Capítulo 01 – Inglaterra.

Eu caminhava ao lado de uma nova companheira naquele imenso castelo – o motivo de eu estar lá é totalmente perturbador para mim, que simplesmente mostra que eu virei um objeto de trocas. Eu fiquei totalmente triste com o que aconteceu há exatamente, cinco dias.

Meus pais haviam saído da Inglaterra e indo para a França, mas acabaram ficando cheios de dívidas com o rei da Inglaterra, o magnífico Carlisle Cullen. "Pegue a Mary" meu pai disse, na última vez que falou com Carlisle "Não tenho dinheiro algum para lhe pagar. E lhe ofereço minha filha. Ela é de grande valia... Pode tê-la para qualquer coisa; empregada, dama de companhia..." E foi um choque para mim.

Carlisle ficou pensando por duas longas horas, até que decidiu me levar, notando que meu pai não havia um pão para lhe pagar como dívida. "Ela é realmente, o suficiente" e ele me olhou, sorrindo "Ela pode ser uma criada... Ou a dama de companhia das minhas noras. Ela ficará comigo, até eu achar que a dívida está paga. Logo depois, mandarei a guarda real levá-la até sua casa, Sr. Brandon". Eu me senti lisonjeada por ele me escolher, em vez de torturar meus pais, pedindo que lhe pague. Mas além disso... Eu ficaria longe da minha irmã mais nova, Cathy. E isso me dói o coração. E também, ficarei um bom tempo sem ver minha família. Mas é totalmente reconfortante saber que um dia eu poderei voltar até lá.

"Você vai ter tudo o que quiser lá, meu bem" minha mãe dizia, alisando meus cabelos longos e lisos. "Vai morar em um castelo, como no conto de fadas..." Acho que minha mãe não sabe que eu já tenho dezenove anos, e não sonho mais com o príncipe encantado em um cavalo branco, como ela contava quando eu era pequena.

- Ah, sim. – a mulher que parecia ter uns quarenta anos e trajava uma típica roupa de criada disse, sorrindo. – Qual seu nome?

- Mary Alice Brandon. – falei, com um minúsculo sorriso. – Ou apenas...

- Alice. – ela me cortou. – Te chamarei de Alice. – ela sorriu. Ninguém me chamou de Alice. Alice era apenas um nome que eu havia excluído, há muito, muito tempo. Todos me chamavam de apenas Mary, ou Mary Al. Mas ninguém, nunca, me chamou de Alice. É como se fosse apenas um nome de enfeite.

Eu corei, e ela riu. Ela me guiou até um quarto, onde aparentava ser meu, da forma como ela dizia. Ela abriu a porta de madeira com ferros pretos, e mostrou o quarto – cama de casal com lençóis brancos e uma coberta da cor roxa. Havia três travesseiros; dois pequenos e um grande. Da forma como eu sonhava quando pequena, um típico quarto para uma princesa. A janela não era muito grande, mas havia uma sacada com uma cortina fina, branca também. A janela da sacada estava fechada, fazia muito frio naquele dia.

- O seu banheiro fica na porta à direita. – ela disse. – E, não repare na decoração do quarto... – ela sorriu, fracamente. – Apesar de sermos criadas, Carlisle e Esme nos tratam com maior carinho. Foi a Rainha Esme que fez a decoração inteira do seu quarto, sem ajuda alguma. Ela nos vê como filhas, entende?

Eu sorri. Seria bom ter uma rainha carinhosa e tão... Materna! Talvez fosse um bom ombro para chorar. Talvez? É. Eu nem a conheço. Mas Carlisle também era boa pessoa, eu sentia isso. A criada – pelo qual eu ainda não sabia o nome – me ajudou a botar minha bolsa em cima de uma pequena poltrona que havia em frente à cama: - Se quiser, eu posso te ajudar a separar a roupa. – ela disse. – Não, obrigado. – eu falei, sorrindo. – Aliás. – eu falei. – Qual seu nome?

Ela sorriu, exibindo os dentes: - Sue. Qualquer coisa, chame. Você terá o dia livre para conhecer mais o castelo, e amanhã começam seus deveres como criada, E, dama de companhia.

- Obrigado, Sue. – agradeci, sorrindo. Ela deu as costas para mim, fazendo seus cabelos negros brincarem com o vento. Eles eram lisos, e batiam até o meio das costas. Sua pele era um tipo de cobre perfeito, e seus olhos eram azuis, que se destacavam com os longos cílios. Fiquei impressionada como ela era bonita.

Separei minhas roupas, botando meus longos vestidos de um lado, camisolas e roupas íntimas de outro. Eu não havia percebido que enquanto eu estava lá, separando minhas roupas, havia uma pessoa atrás de mim.

- Você... – ela disse, delicadamente. – É a minha dama de companhia que Carlisle trouxe da França? – ela sorriu. Suas feições eram delicadas; sua pele era branca como marfim, e seus cabelos eram castanhos e levemente ondulados até o meio das costas. Seus olhos eram de um tipo de dourado, meio mel. Eram lindos. Haviam leves olheiras ao redor de seus olhos – talvez ela não tenha dormido muito bem nesta noite. Ela trajava um vestido um tanto simples para uma princesa – um vestido azul escuro com tons claros, perfeito.

Provavelmente, feito por um ótimo alfaiate.

E ainda mais – ela era linda. Parecia uma boneca de porcelana, daquelas que se vendiam em lojas de brinquedos na França, e Cathy sempre quis ter uma. O sorriso dela era perfeito, combinava com ela e com seu rosto. Ela era graciosa – e até demais. Eu gostaria de ter uma beleza como a dela.

- Ah, sim. – eu falei. – Me chamo Mar- Alice. – me enrolei com as palavras, lembrando do que Sue havia falado. "Apenas Alice" lembrei para mim mesma.

- Maralice? – ela quase riu.

- Alice, só. – eu dei um sorriso fraco. – É que... Meu primeiro nome é Mary, mas o segundo é Alice. E... Sue decidiu que meu nome aqui, seria Alice. Disse que era melhor. Algo assim. – eu não sabia como explicar.

- Ai, ai... – ela riu, brincalhona. – Sue e sua obsessão pelo segundo nome das pessoas. Meu nome é Isabella Marie... Cullen. – ela sorriu. – E ela queria me chamar apenas por Marie, sabendo que meu apelido é Bella. – Bella riu.

- Hm, prazer. – eu sorri, estendendo a mão para ela. Ao sentir a mão pálida dela tocar a minha, puxei rapidamente para trás. – Que gelo! – eu fiquei constrangida com o ato, e ela pareceu estar com vergonha, apesar de não corar. – Você ficou mexendo com a neve? – apontei para fora da janela, onde a neve dominava algumas partes do país.

- É... Renesmee gosta de neve. – ela deu um sorriso fraco. – Desculpe pela mão gelada. E, aliás...Todos nós gostamos de neve. Não repare nas peles gélidas daqui, tudo bem?

- Tudo bem... Mas, quem é Renesmee? – perguntei, curiosa. Ela deu um sorriso torto, e desviou o olhar para fora do quarto, e depois olhou para mim. – É minha filha. – ela respondeu.

Meu queixo foi ao chão, literalmente. Uma filha? Bella tinha uma filha? Bem. Quer dizer. Geralmente as mulheres, na França, quando tem filhos, ficam gordas e feias, e claro, com um ar mais "velho". Mas Bella ainda tinha cara de uma mulher de 18 anos! E tinha uma filha! Estava praticamente, inteira. Era difícil de acreditar nisso.

- Mas você... Você... – as palavras custaram sair da minha boca. – Você...

- Muito nova? – ela tirou as palavras da minha boca, à força. – É. Bem... Eu conheci Edward quando tinha quinze anos. Com dezesseis, engravidei dele, e ele se casou comigo. Eu não fazia a mínima idéia que ele era príncipe. – ela riu. – Achei que era apenas mais um camponês, afinal... A família real não é de passear muito em público, se é que me entende. Mas então, conheci ele, em um dia totalmente qualquer na minha vida... E aconteceu, um ano depois. – ela olhou para mim, com um brilho nos olhos. – A minha mãe ficou louca quando descobriu que eu estava grávida. Me chamou de isso e aquilo, me dando vários apelidos nada amigáveis. Até de prostituta ela me chamou. Mas então, eu me casei com Edward, e descobri que ele era um príncipe.

Eu fiquei boquiaberta, de novo. Parecia, como minha mãe dizia, uma história de amor em estilo conto de fadas levemente pesadinho, ao caso de ela ficar grávida aos dezesseis anos, e se casar com a mesma idade. Não que isso fosse irracional – até era. Tem homens de quarenta à cinqüenta anos que se casam com menininhas de dez! É horrível isso.

- Nossa. – eu murmurei, impressionada. – Eu... Não sei nem o que dizer. – engoli a seco. Ela riu, e apenas olhou para mim: - Não precisa dizer nada. Apenas vista-se de uma forma mais adequada, que eu irei te mostrar o castelo dos Cullen.

.:.:.:.:.:.:.

Fiquei um longo tempo admirando o castelo que Bella me mostrara – e que realmente parecia cenário de histórias de contos de fadas. Aqueles castelos de princesa, muito lindos e bem decorados, cheios de quadros com paisagens perfeitas, mas nenhum quadro com o rosto da família. Bella ia me contando um pouco sobre a vida deles aqui. Ela era casada com Edward Cullen e tinha uma filha, Renesmee. Isso eu já sabia, desde o episódio no meu quarto. Ela disse que, o Rei Carlisle tinha, contando com Edward, três filhos: Edward, Emmett e Jasper. Emmett havia se casado faz um longo tempo, é o mais velho. Se casou com Rosalie, que, na visão de Bella, é a mulher perfeita para ele. "Ela é incrivelmente bonita, loira... Tem um gênio muito forte, é um pouco irritada" ela riu "Por isso acho-a perfeita para o Emmett – ele é do tipo brincalhão".

Jasper era o filho do meio, porém solteiro. "Ele não encontrou nenhuma mulher que a agradasse. Carlisle fez de tudo para que ele também se casasse, e até o apresentou à outras princesas, da família Denali, que agora residem em uma parte do Novo Mundo estupidamente gelada... Tanya, Kate, e Irina. Elas são louras, e lindíssimas. E ele não quis nenhuma" e ela riu. Eu falei que talvez ele não gostasse de louras, mas ela disse "Não é esse o problema... Esme já apresentou outras princesas morenas, e também, muito lindas. Mas ele não quis alguma. Talvez não esteja preparado, ou... Ele prefere do mesmo sexo" ela riu "Tudo bem, é brincadeira"

Andamos pelo castelo inteiro, e Bella cumprimentava cada pessoa que passava por lá. Ao cair da noite, eu estava exausta. Bella fez eu usar sapatos com salto, e eu detesto usar sapato com salto – prefiro minhas pequenas sapatilhas. Uma bailarina, eu adoraria ser. Estava quase na hora do jantar ser servido, e eu talvez poderia conhecer todos os Cullen, além de só a Bella e o Rei Carlisle. Tanto que, não vi nenhum deles pelos corredores, apenas criados.

Bella me deixou no meu quarto, que eu ainda não havia "decorado" como era o caminho até ele. O castelo era enorme! Ao chegar lá e ver que Bella não estava por perto, a primeira coisa que fiz foi tirar os sapatos e jogá-los para longe, e dane-se o resto. Arfei, resmungando da dor no pé; levei-o até minhas mãos e massageei devagar, na intenção da dor passar. Percebendo que meus pés já não doíam tanto, segui para o banheiro do quarto. Peguei outro vestido, dessa vez, ele era um verde claro, longo. O sapato que botei dessa vez, foi um com um salto minúsculo, branco. Penteei meus cabelos, longos e lisos, e me olhei no espelho que havia na penteadeira. Eu estava... Apresentável.

Nem boa demais, ou ruim de mais. Razoável. Me levantei quando ouvi duas batidas na porta. Ajeitei as minhas coisas em cima da penteadeira e olhei para a janela – já era noite, e era estrelada, até demais. A lua estava como sempre, branca e linda. Eu sorri, e segui para a porta, pronta para o jantar com a minha "nova família".

Fim do Capítulo 01.


Olá! Bem, aqui é a Mel. Eu escrevi esse capítulo com muito cuidado para não exagerar em nada, nem errar nada. Queria fazer algumas observações; para que eu consiga fazer uma história bonitinha e tudo mais, troquei as personalidades entre Alice e Bella. Ou seja, Bella vai ser a compradora compulsiva e Alice vai ser o novo brinquedinho, toda tímida. Mas a personalidade dos outros personagens continuarão!

Enfim, queria poder pedir desculpas também por essa troquinha de personalidade. E espero que gostem da história. E não se esqueçam - mandem reviews! Isso deixa uma autora super feliz e com mais vontade ainda de escrever, sabia?

Um beijo Mel H.