Disclaimer – Twilight não me pertence, faço isso por diversão sem fins lucrativos.
Kahunsha
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All Mixed Up
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Por Pamela Baldessini
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O tempo passa. Mesmo quando isso parece impossível. Mesmo quando cada batida do ponteiro dos segundos dói como sangue pulsando sob um hematoma. Passa de modo inconstante, com guinadas estranhas e calmarias arrastadas, mas passa. Até para mim.
Meus olhos estavam cansados daquela luminosidade excessiva da América do Sul. Onde pelo menos trezentos dias do ano fazia sol. O calor inundando meu pequeno apartamento na cidade de São Paulo. Eu nunca falara muito bem espanhol, menos ainda o português, mas naqueles poucos seis meses de estadia ali, eu melhorara no mínimo cinqüenta por cento em minha destreza na língua.
O sol invadia a sala de estar, como todos os dias, e a temperatura elevada me fazia usar shorts e blusas frescas, bem diferente de Forks, onde era necessário vestir todos os dias calças e blusas de mangas compridas. Aqui no inverno a temperatura mais baixa chegava a apenas dez graus. Quando isso acontecia em Forks?
Eu deveria estar feliz. Era tudo que eu queria não é? Sol, calor e um pouco de umidade, tudo que os vampiros rejeitavam, na verdade só à parte do sol. Mas na verdade eu sofria a cada movimento do ponteiro. Os poucos seis meses ali se pareceram anos, os dias, longos meses e as horas infinitos dias. Eu precisava me livrar daquilo, eu não agüentava mais ficar ali. Mas eu tinha um pequeno problema. Agora eu não mais tinha o dinheiro de meus pais para gastar. Eu os abandonara, por causa de Edward.
Levei a mão ao coração apertando aquele local esperando que a dor dilacerante acalmasse e não partisse mais me coração ao meio. Minha respiração tornara-se ofegante. Lembrar dele não era fácil, ainda mais dizer seu nome com convicção como se ele ainda me pertencesse.
Mas eu tinha razão, eu abandonara minha família por causa dele, e o emprego que eu encontrara era suficiente para pagar as contas e viver minha vida, poupando o que restava por mês e colocar na poupança. Não tinha dinheiro o suficiente para mudar-me novamente. E para onde eu iria? Não sabia falar nenhuma outra língua a não ser o inglês. Iria para Londres? Claro... Como se americanos fossem bem-vindos naquela cidade. Não eu precisava de algum outro plano.
Olhei novamente para o relógio. Cinco para as sete, fazia exatamente dois minutos que eu olhara no relógio e tive toda essa divagação. Era horário de verão e o sol ainda estava se pondo naquele horário. O dia parecia render mais quando era assim. E o calor parecia triplicar.
Dizendo impropérios eu levantei-me pensando em tomar um banho e ir até a pizzaria da esquina comer alguma coisa, estava desanimada e não estava com ânimo algum para fazer minha refeição. Fui até meu minúsculo quarto, o único do pequeno apartamento e entrei no chuveiro gelado, fazendo com que minha pele arrepiasse com o choque térmico. As gotículas de água faziam meus pêlos se ouriçarem e minha mente trabalhava para lembrar onde eu tinha essa mesma sensação. No mesmo segundo, mudei a chave do chuveiro para o super-quente, tomando um choque e fazendo minha pele arder pela temperatura quentíssima da água.
Eu não queria me lembrar das coisas do meu passado. Eu precisava me preocupar com o futuro e aquilo não estava ajudando em termo nenhum. Realmente eu tentava me achar naquele pequeno novo mundo onde eu estava me forçando a viver, mas eu não conseguia esquecer facilmente das coisas como eu desejava. A cada lembrança que eu tinha dele, era como se mil facas entrassem ao mesmo tempo em meu coração, como se ele fosse arrancado a sangue frio e parasse de bater por algum tempo. E o pior que eu ainda tinha esperanças que de algum modo aquilo viesse a dar certo, que eu ainda fosse ser feliz ali.
Desliguei o chuveiro pegando a toalha verde do lado de fora do box e enrolando-me nela fui até minha cama e olhei para a foto em minha mesa de cabeceira. Era um foto de quando eu tinha quinze anos. Estava de cavalinho nas costas de Emmett, com Carslile e Esme dos lados e ele me abraçando por trás. Era o dia de meu aniversário. Pensar neles me fazia querer voltar para minha casa. Para onde eu certamente teria um lugar. Mas ainda assim, voltar e fazê-los pensar que era uma obrigação tudo que eles faziam, não era certo. Era ser egoísta demais. Não havia um lugar para voltar.
Coloquei a foto voltada para baixo e fui até meu armário pegando um shorts jeans e uma bata branca. Coloquei uma rasteira prata no pé. Coloquei um colar prateado que ganhara em algum aniversário recente, peguei o celular, as chaves do apartamento, penteei rapidamente meus cabelos deixando-os soltos e fui para a pizzaria.
O porteiro do prédio me cumprimentou quando eu sai. Eu caminhei lentamente pelo quarteirão. Atravessei a rua para poder finalmente me alimentar e pensei seriamente se aquilo não era um sonho. Um pesadelo. Do qual eu não acordava. Eu estava ali, sozinha. Num país em que eu não conhecia ninguém, enquanto meus pais estavam na minha cidade preocupados comigo. Eu queria acordar daquilo.
Um garçom me deu boa noite quando entrei e o acompanhei até uma pequena mesa em uma das janelas e quando ele entregou o cardápio para poder escolher o que eu gostaria comer, percebi que não iria acordar, porque aquilo não era um pesadelo, e muito menos um sonho. Era a realidade.
E eu queria morrer.
Eu tenho vagado para me achar
Por quanto tempo eu tenho sentido essa dor infinita?
Na dor eu estou esperando por você
Não posso voltar
Não há lugar para voltar, a vida está perdida
Flores caem, se isso for tudo sonhos
Acorde-me agora, se isso for tudo real
Apenas me mate
...
O dia seguinte não foi muito diferente do que eu esperava que fosse. Tudo era uma rotina sem igual. Acordar, ir para o trabalho, almoçar, voltar para o trabalho, voltar para casa, tomar banho, jantar, arrumar algumas coisas, dormir... E tudo no outro dia como sempre. Eu não me orgulhava dessa pequena rotina como outra pessoa faria. Ela era vazia, sem alterações, como se eu fosse um robô e nada no mundo alterasse a minha programação. Então, foi numa sexta-feira chuvosa que tudo aconteceu, e minha rotina mudou. Eu estava saindo do trabalho quando meu celular tocou. Olhei no visor não reconhecendo o número e atendi.
Eu não devia ter feito aquilo. Meu pai estava me telefonando. Não que eu não mantivesse contato com eles, mas fazia de tudo para não conversar muito com eles, cada vez mais me afastando da pessoa que um dia eu fui. Ele me perguntava como eu estava e mais uma vez quando eu iria voltar. Eu passava todas essas questões, pois ele não gostaria de saber como eu estava realmente.
Meus olhos encheram de lágrimas quando disse que minha mãe dizia que estava com saudades e que não conversaria comigo, pois estava ocupada. Era mentira. Eu sabia que ela não mais falava comigo porque aquilo causava muita dor a ela. Eu provocara dor em minha mãe e não me perdoava por isso. Eu era egoísta, eu era um ser inescrupuloso e não merecia a família que eu tinha ganhado.
Voltando para casa eu pensava em todos os meus atos se eles eram realmente certos e se eu realmente havia feito a coisa certo ao me afastar. Não havia furos em meus motivos disso eu tinha certeza. Mas então porque eu sentia toda vez aquele aperto no peito? As lágrimas que ainda teimavam em ficar em meus olhos caíram. Eu parecia uma nova adepta àquela moda chamada 'emo'. Sorri sarcástica. Como poderia pensar em piadas num momento como aquele?
Chegando a meu apartamento me joguei no sofá e me perdi em pensamentos e sensações esperando que de algum modo eu conseguisse a resposta para tudo aquilo que eu estava sentindo. Lembrei-me de algo vago, que talvez fosse uma música que ouvira, não tinha certeza. 'Seja bem-vindo a escuridão sinta o gosto da traição, escute a sua alma gritar. Seja bem-vindo a escuridão, há um vazio em seu coração, irá se acostumar. Daqui pra frente é assim que será'.
Eu não me acostumara com aquilo. Mesmo quando eu voltava para minha casa e pensava que aquilo era um novo recomeço para que coisas maiores acontecessem comigo, eu me sentia triste e desesperada, não tinha certeza que de aquilo era o que queria, mas de algo poderia ter convicção, eu sentia falta da minha família. De como eles agiam comigo apesar de ter meu sangue provocando-os. Eles nunca me machucariam porque eles eram, e continuariam sendo pra sempre, a minha família.
E naquele momento eu percebi que eu precisaria tomar uma decisão sem chances de me arrepender depois, não importava o caminho que eu tomasse. Ou eu iria em frente à minha nova, mas mais infeliz, vida. Ou então eu voltava e esquecia de tudo que eu pensava, que apesar de ter sentido não levava em conta o amor que eu sentia por eles ou o amor que eles sentiam por mim.
Foi então que eu me vi arrumando uma mala com algumas trocas de roupas, pegando todo o dinheiro que eu havia economizado e saindo do apartamento sem mais o que fazer ali. Vi-me também agindo por impulso, como antes mesmo eu já fizera. O aeroporto estava cheio, era época de natal. E percebi que faltavam dois dias para o natal e que chegaria em casa, na véspera. O tempo para mim havia sido um nada para mim, ele não importa quando tentamos esquecer tudo que já passamos.
E quando o avião estava decolando e eu voltando para minha casa eu pude respirar livremente, era como se eu estivesse saindo de um afogamento. Eu enfim estava livre.
Sim eu estava, bastava eu voltar para minha pequena Kahunsha.
De volta em casa
Eu sempre pensei que eu queria muito mais
Agora eu não tenho tanta certeza
Porque às vezes
Eu sinto falta de saber que alguém está lá pra mim
E de me sentir livre
Livre pra parar ao lado
Do oceano a luz da Lua
E acender um cigarro abaixo
Do escuro céu do Atlântico
...
Como prevera estava chovendo quando saiu do avião em Port Angels. Foi até a esteira onde as bagagens estavam sendo depositadas, pegou a sua mala rapidamente ao identificá-la e saiu pelas portas de vidro sentindo o vento gelado em sua pele. Chamou um táxi e disse ao motorista que fosse para Forks. Ela sabia que teria que indicar o caminho para a casa de seus pais, já que sua estranha família morava no meio da floresta.
A hora no carro arrastara-se parecendo dias. Adoraria ter Edward no volante, afinal... Ele dirigia como um maníaco. Olhava no relógio a cada cinco segundos. Quando entramos na pequena e sinuosa estrada de terra, cercada de samambaias eu dispensei o táxi numa curva antes de chegar a casa e andei pelos cem metros restantes. Tinha certeza que eles já sabiam que eu estava lá e quando tive a visão da porta da frente, meus olhos se encheram de lágrimas. Minha família, com novas adições estava ali, me esperando.
Carslile e Esme à frente, sorrindo orgulhosos de uma filha, que na verdade não deveriam estar. Emmett estava abraçado a uma loira maravilhosa, Rosalie. Estavam sorrindo também, mas mais discretamente. Atrás havia duas pessoas que não fazia idéia de quem eram. Uma mulher, mais parecida com uma menina do que outra coisa. Ela era pequena e seus cabelos curtos e espetados davam um ar inocente a ela. E um homem, esse estava abraçado com essa mulher. Seus cabelos eram loiros um pouco encaracolados e sua expressão era de dor, como se algo cheirasse tentadoramente bom e ele não pudesse comê-lo. No caso eu me lembrei, eles eram vampiros – eu podia diferenciá-los, eu convivi quase minha vida toda com vampiros – e no caso meu sangue era tentadoramente bom para eles.
Mas quem eu realmente queria ver estava atrás de todos como se quisesse esconder-se. Sua expressão era de pura alegria e fiquei eufórica por pensar que eu era o motivo daquela felicidade. Porém, seus olhos estavam estranhos, além de muito escuros – o que provava que ele não caçava há muito tempo – eles aparentavam dor como se fosse alguém chorando, mas nenhuma lágrima saia dos perfeitos olhos cor de ônix.
Foi aí que eu percebi. Era daquela singela maneira que vampiros choravam.
Eu corri em direção a eles querendo abraçá-los com força, mais força do que eles tinham, o que era impossível. No meio do caminho tinha uma pedra. Tinha uma pedra no meio do caminho. TINHA A PORRA DE UMA PEDRA NO MEIO DO CAMINHO! E advinha? Sim, eu tropecei e claro ia cair no chão e provavelmente abrir um rasgo na cabeça, ou em qualquer outra parte do corpo, o que iria atiçar a sede de alguns vampiros. Hello! É natal e eu não queria ser a ceia. Antes que eu atingisse o chão um par de braços de aço me segurou e eu olhei para cima corada. Emmett me segurara firmemente.
- Bem vinda de volta maninha. É bom te ver. – e com a risada sarcástica de sempre ele me apertou num abraço de ferro que me impediu de respirar por alguns segundos.
- É bom te ver também maninho. – disse quando Emmett me soltou. Eu sorri largamente e no instante seguinte vi minha mãe ao meu lado me abraçando forte, mas não tanto quanto Emmett. Eu tinha certeza que se ela pudesse chorar ela estaria desabando em lágrimas.
- Oh Bella. Que felicidade ver você novamente. Nós sentimos tanto a sua falta! – ela soluçou. Algo que eu não esperava de um vampiro. Mas eu sorri para ela e abracei-a forte.
- Acalme-se mãe... Está tudo bem. Agora não vá amassar seu presente de natal. Ele viajou muito tempo dentro de um avião pra ser entregue para você. – sorri, com as lágrimas escorrendo pela minha bochecha.
Ela me largou e eu pude abraçar meu pai e em seguida Rosalie. Não éramos o que se chama de melhores amigas, mas tínhamos um grande respeito uma pela outra e tínhamos uma coisa muito forte em comum, amávamos aquela família. O casal que não conhecia desceu as escadas e a menina parou à minha frente. Ela sorriu para mim antes de me abraçar.
- Essa é Alice. – disse Carslile. – Ela, assim como Jasper, é a nova integrante da família.
Jasper me deu um 'olá' de longe, mas ainda assim com um pequeno sorriso. Já Alice parecia não se importar de eu ser uma humana e ficou ao meu lado com um braço em minha cintura. Podia jurar que ela sabia exatamente que iríamos ser grandes amigas, o que realmente poderia acontecer, ela parecia ser uma ótima pessoa, apesar de ter um sorriso que me dava medo.
Edward, porém, dera apenas dois passos em minha direção, inseguro do que fazer, assim como eu. Eu não sabia como agir realmente, afinal eu que fui embora repentinamente, mas meu coração martelava com força em minhas costelas e a vontade de abraçá-lo e tomar seus lábios era tão intensa que mal podia controlar. Como se lesse minha mente, Alice tirou o braço de minha cintura, piscou e fez um sinal para que eu fosse. Eu não precisei de uma segunda deixa.
Eu deixei minha mala cair ao chão, pouco me importando que tivesse algo que quebrasse lá dentro, e corri para os braços frios e duros de Edward. Pressionei-me sobre seu corpo quando ele me abraçou afundando o rosto em meus cabelos. Beijei seu pescoço, bochecha, qualquer parte que conseguia alcançar e finalmente, quando fiquei de frente a ele, sua boca. Seu hálito frio invadiu minha boca e eu derreti. Meus joelhos cederam e eu sorri, chorando ainda mais. Seus lábios eram exigentes sobre os meus num beijo sério completamente diferente do que estávamos acostumados a trocar, ele sempre fora muito cuidadoso em me manter longe de suas "presas".
Apesar de me sentir feliz e renovada em seus braços, a culpa não me deixou. Eu era a culpada por provocar a dor, por deixar aquela família grande e feliz desapontada com a humana egoísta e eu não poderia continuar vivendo daquele jeito, e eu também não poderia morrer antes de me desculpar. E quando digo morrer, não é no sentido morte definitiva e sim transformada. Não eu não poderia ser transformada, não antes de me redimir. Aquilo era um fato.
E além de tudo, eu tinha algumas experiências humanas que eu gostaria de sentir antes de mudar. Isso era algo que eu teria que convencer Edward, o que não seria fácil, mas eu conseguiria, mas por enquanto eu iria continuar derramando minhas lágrimas de felicidade, afinal... Eu estava no lugar que eu mais apreciava no mundo.
Tempo é cego
Mas eu quero traçar meu amor
Na parede do tempo, em cima da dor no meu coração
Arte da vida
Lâmina insana apunhalando sonhos
Tento quebrar toda a verdade agora
Mas eu não curo esse quebrado coração em dor
Não posso começar a viver, não posso terminar minha vida
Continuo chorando
...
Nem parecia que eu havia chego há apenas duas horas. Aquele ambiente fazia parecer que eu nunca deixara aquela casa. Esme pintava um quadro na sacada, cantarolando as suas melodias favoritas, Carlisle lia uma revista de medicina muito interessado em algumas descobertas novas sobre alguma doença sem cura, Rosalie e Alice estavam sentadas à mesa de jantar – utilizada apenas para eu jantar ou então para as reuniões de famílias – com milhões de revista de moda abertas. Segundo Alice meu estilo não era nada legal e ela iria refazer meu guarda-roupa... Como se eu fosse deixá-la jogar minhas saias e calças favoritas. Enquanto Emmett e Jasper disputavam no Guitar Hero, vendo quem conseguia a porcentagem mais alta em Misery Business. E eu estava ali, sentada no sofá enroscada com Edward, abraçada ao meu Adônis de mármore favorito. Naquele momento eu sentia que palavras não eram necessárias.
Eu tinha meus olhos fechados e tinha a cabeça recostada em seu ombro, inalando a cada segundo seu perfume único. Ele tinha uma mão na minha cintura enquanto a outra acariciava meus cabelos. Era o momento perfeito de reencontro, mas eu estava me preocupando seriamente com a conversa que teria com ele mais tarde. Mordi meu lábio preocupada, mas pensei que talvez eu estivesse exagerando, eu tinha que estar. Ele tocou meu pescoço com os lábios e eu esqueci qualquer coisa que estivesse passando pela minha cabeça. Eu virei meu rosto e beijei-o lentamente apreciando o gosto da boca dele como se fosse um doce extremamente viciante, o que realmente era.
- Arrumem um quarto. – comentou Emmett rindo e estragando completamente o clima.
Edward rosnou levemente enquanto eu ria pressionando meus lábios em seu maxilar. Ele olhou pra mim e eu pisquei num charme. Ele pareceu rodar os olhos enquanto dava aquele seu sorriso torto de tirar o fôlego... Não ficava deslumbrada assim há muito tempo. Eu virei no sofá ficando de frente para ele, beijei seu lábios levemente e levantei quando senti meu estômago roncar.
- Erm... Mãe? – chamei a atenção de Esme, conseqüentemente de quase todos na sala, menos de Emmett e Jasper, que estavam numa nova música. Viciados. – Tem algo para comer aqui em casa?
- Oh! – ela exclamou sorrindo. – Claro... A dispensa continua cheia como sempre foi para você.
Eu sorri de volta e vi que Edward estava em pé me esperando para irmos até a cozinha. Eu fui na frente correndo com ele em meu encalço. Ao passar na porta ele fechou-a e ficamos sozinhos no escuro da cozinha. Minha respiração ficou suspensa. Não estava com medo de Edward, mas afinal de contas, ficar na cozinha escura com vampiro que é seu ex-futuro-namorado é... Hmm... Excitante. Eu sei que parece uma coisa sem sentido, mas imaginem: uma cozinha escura, onde existe um homem lindo de morrer, que já fora seu namorado e ainda gosta de você, sua respiração acelerada por não saber onde ele realmente está porque assim que ele entrou, soltou sua mão... É realmente instigante.
Senti quando suas mãos tocaram as minhas e ele se aproximou, seu corpo frio grudando em meu corpo quente. Ele me tocou no rosto acariciando minha bochecha levemente e eu descansei-a na palma dele. Ele retirou o cabelo de um lado do meu pescoço e no momento seguinte me beijou naquela região me deixando completamente extasiada. Seus lábios frios moviam-se com firmeza em minha jugular deixando minhas pernas moles e eu tinha certeza de que se ele não tivesse me movido para trás e me apoiado na pia eu teria ido ao chão.
Eu levei minhas mãos aos seus cabelos bagunçando-os enquanto minha respiração ficava cada vez mais acelerada. Ele me sentou em cima da pedra de mármore e levou seus lábios até minha bochecha e em seguida ao lóbulo da minha orelha, mordendo-o de leve, foi quando eu gemi baixinho. Ele parou de me beijar, mas manteve seu corpo junto ao meu e me abraçou. Meu coração saltava dentro do meu peito e minha respiração era falha. Ele riu baixinho de minha situação e eu dei um tapa carinhoso em seu braço – aquilo realmente doera.
Ele saiu de perto e ascendeu as luzes. Eu pisquei alguma vezes ajustando minha visão. Edward estava parado à minha frente, sorrindo torto e com os cabelos totalmente desajeitados. Aquilo era obra minha. Sorri sacana e ele veio rapidamente até mim, descendo-me da pia.
- O que você quer comer?
- Qualquer coisa... Acho que pode ser um sanduíche de presunto e queijo... Eu mesma faço.
- Não senhora. – disse ele me carregando até um dos bancos da cozinha. – Você fica sentadinha aí e eu faço.
Eu ri enquanto eu via-o trabalhar no meu sanduíche. Edward parecia um ator num programa culinário. Em menos de dois minutos ele fez um lanche e um suco natural de laranja. Eu comi o lanche rapidamente devido a minha fome e bebi o suco devagar para não correr o risco de engasgar, eu realmente era capaz daquilo. Depois de pronta eu olhei para ele, que me olhava atentamente e lembrei que devia muitas desculpas. Olhei para baixo envergonhada e segurei o copo fortemente dizendo baixinho.
- Desculpe... E-eu sei que não existe desculpas suficientes para o que eu fiz, mas eu realmente sinto muito. – solucei. Meus olhos estavam cheios de lágrimas e eu não sabia com que palavras dizer o que eu estava sentindo, mas eu tinha que fazê-lo entender e me perdoar era uma das minhas metas antes de partir para o ataque a minha segunda meta.
Ele me envolveu com seus braços de aço e eu cai no choro. EU não sabia o porquê daquilo sendo que eu queria pedir desculpas, mas tudo estava saindo do meu controle nos últimos dias. Ele afagou meus cabelos e sussurrou uma canção em meu ouvido o que me fez acalmar e eu finalmente parei de chorar. Edward me encarou sério, seus olhos preocupados e seus lábios apertados numa linha fina. Seus olhos eram escuros e eu sabia que estava sendo difícil para ele ficar assim perto de mim. Eu bocejei... Estava muito cansada.
- Eu acho que vou tirar uma soneca. – disse suavemente. Ele riu baixinho. – Vá caçar enquanto eu faço isso, assim não precisaremos ficar mais tempo longe um do outro. – beijei a ponta de seu nariz.
Ele me colocou em suas costas e rápido como um tiro me levou para a sala, eu disse que iria descansar e que me chamassem mais tarde. Esme e Carlisle sorriram e Rosalie e Alice disseram que mais tarde iríamos provar algumas roupas – eu não estava ansiosa para isso. Emmett e Jasper... Bem... Eles ainda disputavam no vídeo-game. Nós subimos as escadas e ele me levou para seu quarto, segundo ele, Alice havia roubado o meu quarto. Eu sabia que em seu quarto havia um sofá de couro que seria desconfortável, mas melhor que nada. Quando entrei havia algo de diferente. Minha antiga cama de casal estava lá.
- Eu peguei-a e passava as noites deitado sentindo seu perfume e lembrando-me de você. – Edward revelou. Novamente eu comecei a chorar, dessa vez silenciosamente. Ele me puxou para a cama e deitou-se ao meu lado. Não fazia idéia de quanto tempo ficamos ali, enroscados um ao outro, apenas lembrava-me de que quando estava caindo em sono profundo ele saiu pela janela.
E na minha mente isso podia significar que ele saia da minha vida. Porque ele não me perdoara.
Arte da vida
Um coração em eterna hemorragia
Você nunca irá querer seu ultimo suspiro
Quero viver
Não posso deixar meu coração me matar
...
O sol escapava pelas frestas da cortina. O quarto estava levemente claro e num primeiro momento eu não consegui reconhecer o lugar. Sentei na cama coçando meus olhos e depois tentando arrumar meu cabelo, que estava incrivelmente bagunçado. Olhei no relógio em cima da mesinha de cabeceira e constatei que era meio da tarde, havia dormido apenas algumas horas. Procurei por qualquer sinal de Edward, mas não o encontrei.
Levantei-me bocejando e fui até o banheiro lembrando-me vagamente da manhã, quando eu caia no sono e ele saia pela janela. Decidi que me preocupar com aquilo era burrice então ia até a cozinha para fazer algo para comer na noite de natal, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, Edward adentrou o quarto, dessa vez com seus olhos dourados.
- Já acordou? – ele me perguntou sorrindo e caminhando até mim, parada na porta do banheiro.
- Acabei. – ele me beijou suavemente.
- Você não vai acreditar... Todos estão trabalhando para fazer um natal de ultima hora.
- Verdade? – comentei alegre. Estava doida para ajudar minha família. – Vamos ajudar então.
- Pois é... – disse ele coçando a cabeça, não típico de um vampiro, mas num ato muito humano. – Eles proibiram que você ajudasse e eu vou ficar com você para garantir isso. Na verdade eles acharam uma maneira de nos dar algum tempo sozinhos.
- Mas Edward... E quero ajudar a pendurar os pisca-piscas. – repliquei.
- Quando você for uma vampira que se cair do telhado não morre, pode ajudar com os piscas-piscas.
Eu ri e ele me puxou para o sofá. Sentou e colocou-me apoiada a ele, ligando o som. Precisava conversar seriamente sobre aquele assunto com ele. Eu sabia que não ia ser fácil, mas já que ele começara aquele assunto, era mais fácil tratá-lo do que começar outro para mais tarde voltar onde estávamos agora.
- Sobre isso... Eu queria saber se você tem algum dia vago na sua agenda para me transformar.
Ele hesitou em choque, suas narinas provavelmente inflaram, o maxilar deve ter ficado duro e os olhos sem emoção. Eu sentei ao seu lado no sofá olhando-o com cara de cachorro sem dono.
- Você quer que eu faça isso? Eu não poderia... Eu não saberia parar... – calei-o com minha mão.
- Eu confio em você. – disse sussurradamente.
Ele ainda estava relutante quando eu o beijei, mas havia outra coisa que queria que ele fizesse antes daquilo.
- Edward, eu quero pedir algo a você. – comecei nervosa e tentei manter as batidas de meu coração num ritmo normal.
- Qualquer coisa. – ele me respondeu pensativo... Como se não estivesse realmente ouvindo.
Eu fiquei exultante, sentei-me entre as pernas dele e sorrindo timidamente. Eu dera o primeiro passo, agora só necessitava convencê-lo a parte que eu realmente queria. Eu aproximei meu rosto do dele e olhei diretamente em seus olhos dourados, perdendo o fôlego por alguns segundos e então recomecei:
- Existem algumas coisas que eu gostaria de fazer enquanto ainda sou humana.
- Como experiências humanas? – perguntou ele feliz. Tinha certeza de que ele não gostaria que eu perdesse nada.
- Exatamente.
- Pode dizer e nós faremos agora mesmo, ou o mais rápido possível.
Eu corei com aquela frase. Se ele realmente soubesse o que eu queria não haveria somente cinco centímetros entre sua boca e a minha. Mas como ele mal podia imaginar eu tomei vantagem. Eu beijei-o mais uma vez e senti que ele me correspondia sentindo tudo aquilo que perdera por alguns meses. Eu me aproximei mais, segurando em seu colarinho e me pressionando contra ele. Levei minhas mãos aos botões de sua camisa e consegui desabotoar o segundo botão antes que ele percebesse minhas verdadeiras intenções e se afastasse de mim.
- Eu não acredito... – começou ele com o rosto completamente surpreso com o que eu queria, mas antes que continuasse eu cortei-o.
- Você disse qualquer coisa.
- Sim qualquer coisa que não a coloque em perigo mortal! De jeito nenhum vou fazer isso antes de você transformada! – ele explodiu em raiva. Levantou do sofá indo para o outro lado do quarto passando as mãos pelo cabelo, frustrado.
De todos os sentimentos que eu pensei que passaria por mim naquela situação eu realmente não esperava aquele... Rejeição. Lágrimas vieram a meu rosto e eu o baixei entristecida.
- Bella? – Edward me chamou. Quando não respondi, ele veio até mim e ergueu meu rosto. – Você está chorando? – perguntou olhando-me torturado.
- Não... – disse com a voz embargada.
- Me desculpe... – disse abraçando-me forte. – Mas entenda.. Não posso fazer isso com você... Não que eu não queira, mas colocar você em perigo desnecessário está fora de questão.
- Eu não estou dizendo que vai dar certo... – comecei tentando convencê-lo. Mas se tentássemos...
- Não, Bella. Se isso sair do controle...
- Você não vai perder o controle... Só... Por favor...
Beijei-o numa ultima tentativa e ele correspondeu com algo cauteloso, mas de um jeito diferente. Eu me apertei a ele e senti suas mãos apertarem levemente minha cintura. Uma coisa eu sabia, havia ganhado a batalha.
Ele me pegou no colo e me levou para a cama deitando-me entre os travesseiros, não afastando os lábios dos meus. Ele ficou por cima, suas mãos ainda na minha cintura. Então cedo demais ele parou o beijo.
- Se eu fizer qualquer coisa errada, ou que você sinta dor... Você tem que me falar imediatamente. – ele estava preocupado, franzindo as sobrancelhas.
- Relaxe... Tudo vai ser perfeito. – e beijei a ponta de seu nariz.
Ele novamente me beijou nos lábios enquanto eu novamente tentava tirar sua camisa, dessa vez sem nenhum empecilho. Edward começou a passar suas mãos pela lateral do meu corpo, deixando-me completamente arrepiada. Retirei a camisa dele por completo jogando-a em algum canto do quarto, enquanto me concentrava em sentir todos os músculos das costas de meu vampiro. Ele é delicioso. Suas costas são definidas, não como Emmett, mas de um jeito sexy e... Quente. Isso era realmente contraditório pensei com um sorriso safado no rosto.
Ele deixou sua boca vagar por meu rosto e então encontrar meu pescoço. Eu tinha certeza que ele podia sentir o sangue passando apressado em minha jugular. Ele me beijava e lambia como se já soubesse fazer aquilo há muito tempo, o que eu sabia que era impossível já que ele era virgem... Essa é a vantagem de ser namorada de seu irmão adotivo vampiro... Você sabe todos os segredos dele.
Ele vagarosamente levantou minha blusa deixando meu sutiã branco aparecer. Ele sem querer deixou seu peso cair em cima de mim por alguns segundos e eu pude sentir algo em minha coxa. Eu instantaneamente fiquei vermelha, mas consegui me recuperar e dar um sorrisinho sacana para ele. Eu desci minhas mãos, respirando pesadamente, para o cós da calça de Edward. Quando desabotoei o botão senti a respiração dele suspender por alguns segundos em meu ouvido para logo depois se tornar cada vez mais rápida.
No momento seguinte eu não saberia dizer como eu estava apenas de calcinha e ele começava a beijar e massagear meus seios. Maldita super velocidade, critiquei em pensamentos antes de ter meus pensamentos rompidos de meu corpo por sensações simplesmente desnorteantes. Tudo que eu conseguia sentir era a mão esquerda de Edward massageando meu seio enquanto mordiscava o outro e sua mão direita passeava pela minha coxa.
Eu estava nas nuvens, mas eu percebi que existia um problema. Ele estava vestido com a calça e a cueca e eu estava apenas de calcinha, e que deduzi ser por pouco tempo. De um jeito que eu nunca imaginei que eu conseguisse, eu troquei de posição ficando por cima. Eu estava completamente envergonhada de minha posição e tinha certeza que minhas bochechas estavam completamente vermelhas. Mas já que eu estava na cama... Que fosse para fazer algo.
Timidamente eu o beijei na boca, enquanto sentia ele me segurar com uma mão na cintura e a outra passar pelas minhas costas me arrepiando. Eu desci os beijos para o pescoço e dei vários chupões, sabendo que a pele dele nunca ficaria marcada, mas ainda assim era bom ver como ele prendia a respiração. Desci minhas mãos novamente até o cós da calça dele e desci o zíper, deixando-a torta em seus quadris. A fiz escorregar pelas pernas dele e senti sua ereção ir de encontro a minha feminilidade. Minha respiração se tornou acelerada e eu voltei a beijá-lo em sua boca.
Ele novamente me colocou em baixo e desceu seus beijos pelo meu colo e barriga chegando ao elástico de minha calcinha branca. Eu suspendi repentinamente minha respiração e ele percebeu. Então pela primeira vez desde que estávamos fazendo aquilo nos encaramos no olhos. Eles brilhavam mais que o sol e eu conseguia ver o desejo neles. Ele sorriu torto, mas dessa vez com algo mais, de modo... Sacana.
O-Meu-Deus-do-Céu! Edward Cullen com um sorriso torto no rosto já tira fôlego de quem quer que seja. Agora Edward Cullen com um sorriso torto sacana no rosto, me fez quase desmaiar. Oh... Ele não ia fazer o que eu estava pensando ia? Com os dentes ele desceu o elástico de minha calcinha e encolhi minha barriga com o arrepio que tive. Sim ele iria fazer o que eu estava pensando. E eu iria desmaiar... Na minha primeira vez eu ia desmaiar. Seria a única humana no mundo a fazer isso, mas... Era Edward Cullen!
Senti quando a ultima peça foi embora e a respiração gelada de Edward perto de meu ponto mais sensível. Quando eu senti sua língua entrar em contato com a minha pele quente eu gemi alto. Arregalei os olhos para todas as sensações que invadiam meu corpo e não consegui refrear os sons que saiam pela minha garganta. Senti arrepios desde meu coro cabeludo e eu sabia que aquilo era uma coisa única.
Meu corpo se arrepiava a cada respiração e Edward parecia um profissional fazendo aquilo . Eu sentia meu corpo queimar cada vez mais por dentro como se houvesse uma chama que ninguém pudesse apagar. Chegou um momento em que esse fogo começou a arder cada vez mais e meus gemidos viraram gritos eu chamava pelo nome de Edward. Oh, Edward, Edward... Até que meus pensamentos foram cortados e eu senti meu corpo tremer violentamente. Eu havia tido meu primeiro orgasmo.
Eu o senti se afastando, para no segundo seguinte já estar de volta e eu percebi que não teria que me preocupar com sua cueca. Ele beijou meus lábios e olhou-me nos olhos. Minha respiração ainda estava falha, mas eu me esforcei para deixá-la firme quando disse, enquanto eu tocava seu rosto encarando os perfeitos olhos dourados.
- Eu te amo. - ele sorriu verdadeira e completamente.
De três coisas eu tinha certeza. Primeira, Edward era meu irmão adotivo vampiro. Segunda, existia uma parte dele que tinha sede do meu sangue, mas a outra parte – a que era realmente forte – me amava. E terceira, eu sempre fora e sempre continuaria sendo, – mesmo em meus momentos de negação – completamente apaixonada por ele.
- Eu também te amo. E é por isso que estamos aqui. – ele disse. – Se você sentir dor, por favor, diga. – começou ele novamente, mas eu o cortei como da outra vez.
- Não se preocupe vai dar certo. – eu respirei fundo enquanto ele me beijava nos lábios, alvoroçado.
Então eu senti Edward me penetrar. Por um momento eu senti uma dor, algo sendo rompido e ele parou. Mas eu sussurrei para que ele continuasse. Eu sabia que ele estava com medo de me machucar, mas eu sabia que a vontade de ele me ter viva e para ele era muito maior do que me matar.
Ele se mexeu lentamente dentro de mim e senti um arrepio percorrer minha espinha. Ele invadia meu corpo, assim como ele havia feito com minha alma há muito tempo atrás e aquilo estava certo... Tinha que estar por que... Nós nos amávamos.
O ritmo acelerava a cada momento e eu sentia cada parte de Edward no meu corpo. Ele tinha a cabeça apoiada entre meus seios e me penetrava cada vez mais rápido e forte. Eu tinha minhas pernas entrelaçadas em sua cintura e minhas mãos se agarravam aos seus perfeitos cabelos cor de bronze.
Minha respiração estava absurdamente acelerada, e cada vez mais rápido meus pensamentos me deixavam. Eu não sabia se estava sendo tão bom para Edward como estava sendo para mim, mas quando o ouvi chamar meu nome eu sorri e contraí meus músculos internos para ele saber que eu estava ouvindo. Eu só não esperava que um rosnado de satisfação saísse do peito dele. Eu tinha um jeito muito sutil de dar prazer a ele. Eu puxei sua cabeça para e minha e em vez de beijá-lo eu lambi seu pescoço e mordi o lóbulo de sua orelha. Tentando ser o mais sexy possível eu disse:
- Isso foi bom... Ed?
Ele não conseguiu me responder pela primeira vez na vida. Sua respiração era tão difícil quanto a minha e eu fiquei feliz em saber que não era a única que sairia ganhando aquela noite. Mas de uma coisa eu não estava pronta. Ele me virou me deixando por cima e o ritmo sequer diminuiu, eu tinha os olhos fechados e mordia meu abio inferior com força, com certeza minhas bochechas estavam completamente vermelhas.
O prazer crescia rapidamente dentro de mim e eu necessitava de mais e mais... Foi quando a mesma sensação de quando a língua dele trabalhava, me assomou e o fogo ardia cada vez mais. Eu novamente contraí meus músculos, mas dessa vez com toda a força que tinha e então não era somente eu que estava gritando no quarto. E foi necessário somente mais alguma investidas depois disso para que eu sentisse algo gelado se misturasse com algo quente dentro de mim. Edward agora era definitivamente meu.
Ele saiu de dentro de mim e me deitou em seu peito frio, me deixando com arrepios bons. Beijou meus lábios mais uma vez antes de me abraçar forte e cheirar meus cabelos. Eu me sentia amada e satisfeita naquele momento como se nada pudesse atrapalhar e eu tinha certeza de que nada podia.
- Eu te amo, Bella. - e logo depois começou a cantarolar uma cantiga para eu dormir, aquele seria o momento mais perfeito da minha vida, se não fosse por Emmett.
- Eu não sabia que as humanas eram tão fogosas na cama assim.
Eu não pude deixar de rir envergonhada.
Não existe talvez
Outro caminho para o seu coração
Então eu imagino que eu deva encontrar
Um novo caminho para ele
Eu tremo quando escuto seu nome
Eu penso em você, mas não é a mesma coisa
Eu não vou estar satisfeito até estar
Embaixo da sua pele
...
Se tudo o mais perecesse e enquanto ele perdurasse, eu ainda continuaria a existir; e se tudo o mais restasse e ele fosse aniquilado, o universo se tornaria muito mais estranho.
Eu sempre soubera que esse seria meu destino ao estar apaixonada por um vampiro. Aquele era um laço ao qual ninguém poderia desfazer, mesmo se tentassem. A minha única certeza na vida desde que eu descobrira meu amor, era Edward. E eu nunca imaginei que para chegar ao finalmente, minha vida pudesse se transformar do jeito que ela se transformou.
Quando eu era pequena, a morte de meus pais... Depois a separação de minha irmã e eu; então uma família de vampiros me adotando. Eu podia dizer com todas as palavras que minha vida não havia sido nada normal e eu tinha todos os motivos para chegar um dia e simplesmente surtar. Foi o que fiz quando comecei a divagar sobre meu relacionamento com Edward e acabei fugindo de casa.
Mas aquilo tudo era passado... Um passado realmente deixado para trás... Nem lembrava há quantos anos realmente acontecera... Depois que você se transforma em uma vampira os dias passam, assim como os anos e você não chega a perceber quando se leva uma vida como eu e meu marido levamos. Quando você já se passou cinqüenta anos desde sua vida humana. Eu continuo sendo a Bella, minha aparência totalmente melhorada é claro... Mas ainda assim, eu. Com meus defeitos, minha personalidade... Tudo como era antes. Só que com certeza mais feliz.
Dessa vez eu era perfeita para Edward. Éramos ambos vampiros. Ele não deixara a mania de me observar como fazia quando ainda era humana. Qualquer movimento que eu fazia era prontamente acompanhado por seus olhos âmbares. Eu não tinha dúvidas que ele me amava, não mais – há muito tempo. Eu nunca me sentia sozinha com Edward. Talvez aquela pequena vez que sumi da vida de minha família por algum tempo, deixou uma ferida tão grande com ele que não conseguia pensar em se quer passar um dia inteiro longe de mim... Eu não saberia dizer, eu não lia mentes.
Durante cinqüenta anos passamos por diversas coisas, e a cada dia eu somente conseguia me apaixonar cada vez mais pelo vampiro que eu escolhera. Eu nunca me sentia sozinha ou desamparada com ele ao meu lado, ele era único e confiava nele de olhos fechados, tanto nos bons como nos maus momentos. Ele sempre estivera lá desde que eu era pequena. Ele e minha família. Carslile, Esme e Emmett. Todos eles nunca me abandonaram e eu os amava como nunca.
Suspirei. Olhei para as páginas a minha frente. Cinqüenta anos escritos naquelas páginas, cada momento especial, cada pensamento, cada desapontamento – não que eu tivesse algum. Não sabia como aquela idéia apareceu em minha mente, mas anotar cada coisa que achava importante parecera uma ótima idéia e assim eu poderia me lembrar para todo o sempre do que eu realmente queria.
- Mamãe! – ouvi um grito longo vindo em direção à sala e esperei que a menina de cabelos castanhos claros encaracolados aparecesse vinda de algum lugar.
Ela finalmente apareceu saindo da cozinha e correndo em minha direção jogando-se em meu colo, pouco se importando com a frieza ou a dureza de meu corpo. Eu coloquei-a sentada e abracei-a sentido seu perfume. Era incrivelmente bom – não de uma maneira comestível claro.
- O que aconteceu Kate? – perguntei preocupada analisando sua expressão, mas não havia medo, apenas estava suada e tinha um sorriso enorme no rosto.
- Eu e o tio Emmett estávamos brincando de monstro e eu não consegui assustá-lo. Então ele apareceu do nada e eu levei um susto. – ela gargalhou.
Quantas vezes eu teria que brigar com Emmett e dizer a ele para parar de assustá-la. Eu sei que ela não diria nada de propósito, mas e se deixasse escapar para alguma assistente social que Emmett era um monstro? Ou melhor... Que nós éramos vampiros?! Foi então que eu descobri a única complicação de adotar uma criança com Emmett na casa, ele era mentalmente igual à Kate.
Senti que ele se aproximava, junto com Edward. Meu marido não estava satisfeito com a brincadeira. Eles entraram em silêncio na sala, mas assim que Edward nos viu seu rosto – que estava completamente mudado por causa da raiva contra Emmett – voltou completamente ao normal e ele até mesmo deu um meio sorriso. Ele sentou-se ao meu lado passando um braço pelos meus ombros, me deu um pequeno selinho e acariciou o cabelo de Kate, antes de voltarmos a atenção para Emmett, que estava parado no meio da sala.
- Relaxa Em... Eu sei que não fez por mal... Mas entenda que isso é perigoso. – disse tentando não rir da cara de inocente que ele fazia. Então para minha felicidade ele sorriu e olhou para Edward como se dissesse 'se ferrou'. Edward bufou, mas desviou a atenção para Kate.
- Acho que isso não é uma boa idéia.
- Oh, porque não papai? – começou ela manhosa, ela tinha um jeito único de convencer o pai, um jeito tão persuasivo quanto o meu, ela fora uma boa aluna. – O tio Em fica me olhando de longe... Eu quero ir brincar com Jake.
- Humpf. Eu não vou levá-la até o parquinho para brincar com esse tal Jake, ele não cheira bem. – disse Emmett com uma cara de nojo.
- Só porque ele cheira diferente você não pode julgá-lo Em... Ele é um amigo de Kate e por isso você vai levá-la ao parquinho e ficar de olho em ambos. Esse será seu castigo. – disse tentando esconder o riso.
Kate me deu um beijo, assim como em Edward e saiu da casa com mãos dadas a Emmett. Eles seriam encrenca quando ela fosse uma adolescente. Eu virei para meu marido e o beijei mais profundamente dessa vez que estávamos sozinhos. Meus pais, e meus irmãos estavam caçando a casa era somente nossa.
Eu sabia onde aquele beijo me levaria, eu o correspondi como sempre e daquela vez ele não era mais rápido que eu para se despir, éramos rápidos juntos, ao mesmo tempo e fazíamos amor até alguém chegar ou então até cansarmos, eu não poderia reclamar daquela parte.
Amor físico realmente apimentava nossa relação de cinqüenta anos, mas por incrível que pareça a cada dia eu me apaixono mais por Edward. E eu tinha certeza que aquilo somente aumentaria através dos anos. Seus olhos dourados me encantavam mais a cada segundo e seu cheiro era reconfortante. Eu não me importaria em viver junto com ele para o resto da eternidade, eu escolhera aquilo e seria mais feliz do que qualquer pessoa. Junto com nossa filha.
Ele me pegou no colo e rapidamente levou para o quarto onde logo estávamos enroscados um ao outro na cama. Eu beijava seus lábios com urgência como se eu não tivesse minha cota de Edward todos os dias. Eu sabia que aquele poderia não ser o feliz para sempre. Mas eu o faria ser enquanto nós dois vivêssemos.
Eu havia dado meu coração a Edward. E podia ter certeza de que não me arrependeria nunca.
- 'Eu dei meu coração, por que nada pode se comparar neste mundo com você.'
Seus olhos de tom verde avelã
Observando todo movimento que faço
E aquele sentimento de dúvida, esta apagado
Eu nunca vou me sentir sozinho com você do meu lado
Você é única, e em você eu confio,
E nós passamos por bons e maus momentos.
Mas seu amor incondicional esteve sempre em minha mente
Você tem estado lá desde o começo pra mim
E seu amor sempre foi verdadeiro como pode ser
Então nos perdemos nas reações que cada um se provocava, enquanto o dia mal começava e nossa filha se divertia no parque. Uma coisa eu tinha que admitir, Emmett tinha razão, o tal amigo de Kate, Jake, cheirava a cachorro...
Nota da autora: Olá pessoal. Venho aqui com o ultimo capitulo dessa fanfic. Espero que tenham gostado... Tentei fazer o meu melhor. Agradeço os comentários à: Fernanda Kowalewicz, Helena Camila, Talizinha, Ad, Poppy, Thay Cris, Mia, Helena D. Cullen, a desesperada Fata Morgan (flor as vezes eu demoro quatro meses pra atualizar as minhas fanfics então agradeça xD) e um obrigada especial para Graziela Leon (amora obrigada por estar acompanhando, beijos no bochecha).
As músicas utilizadas nesse capitulo foram:
Art of Life – X-Japan
Back Home – Yellowcard
Shiver – Maroon 5
Warmness on the Soul – Avenged Sevenfold
Espero que realmente tenham gostado e até os próximos projetos, espero que os acompanhem. Próxima fanfic de minha autoria com o casal mais famoso de Twilight: 9 e ½ semanas de amor.
Amo vocês... Beijos, Kate (: