Nome: Paz
Autora: eu, dã
Ship: tá mais pra Tom/Ginny/Voldemort do que Tom/Ginny xD
Spoiler: CS e DH
Espero que gostem :)
Paz
Ginny nunca havia se recuperado.
Antes, era uma menina tímida, boba, ingênua. Não sabia se definir no durante (quem sabe manipulável), mas sim no depois. Forte, amiga, namoradeira, boca dura, brincalhona. Dolorida. Uma bela de uma atriz.
Fingia ser forte, namoradeira, brincalhona. Tentava ser amiga. Protegia-se sendo boca dura. Escondia a sua dor debaixo de máscaras e mais máscaras. Não sabia como conseguia viver a cada dia. Aliás, não sabia como conseguia existir a cada dia, porque aquilo não era viver.
Sabia que estava traumatizada, mas não queria admitir. Isso seria o mesmo que admitir que era infantil, imatura. Afinal, todas as feridas se curavam com o tempo. O mesmo se aplicava aos traumas. E, se o dela não havia passado, ainda não havia crescido o suficiente para que curasse.
Não queria contar a Harry que estava traumatizada. Ok, ok. Queria contar, mas não tinha coragem. Ele já estava tão ocupado com aquela coisa toda de herói... E ela esperava com todas as suas forças que Harry o derrotasse. Quem sabe assim, com a morte do causador de toda a sua dor, o trauma desaparecesse e ela finalmente pudesse ficar em paz consigo mesma. Isso seria muito bom. Então era melhor não contar a Harry, ele poderia se distrair. E, se ele se distraísse, ele não morreria, e Ginny nunca teria paz.
Paz... Seria tão bom ter paz...
Mas ela não tinha paz. Deitada na cama, antes de dormir, pensava no ocorrido. Lágrimas brotavam-lhe dos olhos, encharcavam o travesseiro. E ela caía no mundo dos sonhos – ou seria pesadelos? –, onde sonhava com ele. Acordava assustada no meio da noite e custava a voltar a dormir, a voltar para os pesadelos envolvendo sempre a mesma pessoa. Se aquilo podia ser considerado uma pessoa.
Definitivamente que não.
E ela viu o que aquilo se tornara. Nunca o tinha visto ao vivo e em cores. Nunca o tinha visto com aquela cor, com aquela ausência de nariz, aquela aura de maldade e aquela veste preta horrenda. Mas o viu. Ele estava em frente às portas do castelo, com seu bando de death eaters e... Harry. Sem vida.
O que mais a atormentou foi que seu medo por ele era maior do que a dor ao ver Harry morto. Memórias indesejáveis voltaram como um raio em sua mente. Uma dor incontrolável se instalou em seu peito. Mas não era só dor. Tinha raiva também. Raiva por ter sido manipulada daquele jeito, por ele querer ferir as pessoas através dela, por quase ter sido morta por ele. Raiva por ele ter matado o Harry.
Descontou seus sentimentos nos inimigos. Duelou com toda a sua fúria. Usava a dor como apoio para trucidar death eaters.
Até que os viu. Harry – que estava vivo! – e ele, no meio do salão. Enfrentando-se com palavras. Mas palavras não eram suficientes para ela. Precisava ver sangue. Precisava ver dor. Precisava de paz.
E, com um simples feitiço, ele morreu. Para sempre.
Ginny comemorou com todas as suas forças. Estava livre da dor! Livre dos pesadelos! Livre para ser ela mesma.
Casou-se com Harry, teve filhos, viu-os formarem suas próprias famílias e lhe darem netos. Mas, a sua vida inteira – inclusive depois de ele morrer –, ele nunca a abandonara.
E, mesmo após seu último suspiro, ela nunca teve paz.
Minha primeira Tom/Ginny, então peguem leve, por favor :B