Palavras: +-700

Nota: Mpreg (mencionada)

Blond Thing 2

Harry só olhou para ele, não compreendendo aquilo e nem querendo isso, e saiu do dormitório, com a certeza de que a obsessão de Ron aquilo já passara de todos os limites.


"Algum problema comigo, Potter?"

Quando soubera de Malfoy tantos meses antes, Harry achara que Ron passara de todos os limites.

Isso fora antes de Malfoy começar a sentar na mesa da Grifinória para o almoço.

"Todos" rosnou ele em resposta.

Malfoy riu. Depois de se certificar que Ron estava preso numa conversa com Hermione sobre os trabalhos de Poções que ele não fazia, virou-se para Harry e se inclinou sobre a mesa.

"Potter, se você não estivesse com a Weasley fêmea e não convencesse tanto como hétero, eu diria que você está com ciúmes do Weasley."

"Não estou com ciúmes de ninguém" disse Harry entredentes "Só acho que um namoro em que as pessoas se tratam pelos sobrenomes não pode ter futuro."

Malfoy sorriu torto.

"Potter" começou ele "não é da sua conta como eu trato Weasley em nenhum momento" parou e levantou as sobrancelhas, especulativo "A não ser que você se interesse. Eu posso contar. Afinal, você é praticamente meu cunhado."

"Vá à merda, Malfoy. E nunca vai ir tão longe com Ron."

"Já fui longe com ele, Potter."

Antes que o pensamento de enfiar o garfo na mão de Malfoy se completasse na mente de Harry, Hermione começou a prestar atenção neles.

"Meninos" começou ela, cuidadosa "Faltam 10 minutos para as aulas. É melhor se apressarem."

Harry assentiu e começou a terminar o café com rapidez.

"Tem razão, Granger" disse Malfoy, se levantando "McGonagall odeia atrasos. É melhor ir."

E, antes que Harry pudesse registrar o que ele ia fazer, puxou Ron para trás pelos cabelos e o beijou. Mas não foi um simples beijo de língua. Não. Foi mais como Malfoy quisesse arrancar a alma de Ron com a língua pela garganta.

Foram segundos muito longos até que Malfoy parasse, pegasse a bolsa e com um "tchau" mais irritante que o habitual, sumisse pelo Salão. As orelhas de Ron pareciam em fogo enquanto o Salão, excitado pelo espetáculo, não voltava ao normal.

"Snape viu" comentou Hermione "Parece irritado. Vamos logo, os dois. Ron não precisa de um motivo para ganhar uma detenção."

"Ele já tem um motivo" falou Ron com um sorrisinho, para a irritação de Harry, satisfeito "O Príncipe dele sujou a boca me beijando."

Harry por pouco não quebrou a xícara do café de raiva. Em seguida, tentou se acalmar.

Aquilo não podia durar muito mais.


"Você vai o quê?"

"Shhh, Harry. É segredo."

"Claro, para ninguém impedir você disso! É loucura, casar com Malfoy. Você enlouqueceu."

Os dois estavam no aniversário da Sra. Weasley na Toca. Já haviam passado seis anos e Malfoy continuava com Ron como uma praga.

"Mas porquê?" insistiu ele, inconformado "Achei que Malfoy não quisesse isso. Você foi morar em Malfoy Manor há três anos e ele não falou nada sobre isso. Ele quer um casamento puro-sangue."

"Eu sou puro-sangue."

"Mas não pode ter filhos dele!"

Ron ficou calado.

"Mas, afinal, porque ele concordou com isso?"

Ron sorriu.

"Isso também é segredo."

"Mas..."

"É melhor dizer só depois. Minha mãe ficaria..."

"Mas é o quê?" insistiu ele, não conseguindo não ficar curioso.

Ron olhou de um lado para o outro para ver se alguém ouvia. Só então inclinou-se para Harry e disse as cinco palavras que o chocariam por um longo tempo.

Ron voltou para o lugar. Harry cambaleou para trás, tonto pelo choque. Ele nem sabia que bruxos podiam...

"Harry" chamou Ron, preocupado "Você está bem?"

Não, Harry não estava bem. Aquilo era impossível. Não aquilo que Ron acabara de contar – com os anos, Harry soubera de coisas impossíveis acontecendo entre os bruxos, aquela era só mais uma -, mas o fato de que aquela coisa absurda entre Malfoy e Ron evoluíra de uma simples coisa iniciada pela obsessão do amigo por loiros para um casamento. Era muito sério. Bruxos raramente se divorciavam. Era a tradição. Era para sempre.

"Harry, o que você...?"

Tudo parecia borrado e Harry soube que, finalmente, depois de tantos eventos chocantes, iria desmaiar.

"Pobre criança" conseguiu dizer ele enquanto tudo ficava negro.

E desabou no chão.


E então, qual é a melhor? =)