Destiny
JensenAckles&JaredPadalecki – AU
Já diz o velho ditado: quando é pra ser, vai ser. Forças exteriores são capazes de juntas duas pessoas até mesmo quando elas relutam em não permanecer juntas. Livre-arbítrio é uma ilusão.
One: Damn it, virtual world!
Era incrível quanta bagunça uma menina de apenas quatro anos poderia fazer em uma sala, mesmo com uma quantidade de brinquedos não muito grande. A menina loirinha de olhos incrivelmente azuis corria agora pra debaixo da mesa da cozinha encontrando um labirinto entre as cadeiras que parecia ser, pra ela, quase seu parque de diversões particular.
- Juliette Michelle Padalecki! – Já era mais ou menos a terceira vez que Jared a chamava pelo nome completo. Ou seja, a coisa era séria. O problema é que, como ela conhecia o tio muito bem, sabia que ele nunca estava de fato falando sério.
- Que é, titio? – Ela parou imediatamente o que estava fazendo e apenas sentou-se em meio às cadeiras embaixo da mesa, bem no centro. Talvez propositalmente pra que ele não a alcançasse.
- Quantas vezes eu disse a você que está na hora de ir pra cama, hein? – Jared abaixou-se com algum esforço e tentava falar com ela por entre aquele emaranhado de coisas, já que ele então percebeu que ela não apenas estava embaixo da mesa, como também havia levado todas as suas Barbies e outras bonecas, todas com seus acessórios, pra junto dela.
- Mas eu não estou com sono, tio Jared! – Ela dizia com a voz chorosa e, se Jared bobeasse, era bem capaz dela fazer verter uma lágrima ou outra para comovê-lo.
- Acontece que já está muito tarde, não é hora de criança estar acordada! – Ele sorriu de leve, dizendo é claro num tom compreensivo. – Além do mais, tem que estar descansada pra aula amanhã! Você não quer ser bailarina? Bailarinas dormem cedo!
- Você sempre diz a mesma coisa, tio Jared! – Ela fez um bico cruzando os braços. – Mas está demorando muito para eu ser uma bailarina!
- Mas é claro que não! – Jared não conseguiu evitar o sorriso ao ver aquela carinha marrenta da sobrinha. – Na verdade, você já é uma bailarina! E por isso digo, bailarinas dormem cedo, comem seus vegetais, tomam seu leite antes de dormir e também preparam-se para ir na escolinha de tarde...
- E quanto a brincar? – Ela disse num tom quase de desafio.
- Bailarinas brincam também! – Jared respondeu com a maior seriedade do mundo. – Mas existe o momento do dia pra isso, não te ensinaram na escolinha sobre as regras?
- Sim... – Juliette respondeu ainda concordando com a cabeça.
- Então! A hora de brincar já terminou e agora é hora de dormir! – Jared abriu um sorriso e esticou os braços como se pedisse a ela que viesse até ele.
- Tá bem. – Ela finalmente se deu por vencida e começou a engatinhar entre as cadeiras até chegar no tio. – Eu posso comer biscoito junto com meu leite? – Ela perguntou quando chegou até Jared e ele a pegou no colo.
- Hmm... – Ele fingiu pensar por um segundo enquanto a carregava até o quarto. – Então coloque seu pijama, deite na cama e eu venho te trazer leite e biscoito de chocolate, certo?
- Certo! – Ela sorriu e bateu as mãos agarrando-se ao pescoço do tio. – E conta uma história também?
- Ok, ok... – Jared riu enquanto a colocava no chão no quarto dela. – Qual você quer ouvir hoje?
- Aquela da princesa que gostava do sapo que virava príncipe depois! – Ela disse toda animada enquanto Jared procurava o pijama pra ela vestir. – Mas pode ser uma daquelas que você mesmo inventa, tio Jared.
- Ah você gosta? – Ele respondeu lembrando-se da maneira que usava muitas vezes para ensinar a sobrinha sobre as mais diversas coisas da vida: histórias infantis.
- Muito! – Ela respondeu animada. – Eu gosto daquela da menina que cuidava dos animais.
Jared sorriu ao perceber que pelo menos aquilo funcionava. Não sabia ser pai, ninguém o tinha ensinado, não existiam livros que diziam a forma que ele deveria agir em toda e qualquer situação quando uma menina de dois anos de repente está na sua vida.
Ele sentia falta do irmão mais velho. Quando Jeff decidiu viajar pra uma espécie de segunda lua-de-mel com Veronique, ele foi o primeiro a apoiar. Não puderam aproveitar, o avião nunca chegou ao seu destino e caiu em alto mar. Já fazia dois anos – ou apenas dois anos – mas ele tinha no que se fiar agora, por sorte, Juliette era criança demais pra entender a magnitude de tudo aquilo.
A segunda maior surpresa foi saber que a guarda da menina ficou com ele. Foi um pedido do próprio Jeff, já que Jared era padrinho da menina e o irmão sempre disse que gostaria que Juliette ficasse com ele caso algo ruim acontecesse. Os pais de Jared e Jeff obviamente não contestaram a guarda. Era desejo de seu filho mais velho e Jared era bom o suficiente para dar conta.
Ele deixou o quarto assim que Juliette deitou-se na cama e cobriu-se. Ele foi até a cozinha esquentar um pouco de leite e pegar biscoitos pra ela. Era a rotina deles. E era bom que ele tivesse sempre tudo programado, afinal, crianças precisam de rotina.
Jared não tinha muito tempo para se divertir e fazer "coisas de adulto", mas não reclamava. Seu emprego de publicitário numa multinacional européia lhe rendia um bom dinheiro para criar Juliette e, quando dava, para se divertir um pouco.
Se bem que sua diversão recentemente baseava-se em um certo "Hunter" que ele havia conhecido na internet. Já que ele passava a maior parte do tempo no computador, resolveu usar a ferramenta para seu próprio lazer. Já fazia cerca de seis meses que ele conheceu o 'amigo' e, desde então, falavam-se praticamente todos os dias.
Descobriram muitas coisas em comum e Jared tinha que admitir que estava sim se apaixonando cada vez mais por aquele homem misterioso.
Antes que ficasse quente demais, ele desligou o leite e colocou alguns biscoitos numa pequena vasilha para levar junto para a sobrinha. Para sua surpresa, quando chegou ao quarto, Juliette já estava dormindo.
Ele sorriu observando-a por alguns segundos. Nada mais natural, depois de ter brincado tanto aquela noite e de tê-lo deixado quase maluco, o que mais se podia esperar que não fosse ela cair num sono profundo?
Calmamente o moreno alto fechou a porta do quarto, com cuidado, pra não fazer barulho, e levou os biscoitos e o leite pra cozinha de volta. Eram quase dez horas da noite e ele resolveu tomar um banho rápido agradecendo aos céus por ser sábado no outro dia.
Confortavelmente colocou seu roupão e serviu-se de um pouco de vinho. Uma música calma, clássico surf music de Jack Johnson e ligou o laptop. Ultimamente ele estava ficando cada vez mais ansioso para falar com o tal Hunter do que o normal.
Ele tomou um gole de seu vinho e logo conectou-se ao software de mensagens instantâneas.
Hunter diz:
Pensei que não viria hoje...
Workaholic diz:
Tente levar uma criança de quatro anos pra cama... ahahaha...
Hunter diz:
A futura bailarina te deu trabalho então?
Workaholic diz:
Um pouco! Mas já está resolvido.
Como foi seu dia?
Hunter diz:
Interessante... Fui a duas exposições de arte...
Workaholic diz:
Sobre...?
Hunter diz:
Uma era sobre a vida e obra de Monet. Outro, apenas quis visitar alguns quadros de novos pintores expressionistas...
Workaholic diz:
Inveja de você!
Hunter diz:
Já cansei de dizer pra trocar o apelido e de vida, quem sabe... ahahaha...
Workaholic diz:
Talvez se eu tiver um bom motivo...
Hunter diz:
Talvez eu tenha...
Workaholic diz:
Pretensa!
Hunter diz:
Encaro como desafio... ;D
Jared adorava conversar com aquele homem. Era incrível como sentia-se completamente conectado a ele como se fossem amigos antigos, como se incrivelmente conseguisse imaginar seu olhar, ou até o tom de voz...
Ele era o total oposto de Jared. Era fotógrafo profissional, mas também pintava quadros. Ele era totalmente ligado a arte, a cultura, literatura... Jared estava fascinado, a cada dia que passava ele sentia-se ainda mais apaixonado.
O que por outro lado o perturbava. Romances de internet nem sempre davam certo e, além do mais, era muito esquisito gostar de alguém que sequer sabia o nome.
Workaholic diz:
Essas coisas são perigosas...
Hunter diz:
Se não forem, onde está a graça, não é?
Workaholic diz:
Ah bem que eu gostaria de ter a sua leveza...
Hunter diz:
Você pode. Você sabe que pode...
Workaholic diz:
Me acha complicado?
Hunter diz:
Não seria bem essa a palavra que eu usaria pra te definir...
Workaholic diz:
E qual seria?
Hunter diz:
Cauteloso?
Workaholic diz:
Que broxante! Hahahaa...
Hunter diz:
Ainda assim é interessante, senhor viciado em trabalho!
Workaholic diz:
Vamos dar um jeito nisso então...
Hunter diz:
Primeira do plural?
Workaholic diz:
Se você topar, senhor caçador...
Hunter diz:
Eu topo.
Sim, definitivamente ele poderia virar a noite, ou todas as noites falando com ele. Era inteligente, calmo, tinha aquele espírito jovial que Jared queria, precisava resgatar. Ele passou a adorar os finais de semana apenas porque isso significava que ele poderia conversar até passar da hora comum com o cara misterioso.
Workaholic diz:
Pensa bem antes, ainda acho que vai voltar atrás...
Hunter diz:
Por que acha isso? Sei que não nos conhecemos há vidas, mas já tem um certo tempo...
Certas coisas em você apenas fluem e você não percebe.
Workaholic diz:
Como eu ser 'cauteloso'? Hahahaha...
Hunter diz:
Não, isso dá pra perceber de uma maneira bem clara, sem ler nas entrelinhas ;D
Workaholic diz:
Imaginei que fosse dizer isso...
Hunter diz:
Tá vendo? Até você presta atenção em mim...
Workaholic diz:
Te incomoda?
Hunter diz:
Claro que não... É ainda mais fascinante.
Workaholic diz:
Você é fascinante...
Hunter diz:
Você também.
Jared sentia-se o cúmulo do adolescente quando sorria feito idiota na frente da tela do computador. Mas não tinha como evitar... Há anos ele não se sentia assim com alguém, por alguém... A única coisa é que o deixava sempre com pé atrás, é que era difícil ler o outro. Será que ele sentia o mesmo?
Workaholic diz:
Será que consigo ler nas entrelinhas o seu nome também?
Hunter diz:
Aí tem mais a ver com adivinhação mesmo!
Workaholic diz:
Hahahaha... quer dizer que não vai me falar?
Hunter diz:
Quero dizer que você tem que perguntar...
Workaholic diz:
Certo... Você tem razão... Qual seu nome?
Hunter diz:
Jensen.
Jensen. Pronto. Agora ele sentia-se cada vez mais próximo. Jensen. Jensen. Repetiu mentalmente, repetiu em voz alta, em todos os tons, inclinações vocais e sim, era o nome mais lindo que ele já ouvira. Agora era oficial. Jared estava apaixonado.
Workaholic diz:
Diferente...
Hunter diz:
Sabia que é um jeito romântico de dizer 'seu nome é estranho!'
Workaholic diz:
Claro que não! Hahahaha...
É realmente diferente porque é o único que eu conheço...
Hunter diz:
Longa história...
Workaholic diz:
Quer me contar?
Hunter diz:
Quem sabe um dia...
Workaholic diz:
É sempre um prazer saber mais de você...
Hunter diz:
E o que eu tenho que fazer pra saber o seu?
Workaholic diz:
Perguntar! Hahahaha...
Hunter diz:
Ah! Usando a técnica do 'a culpa é sua'! Que espertinho!
Workaholic diz:
Aprendi direitinho não é?
Hunter diz:
Aprendeu! Hahaha...
Então, qual é seu nome?
Workaholic diz:
Jared.
Hunter diz:
Jared...
Workaholic diz:
Sim...
Hunter diz:
Jared... Jared... Jared... Jared...
Workaholic diz:
O que foi?
Hunter diz:
Nada, estava me acostumando a escrever!
Workaholic diz:
Hahahaha... Quer dizer que vai me chamar assim agora?
Hunter diz:
Se você deixar...
Workaholic diz:
Só se eu puder te chamar de Jensen...
Hunter diz:
Então está combinado, senhor Jared.
Eles ainda conversaram basicamente a noite toda. Jared realmente só precisou desligar porque estava muito cansado e o sono conseguiu vencê-lo, ele sabia que a Jensen também, por isso preferiu despedir-se, até porque poderia falar com ele todo o resto do final de semana. Antes de deitar ainda foi dar uma olhada em Juliette, que dormia calmamente.
Parte de ele ter se fechado para envolvimentos amorosos era justamente por ela. Não poderia mais agir descompromissadamente com qualquer pessoa que aparecesse. Tinha que manter a postura de pai agora, e não iria trazer pra vida de Juliette qualquer um que fosse. Especialmente porque sua condição sexual já era um grande desafio, coisa que ele nunca teve como chegar pra sobrinha e contar que ele preferia companhias masculinas.
Será que ela entenderia? Será que estava na hora certa de contar? Mas ela não é muito criança pra entender ainda? Eram essas questões da parte 'ser pai' que não tinham ensinado a ele ainda.
Ele havia dito a Jensen que tinha uma sobrinha que agora acabara se tornando sua filha. O que ele não esperava, era que Jensen de fato entendesse bem disso, afinal, coincidência ou não, ele também tinha um sobrinho pequeno com quem passava os finais de semana pra que seu irmão pudesse viajar a trabalho com a esposa.
Jared sabia que tinha algo como destino trabalhando nisso. Quais eram as chances de duas pessoas com tantas afinidades se darem tão bem em tão pouco tempo? E ainda mais se tratando de Jared, que nunca tinha tempo pra prestar atenção em nada a sua volta. Seus momentos fora do trabalho eram dedicados a Juliette. Talvez por isso ele protelasse tanto em relação a Jensen. Não queria se empolgar tanto pra evitar uma frustração muito grande. Mas Jensen era encantador demais, fascinante demais, apaixonante demais... E, como aquilo já estava se tornando um hábito, pegou no sono pensando nele.
x.J&J.x
Jensen fechou o laptop passava das três da manhã, após Jared se despedir. Agora ele sabia que ele se chamava Jared e sorriu após dizer o nome baixinho.
Era ótimo se conectar ao mundo novamente. Ou melhor, às pessoas. A arte o afastou por anos do contato com as pessoas. Vivia para fotografia nos últimos meses, até que Jared apareceu. A última coisa que ele pensou que fosse funcionar acabou dando super certo.
Ele levantou-se da cama e pôs o notebook na escrivaninha entre milhares de fotos jogadas por cima da mesa. Fotos de pessoas, de lugares, ele praticamente havia fotografado toda aquela 'selva de pedra' que era Los Angeles e, como poucos, conseguia transformar tudo aquilo em poesia, fazia ter movimento, cor... Ele amava o que fazia.
Parou perto da enorme janela no décimo andar de seu apartamento e vislumbrou a vista daquela cidade que nunca dormia. As luzes dos prédios, das ruas, formando aquela vista incrível apesar de barulhenta. Ele não resistiu, pegou uma das câmeras profissionais sob a escrivaninha, achou o foco que precisava e bateu várias fotos. Era normal, depois ele acabava escolhendo uma que ficasse boa.
Sorriu, estava feliz. 'Jared' ele repetiu num sussurro enquanto voltava pra cama. Será que era ele? Será que era ele por quem Jensen procurou a vida toda? Claro, ele não era bom em relacionamentos, era excêntrico demais, as pessoas geralmente não o compreendiam, mas não Jared. O 'workaholic' por incrível que pareça, o entendia melhor que a maioria das pessoas.
- Titio Jensen... – Um menino loirinho de pijamas azuis abriu devagar a porta do quarto do tio, sonolento, esfregando os olhos.
- Logan! – Jensen assustou-se um pouco do menino ter acordado. – Que aconteceu, campeão? – Ele andou na direção do menino de quatro anos e o pegou no colo.
- Tive um pesadelo. – Ele se agarrou a Jensen feito um pequeno ursinho e Jensen o levou até a cama com ele.
- Ah é mesmo? Mas você sabe que não precisa ter medo, não é? – Jensen o deitou ao seu lado na cama e o cobriu carinhosamente. – Monstros não são reais, certo?
- Certo. – O menino respondeu um pouco inseguro. Jensen apenas sorriu lhe dando um beijo na testa.
Ele ficou um tempo olhando pro teto escuro do quarto. Não que ele ligasse muito pra aquilo, mas ele deu muitas formas a Jared. Será que era loiro? Moreno? Ruivo? Careca? Alto? Baixo? Gordo? Magro? Branco? Negro? Amarelo? Azul? Talvez fosse oriental... não, talvez não. Talvez ele fosse um desses solteirões de quarenta e poucos anos que não se relacionavam porque de fato viviam pra trabalho. Não, ele tinha uma sobrinha em casa e um irmão mais velho que tinha falecido, ele deveria ser mais jovem.
Talvez fosse albino, ou um daqueles malucos cheios de mania em casa. Talvez usasse óculos e não gostasse de malhar. Não, não, ele havia dito uma vez que tinha acabado de chegar da academia, logo, deveria ter um corpo legal. Ou talvez fosse mentira.
Certo, o cara estava enlouquecendo Jensen. Aquela curiosidade, mas ao mesmo tempo querendo levar as coisas com calma o deixava naquele paradoxo alucinante. E Jensen era calmo, nunca foi ansioso e nem de se preocupar muito com o futuro. Segundo ele, estava mais ocupado vivendo o presente. Mas aqueles últimos seis meses o havia feito mudar alguns conceitos. Será que Jared também estava na dele ou ele estava sozinho nessa?
Não queria transformar as conversas em interrogatórios, até pra não assustar o outro, mas tinham tantas coisas que ele queria saber ainda... Quanto mais ele sabia daquele homem, mais ele queria saber! Há tempos não se sentia assim, desde que Danneel o deixara, desde que seu trabalho, apesar de extremamente prazeroso pra ele, estava consumindo todo seu tempo.
Virou a cabeça pro lado e viu que Logan dormia tranquilamente agora. O menino era a alegria de seus finais de semana, ainda bem que tinha com quem ficar, pois passava tempo demais sozinho naquele apartamento enorme, apenas com suas fotos e quadros.
Será que era cedo demais para falar em encontros com Jared? Será que ele pensava nisso também? E se ele estivesse esperando uma iniciativa de Jensen? E se ele não estivesse na verdade interessado?
O loiro suspirou pesadamente. Malditas dúvidas, iam acabar enlouquecendo-o! E ele era muito observador sim, fazia parte da profissão. Mas se tratando de Jared, se tratando de um computador, as coisas ficavam um pouco mais difíceis e obscuras. Não olhar nos olhos era difícil, mas no caso dele e Jared, parecia por um lado que não era nem preciso.
Ele acabou pegando no sono em meio a tantas filosofias. Preferiu seguir o plano inicial e deixar as coisas fluírem naturalmente. O que era pra ser, ia ser, e além do mais, ele estava aproveitando a viagem, não iria esperar para aproveitar quando chegasse a algum lugar, afinal, talvez nem chegasse a nenhum lugar. Mas pelo menos nada seria em vão.
"Aproveite a viagem, Jensen, aproveite a viagem", foi seu último pensamento consciente.