Título: Dona Rosa…

Por: Srta. Nameless

Resumo: Eu sempre fico admirada em como o Claude consegui dizer "Dona Rosa" de um jeito tão bonitinho. Não sei, se eu fosse a Rosa me derreteria toda, até porque ela gosta mesmo é de ser chamada de Rosa e não Serafina. Essa fic foi feita com a intenção de colocar o nosso querido casal em uma situação nunca antes ocorrida. Claude vai à casa de Rosa. Mas Frazão aparecerá. No início para ajudar, mas depois vai acabar fazendo Claude entrar em uma situação difícil. Qual situação será essa? Bom, só digo que não é uma má situação. Claude no fundo queria isso. Mas no final tudo dependerá de Claude. O que ele fará? Apenas uma frase ou um ato pode decidir tudo e a única coisa que ele consegue dizer antes de decidir é: Dona Rosa…

Disclaimer: Nada é meu. Tudo pertence a Tiago Santiago e antes dele Vicente Sesso.

Nota: Os erros de português (pelo menos a maioria) são propositais, ok? Só para deixar a fala mais com a cara do personagem.

Capítulo 2

Claude se aproximou da família e declarou, sua expressão de martírio extremamente falsa.

—Senhor Giovani, Dona Amália, Rosa, vocês von ter que me desculpar, mas non posso ficar mais. Frazon acaba de me trazer péssimas notícias, lá da construtora e eu receio que nós tenhamos que ir embora.

Giovani levanta de seu lugar no sofá imediatamente.

—Mas doutor... O senhor acabou de chegar. Fica mais um pouquinho.

—Me desculpe, senhor Giovani, mas--

O pai de Rosa o interrompeu. Serafina olhou nervosa para a mãe.

—Doutor Claude! Você não quer ficar com a Serafina, não?

—É claro que eu quero. Nossa, é tudo que eu mais quero, mas non tenho escolha...

—Mas o senhor não acha que seria uma desfeita fazer a minha filha ficar esperando e depois ficar um minuto ao lado dela e sair assim.

Claude sorriu sem graça. —Non, non... Eu non quero que o senhor entenda errado, eu queria muito ficar com a Rosa... - ele olhou para a mulher, que por sua vez o encarou sem jeito. —Tanto que eu disse para Frazon só vir numa situação de extrema necessidade.

Frazon aproveitou a deixa...

—É verdade, senhor Giovani. Nossa, se eu te contar você não acredita, o Claude largou tudo lá no escritório para poder vir aqui. A gente tinha tanto trabalho, mas eu não aguentei vê-lo assim tão desanimado, reclamando que queria ver a Rosa, que eu disse que cuidaria de tudo para que ele viesse aqui visitar a sua filha. - terminou com mais um de seus sorrisos geniais que fazia qualquer um concordar com ele.

E de fato, Giovani sorriu.

—Há, então, foi por isso que o doutore chegou atrasado?

—Exatamente! - bradou Frazão.

—Mas, se o senhor ficou lá pra cuidar de tudo, porque o doutore tem que ir embora?

Claude cortou o ar para poder ter o prazer de lançar um olhar assassino para Frazão. O amigo parecia ter um plano, porém não deixou que transparecesse na face.

—Sabe o que é, senhor Giovani, é que o Claude é o dono da construtora, às vezes só ele pode tomar certa decisão. No caso, é um documento que só ele pode assinar, ou seja, só vai valer se for a assinatura dele.

Giovani riu. Serafina olhou ansiosa para os dois confusos homens.

—O que é tão engraçado? - perguntou Claude delicadamente.

—Mas eu que pensava que essa gente de escritório era esperta. Se o problema era a assinatura, porque é que o senhor não trouxe os papéis pro doutore assinar? - disse se dirigindo a Frazão.

Eles não souberam responder. Frazão estava atônito, sua boca abria e fechava repetidamente. "Como eu não havia pensado nisso", ele pensava.

—É que... - O advogado hesitava. —Bom, esse tipo de papéis não pode sair da empresa, sabe, são confidenciais.

—Confidenciais como?

—Quer dizer que tem que estar todo o tempo na empresa. Nós não podemos ficar levando ele para onde formos.

—Isso mesmo. - Claude confirmou mais do que resoluto. —O senhor já pensou se esses documentos caem em mãos erradas? Por isso é que eu tenho que ir lá e assinar esses papéis.

Claude se preparou para se despedir, mas para Giovani a conversa ainda não havia acabado.

—Mas o senhor não pode assinar amanhã?

—Não. - os dois disseram juntos.

—Não, porque amanhã já estará fora do prazo. - Frazão explicou.

O pai de Serafina de repente incorporou uma feição tão completamente diferente da que sustentava até aquele momento, que assustou até a sua esposa.

—Giovani. - chamou Amália.

—Doutore. - disse, ignorando o chamando da mulher, avançando para Claude. —Já faz muito tempo que eu não vejo o senhor com a minha filha. Fique sabendo que se hoje o senhor não aparecesse aqui, eu ia lá naquele escritório e o senhor ia ver o que Giovani Petroni pode fazer. - ele continuava a se aproximar de Claude. Este se encolhia o máximo que podia no mesmo lugar, se recusando a recuar. —Eu até que fui paciente, vi minha filha te esperar... como se isso fosse bonito, deixar minha filha esperando, mas mesmo assim. Agora, não faz nem cinco minutos que o senhor sentou naquele sofá e já vai sair? Me responde... o senhor vai mesmo? Ou vai ficar aqui com a Serafina, a sua namorada?

Giovani parou a centímetros de Claude. Mesmo com estatura menor, o dono da casa conseguiu ficar mais imponente do que o convidado. Serafina sentiu o corpo todo gelar ao pensar no que Claude pensaria de sua família e dela própria, já podia sentir as palavras carregadas de raiva do marido quando se encontrassem no trabalho no dia seguinte.

—Ei, ei... vamos acalmar os ânimos, amigos. - Frazão interveio, ao ver o amigo sem reação. Ele empurrou o amigo um pouco para trás e se colocou à frente de Giovani.

—Senhor, tente entender que nós temos que ir, os papéis são de extrema importância.

—Pois então traga esses papéis aqui. - bravejou.

—Giovani. - Amália deu um passo mais a frente.

—Nós não podemos, lembra da política de confidencialidade que eu comentei.

—Não me importa nada de política de conficenli, concicenfida, confinalidade, isso aí que o senhor disse. Até parece que o doutore gosta mais do trabalho do que da minha Serafina. Todo dia é a mesma desculpa, de muito trabalho. Olha se vocês estão tentando me enganar, se vocês não estão namorando coisa nenhuma --

—Não estamos te enganando, pai. - Serafina decidiu entrar na conversa ao perceber que a discussão mudava de rumo, uma direção perigosa para ela...

—Como não? Se o seu namorado fica mais preocupado com o trabalho do que com você.

Esse fora um duro golpe desferido no coração de Rosa. Ela não deixou transparecer o quanto o pai estava certo. Claude só se importava com os negócios, com os 10 milhões de dólares. O "marido" nem ao menos gostava de ir encontrá-la. Ela engoliu em seco, tentando dizer a si mesma que ela não devia ter esse tipo de expectativa para começo de conversa.

Giovani transformou sua feição novamente, ele passava uma sensação de calma e de paixão, ele realmente amava sua primeira filha, juntamente com tristeza e resignação, pela desconfiança no casamento de sua Fina.

—Fala, minha filha, você tá namorando mesmo com o doutore, ou não?

Claude sentiu vontade de tirar Frazão de sua frente e correr até ela e... tapar sua boca para que ela não dissesse nada. Dependendo do que Rosa falasse, seria o fim. Giovani iria fazer um escândalo, iria querer anular o casamento e isso seria seu passaporte para fora do país - literalmente. Mas ele se segurou no lugar. Ele sabia que se chegasse muito perto de Rosa, se olhasse mais de perto para os olhos suplicantes de Giovani, ele não conseguiria impedir que a mulher falasse aquilo que quisesse falar. Ele devia isso a ela, devia a verdade a essa familia. Mas ele também tinha um sonho. As casas populares. As pessoas que seriam beneficiadas pelo projeto, dependiam dele, o seu sonho de uma vida, dependia desse casamento de aparências. Ele vivia um impasse durante aqueles breves momentos.

Cada qual com seu impedimento - Amália com certeza não contestaria o marido naquela situação, mesmo sabendo de toda a verdade - apenas Frazão poderia se pronunciar e acabar com atmosfera de tensão que recaiu sobre aquela sala.

—Sendo assim, eu acho que nós podemos abrir uma exceção.

—O quê? - disseram Giovani e Claude juntos.

—É, vamos fazer uma exceção para os senhores na nossa política de confidencialidade. Eu vou trazer os papéis aqui, assim o Claude vai poder ficar um pouco mais com a sua amada, não é, Claude?

—O quê? - ainda não havia processado o que Frazão acabara de fazer - Há, sim. Eu acho... que nesse caso, nós podemos abrir uma excesson, sim.

—Afinal, o Claude não tem segredos com a Rosa, não é? E esses papéis estarão todo o tempo comigo. E... não era a intenção dele sair agora - ele olhou sugestivamente para o francês pasmo —Você estava muito ansioso para vir namorar a Rosa, né, Claude. Conta pra eles.

—É. - ele sorriu forçadamente, seus dentes trincando levemente. —Eu estava contando os minutos.

Giovani ainda esperava alguma resposta da filha. Esta última continuava a olhar fixamente para os olhos do pai, apesar de todos os olhares lançados sobre ela. Ao ver que ela não diria nada, o velho Petroni relaxou a postura e sentou-se em sua poltrona.

—Então o senhor vai buscar esses papéis. - disse para Frazão. — E o senhor, se for ficar aqui, pense bem no que está fazendo. Não pense que pode me fazer de bobo. - para Claude.

—Giovani! Não fala assim com eles, até parece que você não tem educação.

—Eu to sendo até muito bem educado com esses senhor, Amália.

Frazão se adiantou para a família Petroni e se despediu.

—Pai...- começou Rosa, logo após a saída de Frazão. Claude gelou com a possível iminência de uma confissão. Sempre que Rosa abria a boca, com essa voz macia e brutalmente verdadeira, ela sentia esse choque frio passar por sua espinha e o ar ficava mais quente em seus pulmões. Ele considerava ser medo, adrenalina. Mas era sempre se somente com Rosa. Ele tinha horror a essa sensação e não entendê-la o fazia desejar não senti-la. O que o impelia a se afastar de Serafina. —Não se preocupe com o meu namoro. Nós nos gostamos muito - sua voz vacilou no "nós".

—Você tem certeza, Serafina?

—Tenho, sim, pai.

—Você sabe que eu só quero ver você feliz, minha filha, não sabe?

—É claro, pai. - ela sorriu e se lançou em direção ao pai. Eles se abraçaram e Amália olhou para Claude.

Ele sorriu sem graça para a sogra. Ela percebeu o quanto ele se sentia mal ao ver pai e filha sofrer com a situação que, principalmente, ele causara. Ela sorriu de volta, por outros motivos. Ele sorrira para não transparecer fraqueza. Ela sorrira para transparecer que compreendia. Por algum motivo, o francês se sentiu constrangido com a sagacidade da sogra.

Rosa sentou-se ao lado da mãe, olhou de relance para Claude e pegou-o olhando-a.

—O senhor pode se sentar, doutore.

—Sim.

Rosa sentiu uma mistura de emoções em dentro de si quando viu Claude se aproximar e sentar ao seu lado que chegava a doer. Ela tinha medo da ira do marido, mas seu primeiro impulso naquele momento era aproveitar cada segundo ao lado do amado.

Ele se sentou pesadamente, ainda não acreditando na situação. Ele sabia que teria que ir, mas pensara que só passaria para registrar que se importava e depois Frazão o levaria embora, de algum modo. Mas para variar as coisas foram piores do que ele planejara. A discussão quase acaba com a farsa do namoro e em consequencia lá iriam dez milhões de dólares pelo ralo. Claude tomou o cuidado de se sentar colado com Rosa dessa vez. Mesmo assim, sentiu os olhos de Giovani nos dois. Seu olhar desviava insistentemente para suas mãos várias vezes. Relutante, ele entendeu. Moveu a mão esquerda para pegar a mão direita de Rosa. A mulher assistia a novela quando sentiu os dedos fortes de Claude se entrelaçar nos seus. Ele estava nervoso, pois seus dedos se esticaram várias vezes até relaxarem com os dela. Por um momento, Rosa teve medo que o marido machucasse sua mão.

Porém, com o passar do tempo, Claude foi afroxando o aperto, seus músculo ficando menos tensos, deixou sua mão, junto com a dela, cair sobre sua perna.

Os sentimentos de Serafina diante desse gesto são os mais indescritiveis possivel.

Apesar do que ela sentia, Claude não parava de pensar no que de melhor poderia estar fazendo. Ele pensava: "Agora eu poderia estar com Nara, fazendo coisas bem mais interessantes. Nara é uma mulher de coisas interessantes. Ou então poderia estar com Roberta, Frazon e Alabá, me divertindo na balada. Mas non, estou aqui, assistindo televison com essa Dona Rosa, e quase perco meu investimento, se esse Giovani dá de me fazer um escândalo..."

Claude realmente é um homem distraído e ambíguo. Sua cabeça pensa uma coisa e seu coração, outra. Enquanto ele se lamentava, inconscientemente se dava conta do quanto estava gostando de toda aquela áurea familiar, do aconchego daquele lar. Do quando estava a vontade segurando a mão de Rosa e da satisfação de ter a mão acariciada pela dela. Aquilo parecia tão simples, aquele gesto que compartilhava com Serafina Rosa era tão simples, singelo que nada de tão glamuroso que poderia estar fazendo o fazia querer soltar aqueles dedinhos carinhosos que o segurava junto a uma realidade de amor. Como ele não fazia idéia de que Giovani, apesar de rabugento, gostava de ter Claude como genro. E que Dona Amália fazia parte dos poucos defensores daquele relacionamento tão conturbado. E que Serafina Rosa Petroni "Geraldy" era a pessoa que mais o amava no mundo.

E que ele estava começando a amá-la como a ninguém mais...

__-- s2 URCA - ROSA&CLAUDE s2 --__

Capítulo pequeno, não? Eu estou sem tempo, por isso o encurtei. Na verdade, tinha programado o volta do Frazão ainda para esse capítulo e algumas coisinhas mais, porém tenho que sair. Mas já vou adiantar as próximas emoções.

Próximo capítulo: Rosa e Claude assistem á novela. Mas eles não conseguem ficar quietos nem por um segundo. Amália e Giovani vão dormir e deixam os dois discutindo "sobre a novela". Frazão volta com os papéis e uma má notícia para Claude. As crianças tem medo de dormir com Dona Pepa e vão procurar Serafina. Claude pede que Frazão o ajude com o grande problema que se aproxima. Claude e Rosa fogem do "problema". Quando eles pensaram que tudo estava resolvido, eis que as crianças pregam uma peça e os deixam sem saída - literalmente.

Até mais,

Srta. Nameless.