Disclaimer: Não me pertence, pertence a Rumiko-sensei, pois é, é dela! ¬¬'
Ficwriter: Bulma Buttowski.
Sinopse: PÓS-KANKETSU HEN: – O grande Lorde Sesshoumaru tinha somente duas escolhas: esquecer Rin ou simplesmente aceitá-la e se render aos sentimentos que – em sua mente – enfraquecia-lhe.
Sacrifices of a Lord.
Capítulo 1: O Rei.
Até onde ele, Lorde das Terras do Oeste, poderia ir? – O céu, obviamente, não é o limite!
Mesmo irritado com toda aquela situação, Sesshoumaru fechou os olhos pacientemente para aquele cenário melancólico.
O barulho vibrante da chuva finalmente havia parado depois de três longos dias. Três dias preciosos; três dias importantíssimos para o senhor daquele castelo; três dias de guerra desperdiçados. E graças à terrível tempestade – com direito a raios e trovões em grande escala – dada de brinde pela "mãe natureza" o combate teve que ser adiado, infelizmente. O comandante, da tropa do reino do oeste, pegara uma doença mortífera falecendo no meio do campo de batalha, algumas tropas tiveram que recuar para não haver prejuízos, outras continuaram avançando, mas pelos precários estados do ambiente algumas tropas se perderam e como a chuva apagava o cheiro dos outros parceiros, muita das tropas sumiram. O prejuízo que eles tentaram evitar foi inevitável... E certamente aquilo irritava o Lorde.
Sesshoumaru apertou os punhos com força enquanto via as últimas gotículas de chuva se dissipar pelo ar abafado do clima, agora, quente.
– Maldição! – falou virando-se e entrando no castelo. Era horrível se render a uma força superior chamada: Natureza. Era uma catástrofe ter poder e não poder utilizá-lo. Ele era completamente um inútil diante dessa situação. E isso provocava "ira" no Lorde.
O jovem senhor daquelas terras nunca poderia imaginar que conquistar a fronteira marítima que ligava as Terras do Oeste com as Terras do Leste poderia ser tão... Complicado. Certamente, "complicado" não existia no seu vocabulário, mas aquilo era demais! Tentava de todo jeito. Atacava por ar, por terra, por mar, mas sempre saía no prejuízo. Não queria admitir para si mesmo que estava perdendo a guerra, porque isso certamente estava longe de acontecer. Outra palavra que não tinha significado em seu vocabulário. Perder. Custasse o que custasse, iria conquistar mais terras, mais poder, nada poderia impedi-lo de chegar ao topo. Absolutamente nada. Sua sede de poder estava apenas começando.
Era, relativamente, novo e tinha a eternidade inteira para conquistar todas as terras daquela região. Seu nome estava na boca dos mais respeitados senhores do Conselho do Império. Muitos o admiravam pela sua pose elegante e sua firmeza em conduzir o maior exército de todo Japão, admirado pelas senhoras das outras terras, rico, poderoso, insuperável, dono de uma beleza exótica, inteligente, astuto, invencível, perfeito! O Lorde com mais terras ali, perdendo somente para o Imperador e isso conquistou em pouco tempo, mas apesar disso muitos tentavam achar um buraco na grande muralha que era Sesshoumaru, mas nenhum tinha sucesso. Seu empenho era tão grande que além de lhe oferecer grandes aliados, trouxe-lhe grandes inimigos. Pouco se sabia sobre Sesshoumaru, sobre seu passado, sobre sua vida, sobre seu ser.
Apenas sabiam, por boatos, que Sesshoumaru era filho do grande e falecido InuTaisho, que participara da luta contra o terrível Naraku, aperfeiçoou a Meido-Zangetsuha e que do seu braço esquerdo havia surgido uma espada de nome Bakuseiga. Alguns achavam que era apenas um mito ou lenda. Tudo sobre o passado do temível príncipe Sesshoumaru era um grande borrão. Até mesmo a existência do servo, que o acompanhava a mais de cem anos, era de se duvidar. Mas, ninguém, ninguém além de alguns conhecidos sabiam da existência de uma figura quase inexistente na vida do lorde, mas que foi a peça principal para um jogo de xadrez. Era, supostamente, a rainha o ponto fraco do rei.
A menina órfã, a garotinha sem significado, a sorridente e corajosa Rin. O tempo que ela passou ao lado do lorde fora muito curto, talvez metade de um ano, mas logo que a luta contra Naraku acabou ela fora deixada numa vila de humanos para se acostumar com os da sua espécie. Porém, o que contam pelas redondezas é que um dia, sem avisar, o Lorde retornaria para buscar a garota. Outra lenda esquecida, pois o Lorde não dava a transparecer que ia largar a guerra das fronteiras, que ia abandonar o posto, para simplesmente buscar uma "garotinha" humana. Na verdade, a hipótese de que o Lorde tivera consigo uma garota humana era totalmente absurda, já que, muitos diziam que o príncipe orgulhoso odiava humanos, um dos motivos para não suportar nem se quer seu meio-irmão Inuyasha por ser um hanyou.
Então, os mitos foram caindo por terra, sendo esquecidos e apagados.
Pois se fosse verdade, seria sim, absolutamente, a grande e talvez a maior fraqueza do grande daiyokai branco. Todavia, correr atrás de um boato assim era no mínimo uma falta do que fazer ou loucura e se o Lorde das Terras do Oeste queria que seus inimigos pensassem assim ele conseguira, pois todos, ou pelo menos a grande parte deles, desistiram dessa idéia no mínimo caótica. No entanto, um Lorde. O Lorde das Terras do Leste – seu atual inimigo – Não desistira...
As guerras das fronteiras já duravam alguns anos, alguns... 12 anos. Um tempo razoavelmente pequeno para yokais, mas um grande e valioso tempo para humanos. A garotinha já não era criança e sim uma mulher formada. Então, a partir disso, o inimigo de Sesshoumaru bolava um plano. Primeiro: Descobrir quem era a tal "garotinha". Depois disso iria investigar seu paradeiro e finalmente se apresentar para humana. E assim o fez. Um ano depois que a guerra começou o Lorde inimigo descobriu que a garotinha vivia na mesma aldeia do meio-irmão do príncipe Sesshoumaru, descobrira que seu nome era Rin e então se pôs a observá-la durante alguns anos.
Conforme a menina ia crescendo sua beleza mudava, deixando-a mais atraente e sedutora, nos olhos da humana imanava pureza e inocência, com o tempo a linda jovem começou a tocar flauta, aprendera sozinha, fazia poemas e escritos gigantes encomendados pelo chefe da região. De fato a menina era muito inteligente. Sabia se expressar muito bem, tinha vários pretendentes e era muito refinada, uma princesa vivendo entre plebeus. Era muito diferente das outras, uma ninfa, descendente de deuses. Um verdadeiro anjo.
Era alegre, prestativa e muito meiga e gentil. Adorava cantar e dançar quando estava sozinha na floresta e isso a fez ficar vulnerável. Pois sendo assim, o inimigo de Sesshoumaru se aproximaria muito fácil da dama... A independência da humana era o seu defeito, seu ponto fraco, pois distante dos outros, sem proteção, ela estaria exposta as forças negras do exterior. Uma presa fácil para yokais argilosos.
Sesshoumaru havia mudado com a guerra, havia se transformado em um yokai frio e arrogante novamente, o mundo ao seu redor e as pessoas a ele não importavam, nada tinha significado se não fosse, vencer aquela batalha, que custava a sua honra, seu orgulho. Estava cego, cego pelo poder... Antes desta guerra começar o daiyokai vivia mandando presentes a sua protegida, mas logo não tivera tempo de escolher quimonos, jóias e perfumes para Rin e conforme a guerra fora ficando mais séria e tomando todo seu tempo disponível, a pequena humana caiu no esquecimento. Na mente do yokai não mais havia espaço para garotinha sorridente. Brincar de ser "pai" já não era mais uma obrigação, era uma luxúria que podia esperar, ela podia esperar. Será?
Enquanto o príncipe dirigia-se para seu escritório a sua espada Tenseiga começou a pulsar. Fazendo-o pára no caminho.
Olhou diretamente para espada que pulsava bastante, uma luz azul emanava da espada como se aquilo fosse um aviso. Pelo grande poder que a espada extraía, Bakuseiga começou a vibrar também, como se estivesse concordando com a outra espada. Os olhos âmbares do senhor das espadas se arregalaram, suas íris dilataram-se a tremenda surpresa que tivera naquele momento. Suas espadas queriam lhe dar um aviso, mas que aviso era esse? Alguma armadilha do inimigo? É claro que Tenseiga zelava por sua vida, mas Bakuseiga também?
Seria o perigo chegando? O que aquilo significava? Estava confuso.
Depois de alguns poucos minutos as duas espadas pararam de vibrar. Um pouco surpreso Sesshoumaru ficou no mesmo lugar, tentando inutilmente colocar os pensamentos em ordem, vasculhando brechas que poderiam dar a seu adversário alguma chance de atingi-lo. Porém, na veio a sua mente.
E quando voltou a olhar para frente viu que seu servo Jaken estava a poucos passos de si e estava com uma cara muito preocupada.
– Sesshoumaru-sama. A mulher do bastão de duas cabeças gritou novamente. – falou o servo suando frio. – Seu grito foi alto, agudo e desesperado, como se o perigo fosse mortal, como se uma coisa muito mais muito ruim mesmo estivesse prestes a acontecer.
– Quando foi isso? – perguntou o Lorde com uma sensação esquisita passando pelo seu ser.
– Um pouco antes de o senhor chegar! Alguns servos ficaram até com medo e eu quase não conseguia controlar o bastão que vibrava muito. Temo senhor, que seja algum trabalho de magia negra, algo muito ruim. Sesshoumaru-sama, o que pode ser? – perguntou o sapo um pouco tristonho. – Eu repito Sesshoumaru-sama, todos deste castelo ficaram amedrontados com o grito da mulher.
Se for tão perigoso, porque ele, justo ele, Lorde Sesshoumaru, não conseguia sentir tanto "pavor" assim? Claro que depois que Tenseiga vibrou começou a sentir algo esquisito dentro do seu ser, mas... Por que não capturava a mesma energia desse aviso?
– Jaken! Reforce a segurança do castelo, convoque mais recrutas para o treinamento, aplique o teste aos que já estão avançados. Precisamos de mais soldados. Convoque uma reunião com os generais, precisamos de um novo plano! – após dar o aviso ao servo, o nobre se retirou majestosamente indo direto para seus aposentos reais, mudando totalmente de curso original de sua trajetória, já que ia ao escritório.
Jaken viu o seu senhor ir embora, não queria admitir aquilo, mas sentia falta daquele seu senhor mais cheio de "compaixão". Depois que ele "esquecera" Rin e depois que essa guerra começara tudo em seu lorde mudara. Aquele jeito arrogante voltara e parecia que ele estava mais frio do que nunca. Suas ordens nunca mudavam, era sempre para focalizar na guerra e nada de distrações ou descansos. Todos ali já estavam exaustos, mas não queriam sair das asas protetoras e fortes do senhor das Terras do Oeste. Se por uma hipótese se dirigissem para outro lugar ou outro "chefe" certamente Sesshoumaru caçaria esse traidor e o mataria. Jaken tinha certeza disso, pois só nesse mês quatro homens morreram assim. Era como se todos ali não tivessem opção. O sapo respirou fundo e caminhou em direção a câmara onde os generais descansavam.
– Não sei por que, mas me lembrei daquela menina destrambelhada chamada Rin. – fechou os olhos e o sorriso da garotinha veio em sua mente. – Como será que ela está? Será que está bem? Hump! É melhor nem saber. – o sapinho intrigado continuou caminhando pelos corredores daquele castelo mal iluminado.
Já era noite, a lua estava bem no alto quando os generais e alguns poucos comandantes se reuniram na sala de reuniões para a discussão que teriam sobre a guerra entre as Terras do Oeste e as Terras do Leste.
– Certamente, Lorde Yuri está a planejar algo, se não fosse essa terrível tempestade conseguiríamos penetrar no território dele sem nenhum problema, já que não havia nenhum soldado inimigo dele nem ao menos a 200 léguas* do castelo. Acho isso descuido ou no mínimo uma armadilha, estava muito fácil. – falou um general.
– Concordo com você, Lorde Yuri está com alguma coisa em mente, mas nosso exército é muito mais forte do que o dele e a possibilidade deles estarem... Recuando também é plausível. – comentou o outro general.
– Apesar de ser absurdo não é? – replicou o primeiro general.
– Verdade, eu não creio que Lorde Yuri levantaria bandeira branca em pleno começo de guerra. – o segundo general cruzou os braços diante do peito.
– O que são doze anos, não é mesmo meu caro companheiro?
– Absolutamente nada! – então os dois começaram a rir alto.
Sesshoumaru ouviu àquela conversa calado, estava olhando o tempo estável pela janela, um céu sem nuvens e sem estrelas. Parecia que todos estavam ali. Já era hora de começar. Começar a descrever e armar um novo contra-ataque. Pelo que tudo indicava o inimigo estava "vulnerável". – sorriu cínico. – Não esperaria uma atitude tão irresponsável de seu rival, mas aquilo não importava, pois estava beneficiando ele. Somente a ele.
– É hora de começar. – falou ainda olhando a paisagem da janela. Mediante a isso, todos se colocaram em seus devidos lugares, sentando ao redor da grande mesa bem polida de madeira. O Lorde se virou e os súditos fizeram uma leve reverência ao seu rei. – Apresentem suas táticas! – ordenou o lorde sentando-se na cabeceira da mesa.
– Pois bem, Lorde Sesshoumaru. Se atacarmos pela floresta durante o inverno nós teremos uma grande probabilidades de passar pela barreira despercebidos, já que existe uma falha na tropa de Lorde Yuri... – começou o primeiro general.
– Pois bem, prossiga! – ordenou.
– Muitos homens de Lorde Yuri se retiram na hora de trocarem de posto, o problema é que eles não dividem as áreas que irão trocar, todos trocam ao mesmo tempo. Isso é uma grande falha, outra falha é em relação ao Forte. O Forte, ou seja, a torre de re-carregamento, não tem vigia durante a noite. Todos se reúnem para jantar no mesmo horário.
– Até parece que fazem de propósito! – falou o outro general.
– Por aparentarem estarem tão expostos assim, me faz imaginar que Lorde Yuri está a tramar algo realmente perigoso. Então, devemos ir com calma, não podemos usar a força bruta isso seria burrice. – prosseguiu o primeiro general.
– Concordo! Só um tolo não perceberia que Yuri está planejando algo. E é nisso que eu quero que vocês trabalhem esta noite. Bolem um plano e uma cartilha para que eu veja, faça os relatórios da última expedição. Quero todos os diários de todas as equipes para amanhã nesse mesmo horário. – falou o Lorde.
– Sim! – concordaram todos.
– Estão dispensados! – o jovem senhor levantou-se majestosamente e saiu do local antes dos outros, que continuaram a planejar uma tática que agradasse ao senhor do feudo.
As cavalgadas dos cavalos brancos corriam desesperadamente na floresta escura levando a carruagem real folheada a ouro do imperador. O barulho do chicote no lombo do animal fazia o mesmo ganhar mais velocidade aproximando-se cada vez mais do destino que objetivara, mesmo na densa floresta e somente com a iluminação da lua, o yokai que conduzia a carruagem tinha olhos noturnos e isso certamente não era um obstáculo. Chegariam ao amanhecer na vila dos humanos.
– Essa mocinha mora muito longe! – reclamou o imperador. – Não tinha alguém da mesma qualidade que a dela que morasse um pouco mais perto?
– Negativo senhor! – respondeu o conselheiro real. – Somente a humana Rin atende todos os requisitos exigidos pelo Conselho de entregas de Cartas direcionadas aos feudos. Acredito que seja raro encontrar pessoas assim, isso vale para yokais e humanos.
– Diga-me rapaz. Como soube dessa humana? – perguntou o imperador curioso.
– Foi através de Lorde Yuri. E ele por sua vez soube da moça por um chefe da região onde a jovem mora. Pelas informações que recebi, a jovem Rin faz escritos para o chefe quando o mesmo precisa convocar sua patrulha, ou até mesmo para outras necessidades, como mandar cartas ao senhor Imperador.
– A mim? Não me lembro de ter recebido nenhuma carta dessa menina. – disse com arrogância.
– Certamente senhor! Já que a mesma não assina as cartas e sim seus superiores. – explicou o conselheiro.
– Agora entendo... Ela é muito especial. Certo? – voltou a indagar o conselheiro.
– Com certeza senhor! Acreditamos que sim. Talvez, ela não seja uma simples humana com inteligência igual ou superior que muitos yokais.
– Hum... Que interessante. Você sabe-me dizer como é essa humana? Se é casada, se tem filhos, se é bonita, se tem classe? O que me diz a respeito dessa mocinha? – perguntou curioso.
– Uma frase a define completamente: Descendente dos deuses, intocada. Agora fica a critério do senhor a imaginar sobre a tal humana chamada Rin.
– Entendo, entendo meu caro... Posso até imaginar... – falou o imperador passando a mão em sua grande barba e fazendo uma cara muito pervertida.
– Creio que essa humana não seja deste tipo que o senhor está a imaginar. Certamente a humana é como se fosse uma flor a desabotoar na primavera. – o conselheiro fechou os olhos e cruzou os braços.
– Hump! Eu não creio! Mulher nenhuma recusa homem! Muito menos yokais ricos. – tanto o imperador quanto seu conselheiro caíram na gargalhada enquanto se aproximavam cada vez mais da vila onde a jovem dama morava.
Pela linha de raciocínio daquele que estava no poder, havia três reis e uma rainha no jogo, um já mexeu sua peça, seu peão, o outro ainda estava por mexer. Do outro lado, uma rainha comandava o jogo. Fazendo com que todos ao seu redor obedecessem somente a suas ordens.
– Nota: *-* Espero do fundo da minha alma que gostem desse meu mais novo projeto. Deu um pouco de trabalho ao elaborar essa fic, porque eu quis ressuscitar relíquias do anime, como por exemplo, sobre a mulher do bastão de duas cabeças, a personalidade rude de Sesshoumaru e outras coisas que vocês verão ao decorrer da fic, tentei ao máximo deixar que nem ao anime/mangá, espero ter conseguido! :D E agora mais do que nunca quero saber a opinião de vocês! :)
Beijos e deixem reviews! :D
* 200 léguas: Distância percorrida a pé (caminhada) por uma hora. Unidade de medida muito utilizada, que equivalia a 6 km. Ou seja, 200 léguas = 1200 km. Para yokais isso é muito próximo, principalmente quando se trata de feudos.