The Hard Way To Learn A Lesson

- Capítulo 40: Trégua -


Bella POV


Quando meus olhos se abriram, minha cabeça começou a latejar e eu levei minha mão até a testa.

"Ow." eu gemi.

"Bella?" o rosto de Edward estava instantaneamente perto do meu "Bella, você está bem? Eu sinto muito mesmo."

Eu pisquei e olhei em volta. Eu estava deitada em uma cama, em um quarto que eu não conhecia. Mason estava sentado na ponta da cama, nos assistindo, então eu concluí que eu estava no quarto dele.

"Eu estou bem." eu disse enquanto me sentava, e fechei os olhos quando minha cabeça começou a girar "Você tem algum analgésico?"

Edward ficou de pé.

"Espere aqui." ele disse, me fazendo deitar "Eu vou pegar."

E no segundo seguinte ele não estava mais no quarto.

Eu me sentei novamente e revirei os olhos.

"Ele está exagerando um pouco." eu disse para Mason.

Ele sorriu.

"Ele está se sentindo muito culpado, sabe."

"Eu imaginei." admiti "Você acha que ele está se sentindo culpado o bastante a ponto de eu poder tirar vantagem disso?" perguntei, brincando.

"Definitivamente." Mason respondeu, e então suspirou "Sabe, Swan, eu nunca pensei que isso pudesse acontecer."

"O quê?"

"Edward. Eu não o vejo tão feliz assim há... anos. Cinco anos." ele olhou para a parede, e, quando olhei na mesma direção, me deparei com vários sorrisos.

"Wow." eu murmurei, mas então uma foto prendeu minha atenção.

Bom, não só uma, mas praticamente metade delas; vários Edwards sorrindo.

"Eu não sabia que você o conhecia há tanto tempo." eu disse, surpresa.

"É, desde que nós tínhamos dez anos. Faz quase oito anos, agora."

"Wow." eu murmurei novamente.

"É... wow." ele concordou.

Então a porta se abriu e Edward entrou carregando uma caixinha de analgésicos e um copo de água. Ele se sentou ao meu lado novamente e lançou um olhar mortal a Mason por ter me deixado sentar.

"Obrigada." eu disse, pegando o copo de água e estendendo a mão para que ele me desse o comprimido.

"Você tem certeza de que você está bem?" Edward perguntou preocupadamente depois que eu havia tomado comprimido.

"Eu estou b... o que você está fazendo?" Edward tinha pegado o meu pulso e encostado sua cabeça em meu peito.

"Checando seu pulso." ele respondeu.

Eu olhei para Mason e vi que ele estava rindo silenciosamente.

"Hm... eu estou quase certa de que você não precisa fazer isso. Honestamente, Edward, eu costumo me dar em média uma concussão por dia; meu corpo já se acostumou."

Ele se sentou novamente, ainda sem soltar o meu pulso, e olhou dentro dos meus olhos analiticamente.

"Eu tenho quase certeza de que suas pupilas estão dilatadas..." ele murmurou depois de algum tempo.

Eu fechei os olhos.

"Pare, Edward. Eu estou perfeitamente bem. Além disso, desde que quando você tem diploma médico?"

"Meu pai é médico.," Edward me lembrou "e ele me disse que pupilas dilatadas podem indicar uma concussão... ou eram pupilas contraídas?"

Mason e eu rimos dele, e eu abri os olhos. Segurei sua mão e beijei sua bochecha.

"Obrigada por se preocupar, mas realmente não é necessário."

Edward suspirou e murmurou:

"Tudo bem."

De repente, eu ouvi Halley começar a chorar do andar de baixo. Eu me levantei automaticamente, mas Edward me fez sentar novamente e disse:

"Você não está em condições. Eu vou."

Ele parou assim que chegou à porta, virou de frente para mim e disse:

"Fique aí."

E então saiu do quarto.

Eu revirei os olhos novamente.

"Bella." Mason disse meu nome devagar, como se não estivesse certo de alguma coisa.

Eu olhei para ele.

"Sim?"

"Eu acho..." ele não terminou a frase; estava olhando para a porta.

"O quê?"

Mason, então, se virou para mim.

"Eu acho que Edward está apaixonado por você."

Ainda que aquilo não fosse surpresa nenhuma para mim, eu o encarei. Então, quando suas palavras foram registradas pelo meu cérebro, eu corei.

"Eu também acho que ele está." eu murmurei, olhando para o chão.

Mason chegou um pouco mais perto e levantou meu queixo com sua mão.

"Você está apaixonada por ele?"

"É claro que eu estou." eu sussurrei, pensando na possibilidade de Edward estar por perto "Ele é... tudo o que eu sempre sonhei."

Mason assentiu,

"Não o machuque, ok? Ele já foi machucado o suficiente."

"Eu nunca faria algo assim." eu jurei.

"Não intencionalmente," Mason apontou "mas sem intenção... bom, não muito é difícil."

Franzi o cenho.

"O que você está querendo dizer?"

Nós pulamos de susto quando a porta se abriu e Edward apareceu no quarto carregando Halley.

Edward sorriu para mim.

"Ela quer a mamãe." ele me disse.

Eu estendi os braços para ele e segurei minha 'filha'. Por um breve segundo, uma coisa – um desejo, na verdade – passou pela minha cabeça, me pegando desprevenida. Naquele momento, enquanto olhava para Halley, eu quis desesperadamente que ela fosse real. Eu não queria devolvê-la no dia seguinte; não queria deixá-la ir, entregá-la para outras pessoas como se ela fosse um saco de farinha. Eu queria que ela ganhasse vida, que eu a fizesse rir fazendo caretas, que eu pudesse vê-la crescer, consolá-la quando ela estivesse triste, que eu pudesse mostrar-lhe o mundo ao seu redor...

Eu sacudi a cabeça para tirar aquele pensamento de lá. Um dia Edward e eu poderíamos nos casar e ter filhos de verdade. Um dia nós poderíamos fazer tudo isso e ainda mais.

Foi então que eu percebi a ironia desse projeto. Ele foi criado para nos impedir de casar assim que terminássemos o ensino médio, de ter filhos aos dezessete anos, de começarmos nossas 'vidas' antes mesmo de terminarmos o colégio... mas, para mim, ele tinha feito o oposto.

Antes desse projeto, eu nunca tinha querido tanto ficar com alguém, muito menos com Edward Cullen. Antes desse projeto, eu nunca tinha beijado alguém, muito menos quase chegar a fazer aquilo. Antes desse projeto, esse estranho instinto materno nunca tinha se pronunciado. Antes desse projeto, os estudos eram a única coisa que eu tinha em mente, mas as últimas duas semanas tinham feito isso mudar.

Eu ri diante de tal ironia, o que fez com que Edward e Mason me olhassem de forma estranha e então trocassem olhares que claramente diziam 'como assim?'.

"Só estou... pensando em algumas coisas." expliquei debilmente.

"Tudo bem, Bella." Mason disse "Nós entendemos. Afinal, o Edward acertou uma bola de golfe na sua testa com bastante força..."

Edward e eu olhamos para ele no mesmo segundo e ele começou a rir.

Nós ficamos lá, sentados, conversando sobre nada em particular, até que Heidi apareceu. Ela estava chorando e tinha um corte enorme na bochecha esquerda, assim como um olho meio inchado.

Mason instantaneamente parou de rir da piada deprimente que Edward tinha acabado de contar e se levantou, indo ate ela.

"Heidi?" ele a abraçou "O que aconteceu? Qual é o problema?"

Eu olhei para Edward e ele praticamente me puxou da cama. Ele deu um tapinha no ombro de Mason e murmurou:

"Vemos você amanhã."

Ele me levou para fora do quarto tão rápido que eu só consegui olhar rapidamente para o rosto de Heidi, sem ter tempo nem de dar-lhe um sorriso reconfortante para fazê-la se sentir melhor. Ainda assim, eu consegui olhar em seus olhos e percebi que eles estavam assustados. Não só assustados, mas aterrorizados. Eu nem conhecia Heidi direito, mas algo ruim havia acontecido com ela, e saber que, de algum modo, nós poderíamos o ter impedido, me fez sentir realmente mal.

Edward me levou até a porta da frente do Volvo, tirando a cadeirinha de Halley do banco da frente e colocando-a no banco de trás. Eu não sabia por que ela estava lá, mas isso estava longe de ser a minha maior preocupação no momento.

Quando Edward sentou no banco do motorista, Halley estava tremendo em meus braços. Num primeiro momento, eu a encarei, mas então me dei conta de que quem estava tremendo era eu. Edward olhou para mim e me abraçou.

"Está tudo bem." ele sussurrou em meu ouvido.

Eu respirei fundo.

"Mas ela..." eu não consegui terminar a frase.

"Eu sei." o tom de voz de Edward era de ódio.

Foi então que eu entendi; Edward sabia algo sobre o que havia acontecido com Heidi.

"O que aconteceu, Edward?" eu perguntei num sussurro.

"Eu não sei." ele respondeu rijamente.

"Sim, você sabe." eu insisti.

Eu me desvencilhei levemente de seu abraço para poder ver seu rosto.

"Você sabe de alguma coisa, dá para ver."

Ele fechou os olhos e respirou fundo.

"Eu não sei exatamente o que aconteceu ou quem o fez, mas essa não é a primeira vez que eu vejo esse tipo de... coisa... digamos assim."

"O que você quer dizer?" eu o pressionei.

Onde Edward tinha visto essa... monstruosidade antes? Ou, mais importante, em quem?

"É abuso, Bella." ele disse, tenso. E então, ele estava gritando. "É a porra do abuso! Você deveria ser preso por causa disso! Ir para a merda da cadeia…. pelo resto da vida! Mas ela não dizia merda alguma para ninguém! Ele a assustou e ela não falou nada para ninguém!"

Eu nunca havia visto Edward tão nervoso. Eu estava literalmente com medo dele enquanto todos aqueles palavrões saíam de sua boca. E, conhecendo Edward tão bem quanto eu conhecia, eu sabia que o ódio não era apenas para com o tal cara, mas também para com ele mesmo. E eu não podia suportar aquilo.

Eu cuidadosamente passei Halley para um braço só e me estiquei para pôr um braço em volta dele e deitar minha cabeça em seu ombro.

"Eu sinto muito." eu sussurrei.

Pelo que eu sentia muito? Eu sentia muito pelo fato de ele ter tido que passar por seja lá o que ele tenha passado. Eu sentia muito por não ter sido capaz de ajudar mais. Eu sentia muito pela sua dor.

Nós ficamos em silêncio por um tempo e então Edward murmurou:

"Vamos para casa."

Ele me empurrou gentilmente de volta para o meu banco e ligou o carro.

Enquanto as árvores passavam rapidamente pela janela, minha curiosidade foi a aumentando. Esse mistério era como um livro que eu não tinha certeza se eu queria lê-lo ou não. Pequenas dicas apareciam de tempo em tempo, algumas vezes fazendo sentido, outras não. Levando em conta o jeito com que Edward sempre parava de falar quando via que ia falar demais, não parecia que esse livro algum dia chegaria ao fim. Pelo menos não nesse ritmo. Eu me lembrava de como ele quase se abrira para mim naquele dia no forte. Mas, mesmo confiando bastante em mim, ele ainda não estivera pronto para me contar.

Então eu me lembrei da conversa que eu havia tido com Esme no sábado de manhã: Foi isso que eu pensei no início... até que eu vi os hematomas. Eu tentei não demonstrar o quão chocada eu estava. Era dela que Edward estava falando? Alice tinha passado pela mesma situação que Heidi? Só que bem, bem pior? Não. Alice era feliz demais para ter sido vítima de algo assim. Simplesmente não era possível.

Eu olhei para Edward novamente e então me dei conta que eu poderia estar certa. Afinal, nada é impossível.


Edward POV


Flashaback


A casa estava em silêncio, a não ser pelos roncos de Emmett que podiam ser ouvidos através das paredes. Todos estavam dormindo, mas eu não conseguia. A culpa que eu estava sentindo tinha se multiplicado quando Esme voltou de sua 'reunião de negócios' com Alice ao seu lado, com os olhos vermelhos e deprimida. Durante a noite eu havia visto o medo e a ansiedade em seus normalmente alegres olhos azuis e simplesmente sabia que algo havia acontecido com ela. Alguma coisa horrível

Eu já me sentia extremamente culpado por não ter acreditado nela ao invés de Tanya vários anos atrás, mas saber que eu era o motivo de Alice ter ido para um internato, onde aquilo tinha acontecido com ela, me fazia sentir muito, muito pior.

Então eu ouvi. Os soluços. Eram silenciosos e irreconhecíveis para qualquer pessoa, mas eu os reconhecia. A conexão que nós tínhamos há tanto tempo ainda existia, e eu sabia que minha irmã gêmea estava sofrendo quando eu ouvi aquilo.

Eu a acordei e ela me encarou, respirando com dificuldade e aterrorizada. Por uma fração de segundo, eu vi tudo o que eu nunca pensei que veria nos olhos de Alice. Tudo o que seus olhos irradiavam era dor. Eu a abracei e sussurrei "Sinto muito" em seu ouvido.

Ela voltou a soluçar quando eu a abracei mais forte, e eu a soltei, me perguntando o que estava errado. Foi então que eu vi. Debaixo de seu pijama eu encontrei o que ela estava escondendo com moletons e maquiagem. Hematomas; hematomas azuis e roxos por toda a parte. E, o que era ainda pior, os hematomas tinha uma forma. Mãos humanas haviam deixado marcas um pouco acima dos seus cotovelos, como se a houvessem chacoalhado. Marcas de mordidas em seu pescoço, um olho roxo e arranhões por todo o seu corpo.

"O quê...? Quem...?" eu não conseguia formular uma pergunta.

Alice começou a chorar, me afastando dela.

"Não diga nada." ela implorou "Por favor, não diga nada, Edward. Eles irão embora; hematomas desaparecem."

"Mas lembranças não." eu sussurrei tão baixo que eu não sabia se ela tinha me ouvido.

"Só não diga nada... se você dá valor à minha sanidade..." ela não completou a frase e olhou para mim desesperadamente "Você tem que entender."

Eu não disse nada. O que eu poderia dizer sobre aquilo? Eu simplesmente assenti, abracei-a gentilmente e voltei para o meu quarto.

Ela sabia o que eu queria dizer. Ela sabia o que eu queria saber. Eu não precisava perguntar.

Isso me impediu ainda mais de dormir bem. A culpa se intensificou e noite passou lentamente. A única diferença era que, agora, eu sabia que não era o único acordado.


End Flashback


Depois daquela noite, nós só conversamos sobre aquilo uma vez; a primeira noite depois que ela havia voltado de Biloxi, e, naquela vez foi com vozes em um volume mais alto.

Relembrar toda aquela situação me fez perceber que não contar a Bella sobre o meu passado não tinha nada a ver com confiança, até porque eu confiava tanto nela que seria capaz de lhe contar todos os segredos que eu tinha. Não, tinha mais a ver com o velho 'não é você, sou eu'; realmente o problema era eu. Mesmo se eu tentasse, eu não acho que conseguiria vivenciar tudo aquilo de novo...

"Edward?" a voz de Bella estava preocupada, e eu instantaneamente me senti mal.

Eu estava sentado aqui, sentado no parapeito da janela do meu forte, há quase duas horas, apenas olhando os pingos de chuva escorrerem pelo vidro.

Ela veio até mim e se sentou ao meu lado, entrelaçando seus braços em meu pescoço.

"Por favor, fale comigo." Sussurrou "Você está me assustando."

"Desculpa." Eu murmurei, finalmente olhando para ela "Eu só... precisava de um tempo para pensar."

Ela assentiu e eu vi uma lágrima escorrer por sua bochecha.

"Qual é o problema?" eu perguntei, surpreso.

Ela olhou para a janela, e sussurrou:

"Eu só queria poder fazer isso que está te perturbando ir embora. Eu... Eu sinto como se estivesse te decepcionando."

Eu a abracei mais forte.

"Nunca, Bella. Talvez seja até o contrário. Olhe para mim." eu segurei seu rosto para que ela olhasse para mim "Eu queria poder te contar, e então você entenderia que você há nada que você possa fazer, mas eu não posso. Eu confio em você, Bella, realmente confio, mas eu... não consigo."

Ela assentiu novamente, e seu olhar foi para o meu piano.

"Você pode...?" ela não terminou a pergunta, fechando a boca com rapidez como se estivesse se repreendendo por ter pensado em perguntar tal coisa.

"Tocar para você?" eu terminei sua pergunta com um sorriso forçado "Claro."

Ela sorriu e me deixou conduzi-la até o banco do piano, no qual nós tocamos (bom, eu toquei, ela cantou) outro cover perfeito de 'Hero'. Mas eu já esperava que fosse; afinal, era a voz de Bella. O que eu não esperava eram os aplausos no final.

Nós dois nos viramos para ver Alice encostada na porta nos observando com um pequeno e triste sorriso. Ela se aproximou lentamente enquanto Bella corava e eu me sentia cada vez mais culpado.

"Aquilo foi muito bom, pessoal." ela sussurrou, se sentado na cadeira perto da escrivaninha "Quanto tempo vocês ficaram ensaiando?"

Bella olhou para ela, confusa, e respondeu:

"Nós não ensaiamos."

Alice olhou para mim, surpresa, procurando algum tipo de confirmação.

"Vocês não ensaiaram?"

Eu não conseguia olhar para ela.

"Não."

"Mas…" Alice não completou a frase e então mudou de assunto "De onde veio esse galo na sua cabeça, Bella?"

Bella corou e sua mão foi automaticamente para sua testa, cobrindo-o.

"Eu... ahm... fui atingida por uma bola de golf voadora." ela explicou.

"Ah... Halley estava chorando um minuto atrás." Alice disse, mudando de assunto novamente.

Bella se levantou rapidamente.

"Eu volto em um segundo." ela disse, e então saiu correndo do quarto para pegar Halley.

No segundo em que ela foi embora, Alice veio se sentar ao meu lado no banco.

"Edward, ela é… tão, tão talentosa!"

"Eu sei." eu disse, levemente indignado; eu não precisava que me dissessem aquilo.

"Mas..."

"Mas o que, Alice?" eu quis saber.

"Por que ela não canta? Por que ela não entra no show de talentos e participa de competições e vai atrás de uma carreira como cantora? Ela ganharia todas as competições – eu e você sabemos disso – e ela com toda certeza poderia virar profissional!" Alice gesticulou com as mãos.

Eu olhei para o tapete.

"Ela não me disse."

Houve uma longa pausa, e então Alice sussurrou:

"Você já contou para ela o porquê de você ter parado de tocar?"

Eu sacudi a cabeça.

"Não, eu... eu não acho que eu consiga, Ali."

Ela ficou em silêncio por um momento por eu ter usado o seu velho apelido, mas então disse:

"Eu acho que você consegue. Pense bem, Edward, ela tem que ouvir de você. Não seria a mesma coisa se não fosse assim."

Eu olhei para ela.

"Mas eu não consigo, Alice!" eu exclamei "Você não percebe? Eu achei que, de todas as pessoas, você iria entender. Eu não consigo nem falar sobre aquilo. Mamãe e papai te contaram que eles me fizeram ir a um psicólogo? Que, depois que eu descobri que a Tanya tinha mentido, eu não conseguia mais fazer praticamente nada? Que eu fiquei internado no hospital durante uma semana porque eu não comia nada?"

Foi aí que Alice fez algo que eu nunca esperaria que ela fizesse de novo. Ela chegou mais perto de mim e abraçou minha cintura, descansando a cabeça no meu ombro. Por um segundo, eu fiquei paralisado, sem conseguir acreditar, mas então eu me entreguei àquele pequeno abraço.

"Eu acho..." ela hesitou "Eu acho que eu entendo, Edward. Eu nunca havia amado ninguém até o Jazzy, mas agora... eu sinto muito, Edward. Muito mesmo."

"Você não precisa se desculpar." eu murmurei "Você não arruinou a minha vida."

"E você não arruinou a minha." Alice rebateu "Eu tinha alguns problemas, mas e daí? Todo mundo têm problemas, os meus não tinham nada de especial."

"Alice, ele quase matou você." eu rosnei.

"Isso é um pouco melodramático..." ela discordou.

"Melodramático?" eu levantei sua cabeça para que eu pudesse ver seu rosto "Eu? Chegou perto disso, eu tenho certeza. Por que mais você...?"

"Edward." ela me interrompeu, com um olhar triste "Eu não quero brigar com você de novo."

Eu suspirei.

"Ok." eu a soltei e levantei meu punho, sorrindo levemente "Trégua?"

Ela sorriu de volta, dando um soco no meu punho com o seu.

"Trégua."

E, mesmo que eu soubesse que eu ainda teria que provar para ela como eu estava arrependido, era bom saber que a minha vida sem Alice estava aos poucos, mas certamente, chegando ao fim.


N/A: Não, isso não é uma alucinação, eu realmente apareci. Acreditem, eu sei que deve ter sido uma droga ficar tanto tempo sem uma atualização, mas eu realmente não tive tempo de sentar na frente do computador para traduzir. E, eu sinto muito mesmo pela demora - muito, muito, muito mesmo -, mas a minha vida 'não-virtual' vem em primeiro lugar, e eu fui meio que obrigada pelas circunstâncias a deixar a minha vida virtual de lado por um tempo. Não vou ficar listando tudo o que aconteceu nesse último ano para isso acontecer, mas eu espero que vocês entendam a minha, digamos assim, ausência, até porque eu tenho certeza de que eu não sou a única que vive atolada de coisas pra fazer, não é mesmo?

Eu não vou dizer quando eu vou postar o próximo capítulo, mas eu espero que seja logo. Minhas próximas provas vão ser só em julho – as últimas acabaram ontem, por sinal –, mas eu não sei o que vai aparecer para eu fazer até lá. Prometo que vou me esforçar para postar o mais rápido possível. :)

Agora, voltando para o capítulo, o que vocês acharam? Esse capítulo foi bem... revelador, digamos assim. Ou talvez ele só serviu para nos deixar com ainda mais dúvidas, né? Hahahaha.

E essa trégua... bom, é claro que o Edward e a Alice ainda não voltaram a ser melhores amigos, né, gente... ainda tem muita coisa pra ser resolvida antes que isso aconteça, mas já é um começo... ou quase isso.

Mas, bom, eu quero saber o que vocês acharam sobre essa conversa dos dois... e também sobre o Edward todo preocupado com a Bella, e sobre a conversa da Bella com o Mason. Ah, e sobre o que aconteceu com a Heidi também, é claro. :)

Até o próximo capítulo!

Beijooos