CAPÍTULO X

Rin dormiu até tarde na manhã seguinte. Acordou deprimida, desanimada, sem vontade até para tomar o café da manhã, fato inédito para ela.

Atravessava um dos raros momentos da vida em que a solidão a incomodava. Necessitava urgentemente de se abrir com alguém. Correria para os braços da mãe se pudesse, mas, e quanto a Sesshy? E a promessa que lhe fizera de guardar segredo? Talvez um dia, depois que ele e Kagura se entendessem, acabasse contando tudo à mãe. Diria a ela como fora idiota apaixonando-se por um homem que a via apenas como amiga, nada mais.

Rin passou boa parte do dia pensando em Kagura: como seria ela? E em Sesshy: como estaria ele? E em Kagura junto com Sesshy: o que estariam fazendo?

Oh, Deus! Daquele jeito ela ia acabar enlouquecendo. Não podia continuar o dia inteiro fechada no apartamento se martirizando daquela maneira! Iria ao shopping fazer algumas compras com o dinheiro que ganhara como presente de Natal de sua mãe.

Felizmente o tempo havia melhorado bastante nos úlTimos dias. Um pouco mais animada, Rin se arrumou e saiu para as compras.

No shopping, aproveitando algumas ofertas, escolheu dois vestidos, um par de sapatos e uma bolsa. Voltou para casa cheia de pacotes, mas descobriu que continuava tão desanimada quanto antes de sair.

Céus, era demais! Quanto tempo uma pessoa levava para se recuperar de um coração partido? O que faria uma outra mulher em seu lugar, perguntava-se a cada minuto, e a resposta era sempre a mesma. Vá procurá-lo, Rin! Diga que o ama e veja o que acontece.

Rin estava a ponto de gritar quando a campainha tocou. Seu corpo estremeceu ante a possibilidade de ser Sesshomaru e ela correu para a porta. Era Shipoo.

- Oi, amigona! Tudo bem com você? Vim até aqui há pouco, mas você não estava.

- Fui fazer compras, Shipoo.

Rin o levou à cozinha e tirou uma garrafa de refrigerante da geladeira.

- Não vai sair hoje à noite?

- Não.

- E Sesshy? Não tem um encontro com ele?

Rin colocou dois copos sobre a mesa e abriu a garrafa.

- Sesshy irá à festa da firma esta noite.

Shipoo a fitou por alguns instantes. Parecia intrigado com o desânimo de Rin, sempre tão entusiasmada.

- O que você vai fazer amanhã? - Tentou animá-la. – O Time de Bankotsu vai jogar pelo campeonato, você vai assistir?

Para ser sincera, Rin nem se lembrava mais da existência de Bankotsu. Mas não disse ao garoto.

- Acho que vou, Shipoo. Não quer vir ver aqui em casa junto comigo?

- Puxa, eu adoraria! - Shipoo levantou-se aflito. - Cruzes! Acabo de me lembrar que tenho de pôr o lixo para fora. Deixe eu ir antes que minha mãe descubra que me esqueci.

Rin fechou a porta assim que Shipoo saiu. Foi para o quarto e começou a se despir. Ia à tal festa atrás de Sesshomaru e revelaria a ele seus senTimentos. Kagura, se não gostasse, que pegasse o primeiro vôo de volta a Nova York, onde era o lugar dela.

A decisão a deixou mais tranqüila. Tomou um rápido banho de chuveiro, colocou um dos vestidos novos e tratou de maquilar-se com extremo cuidado. Queria estar perfeita. Precisava de todas as armas, se tinha intenção de derrotar Kagura.

Uma hora depois, toda de preto, com os cabelos castanhos presos num coque por uma fivela de strass, Rin chegou ao terceiro andar da Sooner. Não tinha convite, sabia que não ia ser fácil entrar, mesmo assim arriscou.

- Seu convite, senhorita? - Um segurança junto à porta a fez parar. - Posso vê-lo?

Rin exibiu-lhe seu sorriso mais sedutor.

- Desculpe, mas não tenho convite.

- Nesse caso não posso deixá-la entrar na festa, senhorita.

- Oh, mas eu não vim à festa. - Rin mudou de tática. - Na verdade sou a secretária do sr. Taisho. Preciso dar-lhe um recado urgente.

O rapaz a examinou de alto a baixo.

- Recado de negócios?

Rin fingiu-se ofendida.

- Mas é claro!

- Está certo. Então espere aqui um instante enquanto vou procurá-lo.

Assim que o rapaz se afastou, Rin deslizou para dentro da sala, confundindo-se na multidão. Dez minutos se passaram e nada de encontrar Sesshomaru. Finalmente ela avistou o sr. Reynolds, tentando abrir uma garrafa de champanhe.

- Srta. Baxter! - Ele interrompeu ao vê-Ia. - Mas que prazer tê-la aqui. Como sempre, está maravilhosa.

- Obrigada,sr. Reynolds. Por acaso viu Sesshy por aí, senhor?

- Sesshy...? Quem é Sesshy?

- O sr. Taisho, sr. Reynolds.

- Ah, Taisho! - O velho sorriu. - Sim, eu o vi ainda há pouco. Mas acho que ele já se foi, srta. Baxter.

- ?! - Rin não conseguiu esconder seu espanto. Trabalhava depressa aquela tal de Kagura, não? - Sr. Reynolds, por acaso notou se havia uma mulher junto com ele?

- Não posso lhe dizer, meu anjo. Apenas o vi pelas costas quando ele já ia saindo. Uma pena. Justo agora que a festa está ficando animada. Não quer dançar comigo, srta. Baxter?

- Não posso, sinto muito, sr. Reynolds. - Ela sorriu. - Tenho que ir agora, com licença. - Rin tratou de afastar-se depressa antes que ele insistisse.

Quando chegou ao carro, no estacionamento, havia tomado uma decisão. Iria à casa de Sesshy. O máximo que poderia acontecer era ele ficar furioso quando a visse. Não a perdoaria caso ela lhe estragasse as chances com Kagura, mas por outro lado ela é que não se perdoaria jamais se não fizesse algo para impedir aquele romance.

Mas quando chegou à mansão de pedra, encontrou-a na mais completa escuridão. Podia até adivinhar o que se passara. Kagura havia convencido Sesshy a tomar champanhe durante a festa. Ele não estava acostumado a beber e ficara tonto. Àquela altura a lambisgóia já devia tê-lo seduzido!

Rin cruzou os portões da casa em direção à garagem. Impossível! Sesshy cão seria tolo a ponto de cair na conversa de Kagura assim tão facilmente. Era um homem equilibrado, racional e muito sério. Mas, e se ele quisesse ser seduzido?

Rin olhou pelo vitrô da garagem. O sedã de Sesshy não se encontrava ali dentro. Teriam ido a um motel? Oh, céus! Por que ela deixara as coisas chegarem àquele ponto? Por que diabos não contara a Sesshy de uma vez que o amava? Agora Kagura o fisgaria, não havia como evitá-lo. Perdera sua chance.

Sentindo-se miserável, Rin voltou para o carro. Com a sorte que vinha tendo ulTimamente só lhe faltava alguém passar pela rua e pensar que estava assaltando a casa de Sesshy.

Com o rosto banhado em lágrimas voltou para o apartamento. Não podia fazer mais nada a não ser chorar.

Pela terceira vez, Sesshomaru tocou a campainha do apartamento de Rin. Ninguém atendeu. Desanimado, já ia desistindo quando Shipoo apareceu.

- Oi, Sesshy! Procurando pela minha amiga?

- Estou. Por acaso sabe onde ela foi, Shipoo?

- Não faço a menor idéia. Ela chegou à tardezinha, mas depois saiu de novo.

- Sozinha?

- Acho que sim. Perguntei se tinha algum encontro, mas ela me disse que não, porque você ia a uma festa na Sooner.

Sesshomaru suspirou aliviado. Rin bem podia ter saído com algum de seus amigos, afinal, devia estar supondo que ele se encontrava com Kagura.

- Tem alguma idéia de que horas ela saiu, Shipoo?

- Não, Sesshy. Só sei que parecia aborrecida com alguma coisa.

- Mesmo? - Os olhos de Sesshomaru brilharam. - Mas isto é óTimo!

- Ei, cara! - Shipoo o fitou zangado. - Ficou louco? Você gosta ou não dela?

Sesshomaru sorriu.

- É claro que sim. E muito. Só que é complicado demais para você entender, Shipoo.

- Adultos fazem tudo da maneira mais complicada - o garoto filosofou e em seguida afastou-se, pois a mãe o chamava para vestir um agasalho.

Sesshomaru deu de ombros e entrou no carro. O jeito seria ligar mais tarde e verificar se ela já havia voltado. Quando ia dar a partida, porém, avistou o "Z280" de Rin se aproximando. Com o coração acelerado, desceu para encontrá-la. Chegara o momento de contar-lhe toda a verdade.

- Sesshy! - Rin saiu do carro. - O que está fazendo aqui? E a festa...? Kagura...?

- Você está linda, Rin! - Ele a recebeu com um sorriso. - Onde esteve?

Como, onde ela esteve?, Rin o fitou, perplexa. E aquela expressão de Sesshy! Ele parecia tão satisfeito em vê-Ia.

- Fui à festa da Sooner procurá-lo - confessou sem rodeios. - Mas perdi meu tempo.

- Procurar por mim?!

- Sim, mas você já havia saído. Onde está Kagura, Sesshy?

Sesshomaru deu alguns passos em direção a ela. Sabia que sua expressão era de culpa, mas o que podia fazer? Tinha de colocar um ponto final naquela mentira e o quanto antes melhor.

- Rin, preciso lhe contar uma coisa.

- Sobre Kagura?

- É.

- Então deixe-me falar primeiro, Sesshy, por favor. Talvez seja tarde demais, não sei. Talvez eu nem devesse tocar nesse assunto, mas... bem, o fato é que não posso deixar de lhe dizer o que se passa em meu coração.

- Em seu coração... ? - Sesshomaru mal conseguia respirar. - E o que se passa em seu coração, Rin?

Ela segurou-lhe a mão. Olhava para ele com tal intensidade que Sesshomaru sentiu seu coração disparar.

- Sei que vou deixá-lo surpreso, Sesshy, principalmente depois desse tempo todo, ajudando-o com Kagura... - Ela se interrompeu alguns segundos para tomar fôlego e acrescentou rapidamente: - Estou apaixonada por você, Sesshy. - Mal acabou de falar, ele a tomou nos braços.

- Oh, Rin! Não sabe há quanto tempo estou esperando para ouvi-la dizer estas palavras.

- Como?! - Ela não entendia mais nada. O que dera em Sesshy? E Kagura? - Sesshy, não compreendo. E... e Kagura?

Sesshomaru afastou-se um pouco a fim de examiná-la melhor. Sim, havia amor nos olhos de Rin e, de certa forma, era do que precisava para ter coragem de contar-lhe a verdade.

- Kagura não existe...

- Kagura não existe?! - ela repetiu incrédula. - O que quer dizer com isso?

- Que eu a inventei, Rin. Kagura foi uma invenção minha. Um plano para fazê-la apaixonar-se por mim.

Rin não conseguia acreditar no que acabava de ouvir. Sentia-se humilhada, ofendida. Sesshy mentira para ela desde o início. Abriu a boca para dizer-Ihe o quanto o desprezava, mas a voz não saiu.

- Deixe-me explicar, Rin...

- Vá embora, Sesshy! Vá embora, por favor.

- Não sem antes explicar-me. Você precisa acreditar em mim.

- Acreditar em quê? No quanto fui idiota em me apaixonar por você? Em acreditar nas suas mentiras? Não se preocupe, Sesshy. Acredito piamente que fui mesmo uma completa e total idiota. Agora vá embora, eu lhe peço.

- Rin...

- Você foi o homem em quem mais acreditei, Sesshy. Nunca duvidei da sua franqueza, da sua honestidade. Confiei em você de todo o meu coração.

- Mas eu te amo, Rin. Há dois anos sou louco por você. O que mais eu poderia ter feito?

- Dizer a verdade não teria lhe feito nenhum mal, Sesshy! - Rin gritou-lhe e virou-se, caminhando para casa.

- Mas você sequer notava a minha existência! - Ele a seguiu. - Eu podia ter chegado nu ao escritório que você nem saberia que era eu.

- É óbvio que não! Nunca o vi nu, sr. Taisho!

- Rin! Você tem que entender, criatura!

Rin entrou no apartamento e ficou segurando a porta de forma a não deixá-lo passar .

- Adeus, Sesshomaru! Nunca mais quero vê-lo, ouviu bem?

- Vai ter que me ver! - Sesshomaru colocou o pé entre o batente e a porta. - Ainda sou seu chefe, lembra-se?

- Não por muito tempo, sr. Taisho. Pretendo pedir minha transferência e, se não conseguir, me demitirei!

Sesshomaru abriu a boca para argumentar, mas tudo o que saiu de seus lábios foi um gemido de dor. Rin pisou-lhe o pé com toda a força usando o salto dos sapatos e, quando ele o puxou, bateu-lhe a porta na cara.

Aquela foi a noite mais longa que Rin passou em toda a sua vida. Quase não dormiu. Na manhã seguinte, Sesshomaru ligou pelo menos umas três vezes, mas ela não lhe deu chance de falar. Desligou antes. Ele havia tido dois anos para confessar que a amava e fora escolher um punhado de mentiras e invenções em lugar da sinceridade.

Queimava de humilhação cada vez que pensava no assunto. E em toda a angústia que passara ao imaginá-Io nos braços de outra mulher! Não, não iria sofrer como a mãe que confiara num homem que só fizera mentir e enganá-la!

Com o rosto banhado em lágrimas, Rin serviu-se de um café e sentou-se na mesa da cozinha. Instantes depois a campainha tocou. A princípio ela não quis atender, achando que fosse Sesshomaru, mas logo ouviu a voz preocupada de Shipoo.

- Rin? Você está bem?

- Aqui na cozinha, Shipoo! - gritou-lhe sem ânimo para se levantar. Lembrou que haviam combinado verem o jogo de Bankotsu juntos. - Já está na hora do jogo?

- Oi! - Shipoo franziu as sobrancelhas. - O que houve? Esteve chorando?

- Tudo bem, Shipoo. - Rin enxugou o rosto com as costas da mão. - Apenas me magoaram.

- Como?

- Atiraram a verdade na minha cara.

- E por causa disso ficou magoada? - O garoto a fitou confuso. - Sempre supus que se deve dizer a verdade.

- E é como deve ser, Shipoo. Só que nesse caso em particular a verdade veio tarde demais.

- Conte logo o que aconteceu. - Shipoo sentou-se junto dela. - Sou seu amigo, lembra-se?

Sim, Shipoo era seu amigo. Talvez o único em quem podia confiar naquele momento. Rin sentia uma necessidade tão grande de abrir-se com alguém que acabou contando tudo a Laurence, desde o primeiro dia em que Sesshomaru lhe pedira ajuda para conquistar Kagura até a briga deles na noite anterior. Quando terminou, o comentário de Shipoo a deixou surpresa.

- Puxa! Sesshy deve amá-la um bocado, não?

- Por que chegou a esta conclusão, Shipoo?

- É muito simples. Eu precisaria estar completamente doido por uma garota para me dar a todo esse trabalho que Sesshy se deu.

Rin o fitou pensativa. Talvez Shipoo estivesse certo. Mas teria Sesshy feito mesmo tudo aquilo por ela? Será que a amava tanto assim?

- E você tem que admitir, amiga, - o garoto continuou - que o plano de Sesshy funcionou. Você acabou se apaixonando por ele, não foi?

- É verdade, Shipoo. Mas por que Sesshy precisava inventar um plano? Por que simplesmente não chegou e disse que me amava?

Shipoo se atrapalhou um pouco.

- Bem, não faço a menor idéia... - De repente os olhos dele se iluminaram. - Mas é bem provável que tenha sido por falta de chance! Você vive cercada de amigos. Sai quase todas as noites. O cara deve ter achado difícil se aproximar. Na minha escola as garotas mais cotadas são as mais difíceis.

Rin franziu as sobrancelhas. Shipoo não passava de um garoto, mas de certa forma a fazia encarar os fatos pelo lado de Sesshy. Era verdade que ela vivia cercada de admiradores. E também não podia negar que até duas semanas atrás nunca havia olhado para ele a não ser como seu chefe. Talvez isto o tenha feito concluir que devesse tomar medidas mais drásticas. Será. ..? Rin sentiu o coração acelerar-se.

- Continuo achando que Sesshy não precisava ter mentido, Shipoo - insistiu.

- Não foi bem uma mentira. Ele apenas fez de conta que Kagura existia. E depois, não acha que seria bem pior se ela existisse mesmo?

Rin se arrepiou toda.

- É claro que seria, Shipoo!

- Então. Acho tudo tão simples... Sesshy te ama. Você também está apaixonada por ele. Se estivesse em seu lugar iria procurá-lo e diria que está perdoado.

- Machista!

Shipoo sorriu.

- Mamãe também diz que sou um gato!...

- Sim, você é um gato, Shipoo. E machista também!

- Vejo as coisas da seguinte maneira: a única acusação que tem contra Sesshy é a de tê-la feito se apaixonar por ele. E acho que está certa ao afirmar que Sesshy é muito esperto. Eu nunca teria imaginado um plano tão genial!

Menos de quinze minutos depois de Shipoo ter saído, Rin se encontrava em Nichols Hills, à porta da casa de Sesshomaru. Sentia-se tão nervosa que seu coração batia descompassado e as pernas mal a sustentavam. Entre tocar a campainha e ele aparecer teve a sensação de que esperou uma eternidade.

- Rin!

- Oi, Sesshy! - Ele parecia tão chocado que Rin teve de ajudá-lo. - Não vai me convidar para entrar?

Sesshomaru deu um passo atrás. A visão de Rin tão linda, perfumada, o deixara completamente atordoado.

- Va... vamos entrar?

- Obrigada, Sesshy.

Rin passou por ele indo direto à sala maior. O pinheiro de Natal ainda se encontrava armado, mas as luzinhas estavam apagadas. Sob ele, todos os presentes da inexistente Kagura ainda embrulhados.

Ciente de que Sesshomaru vinha logo atrás dela, Rin parou no meio da sala e voltou-se para ele com um sorriso nos lábios.

- Feliz ano-novo, Sesshy!

- Obrigado, Rin... - Havia muita tristeza na voz dele. - Mas felicidade é a úlTima coisa que sinto no momento.

- Fico contente que esteja infeliz, Sesshy.

- Acredito. - Ele passou a mão pelos cabelos em desalinho. - Deixou bem claro ontem à noite o quanto me despreza.

- Oh, mas não foi o que eu quis dizer.

Sesshomaru arqueou as sobrancelhas.

- Não? Então o que foi?

- Estou contente que não esteja feliz porque isto significa que você me ama de verdade.

- Mas é claro que eu te amo! - Ele indignou-se. – Acha que um homem seria idiota a ponto de passar por todas aquelas... aquelas aulas se não amasse loucamente?

Rin aproximou-se dele. Seus olhos brilhavam com a suavidade de quem estava amando. E de quem compreendia.

- Sesshy... Pensei muito em tudo o que aconteceu. Seu plano foi genial. Funcionou, não é mesmo?

- Não do meu ponto de vista.

Rin colocou as duas mãos na cintura.

- Sesshy! Está tentando me dizer que depois de todo o sacrifício para me conquistar, vai desistir? Esperava mais perseverança de sua parte.

- Eu... - Sesshomaru não ousava acreditar no que estava imaginando. - Rin, por que veio até aqui? O que está querendo me dizer?

- Vim até aqui, meu brilhante executivo, para dizer que te amo. E que é bom nunca mais se atrever a mentir para mim!

De repente ele começou a rir. Ria enquanto abraçava Rin. Ria sem saber que a cabeça enterrada em seu peito trazia o rosto banhado em lágrimas.

- Oh, meu amor! Eu te amo tanto, tanto. Nunca desejei magoá-la, acredite em mim. Apenas mostrar-lhe o meu amor, nada mais.

- Também te amo muito, Sesshy. - Ela ergueu os olhos para ele. - Jurei nunca mais confiar num homem depois que meu pai nos abandonou. Mas você me ensinou que o amor existe e que é importante confiar.

- Pelo jeito, nós dois ensinamos muitas coisas um ao outro, minha querida. Então me perdoou? Quer se casar comigo?

- É claro que sim, Sesshy!

Sesshomaru segurou-lhe o rosto entre as mãos e a beijou suavemente nos lábios.

- Diga-me, meu amor, o que a fez mudar de idéia?

- Algo que Shipoo me perguntou. Ele queria saber se eu não acharia bem pior se Kagura existisse mesmo. Foi então que percebi o quanto estava sendo tola. Você havia inventado Kagura justamente por me amar. E que bom que ela não existe, Sesshy!

- Sempre soube que Shipoo era um garoto muito esperto.

- Tanto quanto serão nossos filhos!

- Concordo. Mas nossos filhos não serão pressionados a se tornarem milionários, certo?

- Absolutamente certo! Serão crianças normais. Inteligentes mas normais como qualquer outra.

- Irão a festinhas, aprenderão a dançar e comerão cachorros-quentes e hambúrgueres sempre que tiverem vontade.

- Apenas me prometa uma coisa, Sesshy.

- Qualquer coisa que quiser, amor.

- Que o pai deles estará sempre por perto para amá-los. E à mãe deles também.

- Jamais imaginaria nossa vida de outra maneira, minha querida.

Rin suspirou e o beijou com paixão. Vários segundos depois ela conseguiu falar de novo.

- Diga-me, meu futuro marido. Como um executivo, ultra-conservador como você, pode ser tão malandro, malicioso, sexy e carinhoso?

- Não sabe? Nesse caso acho que vou ensiná-la.

- Boa idéia, Sesshy. - Rin o fitou com um ar provocante. - Estou morrendo de vontade de ter você como professor.

FIM

Bom Pessoal, espero que vocês tenham gostado tanto da história quanto eu. Esta hitoria é uma adaptação do livro da autora Stella Bagwell.

Amei as rewies e queria saber o que vocês acharam do final!

Ps: Ainda hoje começo outra historia!

Bjão