Você-Sabe-Quem. Recebi ordens expressas de Moody para entregá-los diretamente a ele e reportar imediatamente.

-Doris, deixe-a entrar. – Alastor Moody apareceu na porta de seu escritório, o olho azul vibrante zunindo na órbita, e o cabelo loiro desgrenhado deixando-o ainda mais parecido com um psicótico. Vittoria gostava dele e Doris pareceu odiar Vittoria ainda mais, já que o chefe não a odiava. Ele brandiu a bengala de madeira tosca em que se apoiava para dois homens que levavam pilhas de documentos para seus cubículos. – Levesque, Kensington, tragam esses dois para o meu escritório, agora.

Os dois homens resmungaram por terem que largar os papéis de qualquer jeito, que acabaram despencando nas mesas abarrotadas. Os dois encararam Vittoria. Ela notou mais alguns olhares mal atravessados enquanto passava pelos cubículos, mas não ligou muito. Ela e seu esquadrão tinham passado no treinamento justamente, mas ninguém realmente aceitava isso.

As vagas eram abertas a partir dos 17 anos para os aprendizes, que, se sobrevivessem ao treinamento pesado, conseguiriam entrar muito mais facilmente depois de terem feito os NIEM`s. Mas ninguém com 17 anos havia realmente passado, pela brutalidade do treinamento, até que as cinco se apresentaram entre as 30 mulheres selecionadas. E o fato de Moody gostar das cinco, não deixava nenhum dos outros funcionários felizes.

Vittoria se sentou em frente à mesa de Moody, pronta para ser interrogada.

-E então menina? – Perguntou ele com um sorriso ligeiramente maníaco. – Como foi?

-Bom, Evans e Morsen usaram nomes falsos para se aproximar dos Leetwood e os atraíram para a floresta em frente à mansão, onde os apagaram. Sinel e Handel as esperavam para levá-los para mim. Foi bem fácil para falar a verdade. – Ela colocou os documentos do carro, as varinhas, e tudo que os Leetwood tinham nos bolsos na mesa de Moody. Ela deixou de fora seu nervosismo, para se mostrar o mais profissional possível diante de seu, se tudo corresse como o planejado, futuro chefe. Mas Moody sempre parecia ver através dela, e seu medo pareceu não escapar a ele dessa vez também.

Alastor riu.

-Muito bom, Foncan. Não se esqueça de informar a Sinel que vou mandar uma carta ao pai dela, explicando o que houve hoje. Soube que ela entrou em uma briga feia por não poder contar, mas é necessário que outros sejam informados somente após a missão, para não haver nenhuma possibilidade de desvio de informações, se é que me entende.

-Sim, senhor...

-Parece que tem algo que quer perguntar. – Ele sorriu, expondo seus dentes quebrados e amarelos.

-Senhor, há algo acontecendo? – Ela indicou a porta do escritório com a cabeça. – São duas da madrugada e praticamente todo o departamento está por aqui. – Vittoria franziu as sobrancelhas.

-As aulas começam amanhã?

-Sim, senhor. – Ela estranhou a mudança de assunto.

-Então eu informarei por coruja se precisar de vocês. Seu pai quer te ver no escritório dele.

-Abraxas Malfoy não está lá?

-Invente alguma coisa. Vai ser mais fácil agora que você não tem dois Comensais à tiracolo. – Ele sorriu.

-Sim, senhor. – Ela queria pedir que Moody fizesse algo sobre o nome de seu pai estar na lista, mas não mencionou nada. Ela sabia que não podia contrariar a autoridade de Moody, e o conteúdo da lista era assusto dele. Se ele achasse que devia tomar alguma providência, ele tomaria.

-Mande-me uma carta se precisar de algum conselho, menina.

-Para que eu precisaria de algum conselho em Hogwarts? – Ela se levantou e Moody fez o mesmo, abrindo a porta para ela.

Ele riu do jeito meio tossido de sempre e focou ambos os olhos nos dela. Todas as cicatrizes no rosto de Moody pareceram se tornar dez vezes mais aparentes quando o sorriso sumiu de seu rosto.

-Pelo mesmo motivo que meu departamento inteiro está aqui às duas da madrugada.

xXx

Giovanna se obrigou a sentar no chão de terra, sujeitando-se a sujar o vestido caro e apoiando as costas no muro alto da casa de Letticia, depois de esperar por Vittoria por longos vinte minutos. Os saltos que Louise tinha emprestado eram um número menor que seu pé, e ela já calçava 35.

Lily andava de um lado para o outro do muro, com os sapatos na mão, sujando os pés de terra. O casarão dos Sinel ficava distante da cidade na Província de Siena, acessível apenas por uma estrada de terra e rodeado por uma extensa área cheia de fileiras e mais fileiras de vinhas, mas que exalava perfeitamente o espírito da Toscana e um cheiro inebriante de uvas. Os portões entre os muros, cobertos de trepadeiras e musgo verde escuro, eram de ferro batido, com curvas sinuosas formando uma moldura em volta de uma letra "S" dourada, bem no topo. Havia um pátio de puro estilo italiano na frente da casa, inteira construída com tijolos aparentes, onde um enorme carvalho no meio fazia o papel de rotatória para os carros que entrassem e o piso lembrava o chão das vielas da cidade.

Letticia cantarolava em italiano quando Vittoria surgiu em pleno ar, fazendo fumaça na terra fina.

-O que houve para demorar tanto? – Reclamou Louise.

-Meu pai queria me ver, e esbarrei em Abraxas Malfoy e sua esnobe amante. Felizmente, eu já tinha entregado os Leetwood para o Moody.

Lily riu.

-O que ele disse?

-Ele se demorou dizendo que ficou "particularmente feliz em me ver, e me esperava na mansão para o primeiro feriado que aparecesse já que Lucius é um imbecil que não tem modos para convidar uma mulher de minha classe". – Vittoria rolou os olhos. – Merlin, eu espero que ele se mande antes de eu botar os pés naquela casa novamente. Ainda bem que quase ninguém sabe do estágio ou ele espalharia para o resto de sua adorável família que a namorada do filho anda prendendo seus empregados.

Giovanna riu baixo enquanto Letticia tirava sua chave do bolso e abria o cadeado pesado que envolvia o portão.

-Ah, sim... Porque seria lamentável perder essa mina de galeões enrolada no seu dedo, non? – Vittoria riu com os lapsos franceses de Giovanna, mas sentiu o repentino peso da cobra de prata pura com escamas de diamantes em seu anular.

Letticia desenrolou a corrente e acenou para as quatro passarem rápido, para depois trancar o portão novamente.

-Quando cheguei no Quartel-General, praticamente todos os Aurores estavam lá. – Disse Vittoria, andando silenciosamente pelo pátio. – E quando perguntei ao Moody, ele disse que tinha algo relacionado à Hogwarts, mas não deu muitos detalhes. E o pior: meu pai disse a mesma coisa. Só me chamou na sala dele para me desejar boa viagem amanhã.

-Não entendi. – Suspirou Louise.

-Quando o Departamento de Jogos e Esportes Mágicos, os Aurores e Hogwarts agem juntos? – Exasperou-se Vittoria.

-Torneio Tribruxo! – Exclamou Giovanna.

-Quietas, ou vão nos ouvir! – Alertou Letticia.

Imediatamente um rosnado chegou aos ouvidos das cinco, e um dobermann (que em pé deveria ser mais alto que qualquer uma delas) apareceu sorrateiro, bloqueando a passagem e espumando pela boca.

-Ah, droga... – Louise disse.

-Tsc, tsc, tsc, ei? Cachorro bonitinho... Fique paradinho aí... – Vittoria começou a tentar distrair o animal, mas foi interrompida pelo uivo altíssimo que o cachorro soltou, acordando toda a casa. – Droga.

-É o bichinho novo que a Camille resolveu trazer para dentro de casa. – Disse Letticia, recuando. – Ela deu o nome de Jack.

-Jack? – Giovanna levantou as sobrancelhas. – Isso lá é nome de cachorro?

-Jack, o estripador. – Explicou Lílian, engolindo em seco.

As luzes do segundo andar se acenderam, e logo a grande porta de carvalho se abriu com um estrondo desnecessário. Uma mulher, usando uma touca de dormir nada atraente e uma máscara de beleza verde-amarelada espalhada pela cara, sorriu ao ver as cinco encurraladas pelo cachorro. Ela usava uma camisola absurdamente curta e inadequadamente apertada e chinelos com plumagem preta na frente.

-Achei que não iria ao evento com seu pai porque não estava se sentindo muito bem, Srta. Sinel. – Ela sorriu ferina por entre os lábios cirurgicamente modificados, olhando para Letticia. Ela estalou os dedos, e Jack voltou a rondar a propriedade. – Deveria se comportar como uma dama, não uma vagabunda fugitiva.

-Saia da minha frente, Camille. Eu sou maior de idade e faço o que bem entendo, e já que você trabalha para o meu pai, trabalha para mim também. Então, cuidado com o língua ou vai acabar sem emprego.

-Ah, por favor! Como se Dimitri fosse acreditar em você; a ovelha-negra que não faz nada além de nada pelo bem da sua família. – Camille Revert rolou os olhos, descendo as escadas que levavam a porta com calma e o que ela pensava ser elegância. – Você é igualzinha a sua irmã.

-Foi a coisa mais gentil que você já me disse. – Sorriu ela, passando pela secretária do pai e esbarrando em seu braço fraco, fazendo-a cambalear.

-Vadia. – Murmurou Louise.

-Eu ouvi isso, Handel! – Rugiu Camille.

-Tré bien! – Retrucou Giovanna.* (1)

xXx

Letticia acordou quando o primeiro raio de sol atravessou as cortinas de seu quarto. Ela segurou o rosto entre as mãos por um momento, respirando fundo. Tinha tido um pesadelo dolorosamente vivido onde era perseguida por Jack, por um labirinto infinito, enquanto a gargalhada de deleite de Camille ecoava por todas as paredes.

Seu pijama estava colado em seu corpo, assim como seu cabelo e seu coração batia acelerado, por mais que ela achasse o pesadelo leve para um medo desse tamanho. Letticia olhou para o outro lado da cama de casal, e viu que Lily dormia tranquilamente; os cabelos cor de fogo espalhados por cima do travesseiro. No chão, em outros 3 colchões, as outras amigas também dormiam profundamente: Vittoria tinha adormecido com seu livro apoiado no peito, Louise tinha as pernas e os braços apontando para direções diferentes e Giovanna dormia abraçando o travesseiro.

Ela saiu da cama na ponta dos pés, contornando as amigas adormecidas e saiu para o corredor, entrando no quarto da frente. Era o quarto de Anya, sua irmã mais velha. Bom, o antigo quarto de Anya. Já que agora trabalhava no Ministério ela não o utilizava, então Dimitri transformou-o no novo quarto de Agatha, sua esposa.

Letticia se aproximou da cama da mãe, espiando através do dossel transparente que circulava o móvel. Dimitri sempre contava para Letticia que a cada dia ela ficava mais parecida com a mãe, e ela sempre se sentia um pouco mais orgulhosa de si mesma depois disso.

Agatha estava pálida e fraca, mas sua beleza nunca a abandonava. Os cabelos eram avermelhados, de algum tom entre os cabelos de Letticia e os de Lily. Ela dormia, mas Letticia nunca se esqueceria do calor de seus olhos cor de mel. Ela costumava dizer que Letticia era a alegria de sua vida, como dizia seu nome.

Agatha trabalhava no Departamento de Cooperação Internacional de Magia, antes de descobrir que tinha uma doença muito grave. Ela não podia sair da cama, dormia a maior parte do tempo, tinha um pouco de dificuldade em falar de vez em quando e às vezes não se lembrava de algumas coisas.

A doença da mãe começou a ruir sua família assim que Camille se candidatou a secretária de Dimitri. Letticia sabia que seu pai era devotado a Agatha, mas e se o pior acontecesse? E se Agatha morresse e Camille estivesse ali para preencher o espaço? Letticia não suportava a idéia, e nem Anya.

Por essas e outras, Letticia, como dissera Camille, tinha um papel esperado a ser desempenhado na sociedade, pois, antes, Agatha exercia grande influencia como mulher de Dimitri. Com a ausência da mãe, e a importante posição do pai dentro do Ministério, ela deveria ser tão perfeita, bem sucedida, bonita, bem educada e inteligente quanto Anya, que até noiva estava.

-Mi manchi, mamma. – Letticia beijou a testa da mãe e saiu do quarto, voltando para a cama. * (2)

xXx

A empregada dos Sinel – uma italiana atarracada que se expressava 60% com as mãos e apenas os outros 40% com a boca – veio acordar as garotas quase 3 horas depois de terem se deitado. O transporte da Toscana para Londres as esperava em frente da casa depois do café da manhã.

- Vieni a mangiare la prima colazione, che lascerà i vostri vestiti separati e io prenderò i bagagli al piano di sotto, il mio tesoro – Disse ela, abrindo as cortinas e acariciando a testa de Letticia para que ela acordasse. * (3)

-Grazie, Amabelle. – Suspirou Letticia sonolenta, tentando arrumar o cabelo. Amabelle trabalhava para sua família desde que nascera e cuidava de Letticia e de Anya como se fossem suas. Além disso, ela também odiava Camille e isso só fazia Letticia amá-la ainda mais. *(4)

-Non, non, non! Eu sabia que não deveríamos ter ido ontem à noite! – Exclamou Giovanna do banheiro. – Maldita missão e maldito Moody! Meus olhos estão enormes! Parece que duas uvas foram injetadas nas minhas pálpebras!

-Não seja tão dramática. – Vittoria agarrou seu roupão e calçou as pantufas. – Vamos comer alguma coisa e nos vestir. Podemos dormir daqui até Londres e de Londres para Hogwarts.

-Como se certas pessoas fossem nos deixar dormir. – Rosnou Louise, contrariada.

Elas desceram para a sala de café, onde Camille já as esperava totalmente arrumada, maquiada e decotada, e aparentemente se jogando para cima do pai de Letticia, Dimitri, como sempre.

Dimitri trabalhava a maior parte do tempo, incluindo as férias. E, quando tinha a noite livre, como a passada, saía para jantares importantes aos quais tinha de acompanhar a Ministra, Emilie Bagnold, como seu conselheiro executivo. Letticia não entendia muito bem o que o pai fazia exatamente, só que ele ajudava a Ministra com reuniões importantes, a representava quando esta não podia comparecer e agia também como seu advogado.

Camille lançou um olhar para Letticia como se sentenciasse que iria dedurá-la em pouquíssimo tempo. Ela reclamava quando Letticia não cumpria seus "deveres" como substituta de sua mãe em eventos como o da noite anterior por simplesmente não ter a casa para si, como gostaria. Na maioria das vezes, Anya vinha de Londres para acompanhar o pai, mas ela não podia fazê-lo sempre.

-Buongiorno, minha raposinha! – Dimitri abriu os braços para Letticia, como se ela ainda tivesse sete anos. Mas ela não ligava. Ela o via tão pouco, que ver que ele pelo menos se lembrava desse apelido, já a deixava muito feliz.* (5)

-Buongiorno, papà... – Letticia beijou a testa do pai e fuzilou Camille enquanto o fazia. * (6)

-Camille, pode pedir a Amabelle para trocar a roupa de cama do quarto de minha esposa, por favor? – Camille se levantou e saiu da sala, enquanto Dimitri se voltava para elas, contrariada por ter que interagir com Amabelle que sempre fingia que não entendia uma palavra do italiano de Camille.

-Descansaram? – Sussurrou ele para todas. – Recebi um relatório de Moody logo que voltei da festa de ontem. O feito de vocês está na primeira página. Desculpe ter ficado bravo com você por não ir, minha filha.

Ele colocou o Profeta Diário na mesa, onde uma foto dos irmãos Leetwood estava acompanhada de detalhes inventados sobre sua captura.

-Está tudo bem, eu só não podia revelar nada sem a permissão dele. Camille vai nos dedurar para você... – Sorriu Letticia, com gosto. – Finja que me odeia por alguns dias até ela sossegar.

-Não seja tão cruel com ela, filha... – Dimitri passou a mão nos cabelos louros e desarrumados. Seus olhos azuis brilhavam por baixo das sobrancelhas grossas.

-Eu não a suporto! E nem Anya!

-Ela é minha assistente, preciso dela. Ela é de minha confiança e ponto. – Ele encerrou a discussão com a filha ao virar sua atenção para seu café.

-Mamãe também a odiaria... – Ela disse baixo, mas Dimitri pareceu não escutar.

Depois que a condição de Agatha havia piorado, Camille vinha redobrando as tentativas de se aproximar de Dimitri, de um modo nada profissional. Cabia a Letticia e sua irmã defender a posição da mãe como esposa e dona da casa, já que esta não podia mais reagir por si própria.

-Eu mal consegui dormir. – Comentou o Sr. Sinel. – A festa foi bem movimentada ontem. Eu estava comentando com Marchal...

-Marchal? – Indagou Letticia.

-Médico da Ministra. Ela sempre o convida para as festas... Bom, eu estava comentando com ele sobre Hogwarts. Ele tem um enteado no ano de vocês. Ele estava na festa ontem com a mãe, disse que conhecia você, raposinha. Rapaz simpático aquele... – Dimitri encarou o teto, mas voltou a olhar para a filha com cara de cansaço. – Não consigo me lembrar do nome, desculpe, mas a mãe dele é uma mulher adorável.

-Deve ser Amos Diggory para ter falado bem de você... – Comentou Louise baixinho, provocando risos em todas, menos em Letticia, que beliscou a perna da amiga por debaixo da mesa.

-Bom, eu preciso ir, il mio amore. – Dimitri se levantou, limpando a barba rala e loura levemente suja de farelo de pão. – Tenham um bom começo de ano, espero vê-las em breve. – Ele se despediu das outras garotas e saiu da sala. Camille esperava-o, ansiosa demais, no hall de entrada, pelo que Letticia podia ver. Dimitri parou a meio caminho e se virou com um sorriso sabido. – Peter. Peter Pettigrew é o nome do garoto. Ele também é júnior no QG não é? Ele sabia do treinamento de vocês... Não façam muito barulho, para não acordar sua mãe. Boa viagem!* (7)

-Merda. – Sussurrou Lílian com a maçã que comia metade reduzida a purê entre seus dedos.

Louise estava pálida feito cera, enjoada, e Giovanna saiu com a desculpa de pegar algo para limpar a bagunça (como se ela fosse se sujeitar a limpar). Letticia virou seu copo todo em um gole, desejando que fosse álcool.

Vittoria limpou a garganta.

-Se vistam rápido. – E se levantou, esperando ser seguida pelas outras.

xXx

Chegaram a King`s Cross pontualmente às oito. O motorista teve de chamá-las três vezes para que acordassem do sono profundo e aconchegante no banco de trás, e logo as cinco estavam descendo com seus malões, bolsas e gaiolas até as plataformas.

Em fila indiana, elas passaram pela barreira mágica que envolvia a coluna entre as plataformas nove e dez e chegaram ao outro lado como se não tivessem atravessado nada mais do que ar. A enorme locomotiva vermelha já estava rodeada de alunos que se acomodavam e pais chorosos e irritantes que os entupiam de recomendações.

Vittoria, Letticia, Louise, Giovanna e Lílian deixaram seus malões no vagão de bagagens e entraram no vagão dos alunos, dando de cara com um monitor do quinto ano com vestes rubras e douradas da Grifinória.

-Bo-Bo-Bo-Bom dia, senhoritas!

-Parabéns pelo posto, novato. – Disse Lílian arremessando sua bolsa para o peito do pobre garoto, que rapidamente foi soterrado embaixo de mais quatro enormes e pesadas bolsas. O broche de monitora-chefe estava preso em sua blusa desde o minuto em que saíram do carro. – Bem vindo à hierarquia.

Ele foi cambaleando atrás das cinco que avançavam pelo corredor, fazendo todos os alunos que saiam de seus compartimentos esperarem por sua vez. Alguns alunos do primeiro ano tiveram de ser puxados de volta pelos mais velhos por não saberem as regras ainda.

Passaram para outro vagão menos cheio, com quatro compartimentos vazios: dois na entrada do vagão, um na frente do outro, e os outros dois no final. As cinco pararam em frente a um dos finais. Quase imperceptivelmente, o brasão da Grifinória estava talhado na madeira a faca, perto do chão.

Letticia estendeu a mão, mas outra mão – forte, bruta e bronzeada – a agarrou pelo pulso. Ela levantou os olhos verde musgo, olhando através dos cílios longos e cobertos por uma grossa camada de preto.

-Você, Unian, cai fora. – Mandou o rapaz indicando o corredor para o quintanista que as acompanhava. O monitor se ajoelhou com todo o cuidado e depositou as bolsas no chão, antes de sair correndo.

-Black, o que pensa que está fazendo? – Sibilou ela.

Sirius Black sorriu gelado e soltou o pulso de Letticia. Ela massageou onde ele a tinha agarrado; a pulseira dourada que ela usava tinha deixado marcas avermelhadas em sua pele. Ele observou seus olhos verde-escuros se encherem de raiva. Ele adorava quando isso acontecia.

Os cabelos de Sirius eram curtos e pretos, e seus olhos tanto quanto. Seu rosto parecia cansado (de quem passou a noite fazendo tudo menos dormindo) e suas roupas estavam amassadas por cima dos músculos visíveis.

-Sendo cavalheiro, Sinel. – Sua voz estava muito rouca e cínica, como sempre. Ele destrancou a porta e abriu, oferecendo o caminho para Letticia. Ela engoliu em seco e deu um passo para frente. Sirius rapidamente colocou seu próprio corpo no caminho e a segurou pela cintura. – Claro que toda gentileza vinda de mim, tem um preço...

-Vai se ferrar. – Louise disse puxando a amiga de volta.

-Vá se juntar a sua matilha, seu-

-Nossa, Foncan, achei que você fosse mais bem criada que isso... – Ele riu para Vittoria.– Não sei o que você faz com o Malfoy, mas deve valer muito a pena para ele suportar essa sua... Falta de educação.

Vittoria fechou o punho, mas Lílian a segurou. Giovanna empurrou Letticia e Louise para dentro da cabine. Lily indicou a porta para Vittoria e ela também entrou, fuzilou Sirius e fechou a porta.

Ele seguiu cada uma delas com os olhos e parou em Lílian, a única que tinha ficado na porta ainda encarando-o.

-Secando, Evans?

-Eu perguntaria o mesmo, Black, se não estivesse ocupada demais lhe dando uma detenção. – Ela abriu um sorriso que parecia ser pura diversão.– Uma semana, a partir de amanhã.

Ele fechou a cara.

-Vai me acusar do quê? De ser homem? Isso é ridículo. Nem a Mcgonagall pode punir alguém sem motivo.

-Assédio inapropriado. Você realmente acha que a Mcgonagall vai duvidar de que você tenha feito isso? – Lily sorriu. – Você acha que ela vai acreditar em mim, ou em você?

-Não me provoque ruiva. Uma semana em uma sala com o Aluado? Eu chamo isso de fim de tarde, só que sem o resto dos marotos.

-Eu não disse que você vai ter detenção com o Lupin, disse? Black, meu caro, aprenda uma coisa: Minha função na vida é fazer a vida dos seus amiguinhos e principalmente a sua vida, mais miseráveis do que já são, e facilitá-las é uma das coisas que eu NUNCA irei fazer. Você terá suas detenções comigo, às nove horas da noite. Se você sequer pensar em faltar... – Ela se colou a ele e grudou a boca em seu ouvido. – Vamos dizer que Mcgonagall vai ficar sabendo de outras coisas também, totó.

Aquela ameaça invisível o deixou irado. Irado porque Lílian Evans era O território proibido bem no meio do inferno. Além de ser deliciosa, perigosa, provocativa, monitora, cdf, irritante, mandona, inatingível, entre muitas outras coisas, ela era inimiga. E uma vaca, que sabia demais de sua vida.

-Aproveitem enquanto estão sozinhas. Em 10 minutos, vão ter companhia.

-Estou esperando ansiosa, Black.

-Aposto que sim.

xXx

N/A: Bom gente, aí está o primeiro capítulo, depois de quase um ano e meio hahaha é bom estar de volta, só espero que os meus antigos leitores apareçam por aqui e me deixem as reviews que eu amo tanto! Perguntas, é só mandar ok? Não sei quando coloco o próximo capítulo, mas não vai demorar muito não...

1 -Tré bien!: Como se ela dissesse "que bom pra você!" só que no tom de bitch eu te odeio hahaha

2-Mi manchi, mamma.: Sinto sua falta, mamãe.

3- Vieni a mangiare la prima colazione, che lascerà i vostri vestiti separati e io prenderò i bagagli al piano di sotto, il mio tesoro.: Venha tomar café da manhã, que vou deixar suas roupas separadas e levar suas malas para o andar de baixo, minha querida.

4-Grazie, Amabelle: Obrigada, Amabelle.

5- Buongiorno: Bom dia!

6-Buongiorno, papà: Bom dia, papai.

7- Il Mio amore: meu amor.

Non: não.