Olá, caros leitores! Estou com uma nova fic, mas essa história na verdade não me pertence. A autora se chama Higurashi-san e é uma ficwriter mexicana, além de escritora e desenhista profissional. E sim, ela me deu plena autorização para traduzir e adaptar essa fic. É uma história linda entre o casal ItaSaku e me deu muita vontade de traduzi-la e publicá-la porque além de bem escrita, o romance entre os dois vai se desenvolvendo pouco a pouco e aumentando a expectativa dos leitores para um desfecho surpreendente. Para quem acompanha minha outra fic "Por teu amor", não se preocupe que vou terminar essa fic. Algumas mudanças e problemas de instalação de internet me atrasaram o cronograma do término da história, mas em breve postarei novo capítulo. OK? Divirtam-se!

...

Uma da manhã.

Muito cedo. A lua minguante ainda não tinha deixado de infligir sua luz latente no momento em que ele acordou. Com um leve sobressalto do sereno silêncio que irradiava em seu quarto.

Um silêncio suavemente apagado. Apenas o som de sua respiração e os sons do quarto ao lado.

Ele permanecia ali, apenas deitado sobre o colchão macio de sua cama. As cortinas não estavam fechadas e o tênue halo de luz da lua se filtrava através do vidro sujo da janela. Seu olhar estava fixo no céu escuro e sua mente em algum lugar de sua consciência.

O som era quase inaudível, mas o torturavam. Torturava-lhe uma raiva que ele sentia e uma vontade de levantar e quebrar o pescoço de seu irmão bastardo.

Por que estava tão ansioso? Afinal, já estava no passado. O clima é responsável por eliminar essas coisas, não é?

O ruído de molas da cama aumentou. Na cama, a poucos metros de onde estava.

Tomou seu travesseiro e cobriu sua cabeça com ele como se quisesse afogar o eco de do ruído impetuoso que com sua maldita sorte podia ouvir.

Escutá-los.

Não, não a culpava, mas a Sasuke.

O tempo havia corrido como a velocidade do vento despertando aquele sentimento nele, naquela tarde de verão um pouco mais de um ano, quando a viu na porta de sua casa, exatamente como ele havia retornado do seu trabalho no escritório. Não foi a aparência física dela (que não era de uma diva) que chamou a atenção dele, nem o tom rosa do cabelo dela, um tom exótico. O que atraiu a atenção de Itachi sobre a garota foi justamente sua simplicidade e naturalidade de ser.

Quando ele ia preceder a sua saudação casual, Sasuke se interpôs entre eles com sua voz fria como sempre em uma imitação fútil de suas próprias expressões:

- Ela é Haruno Sakura, minha namorada.

"Irmãozinho tolo", pensou Itachi. Que importava a ele? Não havia nada de extraordinário naquela menina sem sal de quinze anos. Era o que ele havia julgado naquele primeiro momento, porém, nos meses seguintes e nos poucos períodos de convivência com a família, sua opinião mudou um pouco.

Só um pouco, segundo ele.

Sakura era muito madura, e talvez um pouco inconveniente em suas conversas (devido à ênfase de suas observações). Perspicaz, pelo menos parecia ter uma boa cabeça sobre os ombros.

Era muita areia para um imbecil como Sasuke.

Será que invejava seu irmão? O que poderia lhe invejar? Que Sasuke tinha namorada e ele não?

Ah! Esse tipo de coisa não lhe importava. Ele era Uchiha Itachi, o prodígio da família e, recentemente, a mão direita de seu pai sobre questões de negócios, não um moleque inquieto e perturbador que costumava ser Sasuke.

Contudo, assim como os dedos não são iguais, a personalidade e a relação entre irmãos tampouco era. Itachi tinha cinco anos e meio a mais do que Sasuke e quase uma vida inteira de experiência. Sasuke era quem lutava há algum tempo (um longo tempo) pra se igualar ao nível acadêmico de seu "grande irmão" e obter alguma atenção de seu pai.

Assim costumavam ir as coisas, de um modo razoavelmente tolerável. Então, tudo se complicou a partir de sua própria perspectiva.

A soltura do colchão se intensificou, tirando-o de seu devaneio. E desta vez, ele podia ouvi-la, sussurrando no quarto ao lado.

- Sasuke ... hum ... Sasuke-kun ...

Acompanhado pelos sufocados gemidos de seu irmão. Sentia o ranger da cama deles perfurando sua cabeça.

Que diabos ela tinha visto em seu irmão? Além do aspecto de bad-boy, não havia muito que admirar em Sasuke. Era seu irmão mais novo, mas o rapaz não valia muito, moralmente falando. Sasuke havia mudado desde a entrada da "fase da aborrecência." Ele tinha se afastado do convívio familiar e chegava tarde da noite (isso se resolvia a dormir em casa).

Itachi sabia que ele tinha feito amizade com tipos que não poderiam ser considerados boa influência: um certo rapaz chamado Suigetsu e dois idiotas mais.

E depois de viver um período de confusões, teve uma temporada tranquila. Foi quando conheceu Sakura.

- Ahh ... Sasuke ... mmmhhh ...

O maldito ranger da cama de novo.

Itachi levantou-se, jogando os lençóis e travesseiros. Ele saiu do quarto, batendo a porta tão duro como pôde e foi ao banheiro, sem sequer olhar de soslaio para a porta do quarto de Sasuke.

Mentalmente amaldiçoou o momento. Bastou o fato de seus pais irem viajar durante o fim de semana para Sasuke cometer esse atrevimento.

Ele abriu a torneira de água quente. Ouviu o som tranquilizador da água. Despiu-se, jogando as roupas no cesto de roupa com violência, despejando a sua ira com aqueles pedaços de tecido que não tinham culpa nenhuma da frustração correndo em suas veias. Livrou-se do elástico que segurava seu cabelo, os fios caindo em seu rosto enquanto ele entrava no box cheio de vapor quente. Foi para o chuveiro e ficou debaixo da água, sentindo-a em seu corpo.

Procurou sentir o líquido quente e transparente escorrendo pelo rosto, olhos fechados, tentando esquecer o mundo que cada vez mais o irritava.

E ele era indiferente, ou pelo menos parecia assim.

Pequenas lembranças de breves ocasiões que tinha acontecido com ela lhe assomavam à mente. Simples "conversas de mesa", se é que se pode chamar assim.

E nada mais.

Como ele poderia ignorar o aspecto sutil dessas ocasiões? E que sorriso ela tinha!

Cortesia. Foi apenas isso. Itachi pensava dessa forma, não era daqueles que interpretavam gestos das pessoas.

No entanto, aquele sorriso ...

Ele nunca tinha visto nenhuma menina que sorria com tanta naturalidade. Era uma expressão sincera, um gesto que nunca tinha visto ser correspondido por seu taciturno irmão mais novo. Sakura sempre tentou agradar Sasuke, mas parecia que nada era suficiente para ele.

E os seus olhos ...

Esse tom de jade verde. Brilhante e reforçado em suas feições suaves. Não era especificamente um rosto perfeito, era, sobretudo, a cor de seus olhos emoldurados no inverno branco de sua pele, a pele de um corpo de proporções menores e discreto, mas firme, com seios pequenos. Um defeito a se lembrar.

Quando ele percebeu, sua mão já estava em sua virilha para cima e para baixo sem parar.

Itachi começou a parar de prestar atenção ao que estava acontecendo fora daquele banho. Focado apenas no que tinha em sua mão e em sua mente.

Pressão. Contrações. Respiração entrecortada.

Sakura.

Como ele poderia estar pensando naquela garota? Se fosse a garota de qualquer outro... Mas não. Era preocupante, era proibido o que ela representava. Não era a namorada de um estranho, mas a namorada de seu próprio irmão.

Veio-lhe a imagem do rosto inocente. Animado. Seu corpo tão branco e frágil. Seus orbes verdes. Imaginou-os estreitados lhe encarando debaixo de seu corpo silenciosamente lhe perguntando "O que eu faço, Itachi-kun?"

O ritmo acelerado da sua mão. Seus olhos estavam fechados para o prazer que sentiu mais e mais. Seu cabelo cor de rosa, suave. Sua voz fraca chamando entre gemidos.

- Itachi ... Itachi ...

Sua ereção recebia mais pressão pelo movimento frenético das mãos. Por quê? Perguntava-se imaginando o rosto de Sakura enterrado em seu pescoço enquanto ele deslizava suas mãos entre as linhas suaves do corpo da menina.

Por que Sakura sempre lhe vinha à mente?

Sua voz em sua cabeça.

- Itachi ... Itachi ...

Ele começou, quase dolorosamente, apoiando a mão livre contra a torneira. Ele sentiu uma pontada de queima da ponta dos dedos dos pés até a cintura. O eco da queda dos jatos de água abafou o fraco suspiro que escapou de seus lábios no momento do clímax.

Silêncio.

O silêncio voltou a vaguear fora dali enquanto a água estava correndo dentro do banheiro.

Ele pressionou suavemente a cabeça por causa do esforço físico peculiar e fechou a torneira.

Respirou lentamente, voltando sua mente para a realidade. Ajeitou a toalha na cintura, pingando água nas costas e nos ombros por causa de seu cabelo molhado.

Ele estava de pé parado no meio do banheiro. Terminando de se secar, parando ocasionalmente para deslizar a toalha sobre o corpo. Ele observou que a água escorria para o ralo.

Estava tremendo na íntegra, em parte por causa da reação e, em parte, de alívio. Ele já não sentia mais a vontade de entrar no quarto do irmão e desferir-lhe vários socos. Só era capaz de pensar na sequência de acontecimentos que culminaria com esta cena.

Sinceramente, acreditava que ele começara a ter essas idéias perturbadoras e descabidas sobre Sakura quase sem querer.

Sentia ciúmes de Sasuke não só por causa dela, mas também porque comparado a ele, sua vida não era uma luta diária para construir algo. Era uma vida vivida nas trincheiras.

E ultimamente, uma parte de sua vida era esperar e escutar.

Então Itachi começou a mergulhar a cabeça no trabalho até altas horas da noite, tudo para não pensar naquela moça.

Pensava em Sakura, com quem conversou muitas vezes (na maioria, sem que o seu estúpido irmão estivesse presente), em raros momentos, quando ele estava em casa. E depois, ele se surpreendia sentado assistindo TV, sem idéia do que estava vendo porque estava pensando sobre o cabelo peculiar de Sakura ou a maneira como o jeans se encaixava em seu bumbum. E, finalmente, queria fazer uma coisa.

E hoje ...

E hoje, isso não importava.

...

A luz brilhante da manhã atingiu seu rosto, coberto apenas pela metade de um dos travesseiros de Sasuke.

Sakura abriu um olho, sonolenta. À sua direita e de costas, estava Sasuke, mergulhado no quinto sono talvez. Ela se virou, olhando para o relógio na cabeceira da cama, quase nove horas.

Voltou-se, aproximando-se do corpo do rapaz. Colocou os braços sobre os ombros dele, envolvendo suas costas.

-Sasuke-kun – ela murmurou carinhosamente sobre sua orelha. Seus lábios tocaram o pescoço dele e ela podia ouvir a batida rítmica de sua respiração.

- Hmpf ... - foi a única resposta que recebeu dele.

Conhecia seus gestos, acostumou-se com seus "amplos comentários". Obviamente, depois de quase um ano e meio com ele. Então Sakura não se intimidava com a resposta esparsa e indiferente negativa do rapaz. Manteve-se o abraçando, e, lentamente, subiu uma das mãos a um dos tufos esparsos dos cabelos do dorminhoco, começando a brincar com os fios.

- Se você está com fome, pode descer e preparar o café. Eu quero dormir um pouco mais – disse Sasuke simplesmente. Ele puxou o cobertor e cobriu o rosto com ele.

A menina respondeu com um simples "tá". Sua voz era um sussurro quase inaudível, tentando imitar o tom de voz indiferente do menino. Nenhuma resposta a mais dele.

Ela se sentou na cama se espreguiçando para trás. Os ombros e cintura deram um estalo que ela achou quase delicioso por causa da intensa atividade da noite anterior. Embora não fosse a primeira vez que faziam amor, ainda sentia um leve rubor nas bochechas. Ela olhou de lado para o corpo deitado à sua direita.

- Sasuke ... meu Sasuke ...

Seu rosto abriu num sorriso travesso. Uma expressão que mais de uma vez ela tinha dedicado a esse garoto mal-humorado que ela considerava sua "cara metade". Um significado que ia além do simples significado que tinha dado à sentença. Com quase 17 anos de idade e sua vida despreocupada na adolescência, Sakura não teria que se preocupar salvo a prioridade de viver.

Era apenas a metade do verão e não fazia nem três semanas que tinha começado a época de férias. Um período de calma, apesar de sua vida escolar não pode ser considerada a mais problemática e estressante. Não era a garota mais popular da escola, mas também não era uma "nerd" deslocada. Como uma boa Haruno, tinha aprendido a viver de modo normal sua vida escolar. Nem mais, nem menos.

Ao correr do mês de março, começou logo o segundo semestre do ensino médio, quando foi transferida para o grupo "C" – inicialmente por mero erro administrativo – e foi lá que conheceu Sasuke. Alguns meses de convivência concisa e breve, algumas saídas desinteressadas com o rapaz (desinteressadas, porque conhecendo o caráter de Sasuke, sabia que lhe dava no mesmo) e nenhum evento significativo, acabaram se tornado um casal.

Não, sua vida não tomou um rumo de cento oitenta graus, nem se tornou o alvo de inveja do resto da população feminina estudantil. As coisas tinham mudado, sim, mas não o suficiente para construir um barulho digno de publicação no jornal da escola. Sasuke era considerado um dos garotos mais atraentes da escola, mas daí a ser comparado como um ídolo das séries de televisão havia uma enorme diferença. E o Uchiha não era exatamente uma maçã de caramelo, era um sombrio personagem, com mudanças de humor (às vezes quase bipolar) e um modo peculiar de demonstrar seu afeto por seus monossílabos típicos que, se Sakura tivesse a tarefa de fazer um dicionário Sasuke-Português-Português-Sasuke, todas estas expressões de "Humpf" teriam um significado único traducido em algo como "Tanto faz".

Contudo, ela gostava disso, como explicava a suas amigas, tinha um "não sei o quê" que ela via em Sasuke. Sakura acreditava que era um aspecto do jovem que ela poderia mudar com o tempo. No entanto, durante o passar dos dias e dos meses, contatava que era uma vã ilusão de típica garota sonhadora que pensa mudar o homem que idealizou: uma tentativa e nada mais. Mas ela não se importava, pelo menos não ainda.

Era uma noite de sexta-feira e Sasuke a havia convidado para assistir a um filme em casa. Isso, claro, era uma desculpa aceitável para ambos. O ato sexual já estava em suas mentes desde o início. Saskura saía como namorada do Uchiha há quase dois anos e apenas há quase um mês, eles passaram a manter relações.

Sete vezes, disse ela. Aquela noite foi a sétima e ainda não tinha visto ou ouvido fogos de artifício, uma banda, mas tinha sido um pouco melhor. A primeira vez que fizeram, sentiu uma dor infernal. Suas amigas, Yamanaka Ino e Hyuuga Hinata tinham feito, e ambas lhe garantiram que só doeria por um minuto, como uma injeção bem funda e que, depois disso, sentir-se-ia no céu. Só que para Sakura, sua primeira vez teve mais a sensação de uma madeira áspera lhe trespassando a virilha do que alçar as alturas. Mais tarde, Sasuke tinha confessado, com uma expressão ligeiramente culpada, que tinha sido ruim por ter colocado mal o preservativo.

A noite passada foi a segunda vez que ela tinha começado a sentir algo parecido com prazer e, naquele momento, tudo estava acabado. Sasuke tinha resistido como pôde, mas de repente ... acabou-se. Parecia atrito demais para sentir algum calor.

Mas ela o amava, não importava se não lhe expressava o mesmo. E não o amava por causa da popularidade de seu nome ou por sua aparência física, mas porque lhe deu seu primeiro beijo. E há pouco menos de um mês, havia se tornado o primeiro homem da sua vida, aquele que ela tinha entregado a sua virgindade.

Levantou-se lentamente, sentindo o ligeiro ranger da cama. Ela ficou em silêncio, apenas olhando para o vazio e deu ao seu corpo mais tempo para esticar. Caminhou até a cômoda, perto da porta em que foram descuidadamente deixadas de lado suas roupas, dela e de Sasuke. Colocou seu vestido branco sem mangas, sem se importar com o fracasso de submeter o sutiã.

Era a primeira vez que passava a noite inteira na casa de Sasuke, mas isso porque os pais do namorado estavam ausentes e não se sentiria bem em ter sua intimidade descoberta mesmo sendo uma moça apresentável para eles.

Ela saiu do quarto, deixando a porta entreaberta e desceu até a cozinha, uma área branca pura que refletia o brilho da luz do sol filtrado pelo vidro da janela esquerda. O eco de seus passos na escada foi amolecido sob o som fraco do volume da TV.

Ela parou bruscamente no último degrau com o coração na mão. E se os pais de Sasuke tiveram que voltar antes do previsto? Com que cara lhes falaria?

Ela prendeu a respiração, prestando atenção ao eco do aparelho. As vozes vieram de múltiplos canais escolhidos ao acaso entre a programação do sistema de TV a cabo. Resolveu encarar a situação, desceu da escada e foi até a porta da sala. Seus olhos encontraram apenas a figura solitária de Uchiha Itachi, com a cabeça entre as mãos e os olhos com acentuadas olheiras.

Seus olhos se cruzaram e o olhar dela provocou um leve sobressalto nele.

Sakura percebeu um brilho tênue nos olhos dos jovens, que se acentuou quando ela lhe sorriu.

...

Bem, gente, esse é o primeiro capítulo. Espero que tenham gostado. A fic vai ter hentai sim, mas vai demorar e não esperem um hentai muito detalhado e tampouco muitas cenas desse tipo. Mas a história vale pela luta dos dois em ficarem juntos e o Itachi está tão fofo aqui que não tem como resistir. E não custa nada deixarem um review, né? Até a próxima.