A luz do sol entrou pela sua janela batendo contra seu rosto. Levantou a mão cobrindo os olhos e resmugando de sono. Mas aos poucos se deu por vencida e finalmente se levantou. Trocou de roupa e foi ao banheiro escovar os dentes, ainda sentindo os efeitos de uma noite mal dormida. Lavou o rosto com a água que saia da torneira e enxugou na toalha. Olhou para o espelho na sua frente e suspirou pesadamente, o primeiro dia no colégio estava começando. Mas não seria como outro qualquer... Ela estava entrando no 1º ano, e sabia que não seria nada fácil, afinal, o seu irmão sofreu muito no começo do Ensino Médio e ele sempre tirou notas boas, diferente dela.

Enquanto penteava os cabelos ouviu o barulho de alguém batendo na porta do seu quarto.

- Kagome?! - mesmo com a voz um pouco abafada por causa da distância, sabia que era Inuyasha querendo saber se já estava acordada. Do jeito que sempre foi, ele nunca gostava de chegar atrasado no colégio. Na verdade, ele era o tipo de 'garoto perfeito'. Era bastante estudioso, nunca desobedecia o pai, era sempre muito educado (quando queria), e nunca teve problemas que o levassem a ficar de castigo. Mas diferente do irmão, Kagome era simplesmente o oposto de tudo o que ele fazia. Além de que quando queria irritá-lo sempre fingia estar ainda se arrumando só para fazô-lo se atrasar. Só que nem sempre funcionava, já que Inuyasha na maioria das vezes conseguia arrombar a porta.

- Já vai! .

E antes que o bendito cujo entrasse novamente no seu quarto sem a sua permissão, ela pegou suas coisas e abriu a porta do quarto. E diferentemente dela, Inuyasha se encontrava de muito bom humor, o que a irritava mais ainda.

- Achei que não vinhesse mais.

- E eu não vinha, mas sou obrigada, não estou nem um pouco afim de ter minha porta arrebentada de novo.

Ela passou por ele descendo as escadas do casarão do pai e indo para a cozinha, uma das poucas coisas que a ajudava a levantar da cama eram as comidas servidas por Rin. Que além de ser a cozinheira de lá também era uma das melhores amigas de Kagome, era também pra quem a garota revelava seus segredos, seus medos... Mas a plebéia não era deixada de lado, Kagome também ouviu seus desabafos e seus sonhos com Sesshomaru, o outro irmão de Kagome, que já estava fazendo faculdade e nos finais de semana ia visitar os irmãos e o pai.

- Bom dia, Rin! - Kagome já se sentia melhor só de falar com sua amiga.

- Bom dia, Senhorita Kagome - respondeu a cozinheira um pouco a vontade com a presença de Inuyasha no recinto. Ele não era muito simpático com ela. "Bom dia, Senhor Inuyasha".

- Bom dia, Rin. - ele respondeu com o mesmo tom frio de sempre.

- O que temos para comer hoje? - a garota perguntou já sentindo o estômago 'cantar' de fome.

- Não é possível que você já esteja pensando em comida. - e como sempre, Inuyasha adorava alfinetar Kagome, toda vez que a oportunidade aparecia.

- Cale a boca! Não dirigi minha palavra a você! - ela respondeu no mesmo tom de insulto ao irmão.

- O dia mals começou e vocês já estão brigando? - o pai de Inuyasha e Kagome acabava de entrar no recinto. Ele trabalhava em uma das maiores empresas de roupas do país e ganhava muito por ano. Gastava muito com os estudos dos filhos, Inuyasha e Sesshomaru, acreditava que eles conseguiriam cuidar de seus negócios no futuro quando não tivesse mais condições de trabalhar. Mas os seus planos mudaram quando sua esposa ficou doente e faleceu. Ele passou anos e anos triste e ainda sem conseguir acreditar que nunca mais veria o amor de sua vida novamente. Percebeu também que os filhos se sentiam solitários e queria compensá-los de alguma forma.

No começo pensou em comprar um cachorro, já que eram bons companheiros, mas desistiu dessa idéia quando, a caminho do trabalho, passou por um orfanato. Viu algumas crianças brincando no jardim do lugar e sorriu, vendo a alegria delas só por estarem umas com as outras, e foi aí que viu Kagome no meio delas. Era incrível a semelhança que a menina tinha com sua falecida esposa, ele não pensou duas vezes antes de adotá-la. Sabia que Kagome era o que faltava na vida dele e dos outros dois meninos da casa, e aos poucos percebeu que essa decisão foi uma das melhores coisas que já fizera na vida. A menina se mostrava a cada dia que passava, mais parecida com a mãe dos meninos e não demorou muito para se sentir parte da família.

- O Inuyasha que começou! - Kagome disse, usando sua principal arma: a carinha de inocente.

- Não tenho culpa se ela quer se entupir de comida e ficar gorda. - o garoto continuou alfinetando

- Pai!

- Inuyasha... - o pai o repreendeu com o tom de voz severa. - Preciso que vocês me ajudem, ainda mais agora que estou cheio de preocupações na empresa. E por favor, meninos, procurem não brigar. - ele deu um beijo na cabeça de cada um e saiu de casa o mais rápido que conseguiu.

- Ótimo, agora a culpa é minha - Inuyasha reclamou.

- Eu sei que você me ama. - Kagome piscou para ele, mandou um beijo no ar e saiu correndo da cozinha. Como sempre, Inuyasha odiava qualquer demonstração de afeto, especialmente em público (no caso, Rin), e a garota sempre se aproveitava quando podia para irritá-lo novamente. Ela subiu as escadas e tentou se trancar no banheiro, quase derrubando um dos jarros mais valiosos do pai. Abriu a porta, mas antes que pudesse fechá-la, Inuyasha segurou com sua mão. E por ser mais forte do que ela, conseguiu entrar no local e começar com sua vigança: cócegas.

.-XxX-.

Kagome's POV

- Sango! Sango!

A tapada da minha amiga não estava me escutando, ou simplesmente tantava me evitar ao máximo. Nossa! Como eu odeio quando ela faz isso! Chamei mais algumas vezes e finalmente ela me viu. Ela correu na minha direção e me deu um abraço de quebrar todos os ossos. Eu não sei como, mas desde pequena esta criatura consegue me esmagar com seus 'abraços de urso'. Mas o que eu posso fazer se ela é a minha melhor amiga (junto da Rin, claro.)? Eu sabia que ela estava bastante animada com o começo das nossas vidinhas no Ensino Médio. Tudo bem que agora nossos problemas e preocupações iriam dobrar, mas é claro que nada no mundo pode abalar ou deixar a Sango irritada... Bom, tem o Miroku, mas ele não conta porque vive deixando a Sango furiosa, e não irritada. E quando ela fica furiosa...

- Kagome! Que saudade de você, amiga! - ela continuava me apertando e me sufocando como se eu fosse uma boneca de pano.

- S-Sango... não... consigo... respirar! - tentei me soltar dela, mas ela havia afrouxado quando eu terminei de falar e acabei caindo no chão. Nossa que lindo. (Adoro dizer 'Nossa' xD) Imaginem: Eu sendo sufocada pela minha amiga, tentar me soltar na hora em que ela me larga, caio no chão com as pernas pra cima. Detalhe: O Nosso uniforme é uma blusa branca e uma saia verde... Me diz se tem coisa pior do que começar o ano com os meninos do colégio inteiro sabendo qual a cor da sua calcinha?

- Kagome! - a idiota da minha amiga só foi perceber que eu estava de uma forma muito desagradável vários segundos depois, portanto deu tempo até de chamarem o jornal local para verem Kagome Higurashi caída no chão. - Você é tão desatenta, garota - Quando ela finalmente me ajudou a levantar a primeira coisa em que pensei em fazer foi bater nela. Mas não tive tempo de começar meu plano malígno.

- Ei, você! - Me virei para a alma que ousava atrapalhar meu plano de bater na Sango e me surpreendi em encontrar a Kikyou se aproximando de mim. Não que eu fosse algum tipo de garota que não chegasse perto dos populares... Ta bom, é verdade, mas não é todo dia que a garota mais admirada da escola vinha falar comigo. Foi então que eu me lembrei que eu acabei de pagar um micão (para não dizer King Kong) ali mesmo. A desgraçada só podia estar querendo mangar da minha cara, mas acabei tendo uma surpresa muito, mas muito grande mesmo - Você é a irmã do Inuyasha, certo?

- Sou sim, por quê? - perguntei desconfiada.

- Prazer... - ela estendeu a mão para que eu apertasse e assim que o fiz, ela jogou a bomba - Cunhadinha! - e saiu com as sombras que ela ousa chamar de amigas.

Fiquei parada coma maior cara de idiota durant eum bom tempo. Como eu podia acreditar numa coisa daquela? O Inuyasha? Namorando a Kikyou? Só podia ser algum tipo de pegadinha. Eu estava começando a achar que o imbecil do meu irmão estava armando aquilo pra cima de mim. Ele sabia o quanto eu odiava aquela lambisgóia, concerteza ele estava querendo pregar uma peça em mim!

- Você ouviu o que eu ouvi? - me virei perguntando pra Sango.

- É. Essa foi esquisita. - ela parou um pouco, pensativa - Mas vamos logo pra sala. Esse ano o nosso professor de história vai ser o...

- NÃO! Aquele que as meninas do segundo ano disseram que parecia um deus de tão lindo?

- Esse mesmo! Vamo logo, Kagome!

Fazer o que, né? Eu não podia perder a chance de conhecer o meu professor lindo de história. Além de que eu estava começando meu ano agora. Não estava afim de me extressar.

.-XxX-.

Inuyasha's POV

- A Kikyou? - Miroku me perguntava a mesma coisa já fazia vários minutos.

- Você por acaso é surdo? - disse da forma mais grosseira que conseguir usar - Já disse que aceitei namorar com ela.

- Eu entendi. Mas a Kikyou? - eu não acredito que ele perguntou de novo. - Eu lembro bem que ano passado você se sentia enjoado só de passar perto dela por causa do perfume que ela usava.

Confesso que ele está um pouco certo. Eu disse UM POUCO. Mas eu mudei meu conceito em relação a ela. Mesmo com todas as roupas, a maquiagem, os brincos, as pulseiras e todo os acessórios que vem junto com o kit, eu descobri que ela não é nada disse que aparenta ser. Durante as férias nos encontramos em um site de bate-papo e começamos a conversar sobre diversas coisas. Consegui descobrir que ela só usa esse tipo de coisa para agradar a mãe, que por sinal é viúva, assim como o meu pai (Viu? Temos algumas coisas em comum). E pelo o que conversamos ela parece ser bem compreensiva em vários aspectos, e não berra, nem chora, nem grita, nem me faz raiva como a Kagome. Na verdade a Kikyou me pareceu bem séria, decidida e muito madura. Acho que não é o que eu realmente quero pro resto da vida, mas é uma ótima companhia.

- Você só está com ela pra fazer raiva na Kagome.

Na verdade, o Miroku não tem o direito de falar nada a respeito, ultimamente ele tem sido o pesadelo de uma amiga da Kagome. Uma tal de Sango. Tudo começou quando eu inventei de levá-lo lá em casa - logo no dia em que a minha querida irmãzinha resolveu levar a Sango junto - e quando viu a garota junto da Kagome, ele praticamente enlouqueceu. O problema é que ele não só enlouqueceu 'de amor' (odeio esses baboseiras românticas), o danado ainda acha que essa garota é que nem as outras atiradas que ele ficou nos últimos anos. Ele vive recebendo tapas ao invés de beijos, mas mesmo assim não desisti e é isso que eu não consigo entender nele. Homens não foram feitos para apanharem de mulheres. Eu ainda converso muito com ele em relação a isso, só que tudo o que eu falo é em vão. Ele não leva jeito! Só espero que algum dia ele aprende e deixe ela em paz. Mas até que é divertido ver ele apanhando de Sango.

- Eu não quero fazer raiva a Kagome. Eu realmente acho que quero ter um relacionamento mais sério desta vez.

Entramos na sala e deu o assunto por encerrado. Sentamos nas bancas e esperamos o professor entrar e começar com aqueles velhos discurssos sobre o nosso ano. Então ouvi pela última vez:

- Você quem sabe.

.-XxX-.

- E então como foi o primeiro dia? - O pai dos garotos comia com eles na sala de jantar esperando que alguém se pronunciasse. Kagome ainda estava bastante chateada com Inuyasha por ele ter inventado de namorar com a garota que ela mais odeia na face da terra só para abusá-la. E quanto a Inuyasha... Bem, ele nunca foi muito comunicativo mesmo.

- Normal - o garoto disse.

- Chato. - ela respondeu.

- Ora, vamos - o senhor na mesa insistiu - Não é possível que nada de interessante tenha acontecido.

- Pergunte ao seu filho - Kagome começou - Ele deve ter começado a namorar com qualquer uma por aí e não deve ter comentado nada com ninguém. - o seu mal humor era visível, mas ela não estava nem aí, a raiva estava aumentando cada vez mais.

- Como você soube? - Inuyasha perguntou um pouco preocupado com a reação do pai. Nos últimos anos dizer que gostaria de namorar com alguém havia se tornada a regra da casa, claro que ele já estava na idade de namorar com quem quisesse, mas essa obrigação foi imposta pelo pai quando Sesshomaru trouxe problemas para casa ao se relacionar com uma garota que estava internada em uma clínica de reabilitação por uso de drogas e bebidas alcólicas.

- Talvez porque a minha nova cunhadinha tenha vindo falar comigo hoje . - disse fazendo 'aspas' com os dedos ao falar da cunhadinha.

- Droga! - o garoto murmurou olhando para o pai - Desculpe. Eu ia contar!

- E para piorar, ele escolheu a garota mais ridícula e insuportável que existe no mundo! - Kagome não estava nnem aí, queria que o irmão levasse uma bronca. Infantil? Talvez, mas ela não ligava.

- Como assim? - O Sr. Higurashi pareceu um pouco alterado.

- Não é nada, pai! Não é nada! - Inuyasha arrastou a cadeira com força para trás e se levantou da mesa bufando de ódio, subiu correndo para o quarto e se trancou lá.

- Vai me explicar o que aconteceu aqui? - ele estava cada vez mais confuso. Não pensava em castigar o filho por estar se envolvendo com alguém. Iria dá-lo uma chance e se não mostrasse que fez uma boa escolha, como o irmão, não iria dá-lo essa mesma liberdade. Olhou para Kagome na esperança de obter alguma resposta. Mas assim como Inuyasha, a garota se levantou e foi para o quarto sem dizer uma única palavra. - Ai Cristo! - colocou as mãos na cabeça se sentindo cada vez pior. Não era de hoje que os filhos brigavam por qualquer coisa, isso o preocupava especialmente porque o tempo dele com Kagome e Inuyasha... estava se esgotando.

.-XxX-.

Oi Povão :D

Minha primeira fic do Inuyasha. Não sei se ficou boa nem se ficou ruim, por isso preciso que vocês dêem a opinião sobre a história.

Se tiveram gostado, ótimo. Se não, ótimo também.

Me digam no que eu preciso melhorar ou modificar na história, ou se simplesmente eu tenho que desisti dela e que InuYasha não é meu forte xD

Aguardo as reviews ;)

BEIJOS. :*