someone to love you.

Capítulo 85

No começo da manhã de 25 de dezembro, a cidade de Lima parecia brilhar debaixo de um céu sem nuvens, pois os raios de sol refletiam-se na camada de neve fresca que havia caído durante a noite. Tendo já desfrutado de um deliciado café da manhã consistindo de panquecas, waffles e fruta fresca, os ocupantes da residência da família St. James encontravam-se ao redor da árvore de Natal, cada um esperando com variáveis níveis de paciência que Cat distribuísse os presentes – o que ela fazia um a um, como era seu costume, apesar da insistência de Drew que ele não conseguia esperar mais um minuto para ver a quem pertencia o maior pacote.

"Acalme-se, irmãozinho," aconselhou Martin, obviamente divertindo-se apesar do tom sério de sua voz.

"Olha quem fala," reagiu Drew. "Você me parece pronto pra rasgar qualquer coisa que tenha o seu nome."

"É verdade. Nos últimos anos, Hannah dizia que as férias em Bali eram o presente que eu precisava, e o Jesse e eu… Bom, eu depositava dinheiro na conta dele e ele me mandava um cartão."

"A gente não estava se falando," lembrou Jesse ao pai.

"Sei disso e não estou reclamando. É que faz anos que eu não encontro um presente de verdade para mim debaixo de uma árvore, embrulhado em papel colorido e enfeitado com laços bonitos. É claro que quero rasgar um."

Condoendo-se do cunhado, Cat pegou uma latinha redonda e a colocou na mesinha de centro na frente dele. Sorrindo, ele exagerou ao pegá-la para examinar, lentamente, virando-a nas mãos antes de levá-la ao ouvido e sacudi-la de leve para completar.

"Vai se arriscar a adivinhar?" Perguntou Drew.

"Hummm… É bem pesado. Talvez seja o pedaço de carvão que sua esposa acha que eu mereço," brincou Martin, obviamente despreocupado se tinha adivinhado corretamente ou não.

Com o estímulo da família, o patriarca dos St. James finalmente abriu a tampa da lata, iluminando-se ao ver seu conteúdo.

"Isso é…"

"Meu bolo especial de Natal? É sim," confirmou Cat.

"O Drew sempre elogiou esse bolo. Eu tinha tanta inveja de ele ter uma esposa que sabia não só fazer comidas deliciosas, mas também se dava ao trabalho de fazê-las," revelou Martin, tirando um pedaço da guloseima em chocolate amargo e enfiando-o na boca. "Meu Deus, você não elogiou o suficiente," disse ele ao irmão segundos depois, ao servir-se impulsivamente de outro pedaço. "Isso é realmente uma delícia! Eu adorei! Muito obrigado, Cat."

"De nada, Martin." Cat virou-se para o sobrinho, sorrindo. "Agora, Jesse, tem uma coisinha aqui pra você…"


A troca de presentes continuou em ritmo preguiçoso. Como o pai, Jesse fora incapaz de limitar-se a apenas um pedaço de seu próprio bolo, servindo-se de sua porção com gosto. Rachel, por sua vez, deixou a sua de lado depois de se permitir apenas uma leve prova, preferindo guardar o resto para dividir com os pais depois. Ela e o namorado ficaram radiantes por receber cachecóis de estampas parecidas – mais presentes artesanais de Cat – tricotados com lã nas cores preferidas de ambos. Cat ficara eufórica quando Drew a ajudou com o fecho do colar customizado de prata que comprara para ela, e ele ficara igualmente radiante com a escolha dela de presenteá-lo com um relógio com detalhes de prata que ele namorava há vários meses. O entusiasmo de Jesse pelo mais recente modelo de iPhone – presente de seu pai – e pela biografia completa de Sondheim que recebera de Rachel foi genuíno.

Por fim apenas dois presentes restaram sob a árvore – o enorme pacote que provocara a curiosidade de Drew desde o começo e que, por coincidência, estava endereçado a ele, e um pacote pequeno, fino e quadrado, endereço a Martin. Os dois irmãos, ressuscitando uma tradição antiga da infância, determinaram qual deles abriria seu presente primeiro por meio de uma rápida partida de pedra, papel e tesoura, e o mais velho dos dois não pareceu desapontado com sua derrota. Observou ansiosamente enquanto Cat colocava o inflexível pacote no colo do marido, que ficou surpreso com o peso. Lendo o cartãozinho, deu um leve olhar de censura a Martin.

"Já nos deu a viagem a Los Angeles, Marty. Não precisava dar isso também."

"Como pode dizer isso? Ainda nem sabe o que é," respondeu Martin. "Além do mais, já faz tempo que guardo isso. Não vou aceitar de volta."

Sabendo que o irmão raramente cedia, Drew engoliu suas objeções assumidamente frágeis e rasgou um pedaço de papel da ponta. Assim que viu o que continha, começou a rir.

"Eu especulei onde eles tinham ido parar. Num dia eles estavam na garagem, no outro tinham sumido."

"Eu… Eu os peguei emprestado."

"Sem pedir?"

"Vantagens de ser o irmão mais velho."

"Então você está com eles desde a faculdade?"

"É."

"Mas na época você não jogava," disse Drew, evidentemente confuso enquanto rasgava o resto do papel de presente e revelava um jogo de tacos de golfe já bem gastos. "Que possível uso você deu a eles?"

"O magnata corporativo que eu tentava impressionar me convidou para um jogo com ele. Horas antes. Os seus tacos estavam disponíveis."

"Tá, isso eu posso aceitar. Mas por que os guardou?"

"Isso vai parecer estranho, mas eles foram como um talismã pra mim. Você foi quem floresceu com as aulas que papai insistiu em nos matricular. Na minha cabeça, golfe era um jogo de velho que não valia o meu tempo, então não dei bola. Quando esse cara me perguntou se eu podia jogar, eu… Bom… Eu exagerei só um pouquinho," confessou Martin, arrancando um coro de risos cúmplices daqueles que o rodeavam. "Achei que ele ia me dar uma surra, mas de algum jeito eu consegui manter uma boa briga. Já que eu não tinha a habilidade natural, eu decidi que havia algo de especial nesses tacos."

"Superstição? Que atípico de você," brincou Drew.

"É mesmo, não é? Eu sempre fui tão lógico. O maior dos realistas. Mas eu não conseguia ignorar que esses tacos me tornavam um jogador melhor e, com o golf sendo praticamente uma religião entre os homens do meu círculo social, eu não podia devolvê-los."

"Então o que mudou?"

"Eu mudei. Sinceramente não tolero o jogo, e cheguei a um ponto de confiar que minha reputação sobreviverá mesmo que eu pare de mirar bolinhas minúsculas na direção de buracos distantes."

"Inacreditável! Meu extremamente ambicioso irmão, virando as costas para os ricos e poderosos! Achei que esse dia nunca ia chegar!"

"Mas chegou. Planejo viver a minha vida como eu quero vivê-la a partir de agora, e isso inclui não fazer coisas apenas para impressionar os outros."

"Isso mesmo!" Comemorou Cat, aprovadora.

Levantando-se, Drew pegou a bolsa de folge e apoiou-a na parede mais próxima; depois, tirou o taco principal e testou-o.

"Papai não poupou dinheiro neles," murmurou, inspecionando o resto dos tacos com um olho experiente. "Eles já são usados há décadas e ainda parecem mais novos que os meus. Existe a possibilidade de ainda haver sorte neles, ou você deu cabo dela?" Perguntou ao irmão, sorrindo.

"Acho que você vai ter que usá-los para descobrir," Martin respondeu, rindo. "Mas eu definitivamente não vou apostar contra você."

"Eu também não," declarou Jesse. "Com ou sem tacos especiais, eu já o vi jogando."

Enquanto Jesse deliciava o pai com histórias dos triunfos de Drew no campo de golfe, Cat pegou debaixo da árvore o último presente, colocando-o sobre a mesinha de centro na direção do cunhado. Martin imediatamente focou-se no pacote, sorrindo ao notar a caligrafia garranchosa do filho no cartãozinho. Sem tentar adivinhar o conteúdo, ele rasgou com impaciência o papel para ver o que o esperava. Uma expressão de deslumbramento apareceu em seu rosto ao ver a capa transparente de plástico que segurava.

"É você," disse em voz baixa, com olhos úmidos enquanto examinava a foto de Jesse que enfeitava a capa de um DVD caseiro.

"Quando a gente tava falando outro dia, o senhor demonstrou interesse nas minhas apresentações passadas, então gravei uma coisinha," explicou Jesse.

"De onde veio tudo isso? Eu posso não ter ido a muitas apresentações suas, mas já fui ao teatro o suficiente para saber que gravações de qualquer espécie são expressamente proibidas."

Jesse deu um olhar de desculpas na direção de Rachel antes de responder.

"Consegui as filmagens com a Shelby. Não sei como ela as conseguia, mas ela sempre tinha gravações de tudo que o VA fazia. Mandei uma SMS para ela e ela me mandou uma cópia de tudo que, segundo ela, era 'o melhor de Jesse St. James'. Acho que ela estava brincando com o nome, porque juro que ela incluiu todos os vídeos que tinha de mim, inclusive o meu primeiro teste."

"Eu ia adorar ver isso," soltou Rachel; sua momentânea tensão à menção do nome de Shelby evaporou com a perspectiva de testemunhar o início certamente espetacular do namorado.

"Todos nós adoraríamos," completou Cat, com a voz cheia de evidente orgulho pelo sobrinho.

"Podemos assistir agora," sugeriu Drew, tirando o DVD das mãos do irmão e colocando-o rapidamente no player.

Quando as primeiras imagens de um Jesse mais jovem apareceram na tela, Martin inclinou-se, imediatamente hipnotizado. E, com a família reunida ao seu redor, ele dedicou as próximas várias horas a relembrar o fenomenal talento de seu filho.


Depois do jantar e de sua subsequente limpeza, Jesse e Rachel retiraram-se para a privacidade da casa da árvore, onde não perderam tempo: despiram-se, caíram na cama e fizeram amor, com paixão e sem pressa. Com o desejo mútuo temporariamente saciado, ficaram deitados, Ranchel enroscada na curva do braço de Jesse e com a cabeça confortavelmente apoiada no peito largo do rapaz. Sentindo um inesperado tremor de riso sair dele, ela o encarou com uma pergunta silenciosa nos olhos.

"Eu falei."

"Falou o quê?"

"O Natal. Foi mesmo o melhor da minha vida, inquestionavelmente. Passei com a Cat e Drew. Você estava aqui. E o meu pai… Ele é bem-humorado! Quem podia imaginar? Eu não me lembro de tê-lo ouvido rir antes!"

"Você gostou de ter a presença dele."

Jesse assentiu, concordando. "Gostei. Foi uma puta surpresa, mas hoje nós parecíamos uma família. Todos nós, juntos. Tenho quase certeza que posso me acostumar a isso."

"Não há motivo para não se acostumar."

"Na verdade tem sim," respondeu ele, com a voz repentinamente séria. "Tem uma parte de mim que ainda duvida dele. Que não confia que essa faceta recém-descoberta de boa pessoa seja permanente. Que especular se isso não é alguma espécie de jogo doentio e distorcido com o objetivo de me magoar de novo."

"Não é não," respondeu ela, com extrema confiança. "Se fosse a sua mãe, eu te daria total apoio em questionar os motivos dela. Mas o seu pai… Não sinto que ele esteja tentando te enganar. Considerando o comportamento dele, ele me parece totalmente sincero. Ele quer voltar à sua vida, Jesse."

"E você acha que eu devo dar uma chance a ele."

"Acho. Gosto dele. Confio nele. Vendo como ele tem te tratado nos últimos dias, e o quanto ele tem se esforçado em fazer reparos... Bom, vamos dizer que ele me conquistou."

"Vindo de você isso é um grande elogio."

"É mesmo, e falo sério. Você é a minha principal prioridade, e se eu desconfiasse ainda que por um segundo que ele ia te magoar, eu estaria implorando pra você ficar longe."

"Então não acha que ele tem segundas intenções?"

"Provavelmente tem, sim. Só não acho que sejam intenções danosas." Ela o encarou, com um sorrisinho no canto da boca. "Pelo menos não no que diz respeito a você."

Ele entendeu imediatamente a que ela se referia. "É, eu diria que é melhor a minha mãe se cuidar."

"Por falar nisso, você nunca me disse como o seu pai reagiu à sua oferta de ajuda. Ele deve ter ficado radiante."

"Na verdade nem tanto. Quer dizer, ele ficou feliz por saber que eu estou do lado dele, mas recusou categoricamente a minha ajuda. Insistiu que não me quer envolvido numa briga feia, disse que eu já tinha engolido veneno demais da minha mãe na infância e que não permitiria que eu passasse por isso de novo."

"Então ele espera o pior?"

"E com motivo. Mesmo que ele tenha vantagem, ela não vai aceitar o que ele quer sem briga. O fato de ele ter pedido o divórcio destroi a imagem de perfeição que ela passou tantos anos construindo. Ela não o ama, mas a reputação dela depende da dele, e por isso ela vai tentar impedi-lo, de qualquer forma que puder."

"Ainda assim, sabendo como ela é, ele quer passar por isso sozinho?"

"É o que parece."

A voz de Jesse estava leve, mas Rachel viu o brilho da determinação nos olhos dele.

"Está pensando em ajudá-lo mesmo assim, não está?"

"Estou. Não sei como, mas vou ajudá-lo. Quando encurralada ela é implacável. Vai tentar destruí-lo, e não permitirei que ela vença."

"Se eu puder ajudar…"

"Espero manter você longe da briga," admitiu ele, sem graça, chocado pela súbita percepção de como seu desejo de proteger a namorada era parecidíssimo com a recusa prévia do pai.

"Você é mais forte do que ele pensa. E eu também sou," lembrou ela, em voz baixa. "O que você precisar, basta pedir, eu farei."

Ele a puxou para mais perto, beijando-a de leve na cabeça antes de esconder o rosto nos cabelos dela e achar consolo no cheiro familiar do perfume preferido dela. Seus dedos contornaram o caminho da coluna dela, expressando pelo toque sua não imensurável gratidão pelo apoio infalível da namorada. Por algum tempo, ficaram em silêncio, perdidos nos próprios pensamentos. Rachel foi quem falou primeiro.

"Já que estamos falando de pais com intenções não tão honrados…" Começou ela, levemente hesitante. "Eu queria perguntar da…"

"Shelby," completou ele, relativamente surpreso por ter demorado tanto para que sua ex-técnica fosse mencionada. "Eu sei que a coisa ainda está instável entre vocês duas, e normalmente eu não pediria um favor a ela, mas a ideia para o presente do meu pai foi de última hora e ela era a única que podia tornar tudo possível."

"Não estou com raiva," disse ela, depressa. "Só me preocupo que ela possa esperar algo de você – ou de mim – em retorno."

"Ela vai esperar ter subido muito no meu conceito, mas deixei claro que, se fosse condicional, eu daria outra coisa ao meu pai. Ela jurou que ficava feliz de poder dar um bom destino a todas aquelas coisas."

Rachel respirou fundo, palpavelmente aliviada. A preocupação evidente em seu rosto desapareceu, e todo seu corpo relaxou. Apoiando-se em um cotovelo, Rachel capturou o olhar de Jesse e o sustentou, dando-lhe um sorriso luminoso.

"Sabe quando você disse que esse é o melhor Natal da sua vida?"

"Sei…"

"Bom, vai ficar ainda melhor." Ouvindo isso, ele a observou com um misto de curiosidade e ansiedade. Ela ergueu uma sobrancelha e deu um sorrisinho sapeca. "Tenho mais alguns presentes pra você."

"Não precisava, de verdade. O livro já foi mais que suficiente," protestou ele.

"Talvez você ache isso, mas depois de tudo que você fez pelo meu aniversário, eu quis fazer algo mais especial."

"Podia ter esperado pelo meu aniversário."

"Que só vai ser em meses," respondeu ela. "Mas se você não quer…"

"Ah, eu estou muito interessado. Mas tenho que admitir que estou também curioso. Por que não colocou o que quer que seja debaixo da árvore?"

"Algumas coisas são melhores quando abertas em particular."

Ela levantou-se da cama, fazendo-o sentar imediatamente. Pegando o travesseiro, ele o colocou atrás das costas e se apoiou, com uma expressão ansiosa enquanto acompanhava os movimentos dela no quarto. Em segundos, ela estava de volta ao seu lado, com dois pequenos pacotes, que depositou prontamente nas mãos estendidas dele. Ele examinou cada um, sentindo a relativa textura e o peso, antes de escolher o mais quadrado e sólido dos dois. Abrindo o papel de presente, ele se viu olhando para uma caixa muito reconhecível.

"Queria saber se combina com o seu," perguntou ele em voz alta, tendo adivinhado corretamente a natureza do primeiro presente da namorada.

"Não, não combina. Mas eu mantive o tema irlandês," revelou ela, quando ele retirou um anel de nó celta em prata fosca do interior aveludado da caixa.

"É lindo, Rach."

"Não foi mesmo," confirmou Drew enquanto se virava e seguia pelo corredor, convidando os outros a segui-lo com um gesto. "E considerando o que eu acho que ele acabou de fazer, ele ainda não é."

"O meu anel é tão bonito, tão importante pra mim… Sempre que olho para ele, lembro a força do nosso elo. Eu queria que você também tivesse um símbolo tangível do meu comprometimento. Bem como um lembrete de que sempre estarei aqui, esperando."

"Como se eu pudesse esquecer. Você está no meu coração. Está sempre comigo onde quer que eu vou. Mas isso vai me ajudar a manter o meu foco no resultado final – nós dois, juntos em Nova York, em menos de um ano."

"Parece tão longe," lamentou-se ela. "Mas vamos conseguir superar. Tenho fé em nós."

"Eu também," concordou ele, erguendo o queixo dela para que pudesse cobrir sua boca com a dele, beijando-a profundamente.

Quando se afastaram, ele estendeu a mão e ela colocou o anel no dedo correto. Foi um encaixe perfeito, como ambos sabiam que seria. Depois de tirar um momento para admirar e dar outro beijo de agradecimento em Rachel, Jesse pegou o pacote retangular e mais leve que estava sobre os lençóis a seu lado. Erguendo-o, estudou-o rapidamente, sacudindo a cabeça ao fazê-lo.

"Vai me acostumar mal."

"Você merece," insistiu ela, com um sorriso radiante que era prova cabal de sua sinceridade.

Sem mais comentários, ele rasgou o papel que escondia seu último presente. A leve curiosidade que enchia seu rosto logo mudou para um largo sorriso quando ele entendeu exatamente o que ganhara: um carnê de cupons feitos a mão que podiam ser trocados por uma infinidade de favores, alguns inocentes e outros decididamente não. Folheando as páginas, ele avistou um que o deixou chocado.

"Tem certeza quanto a isso?" Não pôde deixar de perguntar.

"Tenho," respondeu ela, com firmeza, que contrastava com o rubor que rapidamente se alastrava e tingia seu rosto com um tom de vermelho forte. "Quer usá-lo primeiro?"

Ele hesitou antes de responder, parecendo considerar seriamente a hipótese. Ela prendeu a respiração, relaxando visivelmente só depois que ele virou a folha, arrancou-a do talão e apresentou a ela.

"Na verdade não. Eu quero esse aqui."

Aceitando-o dele, ela arregalou os olhos em choque ao ler o que continha.

Achei uma música perfeita. Quero cantá-la para você.

Não era, em absoluto, a escolha inicial que ela achava que ele ia fazer, mas ela certamente não ia se opor. Depois de beber alguns goles d'água, Rachel vocalizou a letra que a acertara como ideal desde o primeiro momento em que a ouvira.

There was a time when I would have believed them

If they told me you could not come true

Just love's illusion

But then you found me and everything changed

And I believe in something again

My whole heard will be yours forever

This is a beautiful start to a lifelong letter

Tell the world we finally got it right

I choose you

I will become yours and you will become mine

I choose you

Quando ela terminou, Jesse estava com os olhos marejados. De fato, era a música perfeita para eles. Haviam aprendido com seus erros. Haviam superado a mágoa que haviam causado um ao outro, e por terem sobrevivido a isso eram mais fortes. Realmente tinham acertado. Ele abriu os braços para ela, e ela voltou à cama, afundando-se em seu receptivo abraço.

"Eu nunca vou me cansar de te ouvir cantar. Mas acho que essa música é perfeita para um dueto no karaokê."

Os olhos de Rachel brilharam. "Você tem as melhores ideias!"

"Eu tenho, não tenho?" Declarou ele, provocante, antes de falar novamente com seriedade. "Você ter me escolhido me torna o cara mais abençoado do mundo. Eu te amo, Rach."

"Eu também te amo, Jesse. Agora e para sempre."

Depois de roçar os lábios nos dela, ele se concentrou em seu presente artesanal. "Esses cupons… Eles vêm com alguma restrição? Posso usar mais de um por dia?"

"Claro que sim."

Com uma sobrancelha erguida, Jesse lhe deu outro pedaço de papel. "Bom, se é assim, eu quero esse aqui…"