Título: Manhã de Outono

Disclaimer: Esta é uma fic sem fins lucrativos, adaptada do livro "Manhã de Outono" da autora Diana Palmer e da editora Harlequin Books. Todos os direitos pertencem a autora e a editora, respectivamente.

Os personagens de Harry Potter e cia pertencem a J.K Rowling, Warner e Editora Rocco.

Esta é uma fic que se passa num universo alternativo... E ela chegou ao fim...

Obrigado a todos que acompanharam.

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CAPÍTULO DEZ

Não conseguia se lembrar de uma época em sua vida em que tenha sentido tanto medo. Ela andou de um lado para o outro. Estava preocupada. Chorou. Quando Phillip fi nalmente cedeu e deixou-os irem até o aeroporto esperar por Harry, ela o abraçou, verdadeiramente aliviada. Des sa maneira, pelo menos estariam um pouco mais perto do centro de comunicação.

O aeroporto não estava cheio, mas não era um am biente tão confortável quando o restaurante do hotel ali ao lado. Logo, os cinco ficaram esperando lá. Embora Vivian estivesse preocupada, isso não a impediu de fler tar com Phillip ou lançar um olhar minucioso pelo res taurante, procurando alvos interessantes. Havia vários milionários hospedados ali, e a grande maioria dos hós pedes era homem.

Hermione não tinha olhos para ninguém. Seu semblante preocupado estava fixo em si mesma, olhando para bai xo, enquanto tentava não pensar em como seria capaz de viver sem Harry. Nunca havia pensado nisso antes. Harry sempre lhe parecera invencível, imortal! Era tão forte e poderoso que ela jamais havia pensado que ele era tão vulnerável quanto qualquer outro homem. Agora, tinha que considerar essa possibilidade, o que congelava cada centímetro cúbico de seu sangue.

— Não agüento mais — murmurou para Phillip, levantando-se. — Vou voltar ao aeroporto.

— Hermione, isso pode levar horas — protestou ele, acompanhando-a até a porta e lançando um olhar preo cupado para Lilian, que conversava com Dick Leeds. Seu rosto magro parecia indeciso e contraído pelo medo.

— Eu sei — ela disse, forçando um sorriso lânguido. — Mas se ele... quando ele voltar — corrigiu-se rapida mente —, acho que um de nós deve estar lá.

Ele segurou seus ombros com força. Seu rosto estava mais amadurecido, mas opressivo.

— Hermione, não sabemos se ele vai voltar. Você precisa encarar isso. O avião dele caiu, isso é tudo o que sei. A equipe de resgate está buscando, mas só Deus sabe o que vão achar!

Ela mordeu o lábio inferior com força; quando ergueu os olhos, Phillip viu como estavam nebulosos, mas seu maxilar projetava-se com teimosia.

— Ele está vivo — disse. — Eu sei que ele está vivo, Phillip.

— Querida... — começou ele, reconfortando-a.

— Você acha que eu ainda estaria respirando se Harry estivesse morto? — perguntou em um sussurro engas gado, mas feroz. — Acha que meu coração ainda estaria batendo?

Ele fechou os olhos momentaneamente, como se pro curasse as palavras para dizer a seguir.

— Vou para lá — ela concluiu gentilmente. Virou-se e deixou-o parado ali.

O céu mantinha o mesmo tom acinzentado, e o sol não havia despontado. Ela caminhava com uma impaciência inquietante, ficando ainda mais nervosa cada vez que ou via o barulho de um avião.

Minutos depois, Lilian juntou-se a ela, com os bra ços finos cruzados na frente do peito, os olhos pálidos e aflitos.

— Queria que nos dessem alguma notícia — murmu rou. — Se acreditam ou não que ele pode estar vivo.

— Ele está vivo — disse Hermione, confiante. Lilian estudou aquele rosto corajoso, e um brilho ilu minou seus olhos.

— Eu tenho sido muito obtusa, não, Hermione? — per guntou gentilmente, analisando o rosto daquela menina.

Hermione olhou para baixo, corando.

— Eu...

Lilian pousou o braço em seu ombro, reconfortando-a.

— Entre e tome outra xícara de café. Não vai fazer tanta diferença.

— Ele foi encontrado! — gritou Phillip da porta do terminal, com o rosto radiante e a voz cheia de anima ção. — O avião de resgate já está a caminho.

— Ah, graças a Deus — murmurou Lilian, com de voção.

Hermione deixou as lágrimas escorrerem por seu ros to silenciosamente, sem sentir vergonha. Harry estava a salvo. Estava vivo. Mesmo que tivesse que desistir dele para que se casasse com Vivian, mesmo que nunca o visse novamente, lhe bastava saber que ele ainda estava no mesmo planeta que ela, vivo. Vivo, graças a Deus, vivo!

Lilian ficou do lado de fora com ela, enquanto Phillip voltou para dentro do restaurante com os outros, depois de dar a notícia a todos. Hermione não conseguia sair do lugar, e Lilian manteve-se calmamente a seu lado, esperando. Os minutos passaram silenciosamente, até que se ouviu ao longe o zumbido de um avião de duas turbinas.

Ele sobrevoou a pista de pouso e aterrissou suavemente; as rodas emitiram um som agudo, levantando e, então, assentando definitivamente no solo.

Hermione olhou para o avião com lágrimas embaçando-lhe os olhos, até que ele parou, o motor foi desligado e a porta se abriu.

Um homem grande e moreno, com uma camisa aberta no peito, assomou na porta do avião, e Hermione começou a correr em sua direção, antes mesmo de ele tocar o solo.

— Harry! — gritou, ignorando os outros membros da família que saíram do terminal atrás dela. Correu como uma criança assustada procurando abrigo, com o rosto atormentado e as pernas voando contra o tecido de seu vestido branco.

Ele abriu os braços e envolveu-a, segurando-a enquanto ela encostava a bochecha em seu peito largo e chorava como uma órfã abandonada.

— Oh, Harry — lamuriou-se. — Eles disseram que o avião tinha caído e nós não sabíamos... oh, eu teria morrido com você! Harry, Harry... Eu teria morrido com você, Harry — sussurrou, repetidamente, com a voz rouca, quase incoerente, fincando as unhas nas costas dele para segurá-lo com força.

Aqueles braços grandes contraíram-se, apertando-a. Ele encostou a bochecha à cabeça dela.

— Eu estou bem — disse. — Estou bem, Herms.

Ela expirou profundamente e fitou-o, com lágrimas escorrendo por seu rosto pálido. Linhas de cansaço e preocupação faziam-na parecer mais velha.

Ele também parecia mais velho, com o rosto mais marcado, os olhos vermelhos, como se estivesse há mui to tempo sem dormir. Ela procurou aquele semblante tão querido; tudo o que sentia por ele estava claramente re fletido em seus olhos verdes.

— Amo você — sussurrou, gaguejando. — Oh, Harry, amo muito você!

Ele ficou parado, estático, fitando-a com olhos tão es curos que pareciam negros.

Envergonhada por ter sido tão estupidamente direta, ela se afastou debilmente de seus braços, retrocedendo.

— Eu... Me desculpe — engasgou. — Não queria me jogar nos seus braços pela segunda vez. Vivian me con tou como você ficou aborrecido ontem — acrescentou, em tom violento.

— O que Vivian disse? — ele perguntou, em um sus surro áspero e estranho.

Ela se afastou dele, mas continuou segurando sua mão grande e calorosa, caminhando tranqüilamente ao seu lado, enquanto iam se juntar aos outros. Sua cabeça chegava apenas até o queixo dele.

— Isso não importa — menosprezou ela, com um sor riso doloroso. — Está tudo bem.

— Isso é o que você pensa! — disse, em uma voz que ela não reconheceu.

Vivian correu para encontrá-los, lançando um olhar pernicioso para Hermione.

— Oh, Harry, querido! Estávamos tão preocupados! — exclamou, esticando-se para beijá-lo na boca. — Que bom que você está a salvo!

Phillip e Lilian, com lágrimas anuviando seus olhos, ecoaram a mesma saudação.

— Foi por pouco? — perguntou Phillip, com a per cepção apurada.

— Por muito pouco — Harry assentiu. — Não quero repetir isso.

— E o avião? — Lilian perguntou gentilmente.

— Felizmente, ele tinha seguro — respondeu Harry, com um leve sorriso. — Eu caí na floresta tropical de Porto Rico. O avião mal conseguiu pousar, e acabou per dendo as asas.

Hermione fechou os olhos, vendo essa imagem diante de seus olhos.

— Vou lhe pagar uma bebida — Phillip ofereceu. — Você parece estar precisando.

— Preciso de uma bebida, de um banho quente e de uma cama — Harry concordou. Ele olhou para Hermione, que se movia na direção de Phillip. Ela não o fitava dire tamente nos olhos.

— Eu... vou fazer as malas — murmurou, virando-se.

— Malas? — perguntou Harry asperamente. — Por quê?

— Vou para casa — disse, orgulhosa, encarando-o por fim, e logo desviando o olhar mais uma vez. — Eu... Já chega de sol e areia. Não gosto do paraíso, tem muitas serpentes.

Ela virou-se, dirigindo-se para o carro.

— Phillip, você pode me levar de volta? — pergun tou, com os olhos tristes.

— Lilian pode levá-la — ele disse, surpreendendo-a. — Você se importaria, querida? — perguntou para a mãe.

— Não, de maneira alguma — disse Lilian, seguran do o braço de sua sobrinha. — Venha, querida. Vivian, Dick, vocês vêm conosco?

Eles recusaram o convite, preferiam acompanhar Harry até o bar. Lilian levou Hermione para casa, as duas envoltas por um silêncio sufocante.

— Não vá — rogou Lilian, assim que Hermione subiu para arrumar as coisas. — Ainda não. Hoje não.

Parada no topo da escada, ela deu meia-volta. Seus olhos estavam tão cheios de dor e decepção que pare ciam brilhar.

— Não posso mais ficar aqui — respondeu docemen te. — Não agüento mais. Eu... Quero procurar um apar tamento antes que ele... — Ela se virou novamente e en trou no quarto. As lágrimas deixaram-na engasgada.

Hermione já havia arrumado as malas e trocado de rou pa. Vestia blusa azul listrada e saia branca. Então, de re pente, a porta se abriu e Harry entrou.

Ela o fitou, com os olhos arregalados, do outro lado da cama. Ele parecia mais relaxado, mas ainda precisava fazer a barba e dormir um pouco.

— Eu... estou quase pronta — murmurou, afastando uma mecha de cabelo da sua bochecha corada. — Se Phillip pudesse me levar...

Ele se inclinou contra a porta fechada e observou-a. Vestia blusa branca, semi-aberta no peito, e calça azul-escura. O cabelo estava bagunçado, o rosto, duro, os olhos intensos, escuros e indagadores.

— Os Leeds vão embora — ele anunciou calmamente.

— Oh, vão? — murmurou, olhando para a colcha branca. — Por quanto tempo?

— Para sempre. Fui ao Haiti para assinar um contrato. Vou trasladar a fábrica de Londres para Porto Príncipe — respondeu.

Ela apenas o fitou.

— Mas Vivian...

— Hermione, eu a trouxe para cá porque sabia que era ela que controlava o pai — explicou, cansado. — Eu sabia que, se a convencesse a aceitar minhas condições, ela convenceria o pai. Mas você interpretou toda a situa ção de maneira errada, e acho que, em parte, foi culpa minha. Eu queria que você interpretasse assim.

Ela o fitou e, em seguida, desviou o olhar.

— Agora, isso não importa.

— Não? — ele indagou suavemente.

— Quando eu chegar em casa, vou começar a procurar um apartamento, Harry — informou, erguendo seu rosto jovem e corado com orgulho. — Quero ser eu mesma.

Ele procurou os olhos dela.

— Você disse que me amava, Hermione — começou ele, calmamente, vendo o rubor invadir o rosto dela ao ouvir aquelas palavras.

Ela engoliu em seco, nervosa, brincando com os de senhos da colcha.

— Eu... estava triste — vacilou.

— Não comece com esses joguinhos. Não ouse. Você disse que me amava. Como? Como um irmão mais ve lho, como um tutor, ou como homem, Herms?

— Está me deixando confusa! — protestou, exaltada.

— Você me deixou confuso durante um ano inteiro — ele anunciou. Seus olhos ardiam com uma emoção refreada. — Tudo que tenho feito ultimamente é bater com a cabeça na parede, na tentativa de me aproximar de você.

— Não estou entendendo.

Ele enfiou as mãos nos bolsos e recostou-se à porta, deixando seus olhos vasculharem os contornos do corpo dela com uma atenção íntima.

— Você nunca entendeu — respondeu, áspero. Com os olhos delicados, ela tocou as linhas duras e cansadas do rosto dele.

— Harry, você parece tão cansado — disse gentil mente. — Por que não vai dormir um pouco?

— Só com você, Hermione — disse brevemente, vendo-a corar e empalidecer ao mesmo tempo. — Porque não vou fechar os olhos e, ao abri-los, ver que foi embora. Primeiro, Donavan — rosnou. — Depois, Phillip, meu próprio irmão. Eu o odiei porque ele conseguia se aproximar de você, e eu não. E achou que eu apenas a dese java!

O rosto dela se abriu como uma flor desabrochando, e ela se endireitou. Mal podia respirar enquanto ouvia sua voz profunda e áspera.

— Desejava você! — repetiu, com os olhos em chamas e o maxilar contraído. — Meu Deus, quase enlou queci me perguntando quem eu havia substituído naquela noite na praia! — Ele inspirou antes de continuar. — Por quanto tempo você planejava esconder isso de mim, Hermione? — indagou. — Você ia para casa e guardaria isso para sempre dentro de você?

Lágrimas embaçavam os olhos dela. Ela foi até o pé da cama e segurou-se contra ela.

— Harry? — sussurrou.

— Você disse ao Phillip que eu tinha que estar vivo porque seu coração continuava batendo — relatou, em uma voz rouca e estranha. — É isso que acontece comi go há mais de um ano. Enquanto estou respirando, sei que também respira, já que não há nenhuma possibilida de de que eu continue vivo sem que esteja comigo!

Ela correu para os braços dele cegamente. Não via nada além de um borrão grande e forte. Foi envolvida por um abraço tão vigoroso que quase ficou sem ar.

— Beije-me — sussurrou ele, agitado, inclinando-se para beijá-la delicadamente. — Herms, Herms, amo você! — gemeu contra os lábios macios e famintos dela.

Eles se beijaram ferozmente, cheios de desejo. Ela sentia as batidas fortes em sua corrente sangüínea, à me dida que a pressão que a boca dele exercia sobre a sua ficava mais intensa e íntima, exigindo uma resposta, que ela deu sem se controlar.

Por fim, ele afastou sua boca da dela e pousou-a em seu delicado pescoço. Por um momento, sentiu os braços grandes que a envolviam vacilarem.

— Achei que me odiasse — ela sussurrou, afogada na sensação maravilhosa de amar e ser amada.

— Por quê? — perguntou asperamente. — Por ter ten tado me seduzir na praia?

— Não era isso que eu estava tentando fazer — pro testou, sem forças.

— Era o que parecia. Nunca vai saber quão perto che gou de conseguir.

— Eu o amava tanto — murmurou. — E achei que o tivesse perdido, e queria guardar uma lembrança perfeita...

— E foi assim — ele disse, com tranqüilidade. Seus braços a envolviam amorosamente. — Sempre vou lem brar de você iluminada pela lua, com a pele acetinada brilhando...

— Harry! — sussurrou ela, corando.

— Não fique envergonhada — acalmou-a. — Nem tímida. Foi lindo, Herms, cada segundo foi lindo. E vai ser assim sempre que eu tocá-la, pelo resto de nossas vidas.

Ela se afastou e levantou os olhos para fitá-lo.

— Por tanto tempo? — perguntou.

Ele observou aqueles delicados olhos verdes.

— Por tanto tempo. Quer se casar comigo?

— Quero.

Ele inclinou a cabeça e beijou-a gentilmente, selando seu compromisso.

— Espero que você goste de crianças — murmurou contra aqueles lábios delicados.

Ela sorriu lentamente.

— Quantas você quer?

— Podemos nos casar semana que vem e começar a discutir esse assunto.

— Semana que vem! — exclamou, boquiaberta. — Harry, não dá! Temos que ver os convites, preciso de um vestido...

Ele interrompeu aquele mar de palavras colando sua boca à dela. Em meio a uma tempestade de sensações, sentiu aquelas mãos movendo-se lenta e sabiamente contra seu corpo, fazendo-a gemer.

Ele se afastou para respirar.

— Semana que vem — sussurrou, inquieto.

— Semana que vem — ela concordou, ofegante, puxando-lhe a cabeça de encontro à sua.

Do lado de fora, o pôr-do-sol pintava a baía de rosa, enquanto barcos de pesca balançavam tranqüilamente na costa. E os tons alaranjados e dourados no horizonte eram a promessa de céus azuis no futuro.

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N/A – Oi meus amores...Mais uma adaptação minha que chegou ao fim. Espero que vcs tenham gostado da história....

Obrigado aos que acompanharam a fic inteirinha...Aos que favoritaram a fic... é muito bom escrever qdo as pessoas lêem.

Vou ficando por aqui...espero vocês numa próxima aaptação...ou não né??

Beijinhosss