Título: Chances
Capítulos: 42/?
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N/a: Mais um capítulo fresquinho! Obrigada pelo apoio com os reviews!
CHANCES
Capítulo 42
Brennan encostou a porta, tendo acabado de se despedir de grande parte dos convidados. Seu apartamento estava uma bagunça, o chão coalhado de papéis cor-de-rosa, que Angela começava a recolher. Parker corria atrás de uma bola colorida, um dos presentes das meninas, e Hank estava sentado no sofá, Alexis dormindo em seu colo e uma sonolenta Sofia sentada ao seu lado, passando a mão por seu cobetor favorito o que, Brennan sabia, queria dizer que ela estava com sono.
-Angela, deixe as coisas aí. Eu limpo amanhã. - ela disse para a amiga, e foi se sentar ao lado de Hank.
-Você parece tão cansada quanto as meninas. - disse Hank com um sorriso.
Brennan havia pego Sofia no colo, e olhou para os olhinhos meio abertos da filha. As gêmeas iriam ter uma boa noite de sono, sem dúvida.
-Não tanto quanto elas. - Brennan respondeu.
-Elas se divertiram, é isso que é importante em uma festa.
Brennan concordou com ele. O tempo todo ela havia planejado a festa mais para Booth que para ela mesma. Mas o fato importante era que, mesmo que as meninas não se lembrassem da festa anos depois, elas haviam tido um dia divertido.
-Você falou com o Baixinho? - perguntou Hank, seu tom se tornando mais sério.
-Não. - disse ela, tentando parecer despreocupada, mesmo que o celular a tivesse acompanhado o dia inteiro para o caso dele ligar. - Ele disse que iria ligar quando terminassem a operação, mas não há como saber que horas isso será.
-A operação já terminou. - disse Hank, apontando a TV ligada com a cabeça – Deram uma nota a respeito na CNN alguns minutos atrás.
-O que eles falaram?
-Ao que parece, eles tiveram sucesso. Quatro traficantes presos, sete mortos ou feridos na troca de tiros.
-Houve troca de tiros?
-Foi o que disseram. Também mencionaram dois jornalistas que estavam no lugar. Um está internado, em estado grave. A outra teve ferimentos leves.
-Eles falaram algo sobre baixas policiais? - perguntou Brennan, sem poder esconder a nota de preocupação na voz.
-Não. - Hank respondeu com o mesmo sentimento.
-Eu... eu vou colocar as meninas no berço. - disse ela, se erguendo e acomodando Sofia, agora adormecida, em seu colo – E então vou tentar ligar para Booth.
Ela estava a caminho do quarto quando se deparou com Angela saindo da cozinha.
-Querida, eu coloquei a louça na lavadora de pratos para você. Se precisar de ajuda amanhã, me avise.
Brennan concordou com um meneio e estava para continuar seu caminho quando Angela segurou seu braço.
-Ei, está tudo bem?
Brennan fez o melhor possível para desanuviar sua expressão.
-Sim, só estou cansada. Vou colocar as meninas para dormir, tomar um banho e descansar.
Angela deu um beijo na bochecha da amiga, e outra em Sofia.
-Fico feliz que você tenha resolvido dar a festa afinal. Tenho certeza que elas se divertiram.
-Obrigada pela ajuda, Angela.
-Sem problemas. Já tenho ótimas ideias para o próximo ano!
Brennan riu enquanto a amiga se afastava para pegar a bolsa.
-A propósito, seu sogro é uma gracinha. E seu enteado também.
Brennan não conseguiu proferir que ambas as constatações eram inacuradas, pois a mulher se afastou com um sorriso. Ela continuou sua viagem até o quarto, onde trocou a roupa de Sofia, e estava a colocá-la no berço quando Hank entrou com Alexis no colo.
-O efeito do açúcar está começando a passar em Parker também. - ele disse, suavemente repousando a bisneta no trocador. - Ele está esticado no sofá.
-Eu disse a Rebecca que ele poderia passar a noite se quisesse.
-Ele concordou? Aquele menino nunca dorme sem a turma dele.
-Oh, ele a trouxe. - disse Brennan com um sorriso. Ela havia achado cômico o fato de todos, inclusive Parker, se referirem aos bichinhos de estimação com os quais ele sempre dormia como 'sua turma'.
Hank estava trocando as roupas de Alexis, a um passo lento mas cuidadoso, e Brennan resolveu deixá-lo interagir com a bebê. Ela confiava em Hank com as meninas, confiança que adquiriu em tão pouco tempo – talvez pelo fato do homem lembrá-la de seu próprio avô.
Ela estendeu o pijama de Alexis no trocador ao alcance de Hank, e saiu do quarto, pegando o celular. Ela discou a chamada rápida e ouviu os toques, enquanto observava um Parker adormecido em seu sofá.
A chamada caiu na caixa de mensagens.
Ela resolveu tentar o número do apartamento dele. Foi até a cozinha, consultando um número que estava afixado à geladeira.
Nada.
Por último, ela resolveu tentar o bureau mas não teve sorte tampouco.
-As duas estão dormindo. - informou Hank, vindo do quarto. Então viu a expressão preocupada de Brennan – Conseguiu falar com ele?
-Não, ele não atendeu o celular, ou o telefone da casa, ou do escritório.
-Talvez ele ainda esteja preso em alguma formalidade da operação. Aqui, eu posso deixar uma mensagem no celular dele. Por que você não vai colocar o Parker na cama?
Hank pegou o celular das mãos dela, esperando distraí-la ao ocupá-la com outra coisa. Brennan concordou, pegando o garotinho no colo e o carregando para o quarto de hóspedes. Enquanto ela o vestia em seu pijama de foguetes, ela pensava em Booth e sua operação. Não havia como algo ter dado errado, certo? Se algum agente tivesse sido ferido, teriam falado a respeito no jornal.
Ela colocou Parker na cama, o cobrindo e o cercando de seus amados bichinhos. Ele respirou uma vez profundamente, mas não despertou. Ela acariciou os cabelos do menino, triste pela tristeza dele com a distância do pai.
Ela saiu do quarto, apagando a luz, e se juntou a Hank na sala.
-Outro agente atendeu o telefone. - Hank informou imediatamente – Seeley foi levado para o hospital.
Aquela sentença fez o coração dela pular uma batida, trazendo uma imagem mental nada agradável de Booth em uma ambulância.
-Mas ele disse que não foi nada sério, apenas precaução. Ele não foi pego na troca de tiros.
Brennan concordou, o peso em seu estômago mais leve, mas não sumido. Ela só ficaria tranquila quando falasse com Booth. E, pela expressão de Hank, ele era da mesma opinião.
-Eu pedi ao agente para informar o Baixinho que liguei, e para ele retomar a ligação assim que puder.
Brennan pegou o celular das mãos de Hank, distraída demais para terminar de organizar o apartamento.
-Você deveria descansar. - disse ele. - É melhor do que esperar que ele ligue acordada.
-Hank... - ela disse, um pouco na dúvida. Rebecca o havia trazido quando deixara Parker, mas ele havia dito que pegaria um táxi para voltar. Ela queria falar que ele era bem-vindo em sua casa, tão bem-vindo quanto Booth e Parker, que ele também poderia ficar se quisesse. A verdade é que ela se sentiria melhor se ele o fizesse.
-Está tudo bem, você ouviu o que o agente falou. Eles o levaram para o hospital só por precaução.
Brennan concordou, sem coragem de estender o convite. Logo em seguida Hank declarou que iria chamar um táxi.
Quando ela finalmente se deitou, eram quase duas horas da manhã. Contrário ao que havia planejado, ela passou um longo tempo organizando a bagunça do apartamento – o telefone o tempo todo ao seu lado, e seu coração batendo mais rápido quando ela tinha a impressão de tê-lo ouvido tocar. Uma e meia da manhã ela já não tinha mais o que limpar e, resignada, tomou um banho, checou as crianças, e foi para a cama.