A Visita de Remus
Harry fitava o vazio. Desde a fuga da casa dos Weasley, em plena festa de casamento, ele, Ron e Hermione se encontravam escondidos no Largo Grimmauld, planejando a invasão ao Ministério. Hermione estava na cozinha, relendo suas anotações sobre casa centímetro do lugar, e Ron apagava e acendia as luzes da casa com o apagueiro, irritando todos.
No último mês, a única notícia que tiveram do restante da Ordem eram alguns fugitivos, ou algum Profeta Diário que algum dos três pagava no Ministério, e o clima estava tenso e monótono, quando um barulho despertou o trio.
- Não o matei, Albus. – disse uma voz calma. Remus.
Felizes por ouvir uma voz conhecida, os três desceram apressados as escadas, e se depararam não só com Remus, mas seus outros amigos. Ginny sorriu para Harry e correu até ele.
- Tivemos uma ideia genial, Harry. Ou melhor, Luna teve.
Atrás da ruiva, os três viram Neville Longbotton e Luna Lovegood sorrindo, e Remus puxando uma cadeira, visivelmente abatido.
- O que aconteceu com todos? – Ron perguntou, e Remus puxou um jornal das vestes.
- Agora ao importa, Ron. Estão bem e escondidos. Viemos aqui para dar uma péssima notícia e uma ideia para solucionar esse problema.
Harry e Hermione se entreolharam. Ron, aborrecido, sentou – se junto deles.
- O que foi?
- Harry, você tem sonhado com Ele ultimamente?
Harry sentiu uma onda de nervosismo.
- Não, e isso eu estou achando estranho. Dumbledore me disse que ele consegue controlar sua mente de vez em quando. Alguém morreu?
- Não. Harry, Dumbledore conversou algo sobre Horcruxes com você? – Remus perguntou, preocupado.
Harry congelou.
- Como sabe?
- Deduzi, considerando que Ele abriu um cofre em gringotes para guardar alguns objetos completamente sem nexo.
- Ele...
- Bom, agora entendo porque nunca conseguimos matá – lo. Bom, esse é o problema. Comensais guardam o cofre dia e noite, é impossível entrar lá, mesmo se conseguíssemos entrar em Gringotes.
- Nós podíamos tentar, temos um plano... – Hermione começou, mas Remus interrompeu.
- Nós já temos um plano. Pensamos em tudo a princípio, até que Luna deu uma ideia um pouco improvável, mas que é a melhor até agora.
Luna sorriu de seu jeito aéreo para Harry e disse:
- Segundo meus cálculos, o melhor é viajarmos no tempo, até um ano em que Ele não saiba que sabemos disso, e destruirmos as horcruxes.
Então Remus continuou:
- Consegui um portal para o ano de 1977, que faz parte da época em que você – sabe – quem estava tão concentrado reunindo seguidores que não irá perceber suas horcruxes.
- Mas... Lupin... Remus. Isso não é meio, improvável? Quero dizer, como iremos nos disfarçar?
- Aí está o ponto. Harry, faça as contas sobre o ano de 1977.
Harry olhou para o ex – professor. Ele, pela primeira vez, sorria. Parecia querer dizer algo.
- Harry. Seus pais têm dezessete anos em 1977. Vamos para Hogwarts.– Ginny disse, sorrindo do mesmo jeito que Remus.
Harry encarou os dois.
- Mas sou igual a ele!
Remus apontou a varinha para seu rosto.
- Isso é facilmente disfarçável. Venha cá, Harry.
Harry sentiu seu rosto mudar um pouco, e Hermione lhe estendeu um espelho. Com a retirada da cicatriz e um truque no nariz, Remus havia deixado – o menos parecido com James. Só alguém muito atento notaria a semelhança.
Depois, fez o mesmo a Neville, deixando – o um pouco mais magro, a pedido do garoto.
- Pronto. Podem sair amanhã, para chegar a tempo de pegar o trem.
- Como sabe que vai funcionar? – Ron perguntou.
- Mandei uma carta ao Professor Dumbledore por esse portal.
- E...
Remus tirou outro papel do bolso.
Caro Sr. Lupin,
Fico feliz por meu plano de formar uma Ordem contra Voldemort ter funcionado, e você estar precisando de minha ajuda para realizar algo tão vital para nossos objetivos. Sinta – se livre para usar o mesmo portal pelo qual enviou essa carta para mim para mandar os adolescentes, que receberei como alunos de Hogwarts com toda a hospitalidade e sigilo.
Seguem os livros necessários para esse ano letivo, bem como as cartas de orientação.
Espero seus viajantes no dia primeiro de setembro.
Atenciosamente, Albus Dumbledore, diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts no ano de 1977.
Harry olhou a carta, reconhecendo a letra corrida do diretor. Depois, olhou para Ron e Hermione, que assentiram com a cabeça.
- Ok, vamos amanhã.
- Ótimo. Façam os malões. Os livros estão aqui. – Remus terminou, e com um gesto de varinha, vários livros empilhados apareceram.
Kretcher armou sacos de dormir para todos, e no dia seguinte, Remus preparou o portal.
- Lembrem – se de agir como estudantes normais, transferidos de uma escola de magia qualquer. Destruam as horcruxes nesse ano. Não levantem suspeitas. Cuidado com James e Sirius. São astutos, e se descobrirem, serão obrigados a contar a verdade. Esforcem – se nisso, por favor.
Pegando um cabo de vassoura simples e gasto, explicou:
- O portal do tempo funciona como uma chave de portal qualquer, com a diferença se ser para o passado, ao invés de um lugar no nosso tempo e espaço. Adeus. Quando matarem Voldemort, vão até o Professor Dumbledore, e ele os trará de volta.
Harry e os outros puseram as mãos no cabo de vassoura, segurando os malões com a outra. Ao invés do tradicional puxão no umbigo, Harry sentiu uma forte náusea, como se estivesse sendo balançado de um lado para o outro, freneticamente.
Subitamente, o silêncio do Largo Grimmauld foi substituído pelo burburinho da Plataforma Nove e Três Quartos, e eles abriram os olhos.
- Céus, olhe só! – Hermione exclamou, apontando para os pais.
Atrás deles, um riso alto chamou a atenção do grupo, que virou – se.
Uma mulher de por volta de cinquenta anos, usando uma capa vermelha escura, sorria para um garoto moreno de cabelos arrepiados, que ria descontroladamente junto outro garoto moreno. Harry sorriu.
- Pai. – Harry sussurrou.