Olá! Tudo bem? Essa é a minha segunda fic, e é, em parte, continuação da primeira, que é o primeiro ano de James. Se você ainda não leu a do primeiro ano, o link é esse: .net/s/6944996/1/James_Potter_1_Ano .
Mas se você não quiser ler o primeiro ano, pode ir em frente. Não há com o que se preocupar. Só acho que seria mais legal, mas se você não quiser, tudo bem. A história fará sentido sem o primeiro ano.
-CAPÍTULO UM-
Eu sou o quê?
-Pontas, venha cá! – Almofadinhas chamou
Meu nome é James, James Potter.
Nome legal, eu sei. Mas se eu sou legal, porque o nome não seria? Sou alto, com cabelos pretos espetados e olhos castanho-esverdeados. Sou o homem mais bonito que Hogwarts já viu. Meu apelido é Pontas. Tenho dezessete anos e vou cursar o sétimo ano em Hogwarts, com meus melhores amigos Sirius Black (Almofadinhas), Remus Lupin (Aluado) e Peter Pettigrew (Rabicho), além de um garoto chamado Paul Collins. Os senhores Aluado, Rabicho, Almofadinhas e Pontas fazem parte dos Marotos, um grupo formado pelos mais inteligentes e bonitos garotos da escola. Bem, sou obrigado a tirar Peter disso, apesar dele ser legal...
Nós criamos esse grupo porque Aluado é um lobisomem e, além de lindos, eu e Sirius somos bons amigos e convencemos Aluado e Rabicho de transformar os três não-lobisomens dos Marotos em animagos. Enfim, vamos voltar à história...
Almofadinhas estava na sala da minha casa. Estávamos de férias, e os Marotos estavam juntos, aqui em Londres. Minha casa fica em um condomínio bruxo onde a entrada de trouxas é proibida. Faltavam duas semanas para as aulas começarem.
Desci as escadas o mais rápido possível, para encontrar, na minha poltrona favorita, Albus Dumbledore.
-Professor, boa tarde. Como vai o senhor?
-Eu estou bem, James, obrigado.
-Hum... Aceita algo para beber? Água, Hidromel...?
-Aceito um copo d'água, obrigado.
-Almofadinhas, pega lá!
-Pontas! Vai você! - Revirei os olhos, enquanto Dumbledore ria. Apenas encarei meu irmão postiço e ele levantou, reclamando.
-O senhor quer que eu fale algo com meus pais ou...?
-Na verdade, James, eu gostaria de falar com os Marotos. - Ergui as sobrancelhas ao ouvir o diretor dizer o apelido do nosso grupo. Ele riu - Ah, James, se você soubesse a quantidade de vezes que recebo reclamações dos professores e monitores sobre os senhores Aluado, Rabicho, Almofadinhas e Pontas você não ficaria surpreso por eu saber que vocês são assim chamados... - Dei um sorriso amarelo e passei a mão pelo cabelo - Você poderia chamar os outros?
Acenei e saí curioso da sala. Encontrei Aluado e Rabicho na varanda.
-Eu acho que Pontas ainda vai namorar com Evans...
-Eu acho que ele tem de mostrar para Lily que a merece...
-Você acha que ele a merece? - Remus sorriu.
-Tenho certeza. Mas... - Resolvi me intrometer.
-Aluado e Rabicho, parem de fofocar e venham. Dumbledore quer falar conosco. - Eles pareciam surpresos.
-Dumbledore? - Peter perguntou nervoso - O ano letivo nem começou e já ganharemos detenção? - Eu gargalhei e passei meu braço pelo seu pescoço. Por ser mais alto, consegui colocar sua cabeça à minha frente e, com a mão em punho, esfreguei o cabelo ralo dele. Quando ele se esquivou, já estávamos na sala e Sirius me olhou irritado.
-Que foi? - Perguntei.
-Depois conversaremos, Sr. Potter! - Ele respondeu.
Eu ri de novo e sentei no sofá em frente à Dumbledore. O copo estava vazio e ele piscou para mim.
-Senhores... O assunto que aqui tratarei é sério. Peço que escutem com bastante atenção. Vocês sabem da guerra pela qual estamos passando, não? James, você deve saber um pouco mais...
-Sim, senhor. Meus pais comentam conosco.
-Eles, como vocês devem saber, além de serem aurores, fazem parte de uma organização chamada Ordem da Fênix. - Eu sorri ao ouvir o nome. Meus pais haviam saído cedo naquele dia exatamente a mando da Ordem. - Pela expressão de Peter, terei de explicar. A Ordem da Fênix foi criada por mim para combater as Forças das Trevas. Por Forças das Trevas eu digo...
-Voldemort e os Comensais da Morte - Eu completei raivoso. Senti Peter tremer levemente ao meu lado à menção do nome do bruxo. - Perdão, senhor. Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado e seus seguidores.
-O medo de um nome só aumenta o medo da própria coisa. Chame-o pelo nome. - Eu acenei - Todos os alunos do último ano que demonstram interesse na Defesa Contra as Artes das Trevas, maiores de idade, serão convidados a participar da Ordem. Vocês quatro são, por incrível que pareça, os mais interessados no combate, portanto foram os primeiros jovens convidados. Vocês aceitam?
-Até a morte! - Eu e Sirius exclamamos, saltando do sofá.
-Pode contar comigo, professor. - Aluado disse. Peter acenou com a cabeça, pálido. Eu fiquei com pena dele; ele era um pouco medroso.
-Professor? - Chamei.
-James?
-Você poderia nos dizer quem seriam os outros a entrar para a ordem? – Ele sorriu de leve.
-Claro. Alice e Frank Longbottom...
-Mas eles não saíram da escola?
-Sim, saíram. Estão no curso para auror e só consegui falar com eles agora. E só mais uma.
-Uma? Quem seria? – Meu coração parou de bater por um nano segundo. Será...? Dumbledore percebeu minha reação e sorriu.
-Uma garota da Grifinória. Talvez você a conheça, James.
-Professor...?
-Lily Evans.
Sorri mais ainda. Os Marotos e Lily fariam parte da Ordem da Fênix! Lily Evans! Minha Lily! James Potter, sua grande anta, explica o motivo de tanta animação.
Lily Evans é, basicamente, a razão da minha vida. Ela é uma linda menina de cabelos ruivos, com sardas espalhadas pelo rosto. Sua boca é uma linha perfeita. Seu nariz arrebita um pouco no final, o que faz com que ela seja ainda mais linda. Ela é um pouco mais baixa que eu. Mas a parte física que eu mais gosto dela são os olhos. São verdes da cor de uma esmeralda. Aquelas pedras preciosas me dizem se minha Lily está feliz ou triste, me dizem se ela quer me matar rapidamente ou com requintes de crueldade.
Veja bem, eu AMO Lily. Ela é tudo para mim. Quer dizer, tenho meus amigos e minha família, mas ela é simplesmente... Bem, digamos que sou apaixonado por ela desde as férias do primeiro ano para o segundo. Ela, no entanto, não retribui esse amor. Na verdade, a Ruivinha me odeia. Ela é a única daquela escola que resistiu ao charme de James Potter.
Bem, não exatamente única. Não sou um cachorro. Pelo menos não ao nível de Almofadinhas. É verdade, Lily é a única menina do meu ano que ainda não beijei mesmo.
Quando eu digo 'beijar mesmo' digo mais de cinco minutos. É que minha glória foi no primeiro ano, quando, sem querer, eu e Lily nos beijamos. É uma das minhas melhores memórias. Às vezes ainda sonho com ela. Mas foram, infelizmente, apenas trinta segundos e não sabíamos o que estávamos fazendo, portanto eu não conto para ninguém. Além do fato de eu sei que Lily me mataria se eu contasse para qualquer pessoa.
Enfim, voltando...
Lily está na Ordem e eu também! Que perfeito!
-Se vocês não se incomodam, irei fazer o mesmo convite para Lily. Bom dia e... Creio que as cartas de vocês cheguem hoje... – Ele sorriu como se soubesse de algo que nós não soubessemos, o que não era difícil de acontecer – Desde já, parabéns, Remus e James.
Dumbledore piscou para nós dois e tenho certeza que fiz uma cara muito estranha, pois ele sorriu ainda mais.
-Professor! – Eu gritei ao vê-lo sair pelos portões da Mansão Potter. Ele parou sorrindo. Eu me aproximei dele correndo.
-Por favor, James. Me chame de Albus. - Eu sorri.
-Albus, então. Você poderia mandar um recado para Lily?
-Claro, James.
-Diz que eu estou com saudades... - Dumbledore riu.
-Passarei a mensagem... - Ele saiu e desaparatou. Eu fiquei parado olhando para a entrada sorrindo bobamente. Passei a mão pelos cabelos, desarrumando-os ainda mais. Voltei correndo para a sala, onde meus amigos me esperavam. Sirius estava sorrindo maliciosamente.
-E agora, Pontas? Já quer fazer uma missão para a Ordem?
-Almofadinhas, eu quero fazer a missão com ou sem Lily... Seria melhor se ela não participasse... Assim minha Ruivinha não fica em perigo! - Os três reviraram os olhos e soltaram muxoxos. Eu dei um tapa na cabeça de cada um e petrifiquei meus amigos. Ri enquanto Sirius tentava me matar com os olhos.
-Você ainda está chateado por causa da água? - Perguntei depois de lançar o contra-feitiço.
-Não! Estou chateado porque você gosta mais da Evans do que de mim! - Revirei os olhos e gargalhei. Ele olhou ofendido para mim.
-Quantas vezes você, Sirius Almofadinhas Black, marcou de azarar Ranhoso comigo e me deu bolo para pegar alguém? – Ele sorriu afetadamente.
-Ora, Pontas, eu aparecia depois!
-Cinco horas depois, quando o plano não pode ser mais executado.
-Ah, Pontinhas! Mas isso não significa nada! – Eu o encarei incrédulo e levei os quatro para a biblioteca. Remus murmurou 'obrigado'. Ele queria começar a estudar para os N.I.E.M.s, mas sabia que os outros não iriam se ele chamasse. Sorri em resposta. Sentamos nas cadeiras e pegamos os livros das matérias que precisávamos reforçar: eu e Sirius ficamos com poções, Aluado com feitiços e Peter com basicamente tudo.
Eu, Sirius e Remus éramos, junto com Lily, é claro, os melhores alunos de Hogwarts. A menor média de um de nós quatro foi a de Sirius: 98% num teste de poções no quarto ano. Desde desse dia, eu e ele nos comprometemos a estudar mais poções. Só um exemplo de como minha Lily é fofa: quando Almofadinhas disse que precisava de ajuda em poções, o cachorro logo pediu a ajuda dela e ela disse que poderia até ensiná-lo, contanto que ele parasse de gritar ou convidá-la para sair comigo.
E ele realmente melhorou. Acho que ela tem algum problema comigo, pois eu fiz o mesmo pedido semanas depois e ela recusou. Ela deve estar apaixonada por mim e tem vergonha de falar...
Umas duas horas depois de começarmos a estudar, eu e Sirius estávamos começando a encher o saco dos livros. Olhamos um para o outro e rimos silenciosamente, sem motivos. Remus nos encarou e rimos mais. Começamos um jogo da forca. Eu pensei num nome duplo com quatro e cinco, respectivamente.
-Lily Evans.
-Como você adivinhou? – Perguntei arfando. Ele revirou os olhos.
-Eu te conheço, Pontas. Vai, faça outra. – Peguei o pergaminho e fiz outro jogo, dessa vez com uma palavra de oito letras.
-Ruivinha.
-Almofadinhas! Como você consegue? – Ele revirou os olhos e sorriu mais ainda.
-Você é muito previsível. Ponha outra palavra.
Olhei para ele e aceitei o desafio. Duas palavras: uma com seis letras e outra com sete.
-Pontas gostoso.
-Você acha? – Perguntei piscando os olhos rapidamente. Ele gargalhou e eu tive de acompanhá-lo. Peter estava nos observando e riu também.
-Vocês podem ficar quietos? – Remus perguntou.
-Aluado, Sirius acabou de admitir que ele acha que eu sou gostoso! – Almofadinhas não aguentou e gargalhou ainda mais alto. Remus esboçou um sorriso.
-Expliquem.
-Nós estávamos jogando forca e Sirius acertou duas palavras seguidas sem nem dizer letra nenhuma. – Aluado ergue as sobrancelhas. – Lily Evans e Ruivinha.
-Pontas, você...!
-Eu sei, foram palavras estúpidas... - Eu admiti.
-Espera eu contar para Lily que você a chamou de estúpida! - Sirius provocou. O sorriso no meu rosto desapareceu. Parti para cima dele, que estava deitado no chão da sala, rindo. Quando percebi que era brincadeira, diminuí a força do soco que atingiu sua barriga.
-Nem brincando, Almofadinhas. Eu nunca faria isso com minha Lily!
-Ok, Pontas. Eu sei... Só para te tirar do sério. - Revirei os olhos enquanto levantava.
-Continuem! - Aluado implorou rindo.
-Tá! Então Pontas, o idiota... - Sirius começou. Ele já estava em pé ao meu lado.
-Não sou idiota! Coloquei duas palavras...
-Uma com cinco...
-Outra com sete.
-As palavras eram Pontas gostoso.
-Viu? Ele está repetindo. Se ele está repetindo é porque quer fixar a ideia. - Sorri para Almofadinhas, que se irritou e me bateu. Sorri para ele, de novo, e todos riram ainda mais. Saímos da biblioteca e fomos para o campo de Quadribol, provocando e brincando.
-O que vocês acham que Dumbledore quis dizer parabenizando Aluado e Pontas? - Rabicho perguntou. Eu parei no meio do campo e, me virando para eles, peguei meu pomo-de-ouro.
-Provavelmente eu fui o capitão do Quadribol - de novo - e Aluado, bem, vocês sabem...
-O que eu fiz? – Ele perguntou assustado.
-Você deve ser a nossa vergonha... Deve ter sido Monitor-Chefe! – Sirius e Peter riram comigo enquanto Remus, corado, me censurava com um olhar – Aluado, não bastava ter sido monitor durante dois anos, você também vai ser Monitor-Chefe! Isso é um absurdo! Um desrespeito para com a organização dos Marotos! – Nós quatro estávamos rindo e, enquanto isso, o pomo deu um jeito de escapulir.
-Droga! – Exclamei. Eu tinha de pegar aquele pomo ou era um Potter morto.
-Ainda é aquele pomo do quinto ano? – Sirius perguntou rindo. Nós quatro estávamos olhando para cima, observando o pomo se afastar cada vez mais.
-O que eu afanei antes dos N.O.M.s, sim.
-Você ainda está com ele? – Remus perguntou reprovador. Revirei os olhos e sorri.
-Claro. Vai ser meu para o resto da minha vida.
-E a escola?
-Que se dane. Eles já mandaram fazer outro.
-Outro? Quantos pomos Dumbledore já mandou fazer depois que você entrou para Hogwarts? – Um tom maroto saiu nessa nova fala do meu amigo monitor. Podia sentir o olhar dos três em cima de mim. Fechei os olhos e fingi contar.
-Acho que... uns três?
-TRÊS? – Eles perguntaram. Eu ainda olhava o fujão, que se afastava cada vez mais. Ri um pouco.
-No segundo ano, eu joguei o primeiro pomo que capturei no Lago, sem asas.
-Por que, em nome de Merlin, você tirou as asas do pomo? – Remus perguntou enquanto os outros gargalhavam.
-Boa pergunta. Também não sei.
-Eu pensava que você gostava de pomos...
-Eu gosto. Mas esse foi diferente. Foi o que Malfoy vomitou em cima, lembra? Depois de ele ter xingado minha Lily, eu dei um soco em sua barriga sem que ninguém visse.
-Por isso ele vomitou?
-Não sei... – Franzi as sobrancelhas – Pode ter sido. O que importa é que ele vomitou naquilo e eu lhe dei um soco por causa da Lily.
-Por isso você cortou as asas do pomo? – Remus perguntou de novo.
-Não! Lembrei! Depois de socar Malfoy, eu chamei Lily para sair e ela disse que sairia com o pomo antes de sair comigo.
-Então... – Aluado tinha uma expressão engraçada no rosto. Os outros dois estavam rindo – Deixe-me ver se eu entendi... você "matou" o pomo afogando-o no Lago porque Lily disse que preferiria o objeto a você? Ou seja... por ciúmes de uma bolota de ouro alada?
-Claro – Eu respondi dando de ombros, como se aquela fosse a resposta mais óbvia de todas.
-O segundo pomo? – Remus continuou.
-Foi no quarto ano. Eu e Almofadinhas azaramos o bicho para perseguir Ranhoso e ele tentou reverter o feitiço. Maaaas, como ele é uma anta, colocou o pomo para seguir Lily. Essa estupidez rendeu, para Seboso, duas semanas de azarações todos os dias. E como não conseguimos, tirar a bolinha de cima da minha Ruivinha, eu destruí o pomo.
-Eu lembro! – Sirius gritou. Olhei para ele e trocamos um sorriso. – A Lily disse obrigada e se mandou para a aula de poções. Você a seguiu, querendo um beijo...
-Isso! Ela, no entanto...
-Não quis cooperar e você ameaçou colocar o pomo de volta para segui-la.
-Ela disse: "tente, Potter, para você ver o que vai acontecer com seu precioso Quadribol!". Ela estava tão perto...!
-Ela sempre fica perto quando briga com você...
-É, mas nesse dia estava ainda mais perto. O rosto dela estava igual ao cabelo – Gargalhei com a lembrança – E os olhos queriam me fuzilar.
-Você olhou para ela e abriu um sorriso de canto de boca... – Remus continuou.
-Cheguei no seu ouvido e murmurei: "nem um beijinho, Lily?"... Ela tremeu ao me sentir tão perto... – Sirius gargalhou.
-Ela balbuciou alguma coisa ininteligível tipo: "meu cabelo é vermelho" e ficou parada enquanto Pontas sussurrava coisas no ouvido dela...
-Ela estava gostando, não estava? – Eu perguntei presunçoso. Meus amigos acenaram positivamente e abri o sorriso mais largo do dia – Eu sabia!
-E depois? – Peter perguntou.
-Ah, o idiota do Ranhoso estragou meu momento! – Eu disse fechando a cara – Eu estava segurando o braço da minha Lily com uma das mãos. Passei essa mão para sua nuca e ela fechou os olhos – Aquela cena era muito boa... Eu me lembrava sempre de todos os detalhes – Com a outra mão eu estava virando seu rosto para o meu...
-Ela não ia resistir... – Sirius completou balançando a cabeça negativamente.
-Não ia mesmo. Quando eu estava quase a beijando...
-Ranhoso apareceu e gritou o nome dela! – Remus completou inconformado.
Fechei os olhos de raiva. Ranhoso SEMPRE, sempre, sempre estraga tudo. A não ser, é claro, quando eu o estrago.
-Então minha Lily pareceu perceber que era eu e escondeu seus sentimentos de novo e me deu um tapa na cara...
Aluado e Sirius olharam para mim e nós sorrimos, enquanto Peter entendia tudo.
-Eu me lembrava disso, mas não sabia que era por causa do pomo...
-Pois é, Remus. E foi assim que o segundo pomo se foi.
-Por que eu não me lembro disso? - Rabicho interrompeu pensativo.
-Você estava na Ala Hospitalar. Tivera um banquete na noite anterior e...
-Ah, sim! Agora eu lembro! Por isso Ranhoso apareceu lá na Ala depois...! - Sorri amarelo.
-Exatamente... - Ficamos parados olhando para o nada.
-E o terceiro? - Remus perguntou de repente.
-Acaba de fugir... Venha, Almofadinhas, vamos pegar o pomo...
Nós quatro entramos em casa. Peter e Aluado subiram para estudar um pouco mais e eu e Sirius pegamos nossas vassouras para capturar a maldita bolinha fujona.
-Certo, Sirius. Quem pegar primeiro decide uma prenda para o perdedor!
-Não vale! Você é bem melhor que eu!
-Eu sei!
-Metido! - Ele disse fazendo uma careta.
-Sou realista, apenas. - Ele revirou os olhos.
-Pontas, tenho de ter alguma vantagem! - Nesse ponto estávamos no meio do campo. Suspirei.
-Você sai vinte segundos antes do que eu.
-Per-fei-to! - Ele sorriu e voou rapidamente para longe de mim. Passei meus vinte segundos - talvez mais - pensando na minha Ruivinha. Quando dei por mim, Sirius passou voando feito um borrão e com um sorriso no rosto. Dei um impulso no chão e rapidamente cheguei ao lado do meu melhor amigo.
-PONTAS!
-OI!
Ele pareceu revoltado e virou para me olhar. Eu estava sorrindo; adoro pirraçar Sirius. Pelo canto dos olhos, vi o pomo desviar da sua trajetória original, mas resolvi não segui-lo. Quando Almofadinhas olhou para frente gemeu com o sumiço do pomo e eu gargalhei.
-Tudo de novo, companheiro!
Ele me xingou e virou a vassoura. Do campo de Quadribol dava para ver o bairro trouxa ao redor do meu condomínio bruxo. O povo não-mágico não podia me ver, mas o contrário era possível. No outro lado da rua, vi dois moleques correndo de um lado para o outro, três carros estacionados e cinco pessoas andando: um casal mais ou menos da idade dos meus pais, um cara gordão sem pescoço de mãos dadas com uma menina magérrima e que parecia ter absorvido todo o pescoço do outro. Eles pareciam ter uns vinte e dois, vinte e três anos de idade. E, mais atrás, parecendo entediada, uma menina que me fez engasgar.
Não estou olhando para outra garota, nada disso! Nunca olharia para outra que não fosse minha Lily... Mas aquela garota...! Ela era Lily! Reconheceria aqueles cabelos ruivos de longe! Cheguei o mais perto que a proteção anti-trouxa permitia de minha Ruivinha.
-Lily... - Eu murmurei. Estranhamente, minha flor pareceu ouvir o que eu falava, porque ela passou a mão pelos cabelos, parou e olhou diretamente nos meus olhos. Li a confusão da minha amada nas esmeraldas dela. Coloquei minhas mãos no que seria o vidro e admirei meu amor, enquanto ela me encarava, franzindo a testa, sem, realmente, me ver. Sua família já estava muito à sua frente.
-Vá... - Eu sussurrei e ela deu de ombros. Quando viu seus pais quase virando a esquina, correu de um jeito que me fez rir.
-Pontas?
-Oi, Almofadinhas.
-Tudo bem? Você está com aquela cara.
-Que cara? – Perguntei olhando para ele.
-A cara de idiota apaixonado... Ela não está aqui, está? – Sirius perguntou. Ele estava ao meu lado, flutuando e olhando para onde eu antes observava.
-Estava... – Ele sorriu maliciosamente ao me ouvir suspirar.
-Daqui você teve uma boa visão das costas dela, não teve?
-Sim... – Eu disse sem entender aonde ele queria chegar – Os cabelos dela estão maiores...
-Estão batendo aonde?
-Na base da coluna.
-Você prestou bastante atenção nas pontas, não foi? – O sorriso no rosto dele aumentou ainda mais e, com esse último comentário, entendi o motivo dele estar, nesse ponto, gargalhando na vassoura.
-Ora, seu tarado! – Respondi irritado – Eu não olhei para a bunda dela, se é isso que você queria saber!
-Nem uma vez?
-Nunca! – Ele parou de rir e me encarou boquiaberto.
-James Potter! Você está me dizendo que nunca olhou para a bunda de Lily Evans?
-Nunca.
-Peitos?
-Não, Almofadinhas.
-Jura?
-Juro solenemente.
-Como? Por quê? – Revirei os olhos
-Com Lily é diferente, Sirius. Eu não amo só a imagem dela, os olhos, o cabelo... Amo isso, é claro. Eu, no entanto, me apaixonei pela Lily Evans.
-Diferença?
-Eu estou apaixonado por Lily Evans, a pessoa e não Lily Evans, o corpo.
-Mas você gosta do corpo, não gosta? – Ele perguntou sorrindo afetado de novo. Corei ao responder.
-Amo.
Silenciosamente, o pomo se aproximara de nós dois. Não fiz nenhum movimento brusco para tentar capturá-lo porque Sirius estava mais perto do que eu. Aos poucos, fui invertendo nossas posições e, depois de confessar meu amor pela Lily-Pessoa, estendi a mão e capturei a bola.
-Já até sei o que você vai fazer... – Eu disse. Sirius estava furioso.
-Você se aproveitou do meu momento de fraqueza!
-Momento de fraqueza? – Perguntei rindo.
-Estava surpreso por você dizer aquilo! Então é mentira?
-Claro que não, Sirius!
-Ah, bom!
Ri mais um pouco e indiquei a cabeça para o chão, convidando-o para descer. Fomos devagar, comentando o aprimoramento das habilidades do meu melhor amigo quando vimos quatro corujas com cartas num envelope pardo. Olhamos um para o outro e, sem palavras, aceleramos para casa.
Quando chegamos à biblioteca, Remus e Peter nos olharam questionadores.
-As corujas de Hogwarts chegaram...! – Quando terminei de explicar o motivo de tanta correria, Dylan, o elfo doméstico, chegou.
-Mestre James, senhor, as cartas de Hogwarts esperam os quatro!
-Obrigado, Dylan!
Nós quatro saímos correndo da biblioteca; se minha mãe estivesse em casa teria sobrado grito para todos os lados. Na mesa de jantar, quatro corujas esperavam.
-Por ordem! – Sirius disse.
-Rabicho, vá primeiro! – Eu pedi. Ele tremeu e pegou a carta destinada a ele. Leu rapidamente e suspirou aliviado.
-Passei de ano! – Rimos da cara dele; todos já sabiam disso, menos ele.
-Almofadinhas, você agora!
Ele sorriu e pegou a carta. Depois ficou sério.
-Ih, sua mãe vai me matar! – Ele me disse.
-Por quê? O que houve? – Perguntei preocupado. Ele estendeu um terceiro papel. Uma carta feita pela Prof.ª McGonagall.
Caro senhor Black,
O senhor acaba de passar para o sétimo ano, com notas excelentes, devo acrescentar. O senhor, no entanto, não apresenta um comportamento que condiz com o seu rendimento e será necessário tomar uma medida.
Os senhores Lupin, Pettigrew, Black e Potter precisarão, para o início desse ano, de uma nova autorização dada pelos responsáveis pelos senhores – com quem moram no momento – para continuar com as visitas para o povoado de Hogsmead.
Grata pela compreensão,
Minerva McGonagall
Eu e meu irmão postiço nos olhamos com expressões de "é, nós morreremos hoje".
-Cadê a sua carta de reclamação, Rabicho? – Remus perguntou, pegando os papeis da mão de Peter – Aqui! – Ele leu rapidamente o pergaminho – A única coisa que muda é o nome...
-Bonito, hein, senhor Lupin? Um Monitor-Chefe que precisa de autorização para ir para Hogsmead! Tsc, tsc... – Eu comentei balançando a cabeça negativamente, enquanto Sirius e Peter riam do meu comentário e da expressão de Aluado.
-Quem disse que eu sou Monitor-Chefe, Pontinhas? – Ele desafiou. Revirei os olhos.
-E quem mais seria?
-Ranhoso, talvez...
-Nem nos sonhos dele! – Eu disse revoltado.
-Por que James está tão fora de si?
-Porque se Ranhoso fosse Monitor-Chefe ele ficaria ao lado da Lily... – Remus explicou.
-Exato! Por isso quero que Aluado vá! Ele é mais confiável do que qualquer outro...
-Você fala como se a Lily fosse sua namorada...
-E será, Rabicho. Espere e verá! Remus, veja o seu distintivo de Monitor-Chefe agora!
Nós rimos enquanto ele se aproximava e pegava sua carta. Ele abriu, pegou algo, olhou fixamente para este, ficou sério e, finalmente, começou a rir. Voei em sua mão e peguei o objeto.
-Senhores, apreciem o crachá do nosso amigo... O distintivo de... – Olhei fixamente para o 'M'. QUÊ? – MONITOR? NÃO!
Sirius e Peter olhavam incrédulos para o objeto em minha mão. Remus não parou de rir um instante e pediu:
-James, abre logo a sua!
Estranhei, mas peguei a minha carta. Estava pesada. Devia ser por causa da carta extra. Quando eu abri, duas coisas caíram na minha mão. Não, não, não! NÃO É POSSÍVEL! NÃO MESMO! COMO ISSO FOI POSSÍVEL? NÃO!
Quando meus amigos viram o que estava na minha mão, desataram a rir. Eu, entretanto, estava em choque. Deitei no chão enquanto aqueles traidores riam da minha cara.
Depois de uns cinco minutos, ouvi vozes. Eram meus pais; haviam acabado de chegar da missão da Ordem.
-JAMES, O QUE HOUVE? – Minha mãe perguntou quando me viu no chão.
-Nada, Sra. Potter. Aliás, uma coisa muito boa! Seu filho é capitão de Quadribol e o novo Monitor-Chefe de Hogwarts!
E aí, gostaram? Espero que sim! Postarei todo domingo, então fiquem ligados. Enfim, obrigada e, por favor, REVIEWS! Beijos!