Suigetsu não tinha medo de se queimar. Enfiava a mão inteira nos cabelos-fogo (e aquilo era uma metáfora, sim). Karin... Karin não precisa ser explicada. Não precisa de justificativa, de resposta. Quem gostaria de saber, aliás? Suigetsu, por exemplo, apenas fingia que era um daqueles caras inatingíveis. Um daqueles que estampavam um sorriso no rosto sempre sempre, e a idiotinha acreditava... No começo era Karin-pedaço-de-carne. Karin-vizinha-gostosa. Mas depois... Depois ele não entendia mais nada. Depois ele, que era um cara tão versado na arte de conquistar garotas, não sabia mais o que fazer. O sexo era agora uma coisa tão... (insignificante) ele não tinha nem coragem de pensar. Não que não fosse bom — sexo com a Karin era sexo-incêndio —, mas é que beijá-la, pegar em sua mão ou somente ficar do lado da porra daquela garota era tão bom que nem entrava em sua cabeça. O bom não era só morder sua pele-nuvem, ou ter suas costas arranhadas por suas unhas-espinho; o bom era tudo, o bom era o mundo-com-ela, o bom era ela. Ela, ela, ela. Aquilo era tão (novo) nojento, tão (estranho) pegajoso. Suigetsu pensava tanto tanto em Karin, mas ele simplesmente não se cansava daquilo. Suigetsu pegava puxava mordia tocava enfiava alisava gostava gozava sorria e sentia. Suigetsu era aquilo-tudo-ao-mesmo-tempo-agora. Suigetsu fazia tanta coisa e sentia tanta coisa, mas não cansava porque era com a Karin, e com Karin... Ah... Com a Karin... Com a Karin ele se sentia estranho. Era uma coisa tão louca que ele duvidava que houvesse algum caso semelhante em todo o universo. Ele não sabia explicar, mas afinal... não há uma Karin-resposta, uma Karin-porquê. Há uma Karin-é. Suigetsu se sentia (um completo idiota) um pouco bobo, e continuava com aqueles sorrisos afiados seus, e com aquela confiança exarcebada, só pra esconder. Que bom que Karin dizia não se lembrar de nada, porque ele não queria que ela lembrasse de como ele era idiota com ela — ele chegara até mesmo a pronunciar aquelas palavras estranhas, aquelas palavras que ele nem sabia o que significavam direito, mas saíram de sua boca quase instintivamente.

Karin era mulher de olhos-sangue, pele-nuvem, seios-maçã, coxas-pedaço-de-carne, braço-sanduíche, sexo-incêndio, unhas-espinho. Karin era Karin-é. Karin-eu-te-amo. Karin mulher-amor, Karin. Karin, mulher-metáfora.

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Eu só queria dizer que eu adorei ter escrito essas duas fics, e que eu ainda amo SuiKa 8D

Tudo começou com uma ideia meio bobinha e dessa ideia vieram essas duas fics que não têm nada a ver com aquela ideia. Mas enfim, Homem-bagunça s2 Mulher-metáfora.

Outra fic para os 30cookies, set verão, tema Resposta (relativamente implícito 'hmm).

Mr. Montagh's