CAPÍTULO VIII

- Bankotsu! Por que não disse que viria? Quando chegou? Quanto tempo vai ficar? Oh, estou tão feliz em vê-lo! Deus, mas você está todo molhado. Entre e tire essa jaqueta. Quando vai comprar uma nova? Essa aqui parece que passou por uma guerra!

Bankotsu apenas riu e abraçou-a mais uma vez, levantando-a do chão e dando-lhe um beijo sonoro.

- Continua tagarela.

- Você sabe que eu não consigo parar de falar quando estou feliz. Quando... Oh, você está aí, Sesshomaru. - Ela foi até a porta, com um brilho de felicidade no olhar. - Não vi que estava aí.

- Isso ficou evidente - respondeu ele, contendo a vontade de agarrar o sujeito pelo colarinho e colocá-lo para fora do apartamento. –

Mas não interrompam o encontro por minha causa.

- Bankotsu, esse é Sesshomaru Taisho - Rin os apresentou.

- Taisho? - Bankotsu sorriu, mostrando os dentes muito alvos, sem sequer desconfiar que Sesshomaru estava com vontade de acertá-los com seu punho. - O roteirista de teatro. Vimos seu tra­balho da última vez em que estive na cidade. Rin chorou um bocado. Tive praticamente de ampa­rá-la para fora do teatro.

- Não exagere, Bankotsu. Eu não fiquei tão mal assim.

- Ficou, sim. Se bem que você é do tipo que chora até vendo comerciais de tevê. Então não sei se todo aquele seu sentimentalismo contou muito...

- Oh, Bankotsu, como você gosta de me provo­car e... Oh, o telefone. Esperem um minuto, eu já venho.

Rin foi atender ao telefone na cozinha, dei­xando os dois se entreolhando com ar desconfiado.

- Sou escultor - declarou Bankotsu, contendo o riso. - E já que preciso da mão para trabalhar, acho melhor ir logo dizendo que sou irmão de Rin, antes de oferecê-la para cumprimentá-lo.

- Irmão? - O olhar ameaçador de Sesshomaru se amenizou um pouco, mas não desapareceu por completo.

- Não se parece muito com ela.

- Todo mundo diz isso. Mas se quiser conferir minha identidade...

- Era a sra. Kaede - anunciou Rin, vol­tando para a sala. - Ela o viu entrando, mas não conseguiu abrir a porta a tempo de cumpri­mentá-lo. Acho que ela queria apenas dizer que você está mais bonito do que nunca. - Sorrindo, apertou as bochechas dele. - Ele não é lindo?

- Não comece.

- Ah, mas você é mesmo. Tem um rosto lindo, desses que fazem as mulheres suspirarem. – Ela sorriu e pegou a mão de Sesshomaru. - Venha, vamos beber algo para comemorar.

Ele fez menção de recusar, então deu de ombros. Não faria nenhum mal passar alguns minutos ao lado de Rin e do irmão dela.

- Com que tipo de escultura você trabalha?

- Esculturas de metal - respondeu Bankotsu, tirando a jaqueta e jogando-a sobre uma cadeira.

Rin, porém, pegou-a no mesmo instante.

- Vou pendurá-la no banheiro para secar. Sesshomaru, sirva-nos um pouco de vinho, sim?

- Claro.

- Não tem cerveja? - indagou Bankotsu, ar­queando uma sobrancelha ao ver a familiaridade com que Sesshomaru foi até a cozinha, procurar a bebida.

- Tem, sim. - Sesshomaru tirou duas latinhas da geladeira e abriu-as, antes de servir vinho para Rin.

- Você trabalha na região sul?

- Isso mesmo - Bankotsu respondeu. - Para mim, é mais prático ficar em Kioto do que na Tokio. Raramente chove por lá e isso me dá mais oportunidade de trabalhar ao ar livre. Rin não havia falado de você. Quando se mudou para cá?

Sesshomaru tomou um gole de cerveja, notando que os olhos de Bankotsu eram quase da mesma cor dos cabelos de Rin. Um tom de uísque envelhecido.

- Mudei-me há pouco tempo - respondeu.

- Age rápido, não? - insinuou Bankotsu.

- Dependendo do meu interesse...

- Sesshomaru - Rin suspirou ao entrar na co­zinha -, poderia pelo menos ter servido a cerveja em copos, não?

- Não precisamos de copos - respondeu Bankotsu, dando uma piscadela para Sesshomaru.

- Be­bemos diretamente da lata, como homens de ver­dade, não é, Taisho?

Rin riu.

- Então não vai nem querer o queijo temperado e o patê com torradas que eu pretendia lhe ofe­recer para acompanhar a bebida? - provocou ela.

- Quem disse? - indagou Bankotsu, em um tom de protesto, sentando-se em um dos banqui­nhos diante do balcão.

- Você tinha quatro dessas banquetas, não tinha?

- Oh, emprestei uma para Sesshomaru. O que veio fazer em Tókio, Bankotsu? - perguntou ela, examinando o que havia na geladeira.

- Vim fazer alguns contatos para minha pró­xima exposição. Estou aqui apenas há alguns dias.

- E se hospedou em um hotel, não é? - ques­tionou Rin, com ar ofendido.

- Essa sua "política de boa vizinhança" me dei­xa louco, irmãzinha. - Olhando para Sesshomaru, continuou: - Está aqui há algum tempo, não é? Então já deve ter visto como este apartamento vive cheio de gente. É um horror. Ela deixa... - ele fez um ar dramático -...as pessoas entrarem aqui a todo momento.

- Bankotsu é um recluso profissional - expli­cou Rin, começando a arrumar a mesa. - Vocês dois vão se dar muito bem. Sesshomaru também não gosta de ter contato com muitas pessoas.

- Ah, finalmente alguém com bom senso. - Bankotsu sorriu para Sesshomaru, concluindo que cer­tamente os dois iriam se dar bem.

- Certa vez, cometi a tolice de pedir para ficar aqui - conti­nuou ele, pegando uma torrada. - Foi um pesa­delo. Três dias vendo gente entrando sem bater, falando alto e trazendo seus parentes e bichos de estimação.

- Era apenas um cachorrinho.

- Que insistiu em ficar no meu colo, sem ser convidado, e depois comeu minhas meias.

- Se você não tivesse deixado no chão, ele não as teria comido. Além do mais, ele só as furou um pouquinho.

- Isso é uma mera questão de perspectiva - salientou Bankotsu. - De qualquer maneira, em um hotel, as únicas pessoas que entram e saem são os funcionários, e eles batem à porta antes de entrar e não trazem "cachorrinhos" consigo. - Aproximando-se apertou o queixo dela com cari­nho.

- Mas vou deixar que cozinhe para mim, irmãzinha.

- Você é o melhor irmão do mundo, Bankotsu.

- Já comeu o rocambole de frango que ela faz, Taisho?

- Acho que ainda não.

- Não sabe o que está perdendo - completou Bankotsu, com um sorriso. Voltando-se para Rin, acrescentou: - Esse pode ser nosso cardápio para hoje, irmãzinha?

Ela revirou os olhos.

Não deixava de ser uma maneira interessante de passar á noite, pensou Sesshomaru algum tempo depois, observando Rin conversar com o irmão. Lembrava-se de que o relacionamento que tinha com sua irmã era mais ou menos como aquele. Pelo menos até Kagura aparecer em sua vida.

Depois disso, evidentemente que continuara a haver afeição entre eles, mas a descontração de­saparecera. Com freqüência, passara a se sentir pouco à vontade na presença da própria irmã, coi­sa que nunca acontecera antes.

Mas ficar pouco à vontade era algo que estava longe da atmosfera familiar que envolvia os Mizuki. Rin e Bankotsu contavam histórias embaraçosas a respeito um do outro com a mesma facilidade com que contavam piadas, caindo na gargalhada como se aquilo fosse a coisa mais na­tural do mundo.

Algumas horas depois, ao deixar o apartamento de Rin, pensou na possibilidade de trabalhar algumas características dos dois em seus perso­nagens, no segundo ato de sua peça, para dar ao texto um ar mais leve e cômico.

Trabalhar seria seu melhor consolo pelo resto da noite, já que, pelo visto, Rin ficaria algum tempo ocupada com assuntos familiares.

- Gostei do seu amigo - falou Bankotsu, sen­tando-se no sofá e esticando as pernas, enquanto saboreava o conhaque que Rin havia aberto em sua homenagem.

- Que bom, porque eu também gostei de Sesshomaru.

- Ele pareceu um pouco sério demais para você.

- Ah, bem... - Rin sentou-se ao lado dele. - Mudar um pouco de estilo de vez em quando não faz mal a ninguém.

- É só isso que ele representa para você? - Bankotsu deu-lhe um carinhoso puxão de orelha. - Notei que vocês não perderam tempo em aproveitar ao máximo o momento em que os deixei sozinhos, quando fui dar um telefonema lá em cima.

- Se estava dando um telefonema, como pode saber o que eu e Sesshomaru estávamos fazendo? A menos que tenha ficado nos espiando...

Ela sorriu e pestanejou, não tardando a levar outro puxão de orelha.

- Eu não estava espiando. Apenas olhei por acaso para o andar de baixo, em um momento bastante estratégico. Além disso, também notei o detalhe de Sesshomaru haver olhado para você, por várias vezes durante o jantar, como se estivesse considerando-a mais apetitosa do que o prato prin­cipal. Então somei dois mais dois e tirei minhas próprias conclusões.

- Você sempre foi brilhante, Bankotsu. Portan­to, acho melhor eu confessar a verdade de uma vez, já que está sendo intrometido: Sesshomaru e eu estamos juntos.

- Você está dormindo com ele.

Rin arregalou os olhos deliberadamente.

- Bankotsu! - exclamou, fingindo estar escan­dalizada. - Claro que não! Nós decidimos trocar apenas alguns beijinhos e tentar lidar com o resto apenas como bons amigos.

Bankotsu estreitou o olhar.

- Você sempre foi muito engraçadinha.

- Foi assim que conquistei minha fama e mi­nha fortuna, meu caro.

- E agora está mantendo a "fortuna" transfor­mando Taisho no amigo muito sério e carran­cudo de Emily.

- Como eu poderia resistir?

Bankotsu tamborilou os dedos sobre o braço do sofá. - Emily acha que está apaixonada por ele. Rin não disse nada por um momento, então balançou a cabeça negativamente.

- Emily é uma personagem de quadrinhos que faz o que eu digo para ela fazer, Bankotsu. Ela não sou eu.

- Mas tem características suas, e algumas das mais provocantes e inusitadas.

- É verdade - admitiu Rin. - Por isso gosto dela.

Bankotsu deixou escapar um suspiro e tomou outro gole de conhaque.

- Ouça, Rin, não quero me intrometer na sua vida pessoal, mas continuo sendo seu irmão mais velho.

- E você cumpre tão bem esse papel, Bankotsu. - Ela o beijou no rosto. - Não precisa se preo­cupar comigo. Sesshomaru não está se aproveitando, e nem vai se aproveitar de sua irmãzinha. - Ela provou um gole da bebida dele. - Na verdade, eu me aproveitei dele. Preparei biscoitos de cho­colate para ele e, desde então, Sesshomaru se tornou meu escravo e amante.

- Lá vem você com essa língua solta de novo - ralhou ele, parecendo tomado por um raro mo­mento de embaraço. Ficando de pé, deu alguns passos pela sala.

- Tudo bem, não quero saber os detalhes, mas...

- Oh, mas eu estava tão ansiosa para contar tudo a você... Principalmente sobre a parte dos vídeos caseiros...

- Chega, Rin. - Bankotsu passou a mão pelos cabelos, dessa vez parecendo realmente embara­çado. - Sei que é uma mulher adulta e que é incrivelmente bonita, apesar desse nariz.

- Ei! Meu nariz é muito bonito, ouviu?

- Trabalhamos duro na terapia familiar para fazê-la acreditar nisso. Ainda bem que você con­seguiu superar tão bem essa deformidade.

Rin não conteve o riso.

- Oh, cale essa boca, Bankotsu.

- Mas, voltando a falar sério, tudo que eu quero lhe pedir é que tome cuidado. Entendeu? Cuide-se.

Rin ficou de pé, fitando-o com olhar carinhoso.

- Eu te amo, Bankotsu. Apesar desse seu ca­coete horroroso.

- Ei! Não tenho nenhum cacoete!

- Trabalhamos duro na terapia familiar para fazê-lo acreditar nisso. - Rindo, ela enlaçou os braços em torno do pescoço dele e o abraçou com carinho.

- É tão bom tê-lo aqui. Não pode ficar por mais tempo?

- Não posso, meu anjo. - Ele pousou o queixo sobre a cabeça dela. - Vou passar alguns dias em Akita. Quero trabalhar um pouco, fazer al­guns esboços. Vovô reclamou que faz tempo que eu não vou visitá-los.

- Oh, ele é mestre em fazer isso. Por acaso, vovó está "morrendo de preocupação por sua cau­sa"? - falou ela, rindo e afastando-se para fitá-lo.

- Descabelando-se - respondeu ele, também rindo. - Por que não vem também? Dê um bônus a ele. Assim poderemos salvar um ao outro quando ele começar com aquela história de nos perguntar por que ainda não estamos casados e dando bis­netos a ele.

- Bem, ele andou me telefonando algumas ve­zes nas últimas semanas, sem me dar a chance de telefonar primeiro. - Rin tornou-se pensa­tiva por um instante, considerando os compromis­sos que tinha para cumprir. - Estou com o serviço um pouco adiantado, mas tenho um compromisso, depois de amanhã, que não pode ser adiado.

- Então viaje depois disso - sugeriu Bankotsu. - Convide Sesshomaru para ir com você. Teremos uma reunião familiar por lá.

- Acho que ele iria se divertir - disse ela. - Vou ver se ele quer me acompanhar. De qualquer maneira, eu irei.

- Ótimo.

Bankotsu ficou torcendo para que Sesshomaru acei­tasse o convite. Iria se divertir muito vendo seu avô intimando-o a pedir a mão de Rin.

Como já passava da meia-noite quando Bankotsu foi embora para o hotel, Rin achou melhor tomar um banho e ir direto para a cama. Não havia dormido o suficiente na noite anterior, e nem Sesshomaru. Portanto, a coisa mais prática e sen­sata a fazer no momento seria tentar ter seu me­recido descanso.

Porém, quando deu por si, já havia atravessado o corredor e estava apertando a campainha do apartamento em frente ao seu. Estava começando a pensar que Sesshomaru já havia ido dormir quando ouviu a chave girando na fechadura.

- Oi, não quer tomar um último drinque antes de ir dormir?

Ele olhou por cima da cabeça dela, tentando enxergar o interior do apartamento em frente.

- Onde está seu irmão?

- A caminho do hotel. Abri uma garrafa de conhaque para ele e...

Rin não se surpreendeu quando, antes mesmo de terminar a frase, Sesshomaru puxou-a para dentro do apartamento, trancou a porta e enlaçou os bra­ços em torno da cintura dela. E também não se surpreendeu quando os lábios dele esmagaram os dela em um ávido beijo.

- Pelo visto, não vai querer tomar conhaque - falou ela, ofegante. Sem se importar com o fato de Sesshomaru já haver começado a tirar sua blusa, acrescentou: - Ou alguma outra bebida.

A força do desejo que sê apoderara dele no mo­mento em que vira Rin era quase incontrolável. Saber que poderia tê-la novamente para si dei­xara-o ansioso, impaciente para amá-la outra vez.

Rin também se deixou levar pelo desejo, co­lando seu corpo ao dele com gemidos de prazer, enquanto sentia Sesshomaru deslizar sua calça para baixo, por sobre seu quadril. Sim, queria pertencer a ele mais uma vez. E por isso não perdeu tempo em se livrar do restante das peças que cobriam seu corpo.

Sentiu as mãos de Sesshomaru acariciarem seus seios, segundos antes de ele tomar um dos ma­milos entre os lábios, sugando-o e mordiscando-o sensualmente. Ofegante, Rin foi deixando pon­tos avermelhados nas costas de Sesshomaru, causados pelo efeito de suas unhas, em meio ao enlevo de prazer.

A pele acetinada de Rin era como um convite ao toque e à carícia. Um convite irrecusável para um homem atormentado pelo desejo. Devagar, ele foi deslizando os lábios sobre o corpo dela, até alcançar o ponto mais sensível do corpo de Rin e sentir os dedos dela se cravarem em seus om­bros. Gemidos de prazer começaram a soar pelo ambiente.

Não era possível que alguém pudesse sobreviver a todo aquele prazer, foi o último pensamento coe­rente que passou pela mente de Rin, antes de ela se deixar levar completamente. Sesshomaru afun­dou os dedos em suas nádegas, enquanto a levava à loucura com os lábios e a língua.

Um grito de prazer logo irrompeu em sua gar­ganta, enquanto, por um instante, o ar pareceu su­mir de seus pulmões. Rendida, encostou-se à porta, ainda entregue aos lábios ávidos de Sesshomaru.

Sua postura pareceu acender ainda mais a cha­ma do desejo nele. Sesshomaru deslizou as mãos pela pele úmida de Rin, enquanto continuava sua doce tortura com os lábios, exigindo mais, mais...

Até sentir-lhe o corpo recomeçar a estremecer e se mover com cada vez mais sensualidade, em busca do novo êxtase.

Deixando-a quase no limiar do clímax, Sesshomaru levou-a até a única cadeira que havia na sala. Livrando-se das próprias roupas, sentou-se e pu­xou-a para si de maneira quase selvagem. Então guiou-a até seu membro pulsante e ambos final­mente se tornaram um. Sem deixar de fitá-la nem por um instante, maravilhou-se ao ver o chocolate intenso dos olhos dela se escurecerem de prazer.

Então, com um gemido erótico, ela começou a se mover. Dessa vez, seria Rin quem ditaria o ritmo do prazer. E ela o fez melhor do que ele poderia esperar. A cada movimento daqueles qua­dris perfeitos, Sesshomaru sentia como se fosse explo­dir de prazer a qualquer momento. O gosto da sensualidade de Rin permanecia em sua boca, enquanto o excitante aroma de seus corpos unidos lhe invadia as narinas, enevoando-lhe os sentidos e fazendo-o ansiar pelo alívio final.

Aqueles sons sensuais e quase selvagens emi­tidos por Rin o estavam deixando louco, assim como o arrebatamento erótico presente na expres­são do rosto dela e naqueles lábios entreabertos.

Sesshomaru sentiu que estava muito próximo do clí­max e teve de se esforçar para conseguir se conter mais um instante, só mais um instante, até sa­tisfazer Rin completamente.

De fato, não teve de esperar muito, pois logo a viu inclinar a cabeça para trás, com uma concen­trada expressão de êxtase, ao mesmo tempo em que um gemido mais alto e mais prolongado anun­ciou a força de seu ápice de prazer.

Então Sesshomaru também fechou os olhos, arre­batado por uma intensa onda de prazer. Gemeu, ao sentir os lábios e a língua de Rin em seu pescoço, o complemento perfeito para aquele mo­mento tão especial.

Lembrou-se do que ela havia lhe dito antes, que ninguém a havia tocado como ele. Também ninguém o havia tocado como ela. No entanto, por mais que fosse hábil com as palavras, não conseguia imaginar uma maneira de dizer a Rin quanto ele a considerava especial.

- Passei a noite inteira querendo fazer isso com você. - Pelo menos isso ele podia dizer, sem arriscar o futuro de ambos.

- E pensar que eu quase fui dormir. - Com um longo suspiro pleno de satisfação, Rin passou a mão pelos cabelos, ajeitando-os. - Eu sabia que esta cadeira era perfeita para você.

Sesshomaru sorriu com charme.

- Eu estava pensando em mandar restaurá-la, mas agora acho que vou mandar pintá-la de dou­rado, como uma espécie de troféu.

Ela riu inclinando a cabeça para trás, então voltou a olhá-lo e segurou o rosto dele entre as mãos.

- Adoro quando você tem esses surtos de bom humor.

- Não estou brincando - declarou Sesshomaru, com expressão séria.

- Isso vai me custar uma fortuna.

Queria vê-la rir, fazendo aquele som, do qual ele se tornara quase dependente, soar pela sala.

Mas Rin se limitou a sorrir, com um brilho de divertimento no olhar.

- Sesshomaru - disse, antes de beijá-lo nos lábios.

O beijo suave, mas intenso, foi como uma es­pécie de compartilhamento de algo muito especial. Sesshomaru estremeceu. Aqueles dedos carinhosos en­trelaçados a seus cabelos e os lábios doces de Rin o fizeram ansiar por algo que ele se recusava a admitir.

Algo muito intenso estava acontecendo em seu ser, tornando suas mãos trêmulas no esforço de se manter imune àquele turbilhão de sensações. Mas Rin era encantadora demais para ele con­seguir resistir. Havia cruzado aquela tênue linha entre querer e precisar, sentindo-se perigosamen­te próximo do limite de amar.

Rin suspirou, encostando o rosto junto ao dele. Se pelo menos Sesshomaru pudesse amá-la tanto quanto ela o amava...

- Está com frio? - perguntou Sesshomaru, ao notar a temperatura do rosto dela.

- Um pouquinho. - Ela manteve os olhos fe­chados por mais algum tempo, lembrando a si mesma que nem sempre era possível se ter tudo que se queria.

- Estou com sede. Também quer um pouco de água?

- Sim, eu vou pegar - respondeu ele.

- Não, não precisa se incomodar. - Rin ficou de pé, deixando Sesshomaru com uma incômoda sen­sação de perda. - Bankotsu gostou de você - comentou, indo em direção à cozinha.

- Também gostei dele. - Sesshomaru respirou fun­do, recuperando o autocontrole.

- Aquela escul­tura em seu ateliê é trabalho dele?

- Sim. Maravilhoso, não? Bankotsu tem uma visão muito singular das coisas. E vê-lo trabalhar, quando ele está de bom humor e não ameaça ma­tar quem o estiver observando, é uma experiência incrível.

Rin abriu uma garrafa de água, encheu um copo alto até a borda e bebeu quase um terço de seu conteúdo, antes de entregá-lo a Sesshomaru. Não notou o olhar surpreso que recebeu quando se ani­nhou feito uma gata manhosa sobre o colo dele.

- O que acha de fazermos uma viagem? - perguntou ela, de repente.

- Uma viagem?

- Sim. Passar alguns dias em Akita. Bankotsu vai visitar nossos avós, os MacGregor, e pensei em fazer o mesmo. Vovô adora reclamar que não os visitamos o suficiente. O lugar é lindo e a casa é... Bem, é impossível descrevê-la. Mas tenho certeza de que você vai gostar tanto dela quanto dos meus avós. E então? Está interessado em deixar a loucura dessa cidade um pouquinho, Sesshomaru Taisho?

- Isso está me soando a reunião familiar.

Ele se surpreendeu com a súbita sensação de tristeza que o invadiu diante da idéia de ter de passar alguns dias longe de Rin.

- Com os Mizuki por perto, tudo soa como uma reunião de família. Vovô adora conversar e fazer novas amizades. Está com mais de noventa anos e tem uma energia invejável.

- Eu sei. Ele é fascinante. Aliás, os dois são. - Sesshomaru sorriu quando Rin franziu o cenho. - Eu já os conheço. Eles são conhecidos de meus pais.

- É mesmo? Eu nunca imaginaria isso. Eu lhe falei sobre todas aquelas ligações familiares meio complicadas, não falei? Mizuki com Blade. Blade com Grandeau. Grandeau com Campbell. Campbell com Mizuki... Não necessariamente nessa ordem.

- Não comece com isso de novo, por favor. Só de ouvir essa porção de nomes já estou sentindo a cabeça doer.

Rin riu e o beijou.

- Bem, se já os conhece e também já foi apre­sentado a Bankotsu, pelo menos não vai se sentir em meio a um grupo de estranhos. Venha comigo. - Ela mordiscou a orelha dele. - Será divertido.

- Poderíamos continuar bem aqui, nesta ca­deira, e nos divertirmos muito mais...

Rin riu, lisonjeada.

- Há muitos e muitos quartos no castelo Mizuki - murmurou ela, junto ao ouvido dele. - E, em vários deles, camas enormes e macias.

- Quando partiremos?

- Oh, está falando sério, Sesshomaru? - Ela se afastou para olhá-lo, entusiasmada com a idéia. - Que tal depois de amanhã? Tenho uma reunião pela manhã, mas poderemos partir depois do al­moço. Oh, e posso alugar um carro para viajarmos.

- Eu tenho carro.

Rin inclinou a cabeça, estreitando o olhar.

- Hum, é um carro sexy?

- O que acha dos sedãs de quatro portas? Ela hesitou.

- Bem, é um carro que tem uma certa presen­ça... Gosto de carros assim.

- Que pena, então acho que não vai gostar do meu Porsche.

- Um Porsche?! - Rin arregalou os olhos.

- Oh, não me diga que é conversível?

- Que outro modelo poderia ser?

- Sim, claro. Oh, e diga que ele tem cinco marchas.

- Sinto muito, mas são seis. Ela ficou boquiaberta.

- É mesmo? Verdade? Posso dirigi-lo?

- Claro. Se depois de amanhã o inferno de repente resolver congelar, deixarei você se sentar ao volante dele.

Com uma careta de desagrado, Rin começou a brincar com os cabelos dele.

- Mas sou uma excelente motorista.

- Tenho certeza de que sim.

Sesshomaru achou que seria mais produtivo tentar distraí-la do que continuar ouvindo-a e deixar que ela acabasse fazendo-o mudar de idéia. Encostou o copo frio sobre as costas dela, fazendo-a arquear o corpo levemente, em um arrepio, enquanto seus seios roçavam o peito dele.

- Hum... O que acha que conseguiremos fazer se reclinarmos essa cadeira um pouco para trás? - indagou ele, em um tom sensualmente sugestivo.

Um brilho sedutor surgiu nos olhos de Rin.

- Hum... Uma porção de coisas loucas e deli­ciosas... - murmurou, inclinando a cabeça para que os lábios de Sesshomaru tivessem mais acesso a seu pescoço. - Sabia que meu avô é o dono desse prédio? - falou, por acaso, mantendo os olhos fechados.

- Sim, eu sei. Aliás, foi ele quem me falou sobre este apartamento quando eu estava procu­rando um lugar para ficar temporariamente.

- Ele lhe falou sobre este apartamento?

Sesshomaru moveu-se de modo a ficar por cima dela, distraindo-a momentaneamente de um vago pen­samento que começara a se formar na mente dela.

- Quando ele... Oh, Deus, você é tão bom nisso...

- Obrigado. Mas pretendo ficar ainda melhor.

Um sorriso se insinuou nos lábios de Rin. Seria possível Sesshomaru conseguir fazer amor de maneira ainda melhor? Era o que iria tentar descobrir.


OLÁ PARA TODOS!!!

1000 DESCULPAS PELA GRANDE DEMORA ME POSTAR A FIC

MAIS EU TIVE PROBLEMAS COM ELA, MAIS TÁ AI MAIS UM CAP!!

AGRADEÇO A TODAS AS REVIEWS MAIS NÃO POSSO RESPONDER INDIVIDUALMENTE PQ O PC TA DANDO PROBLEMA (TA REINICIANDO SOZINHO)

ENTÃO BJS A TODOS E PROMETO RESPONDER AS REVIEWS QUANDO TIVER OPORTUNIDADE!