Declaração: Tudo é da JKR. A única coisa do HP que me pertence são os 7 livros na minha prateleira.

N.A. : Se gostar da história e estiver disposto a ser um beta por favor entre em contato!

Resumo: Uma praga se espalha pelo mundo e Harry se vê sozinho num mundo de pesadelo onde os mortos voltam à vida. Valores se distorcem e a luta pela sobrevivência assume uma proporção muito maior do que apenas um conflito contra Voldemort.

MORTOS-VIVOS

CAPÍTULO 2 : RUA DOS OURIVES

O quintal do vizinho dos fundos dos Dursleys foi um bálsamo para a mente do garoto. Todo o horror dos últimos minutos tinham ficado do outro lado da cerca. Por alguns segundos o garoto apenas procurou respirar e colocar a cabeça no lugar. Mortos que andavam, na rua dos alfeneiros, no Surrey. O velho Pete tinha derrubado a porta da casa a socos, ele havia literalmente atravessado o armário de madeira-de-lei da tia com as mãos nuas. Ele havia explodido a casa!

Como se para verificar se ele não estava louco, que não havia imaginado tudo o garoto virou-se para o fundo do quintal e olhou para cima. Lá, sem sombra de dúvida, estava a coluna de fumaça. A casa localizada na Rua dos Alfeneiros, número 4, estava queimando. A casa de seu tio e tia, a casa onde ele havia crescido, estava queimando.

Andando de costas ele tentou se distanciar daquilo tudo. Era simplesmente chocante demais. Isso não era Hogwarts, Beco Diagonal, ou até mesmo a Toca. Isso era a sua casa trouxa! O mundo mágico não alcançava o Surrey.

Sem esperar o garoto sentiu dor nas costas. Sua pele esfolada encontrou uma superfície áspera de uma escultura de granito localizado no meio do quintal. A pontada removeu-o de seu choque paralisante e reiniciou seu cérebro.

Virando-se ele observou que no meio do quintal que ele havia invadido tinha uma escultura de granito. Um bebedouro para pássaros. Sim, ele havia visto muitas vezes os vizinhos enchendo-o com água e frutas para os passarinhos da vizinhança. Várias vezes ele tinha visto sua própria coruja ir até ali se refrescar.

Hedwig! Novamente o desespero. Hedwig ainda estava na gaiola, presa dentro de seu quarto! Em pânico o garoto voltou-se para a cerca e começou a escalá-la. Não havia erguido mais do que a cabeça e os ombros quando largou-se novamente para o quintal do vizinho.

No quintal dos Dursleys havia um daqueles monstros. De pé e aparentemente ainda o procurando estava a mesma mulher de antes. O fogo não parecia tê-la ajudado, a pele estava escurecida e enrugada, a cabeça completamente sem cabelos e a nudez nada erótica a tornava mais uma criatura do que um ser humano. O ser visto de relance parecia torto, com uma postura não natural, mas equilibrado, pronto para agir.

A indecisão o impediu de agir por alguns momentos, o que ele faria? Enfrentaria mais essa criatura? Ele já se encontrava exausto, com as costas ardendo e não parecia ser capaz de pensar com clareza. Enquanto desesperadamente pensava em uma estratégia para salvar sua coruja um estrondo interrompeu sua linha de pensamento. A casa estava desabando! Toda a parte de trás da casa ruiu por trás da cerca e o garoto apenas pode esbugalhar os olhos enquanto a janela do seu quarto despencava, juntamente com parede, telhado e reboco para formar uma pilha sobre os canteiros de sua tia. Num instante ele via os fundos da casa, no outro uma abertura por onde ele podia ver o armário de Duda.

- Hedwig! Não!

Correndo o garoto novamente começou a subir a cerca e mais uma vez largou-se para o quintal do vizinho. Rolando pelo chão ele podia ver claramente os braços meio carbonizados da criatura no quintal dos Dursleys. Surpeso o garoto pôs-se novamente de pé enquanto a morto-viva arrebentava a cerca como se a mesma fosse feita de papelão. Um rosto enegrecido, com os lábios arreganhados e os dentes a mostra, um olho meio fechado e de uma coloração embaçada o outro rápido e alerta, focado no garoto.

Tomando uma decisão rápida, Harry pediu desculpas silenciosas a Hedwig e correu para a porta do quintal dos vizinhos. Sem verificar se ela estava ou não trancada o garoto já lançou no meio do caminho um feitiço para destrancá-la.

-Alorramorra!

Sendo perseguido de perto por sua implacável adversária o garoto mal tem tempo de levitar a antiquada, e pesada, geladeira para bloquear a passagem. Como garantia, ele ainda usou o mesmo feitiço para colocar o fogão, balcões e uma mesa numa tentativa de obstruir a passagem do corpo reanimado.

- Essas coisas são fortes demais! – Disse o garoto enquanto recuperava o fôlego.

Ainda profundamente angustiado o garoto abandonou os fundos da casa e foi procurar a frente, talvez se ele desse a volta na quadra ele ainda pudesse salvar a sua querida ave. Antes que seu plano pudesse sequer ser esboçado ele chegou a porta da frente. Suas esperanças foram estraçalhadas quando ele deu de cara com novas adversidades. Através dos vidros da janela ele podia ver claramente três pessoas. Um casal de idosos e uma criança. Os três cobertos de sangue seco. O velho era magro e outrora provavelmente tivera uma aparência de fragilidade, no entanto agora faltava-lhe metade do rosto, aparentemente arrancado a dentadas, as bochechas e os lábios ausentes denunciavam a falta de dentes, uma enorme mancha de sangue seco descia de seu pescoço por seu tórax, deixando o seu pullover azul-bebê imundo. A mulher era o contrário do homem, baixa e gorducha poderia ter sido a típica avó que adora encher os netos de bolachas e biscoitos, mas agora estava colada ao vidro da janela, ela não possuía uma das orelhas e sangue escorreu pela lateral da cabeça e pescoço, ensopando o ombro. Ambas os braços da mulher estavam cobertos de sangue seco, da ponta dos dedos até os cotovelos, apoiavam-se nos vidros marcando-os com a imundice vermelho-preta, os olhos cruéis e famintos procurando alguém. Não menos assustador, o garoto era uma imagem surreal, de uma cor ridiculamente pálida o garoto estava seminu, sem a parte de cima da roupa, mostrando um peito danificado, onde a carne havia sido arrancada aos nacos, deixando costelas expostas. Alguém tinha tomado o cuidado de limpá-lo do sangue, o que ainda deixava a imagem mais surreal. Os três com a mesma expressão de ódio, um ódio profundo e irredutível que prometia dor e morte.

As batidas no fundo juntaram-se ao som da vidraça se quebrando na frente. Mudando de trajetória Harry fechou mais uma porta e subiu rapidamente as escadas para o pavimento superior. Com o coração aos pulos o garoto procurava desesperadamente em uma maneira de parar essas monstruosidades.

Seu tempo de reflexão foi muito breve. A porta não resistiu a mais do que dois golpes. O casal e a criança estavam a poucos metros quando o adolescente decidiu o que fazer. Alinhando a varinha ele a apontou para baixo.

- Reducto! Reducto! Reducto!

O primeiro feitiço explodiu o chão do primeiro andar e o primeiro terço da escada, o segundo o terço imediatamente superior e o terceiro o final da escada e parte do chão do segundo andar. Encostado a parede o garoto fechou os olhos implorando para qualquer entidade que pudesse estar ouvindo-o que seu plano tivesse funcionado.

Quando os reabriu ele deparou-se com três pares de braços erguidos em sua direção, dois deles perigosamente próximos de alcançar os seus pés, mas mesmo assim, fora do alcance. Retomando o fôlego o garoto acompanhou por alguns segundos os esforços desesperados das criaturas que tentavam alcançá-lo. Logo a eles se reuniu a mulher queimada. Todos os quatro tinham uma expressão de fúria, de ódio, algo pessoal e intransferível. De alguma forma, aqueles seres, aqueles mortos, odiavam Harry. Odiavam-no profunda e completamente.

Perturbado com os esforços frenéticos e os gritos não proferidos nas bocas abertas Harry optou por dar às costas as monstruosidades e caminhou do topo da escada para os demais aposentos do pavimento onde se encontrava.

Diferente, porém similar, essa era uma boa descrição da casa onde se encontrava. Um banheiro e três quartos, móveis similares, arranjos parecidos. Uma residência como a casa dos tios. Mas com toques pessoais de outras pessoas. O jovem bruxo não fazia idéia onde os vizinhos estavam, nem lembrava particularmente do casal que ali habitava. Mas ele ficou feliz em não encontrá-los. Se estivessem vivos ele com certeza não gostaria de explicar que havia explodido as escadas e atraído quatro dos monstros para dentro. E se estivessem mortos...

Em um armário aberto encontrou pendurada uma camisa xadrez. Não era, nem de longe, uma escolha que agradava o senso de estética do jovem, mas estava limpa e serviria para substituir sua camiseta arruinada. Enquanto se vestia ele olhou pela janela dos fundos para a casa em chamas. Ele podia ver claramente a coluna de fumaça contrastando com o céu claro. Ele via pela janela dos quartos dos tios os reflexos das chamas se espalhando pelo andar superior, mal se via outra coisa dada a enorme quantidade de fumaça.

No chão, sobre o que restou da cozinha e sobre os canteiros do quintal, estavam os escombros do seu quarto. Não havia sinal da sua cama, mas o seu armário, ou parte dele, despontava debaixo de uma pilha de telhas. Pensando em sua coruja o garoto controlou um soluço e levantou a varinha.

- Accio Hedwig.

Nada veio. O garoto respirou fundo e tentou novamente. Dessa vez uma pilha de escombros foi deslocada e o que veio voando provocou novas lágrimas ao garoto. Com a visão embaçada o garoto colocou os restos mortais de sua amiga num caixa de sapatos e silenciosamente se despediu. Arrasado demais ele recostou-se a parede, ignorando a dor das costas esfoladas, e apenas chorou. Chorou copiosas lágrimas por sua única amiga na Rua das Alfeneiros. Sua única companheira durante os longos meses longe de Hogwarts e do mundo da magia.

O tempo passou, Harry chorou, e o Sol percorreu o seu caminho pelo céu. Não foi muito longe porém. Uma hora, talvez duas, foi apenas o tempo que levou para o rapaz secar as lágrimas e lamentar a perda do familiar. Os ruídos não deixaram que ele pudesse despedir-se da amiga em paz. As bocas dos seres se abriam em gritos silenciosos, mas eles se moviam no andar inferior e isso ele podia ouvir. Pés se movendo, objetos caindo e quebrando, uma verdadeira algazarra.

Recuperando o autocontrole, Harry dirigiu-se até o banheiro. Por longos minutos ele ficou lá, olhando-se no espelho pensando no que fazer. E que excelente pergunta era essa! O que ele faria agora? Iria atrás dos Dursley? Será que eles tinham chegado a casa da tia Marge? Mas mesmo se tivessem como ele chegaria lá? E onde morava a tia Marge exatamente? Ele sabia que era ao norte, e no interior, mas não fazia idéia onde a mulher detestável morava.

E por que ele deveria ir atrás dos Dursley? Agora tudo estava mudado. O estatuto do segredo obviamente não significava mais nada, os mortos estavam andando, o que podia ser mais mágico do que isso? Epidemia uma pinóia, alguma maldição poderosa estava agindo sobre todos e ele podia apostar os dois braços como Voldemort tinha algo a ver com isso. Ignorar o paradeiro dos Dursleys era melhor do que imaginar um terrível e trágico final para os mesmo. Então evitando pensar nos parentes e apenas desejando boa sorte em pensamento, o adolescente voltou-se para a sua situação atual.

Ele estava sozinho no Surrey. Sozinho no mundo trouxa. Ele havia feito feitiços na casa dos tios e na dos vizinhos, soltara mais de uma dúzia deles, e nenhuma coruja tinha vindo. Segundo o que se lembrava da conversa a mesa dos tios a epidemia estava se espalhando por toda parte, conseqüentemente eles tinham problemas muitíssimos maiores do que o uso de magias por menores de idade. Ele com certeza ia usar toda a magia que pudesse ajudá-lo até essa situação se normalizar. Se é que tal coisa ia acontecer...

Trágicamente Hedwig nunca mais transportaria uma carta. Ele podia usar o telefone, mas nenhum dos bruxos possuía o aparelho. Hermione tinha, mas o número da amiga estava anotado em algum de seus livros junto ao seu material escolar, material esse que estava nesse momento em chamas, juntamente com toda a sua casa.

Ao lembrar sua primeira amiga e seu triste fim, o garoto mal pode segurar as lágrimas. Respirando fundo ele pôs-se novamente a procurar alternativas. Ele certamente não ia conseguir aparatar sem nunca ter aprendido, claro que havia o episódio do telhado do colégio quando ele era bem mais novo, mas ele jamais pôde reproduzir o resultado, então instantaneamente ir para qualquer lugar estava fora de cogitação. Criar uma chave-de-portal era uma idéia tão improvável quanto o garoto subitamente virar um animago e sair voando.

Abrindo a torneira e lavando o rosto o garoto continuou procurando uma solução para o seu dilema. O Noitebus podia ser uma solução. Talvez o ônibus mágico ainda estivesse em funcionamento e pudesse ajudá-lo, mas era pouco provável. Dada as proporções dessa catástrofe, ele duvidava que alguém desejaria andar por aí transportando pessoas por umas míseras moedas. Existia o flú. O garoto não sabia como o fogo verde funcionava, mas não parecia que para colocá-lo em funcionamento alguém precisaria se arriscar, portanto é bem provável que o mesmo ainda funcionasse. Portanto era a única alternativa lógica.

Após enxugar o rosto o jovem bruxo finalmente estava centrado. Abalado, sim. Mas não mais perdido sem saber o que fazer. Ele só precisava agora chegar a uma lareira onde o flú estivesse conectado. A casa da senhora Figg com certeza era o lugar conhecido mais próximo, apenas três quadras o separavam do lugar. Agora era só chegar até lá e de lá para a toca.

Respirando fundo ele saiu do banheiro, parando para escutar ele ouviu algum dos corpos reanimados socando uma parede, pés se arrastando e algo pesado caindo. Descer para o andar inferior estava fora de cogitação.

Com a saída bloqueada, ele precisava providenciar outra. Segurando sua varinha com determinação ele percorreu todo o andar superior da casa até o quarto do casal. Obedecendo a arquitetura do bairro, a casa dos vizinhos compartilhava paredes com as duas casas ao lado, formando um paredão de casas com mínimas variações arquitetônicas. Apontando a varinha para a parede atrás da cama o garoto vociferou.

- Reducto!

O feitiço colidiu com a parede e abriu uma passagem para a casa ao lado. Respirando fundo o garoto começou a correr. Rapidamente ele atravessou a passagem, sem prestar mais atenção que o necessário ele cruzou a casa do próximo vizinho até a parede que conectava com a casa logo ao lado.

- Reducto!

Novamente a parede foi pulverizada e mais uma vez o garoto cruzou para a casa ao lado. Mais uma casa foi atravessada sem que muita atenção fosse dispensada. A terceira casa foi atravessada sem que o rapaz sequer diminuísse o passo para soltar o feitiço.

- Reducto! Reducto!

Casas após casas foram atravessadas. Nenhuma pessoa viva, ou morta, foi encontrada em sua trajetória, por fim uma parede foi destruída e o que surgiu foi à vista da rua. Olhando pelo meio da poeira o garoto contemplou brevemente a paisagem externa e não viu nenhum movimento. Após se localizar ele desceu rapidamente as escadas e dirigiu-se para a entrada da casa.

No jardim sua sorte acabou, subindo ao longo da rua vinha os quatro mortos que ele achava ter deixado para trás. Provavelmente as monstruosidades vinham seguindo os ruídos das explosões. Praguejando o garoto fez o que parecia ser a única alternativa, correu.

A Rua dos Ourives não era muito diferente da Rua dos Alfeneiros, mesma aparência, mesmos tipos de construção, mesmo tamanho e forma de calçada, até as mesmas espécies de árvores estavam plantadas na calçada. Correndo em paralelo com a rua onde os tios moravam esta rua levaria praticamente para a mesma direção que a outra. Aproximando-se da residência da Sra. Figg.

Três quadras. Não era tão longe assim. Harry costumava vir sempre por esse caminho quando era mais novo, a caminho do colégio. Três quadras era muito menos do que ele costumava correr quando fugia de Duda nas cruéis brincadeiras de criança. Ele sempre fora rápido, com certeza poderia manter o ritmo e ganhar distância de dois velhos, uma criança e uma pessoa semi-calcinada!

Olhando para trás o fez se arrepender. A distância entre eles estava diminuindo! A criança morta estava muito a frente dos demais e aparentemente corria mais rápido do que ele! E, de algum modo, uma nova criatura juntara-se aos seus perseguidores, um homem. Sem perder tempo avaliando a aparência desse recém chegado, Harry virou-se para frente e focou tudo em correr mais rápido.

Duas quadras. Uma quadra. Virando a esquina ele só teve tempo de praguejar e saltar para a direita. Logo a sua frente estava um homem tentando agarrá-lo. Apenas o salto apressado o salvou de um abraço desse novo algoz. Quase na seqüência, como um pequeno míssil o seu pequeno perseguidor chocou-se com o homem que tentou agarrá-lo. A inércia levou os dois ao chão, dando tempo para o bruxo adolescente se levantar.

Com o coração aos pulos o garoto reconheceu o Sr. Bensen, farmacêutico do bairro e cuja esposa era grande amiga de sua tia Petúnia. Ele não parecia particularmente diferente, a única denúncia de que ele não era mais o mesmo eram a estranha expressão de ódio que todos esses seres pareciam ter e uma enorme mancha de sangue ao redor da boca. Mancha essa que se espalhava pelo peito indo quase até a cintura.

Sem mais avaliações o garoto posicionou-se para continuar sua corrida, mas antes que pudesse prosseguir ele viu bloqueando sua passagem nada menos do que três outros corpos reanimados. Eles já haviam notado sua presença e começavam a correr em sua direção, bloqueando seu acesso.

Praguejando o garoto voltou-se pelo caminho que tinha vindo. O garoto e o Sr. Bensen já haviam levantado e preparavam-se para voltar a persegui-lo. Logo na esquina a mulher queimada surgia, precursora do casal de velhos. Em breve o garoto estaria encurralado.

Praguejando e disparando novamente pela rua dos Ourives o garoto não podia deixar de mentalmente amaldiçoar essas criaturas. Elas eram fortes e rápidas! Correndo ele podia ouvir os passos rápidos do garoto novamente ganhando distância.

Mais duas quadras correndo a máxima velocidade deixaram o garoto com o coração na boca. Ele estava plenamente consciente que o garoto pálido estava a apenas alguns metros atrás de si. Desesperado, Harry pulou por cima de uma lata de lixo e apenas escutou o estrondo quando a criança-monstro colidiu com a grande lata metálica.

Recuperando-se do salto o adolescente continuou a correr. Diminuir a velocidade agora podia ser o seu fim. Ele simplesmente não podia se arriscar a olhar para trás e ser alcançado por outro perseguidor. Com as pernas protestando e queimando ele forçou-se a continuar sua louca corrida para frente, confiando em seus ouvidos para avisá-lo caso os outros o alcançassem. Mais duas quadras seguiram-se e o seu coração batia tão rápido que parecia que ele ia explodir.

Logo a sua frente estava a sua antiga escola. A escola que ele e Duda freqüentavam quando eram mais novos. Sem conseguir pensar em outra solução, Harry correu para o edifício e desesperadamente agarrou-se a tela que protegia o playground onde sua turma costumava brincar no recreio. Com a varinha enfiada de qualquer jeito no bolso ele escalou rapidamente a grade.

Quase no meio da subida ele sentiu algo agarrando seu pé. Ao olhar para baixo ele viu novamente o garoto pálido com a mão estendida. Num puxão a criança morta ficou apenas com um tênis na mão e Harry estava livre para concluir sua subida. Arfando pesadamente o garoto parou no topo da cerca de arame e olhou para o caminho de onde tinha vindo. Os demais monstros vinham se aproximando. Sem dúvida, sendo fortes como eram, eles poderiam derrubar a cerca de arame.

Saltando na areia o jovem bruxo fez a única coisa que lhe ocorreu, correu para dentro do colégio.