Hi, pipous... Em comemoração ao Niver do Mestre estou fazendo algumas atualizações de Fanfics.

Essa é mais uma história que aconteceu durante uma das madrugadas em Hogwarts. Espero que gostem

Disclaimer: Nada disso me pertence é tudo da JK... Apenas o Sevy é meu e ninguém tasca =)

Agradeço a querida Gigi Vieira que betou essa fic, você é diiiva amore. E deixo claro que qualquer erro é de minha inteira responsabilidade. =)

OBRIGADA A TODOS VOCÊS!


Hermione

Ela andava de cabeça baixa pelo corredor. Teoricamente deveria estar fazendo a ronda mas, se realmente estivesse fazendo seu trabalho como deveria, teria surpreendido os dois sonserinos que se agarravam atrás da tapeçaria a poucos metros dela. Mas não naquela noite, enquanto a lua banhava o castelo, Hermione Granger tinha muito em que pensar. Quando a discreta pulseira aqueceu em seu braço, sabia que ele a estava chamando, afinal, ela não andara evitando-o o dia inteiro?!

Ela passou pelo casal como se eles não estivessem lá. Faltavam apenas três dias para se formar em Hogwarts e não gostaria de se estressar com um casal que não conseguia controlar seus hormônios, sem contar que isso seria uma grande hipocrisia; ela mesma já usara as alcovas escuras do castelo. Quantas vezes gemeu de encontro àquelas paredes no último ano?! Pensando bem, suas noites estavam cada vez menos ocupadas de estudo e rondas desde a volta a Hogwarts depois da guerra... E muito mais cheias de olhos negros. Hermione apenas coçou o lugar onde a pulseira ficava. Andaria apenas mais um pouco e depois se recolheria, tentaria dormir e rezaria para que seus problemas desaparecessem durante o curto período de sono.

Quando virou um corredor, sentiu dedos longos e brancos ao redor do seu braço, sua mão livre correndo imediatamente para a varinha.

- Então, você pretendia apenas me ignorar como fez durante todo o dia, Granger – ele cuspiu e ela pôde escutar o desprezo evidente em sua voz, seu coração acelerou ao imaginar se ele já saberia do que havia acontecido durante aquele dia.

- Eu não...

- Calada – disse ele puxando-a rudemente, seus dedos frios, seus olhos sem nenhum traço de Severus. Ali, na frente dela, estava o mestre de poções que fora seu carrasco e não seu amante.

Eles adentraram nos aposentos de Snape, ele a largou, dirigindo-se a mesa para tomar uma dose de wisk de fogo, e Hermione percebeu que os dedos dele tremiam fracamente quando levou o copo aos lábios.

- Severus...

- Já disse para ficar calada – disse ele suspirando, nunca recorrera à bebida para manter o controle; ele sabia muito bem o que o álcool havia feito com sua família, mas desde a hora do almoço sua mente não conseguia processar todas as informações.

Hermione olhou ao redor, um fraco sorriso se instalando em seu rosto. Aquela masmorra já era o seu lar, suas coisas estavam espalhadas: havia um uniforme pendurado na porta do guarda roupa, seus utensílios de beleza tomavam a penteadeira que Snape conjurara depois de ver seu banheiro se transformando em um pequeno salão de beleza... Seu pijama ainda estava dobrado sobre a colcha de cama lisa, que ela mesma esticara aquela manhã, depois de fazer amor com Snape. Quando foi a última vez que usou seu próprio quarto?!

- Onde você esteve? – perguntou ele, tentando manter a calma, mas sem encará-la.

- Por aí – disse, sentindo-se cada vez mais idiota – Resolvendo algumas coisas antes da formatura.

- Coisas essas que te impossibilitaram de atender ao meu chamado? – perguntou fitando-a, seus olhos a queimando.

- Não sou um animal de estimação, Severus – disse – Tenho outras coisas para fazer, além de estar na sua cama.

- Não se faça de idiota, Hermione – falou irritando-se – Isso não combina em nada com você, sabe muito bem o que eu quis dizer.

Ela se sentou na poltrona próxima ao fogo, ainda em silêncio.

- Soube o que aconteceu hoje na aula de Transfiguração.

- Foi apenas um acidente... – falou, tentando soar convincente.

- Foi o que ouvi dizer – disse ele mais calmo, observando ela suspirar aliviada – Porém, Madame Pomfrey deu a entender que esse acidente revelou um incidente... Se é que você me entende.

- Não compreendo...

- Diga-me, Hermione – falou se aproximando perigosamente – Quando você pretendia me contar que estava grávida ?

- Severus...

- Ou você pretendia esconder isso de mim... E depois fugir? – perguntou, as palavras demonstrando a dor que sentia – Você sabe o que eu pensei quando Papoula me falou que a "adorável Srta. Granger estava grávida, coitada." E não consegui encontrar você?!

- Eu...

- Você sabe o que passou pela minha cabeça quando ela me perguntou se eu poderia começar a fazer a poção abortiva?! – cuspiu as palavras, sua mão apertando o braço de Hermione, que por sua vez já estava com o rosto manchado de lágrimas.

- Eu não fazia ideia – disse Hermione, os olhos vermelhos pela força que fazia para lutar contra as lágrimas.

- Sim, Srta. Granger – disse ele venenosamente, chutando a escrivaninha próxima à poltrona – Há muitas coisas que você ignora.


Hermione estava na aula de Transfiguração, era muito simples, a professora Minerva passou uma bateria de exercícios práticos para os alunos. A grifinória obviamente já estava terminando sua lista de tarefas sob o olhar orgulhoso da professora, faltava apenas se transfigurar em um móvel, e depois voltar à forma normal. Porém, assim que agitou a varinha, sentiu um formigamento estranho como se sua magia se recusasse a obedecer ao feitiço. Uma aura vermelha a tomou, Hermione estava resignada a conseguir realizar aquele último feitiço, e isso quase a levou a um esgotamento físico.

Quando deu por si, estava ajoelhada no chão, e ao erguer os olhos só pôde ver o olhar de decepção e horror no rosto da professora McGonagall.


- Você não entende, Severus. Ouça... – disse, sua mão se erguendo e roçando brevemente no rosto dele, enquanto Snape se afastava para longe do seu toque.

- Fique longe de mim – sussurrou – Não sei o que passou pela sua cabeça, mas de você não quero nada além dessa criança. – sua voz quase sumiu – Meu pai também não me queriam, e eu sobrevivi apenas com o carinho de minha mãe... – ele balbuciava – Engraçado como as coisas se repetem, não é?!

- Eu nunca abortaria essa criança, Severus – disse com a dor dele a tocando profundamente, ao mesmo tempo em que seu coração se enchia de esperança.


- Srta. Granger... – disse Madame Pomfrey em um tom fúnebre – Sinto muito...

- Estou doente? – perguntou.

- Creio que a situação seja bem mais grave que isso.

- Oh, não me diga que não poderei participar do baile de formatura – disse Hermione falsamente, já que esta seria uma desculpa perfeita para escapulir para as masmorras com Severus.

- Não é isso...

- Então? Fale logo, Madame Pomfrey – falou ficando aflita.

- Por acaso a senhorita está namorando? – perguntou madame Pomfrey, assustando-a – Sei que não está mais com o Weasley, Merlin sabe que a menina Brown não deixa as amígdalas dele descansarem...

- Não sei como minha vida pessoal pode ser da sua conta – gaguejou, sua mente se recusando a acreditar no óbvio - Como isso pode ter algo a ver com minha magia?

- Você percebe? – falou a enfermeira – Há algumas situações raras em que a magia não responde ao bruxo, isso acontece geralmente quando ela tenta protegê-lo dele mesmo...

- Sim, sei disso - falou, seus pensamentos conturbados, tentando lembrar a última vez em que tomara a poção contraceptiva... – Por isso um bruxo não pode lançar um Avada Kedrava em si mesmo.

- Você está grávida, minha criança.

Claro que só poderia ser isso, a hipótese parecia tão absurda que nem passara por sua cabeça. Mas afinal, o que tinha de absurdo nisso? Ela não andara dormindo todas as noites com um homem durante todo o ano letivo? O que Severus acharia? Eles não haviam discutido planos para o fim do ano letivo... Merlin, ele nem ao menos gostava de crianças.

Hermione adentrou num estado de estupor. Levantando-se da maca, encaminhou-se para a saída, seus ouvidos nenhum pouco atentos ao que Madame Pomfrey dizia, apesar de uma parte de sua mente assimilar o fato de a mulher afirmar que aquela situação seria resolvida. Ela correu para a entrada do Salgueiro Lutador, e enquanto chorava na casa dos gritos sentiu a pulseira queimar seu pulso a primeira vez naquele dia.


- Por que você iria querer essa criança? – disse ele, sua respiração voltando ao normal ao observar a sinceridade no olhar de Hermione – Você tem uma vida inteira pela frente, você é jovem... Por que iria querer ter algum tipo de vínculo comigo?! Madame Pomfrey...

- Não importa o que ela disse – falou segurando o rosto dele entre as mãos – Nunca passou pela minha cabeça a ideia de um aborto. Eu amei essa criança no momento em eu soube da existência dela, simplesmente por ela ser uma parte de você. Fiquei aterrorizada com o que você faria, mas eu nunca deixaria alguém tomar esse bebê de mim... E ainda que você não nos quisesse eu o teria, independente das dificuldades, mesmo que sozinha. Eu o teria, e todas as vezes que olhasse para ele, eu sorriria ao me lembrar de você, do que nós compartilhamos.

- Como eu poderia não querer algo que vem de você, Hermione? – disse ele, sua mão escorregando para dentro da capa – Como eu poderia dizer não a um futuro com o qual venho sonhando, mesmo sem perceber, durante esse ano? Como eu iria renunciar a uma parte de mim?!

Hermione sorriu para Snape, os olhos novamente marejados pelas lágrimas, só que dessa vez de alegria. Ele deu um amplo sorriso para ela, e era tão raro vê-lo em seu rosto que Hermione gargalhou, fazendo-o corar.

- Quero que você entenda, Hermione – disse ele sorrindo – Que eu já queria estar com você muito antes dessa criança; eu passei o último mês com isso dentro do bolso – falou ajoelhando-se, uma caixa de veludo preto sob sua palma da mão – Esperando o momento certo para propor a você, porque não queria que você partisse da minha vida, e não parece existir momento melhor do que esse – falou ao ver a surpresa no olhar dela – Hermione Granger, apesar de não merecê-la, você gostaria de se casar comigo?!

- Quando você vai entender, Severus? – disse se ajoelhando na frente dele, seus lábios roçando-se fracamente – Fomos feitos um para o outro.

Seus lábios se encontraram a primeira vez durante aquele novo dia, e foi como a volta ao lar. Algo dentro deles sabia que, ainda que todos fossem contra, o amor deles era real e suficiente para fazê-los felizes.


NB: Milly, adoro betar suas fics porque você realmente sabe escrever SS/HG saindo do clichê. É um prazer betar e, tenho certeza, aos leitores será um prazer ler. Você arrasa sempre! ;)

NA: Obrigada por chegarem até o final, sei que não teve nenhum encontro caliente entre nosso casal preferido. Mas é que estou em um momento muito romântico da minha vida ;) E não, não estou namorando. =) Por favor, deixem seus achismos e críticas =* Até a Próxima.