Disclaimer: Esta é uma fic sem fins lucrativos, adaptada do livro "All night with the boss" da autora Natalie Anderson e da editora Harlequin Books.
Os personagens de Harry Potter e cia pertencem a J.K Rowling, Warner e Editora Rocco.
N/A – Último capítulo pra vocês...Com gostinho de saudades...
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CAPÍTULO DOZE
Pela quinta vez seguida, Hermione se sentou sobre a mochila velha e espaçosa, a fim de conseguir fechar-lhe o zíper.
Até que finalmente conseguiu. A sacola estava lotada de sapatos e roupas usadas que não iria mais precisar. Com cuidado colou na lateral da bolsa, uma etiqueta improvisada com o nome de uma instituição de caridade para a qual o administrador do apartamento prometera enviar. Manteve apenas a mala de viagem que trouxera consigo da Nova Zelândia e a maleta de mão.
Harry a deixara no apartamento para separar o que iria precisar, antes de seguir para o escritório. Tinham decidido que ela iria morar em definitivo no apartamento de Harry e no fim de semana ele a apresentaria a família.
As mudanças em sua vida estavam acontecendo tão rápido que ela nem mais raciocinava com clareza.
Tinha argumentado várias vezes que não havia necessidade de um casamento tão apressado. Harry, porém, não abria mão da idéia de arcar, o quanto antes, com as responsabilidades que lhe cabiam.
Ela engoliu a saliva e os olhos marejaram ao pensar no homem íntegro que ele era. Como poderia ter tido a coragem de compará-lo a Grant?
Harry era a própria imagem da honestidade e do bom caráter. Era por essa mesma razão que Hermione não suportava mais a idéia de arrastá-lo a um compromisso definitivo para o qual não tinha sequer planejado. Mas como ele mesmo dizia, era a coisa certa a fazer. E o que ele diria quando a apresentasse para a família? Esta é a garota que engravidei e agora tenho o dever de desposar!
Não. Definitivamente, não. Quem sabe o que pensariam? Que ela teria engravidado de propósito, porque sabia que Harry a assumiria? Jamais suportaria conviver com uma família que a visse como uma oportunista.
Sabia que Harry a desejava. A atração física entre eles era pura dinamite. Porém, não duraria para sempre. Principalmente depois que tivessem dois bebês para cuidar.
E quanto ao amor? Ele jamais lhe dissera que a amava. Como sabia que mentiras não faziam parte da personalidade de Harry, se ele se declarasse com firmeza, ela acreditaria.
Isso ele jamais lhe dissera. A visão de um homem infeliz ao lado de uma esposa que não amava e sem liberdade para encontrar a mulher de seus sonhos a apavorava.
Antes que tudo houvesse acontecido, o caso entre eles estava com os dias contados. O dia da volta para a Nova Zelândia estava próximo e ele nunca se referira a qualquer futuro com ela.
No entanto, ela sabia que tinha se apaixonado por ele desde o primeiro instante em que se conheceram. Não eram apenas os hormônios. Harry era tudo que desejava num homem: bonito, charmoso, alegre e seguro.
Era em nome desse mesmo amor que Hermione não tinha coragem de arrastá-lo a um casamento por dever e não por amor. Só havia um jeito de evitar a iminente desgraça: ela teria que partir.
Com grande esforço, ela conseguiu descer a escadaria com as duas malas e aguardar na calçada por um táxi.
O terminal aéreo estava mais lotado do que o normal, por causa das férias. Os passageiros apressados se atropelavam no caminho. Enquanto uns chegavam, outros partiam. Hermione segurava com firmeza a bolsa de mão onde colocara o passaporte e o bilhete que já estava reservado há muito tempo. Empurrando o carrinho de bagagens, aproximou-se do balcão da Air New Zealand e tomou lugar na fila de identificação. Aproveitou para segurar nas mãos o passaporte e a passagem para Auckland, na Nova Zelândia, onde estava carimbado o dia e os dizeres de "somente ida". O familiar sotaque do pessoal a acalmava.
Antes que chegasse sua vez, distraiu-se ao ver um pequeno garoto que corria na direção de um homem que acabava de desembarcar.
— Papai! — gritava o menino, seguido por outro menor, que provavelmente era o irmão caçula.
O homem rodopiou com as duas crianças e beijos de saudade eram trocados com carinho.
Hermione estremeceu e levou uma das mãos ao ventre. Será que estaria tomando a decisão correta?
Teria o direito de tirar de seus filhos a convivência com o pai?
Harry talvez não a amasse. Mas com certeza seria um excelente pai. Ela mesma sentira na pele o que era desejar ter um pai presente. Sonhara muitas vezes com ele. Em como sua vida teria sido diferente se a morte prematura não o tivesse arrancado dela e da mãe.
Quantas vezes não invejara os colegas de escola nas ocasiões esportivas ou festivas, onde os pais compareciam para estimular os filhos? Um pai para segurar uma garotinha no colo e girar com ela nos braços? Como ela teria adorado ter tido aquela sensação!
Provavelmente os filhos não a perdoariam quando soubessem que poderiam ter tido o pai junto deles e a mãe simplesmente tomara a decisão de negar-lhes esse direito. Fora o fato de que, com exceção do grande amor que sentia, não tinha nada mais para oferecer-lhes. Nada de tios, tias, primos ou avós. Nem mesmo uma casa e um emprego seguro.
E Harry poderia proporcionar-lhes tudo isso e muito mais. Como ela pudera agir de maneira tão estúpida e egoísta?
Baixou a cabeça e segurou as lágrimas. Ainda havia tempo de corrigir o erro que estava prestes a cometer. Antes que cedesse a uma inesperada tentação, olhou para o bilhete que mantinha nas mãos e sem pestanejar, o rasgou ao meio.
Procurou por um cesto de lixo. Não o encontrando por perto, manteve a passagem em pedaços nas mãos e, lentamente, empurrou o carrinho de bagagens na direção da saída do aeroporto.
Foi quando avistou Harry parado junto à porta envidraçada, com os braços cruzados contra o peito e um olhar furioso. Estava tão pálido como nunca o vira antes.
— Onde estava pensando que iria? — Ele gritou assim que ela se aproximou. O tom de voz áspero ecoou no ambiente. — Não vai a lugar algum!
— Eu sei. Já desisti. — Como prova, ela estendeu a mão e lhe entregou o bilhete rasgado.
Harry juntou os pedaços e espiou o destino indicado na passagem. Com as feições endurecidas, amassou o papel e o colocou nos bolsos do paletó.
— Como sabia que eu estava aqui? — Quis saber Hermione, envergonhada por ter sido surpreendida em seu ato de covardia.
— Liguei para o apartamento e, como você não atendeu, fiquei preocupado. Daí, me lembrei que hoje era o dia marcado para o seu retorno à Nova Zelândia.
Harry gesticulava enquanto explicava. A indignação transpirando por todos os poros.
Constrangida, ela baixou o olhar e tentou prosseguir na direção da calçada.
Com um grunhido colérico ele afastou as mãos que ela mantinha no carrinho e encarregou-se de conduzi-lo.
Harry caminhava tão apressado que Hermione precisou correr para alcançá-lo. Enquanto ele acomodava a bagagem no porta-malas do táxi, ela entrou no veículo e acomodou-se num dos cantos do banco traseiro.
Após Harry informar o endereço ao motorista, Hermione confessou com amargura na voz:
— Sinto muito por todo o transtorno que tenho lhe causado. Você tem sido maravilhoso. Não merecia isso! — As palavras de evidente remorso não alteraram a tensão exibida nas feições rígidas de Harry. Hermione prosseguiu:
— Vou me casar com você, Harry. Se ainda acha que é a melhor coisa a ser feita. Porém, quero que me prometa uma coisa.
Ele nem mesmo a olhou.
Contorcendo as mãos que mantinha cruzadas sobre o colo, Hermione continuou:
— Estávamos tendo um simples caso e então as coisas se complicaram. Eu não desejava vê-lo arruinar a vida por causa de uma gravidez acidental. É por isso que é importante para mim que você me prometa revelar se algum dia encontrar uma mulher que ame de verdade. Poderemos fazer um divórcio amigável. Estou certa de que... encontraremos uma maneira de não prejudicar as crianças. Elas precisam muito de você e de sua família. Mas não é por isso que desejo mantê-lo atado a um casamento sem amor.
— Casamento sem amor? — esbravejou ele, quase gritando. A palidez era ainda maior.
— Sei que não me ama, Harry. Essa é a pura verdade. Seria impossível em tão pouco tempo...
— Por quê? Não acredita em amor à primeira vista?
Ela desviou o rosto para a janela, na tentativa de ocultar algumas lágrimas.
— Claro que acredito — murmurou ela, quase que para si mesma. O que sentia por ele era a total prova disso.
— Eu também acredito. Principalmente se a mulher for alta, com olhos e cabelos castanhos.
Eram as mesmas palavras que ele lhe dissera no dia em que se conheceram. Ela jamais esquecera, mas nunca poderia supor que ele também se lembrasse delas.
Hary ainda se mostrava abatido, mas o brilho no olhar retornara.
Enchendo-se de coragem ela arriscou:
— E se o homem tiver os mais lindos olhos verdes e um sorriso encantador, capaz de derreter um iceberg.
A expressão do rosto másculo se atenuou. Com um esboço de sorriso no canto dos lábios, Harry inclinou a cabeça e falou baixinho:
— Vai por as cartas na mesa, Hermione?
— Prefiro esperar para ver as suas. — devolveu ela, com um sorriso um pouco mais confiante.
— Está bem —concordou Harry. — Em primeiro lugar quero que saiba que não posso amar outra mulher porque tenho apenas um coração e ele já pertence a você. — Estendendo uma das mãos, ergueu-lhe o queixo delicado, para que o encarasse na declaração final: — Me apaixonei desde o instante em que a vi me observando na varanda do prédio naquela primeira noite. Desde então, não parei de persegui-la, desejá-la e descobrir coisas a seu respeito. A princípio imaginei que fosse apenas atração física. Depois, descobri que era muito mais do que isso. — E, aproximando o rosto um pouco mais, quase lhe tocando os lábios, confessou: — Eu te amo, Hermione.
— Também o amo, Harry.
— Diga outra vez...
— Amo você, Harry. Com todas as minhas forças! Ele não resistiu e cobriu-lhe o rosto de beijos rápidos.
— Temos muito que esclarecer ainda. Mas não aqui. — revelou ele, finalizando com um beijo mais demorado nos lábios róseos e convidativos.
Harry pediu que ela esperasse junto à porta enquanto acomodava a bagagem no quarto dele. Queria entrar com ela nos braços.
— Vai me carregar feito um saco de batatas? — brincou ela.
— Ah, não! — exclamou ele com um sorriso entusiasmado. — Pelo menos não antes de oito meses ou mais. Além do que, estou praticando escondido.
— Para o que?
— Para carregar minha esposa como manda o figurino...
Após terem feito amor de forma bem mais comedida, ambos relaxaram e permaneceram abraçados, felizes de encontrarem a mesma emoção de antes.
— Ainda não consigo acreditar que me ama de verdade. Tem certeza de que não é apenas pelos bebês? — insistiu Hermione, ainda insegura.
Ele enrolou uma mecha dos cabelos dela em dois dedos da mão direita e distraindo-se com a ação, revelou:
— Bobinha! É claro que estou entusiasmado com os bebês. Mas isso não tem nada a ver com o amor que sinto por você. Não imagino o que faria se me deixasse.
— Por que não disse isso antes?
— Como poderia? Não tinha certeza se você me amava e nem de que confiava em mim. Poderia estragar tudo se você me considerasse um mentiroso, como o homem que a desiludiu no passado.
Hermione percebeu o quanto fora teimosa em permitir que a insegurança do passado interferisse no julgamento a respeito dele. Quase perdera para sempre a melhor coisa que acontecera em sua vida: Harry.
As lágrimas não tardaram a surgir nos olhos imensos e acastanhados.
— Por favor, minha linda. Não chore.
— São lágrimas de felicidade.
— Ah! Então tudo bem! — exclamou ele e a abraçou com força.
Pouco tempo depois, ela lançou mais uma dúvida:
— O que sua família irá pensar de mim? Ele sorriu com tranqüilidade.
— Mal podem esperar para conhecê-la. Minha irmã cobra isso há semanas...
— Semanas? — interrompeu Hermione.
— Lembra-se que eu estava com o carro dela quando nos conhecemos?
Ela assentiu com um gesto de cabeça.
— Quando fui devolver, ela percebeu que eu estava radiante. Não precisou de mais nada para que ela desconfiasse que de que deveria haver uma mulher por trás daquela alegria toda!
— E quanto à gravidez. O que pensarão? Dessa vez, Harry gargalhou.
— Minha mãe está ansiosa por mais netos! — Alisando com as mãos o ventre de Hermione, concluiu: — Eles não serão muito mais novos do que os primos. Poderão brincar juntos — E, com um ar de pretensa censura, afirmou: — Só espero que não sejam influenciados pelas diabruras daqueles pestinhas.
Hermione alargou o sorriso ao notar o carinho com que o tio coruja pronunciara aquelas palavras.
— Minha família vai adorá-la, Hermione. Não se preocupe.
De repente, ele ergueu-se e procurou pelo paletó. Depois retirou de um dos bolsos uma caixinha revestida de tecido aveludado na cor preta e sentou-se na beirada da cama.
Hermione presumiu que seria um anel.
— Não precisava, Harry.
— Precisava sim — insistiu ele. — O que vou dizer para as crianças quando perguntarem de que maneira eu a pedi em casamento? Você merece um pedido formal, Hermione! — Ele deu uma pausa intencional, com um brilho divertido no olhar. — Apenas me dê uma resposta mais apropriada desta vez.
Ela sorriu encabulada.
— Como vou explicar para as crianças onde estávamos quando o pedido de casamento aconteceu? Que não foi num restaurante refinado e nem num passeio romântico? — E após uma pausa na respiração, finalizou: — Que foi na cama, nus e no meio da tarde?
Ele deu de ombros.
— Coisas maravilhosas acontecem na cama, quando um casal se ama de verdade.
Harry apoiou um dos joelhos no carpete e a reverenciou com bom humor, embora com sinceridade no olhar:
— Hermione, eu a amo e quero ficar com você pelo restante da minha vida. Quer se casar comigo?
— Sim, Harry. Porque eu também o amo e sempre amarei.
Ele abriu a caixa e entregou-lhe o anel, justificando:
— Sei que os casais costumam escolher o anel juntos, mas quando vi este, sabia que era perfeito.
A jóia era linda! Um diamante no centro e um brilhante de cada lado.
— O diamante representa você, Hermione. E os dois brilhantes, os bebês.
— Não poderia ter escolhido melhor!
— Eu sei que estou sempre certo — afirmou Harry com um sorriso exibido.
— Quando o comprou? — Ela quis saber.
— Hoje pela manhã. Queria lhe fazer uma surpresa.
— Foi por isso que ligou para o apartamento, não foi?
O sorriso sumiu dos lábios dele.
— É. Esse é um assunto que teremos que apagar.
— Eu sei Harry. Mas deve me perdoar. Principalmente pelo fato de que mesmo achando que você não me amava, não consegui partir naquele avião.
Ele assentiu com a cabeça e ficou em silêncio por uns segundos. Depois, recuperando o entusiasmo, falou:
— Há mais uma coisa que preciso lhe contar. Ela ergueu o olhar com surpresa.
— Já marquei a lua-de-mel.
— O quê? Onde?
— Em Florença. Lembra da minha promessa em levá-la até lá? — Como se ela pudesse esquecer! — Quero que prove os famosos sorvetes de Florença. Se é que uma senhora grávida pode ingerir alimentos gelados.
— E por que não?
— Se é assim, que sabor vai preferir?
— Limão.
— Verdade? Pensei que fosse dizer framboesa! Ela balançou a cabeça.
— Não. Adoro o aroma de limão — afirmou ela com um sorriso zombeteiro. Afinal, era o perfume que adorava sentir em Harry. — Se bem que talvez experimente um pouco de cada. — finalizou, com uma piscadela.
— Ah! Optando por duas coisas ao mesmo tempo?
— Sim. O prazer é dobrado...
— Desde que estejamos sempre juntos...
FIM
N/A – Enfim nossa fic chega ao fim...Assim como os que acompanharam a fic desde o ínicio...ela vai deixar saudades...Como foi a minha primeira adaptação, eu tenho um carinho imenso por esta história...e foi uma honra poder dividi-la com vocês...
Hoje encerramos esta história, mas fiquem ligados, que logo, logo postarei outra adaptação...O nome da fic?? Delícia... espero que gostem tanto quanto gostaram desta...
Obrigado a todos que comentaram no decorrer da fic...obrigado também a aqueles que leram e não quiseram deixar comentários...
2Dobbys – Bom...agora você nem precisa ler o livro...a menos que queira descobrir o nome dos personagens originais...hauahuahauah...boa percepção a sua... Será que te encontro na próxima fic??
Lalah-Chan – Aqui está o último capítulo, com gostinho de quero mais...espero que você goste...
witchysha – Que bom que você vai acompanhar a nova fic...tenho em mente mais uma Harry e Hermione e uma James e Lilian... Bom...Chegamos ao fim...mas espero que tenha gostado do último capítulo...