Room 201

Capítulo 1 "Primeiro caso: A floresta do suicídio"

Parte I – Bodies

Estava quente. Muito quente.

Isso fazia que com que os corpos ali cobertos já começassem a exalar um certo cheiro característico de um cadáver em processo de decomposição. Os policiais que trabalhavam na área se apressavam em reunir e embalar aqueles restos mortais. Provavelmente haveria mais corpos a serem encontrados.

Causa da morte: suicídio.

Aquela floresta localizada próxima ao monte Fuji não era conhecida por sua beleza ou trilhas radicais, mas sim por seus comuns suicídios. Nos últimos dois meses as mortes se intensificaram; um corpo atrás do outro era encontrado por esse mesmo motivo. Assim, os suicidas se tornaram uma erva-daninha, uma praga ainda maior para aquele lugar. Sem falar dos finais de semana que passaram a ser períodos de óbitos em massa. Era uma calamidade pública.

Mesmo com a fixação de placas contendo mensagens como "Por favor, considere!" e "Consulte a polícia antes de decidir morrer!" em diversas árvores era algo inútil diante a situação. O governo até implantara outros projetos para conscientizar as pessoas de não se suicidarem ali, oferecendo serviços como disk-denúncia e uma caixa postal especial da polícia especializada no assunto, além de uma assistência psicológica ao indivíduo e sua família e remuneração. Mas mesmo assim multidões continuavam ver aquela floresta como um paraíso para os mortos.

"O perfeito lugar para se morrer," de acordo com Wataru Tsurumi.

Observando toda aquela movimentação, estava um rapaz aparentando seus vinte anos sentado em um banco próximo à estação da guarda florestal daquele local. Seus cabelos loiros se encontravam molhados e grudados contra a testa devido ao suor, que ele furiosamente tentava manter longe de seus olhos. Aquilo era incômodo.

- Mas que diabos estou fazendo aqui? - ele disse irritado para si mesmo, suspirando.

Naquele momento, os corpos estavam sendo colocados em macas para serem transportadas até a ambulância que iria em direção ao necrotério. Os responsáveis por aquele trabalho pouco de importavam com a maneira como eram carregados, afinal não passavam de um monte de carne apodrecendo. E foi nesse descuido que fez com que uma maca ao ser erguida do chão tombasse, deixando exposto seu conteúdo, resultado de uma semana inteira naquele lugar. Era nojento.

- Que merda! Acabei de comer! – e começou a fazer sinais estranhos com as mãos e sussurrando palavras como um mantra. – Eu queria não ter visto aquilo.

- É um tanto estranho vê-lo fazer o sinal da cruz – uma voz feminina soou as suas costas. – sendo você herdeiro de um templo, Naruto.

O loiro virou a cabeça para o lado para se encontrar com dois orbes cor de esmeralda adornados com sedosos fios róseos.

- Ah, isso. – ele coçava a nuca um pouco sem graça. - É que eu nunca fui bom em lembrar o Sutra e acho que acabei fazendo isso sem querer.

- Você devia se esforçar mais, Naruto. Já não agüento mais ouvir você depois ficar reclamando dos cascudos que leva do Jiraya por ser tão cabeça de vento.

- Não fale assim, Sakura-chan. Se fosse mais interessante esse trabalho no templo, talvez eu me dedicasse pra valer, mas é tão chato. Mas até que eu gostaria de estar varrendo aquele pátio enorme do que ficar aqui. Além de ser nojento, ainda está quente pra caralho. Nem sei por que eu vim até aqui.

A rosada suspirou. De seu bolso tirou uma câmera fotográfica e se aproximou de um cadáver que acabara de chegar. Logo os clicks e flashes podiam ser ouvidos.

- Você sabe muito bem do porquê de estarmos aqui. – ela falou depois de dar uma pausa em suas fotografias. - Precisamos dos nossos créditos de estágio para graduar. Mesmo que isso signifique ajudar esses policiais aqui. Bem que você podia fazer algumas orações pelos mortos, assim pelo menos você podia fingir que está fazendo alguma coisa.

Ela tinha razão. Aquele estúpido trabalho voluntário era por enquanto sua salvação para conseguir o seu diploma. Naruto bem que queria algo mais emocionante, pelo menos mais higiênico, mas não tivera escolha. Como aquilo acontecera mesmo...?

- Ah, Sasuke-kun, você veio! – Sakura exclamou, acenando freneticamente para o rapaz que se aproximava.

Naruto fechou a cara. Sabia muito bem quem era o responsável por ele estar ali.

Aquele teme!

Mais cedo naquele mesmo dia...

O Sol já estava claro lá fora. Seus raios entravam carinhosamente no quarto, banhando os lençóis coloridos da cama, que refletiam suas cores na parede branca. Enrolado em meio àqueles panos era visível ver alguém de cabelos loiros bagunçados se mexendo preguiçosamente. O sonho estava tão bom...

- Ah, Sakura-chan...

Com um movimento súbito, o rapaz ali deitado rolou pela cama. O som surdo que acompanhou indicava que ele havia encontrado seu destino no chão.

- Itai! – ele se levantou esfregando um galo na cabeça. – Isso não é justo... tudo tinha que terminar bem na melhor parte? Alguém lá em cima não gosta de mim...

Ele se levantou devagar, esfregando os olhos para espantar o sono. Mas apenas olhando para o relógio de cabeceira fora suficiente pra isso. A luz vermelha formava quase oito e meia.

- Merda!

Antes que pudesse piscar, ele já se encontrava no banheiro tentando tomar o banho mais rápido do século com uma escova de dente em uma mão e as roupas prontas para vestir na outra. Estava atrasado de novo... e mais do que o normal.

Em menos de cinco minutos já se encontrava arrumado. Uma camisa do avesso, cabelos pingando água e tênis sem meia... bem, era melhor do que ir de pijama. Logo só se podia ver um flash loiro disparando pela porta para fora do quarto seguido de um estalo alto. Ele tropeçara nos próprios pés.

Hoje não era seu dia...

Se levantou e correu pela cozinha pegando qualquer coisa comestível sobre a mesa, finalmente alcançando o lado de fora. Ali se encontrava um grande pátio com várias cerejeiras em cada canto dali e ao fundo poderia ver uma grande construção bem adornada.

Aquele era o templo, o qual a família Uzumaki era responsável. E Naruto seria o próximo a herdá-lo.

Desde muitas gerações, os Uzumaki têm seguido a carreira religiosa ao administrar o Templo do Fogo, tornando-os muito respeitados neste meio pelo cuidado da propriedade e serviços prestados. Seu pai uma vez fora quem herdara antes dele aquela tarefa, mesmo não sendo da família, já que sua mãe, Uzumaki Kushina, era filha única. Porém neste momento o responsável por tudo aquilo era seu padrinho Jiraya.

Isso porque Naruto era órfão de ambos os pais desde os cinco anos de idade. Tudo acontecera durante uma viagem de verão para o Sul do Japão, mas eles nunca chegaram ao seu destino. Houve um engavetamento na estrada causado por um caminhão. O Naruto fora o único da pequena família a sobreviver. Desde então ele ficara sobre a guarda de Jiraya, mestre de seu pai e velho amigo dos Uzumaki. E mesmo agora com quase seus vintes anos e sua emancipação, parecia que Naruto continuava a ser um adolescente de treze anos com aquele seu jeito bobo e atrapalhado, prolongando por mais alguns anos o papel de pai e mãe de seu padrinho.

Depois de ter quase rolado escada abaixo, Naruto se encontrava passando pelo torii, esbarrando em um homem de cabelos brancos vestindo um kimono.

- Foi mal!

- Atrasado de novo, não é? – a voz daquele homem soou às costa do loiro, porém este não parou de correr. – Ei, espera! Eu preciso falar com você!

- Agoa naum! – Naruto tentava socar para dentro da boca três onigiri de uma vez.

- Vê se não esquece! Hoje às quatro da tarde na casa dos Uchikawa! – gritou na esperança de que o rapaz o escutasse. - Desta vez é você que vai ser responsável pela cerimônia!

- Ok, Ero-sennin! – e o rapaz continuou seu caminho, desaparecendo ao virar a esquina.

- Eu já disse que não é para me chamar de Ero-sennin! – ele sabia que Naruto não podia mais ouvi-lo. Suspirou. – Ele vai esquecer de novo...


Naruto olhou novamente para o relógio. Já eram quase nove da manhã. Sabia que havia perdido o primeiro período da aula e talvez chegasse na metade do segundo. Bem que Jiraya lhe avisara para consertar a bicicleta no dia anterior, mas ele achou ser mais interessante ir jogar vídeo-game. Agora ele teria que ir de metrô. Mas o problema era que com a pressa acabara esquecendo a carteira.

- Porcaria!

Ignorando o grito do guardinha da entrada do metrô, Naruto foi pulando a catraca. Para sua sorte, o trem que precisava pegar havia acabado de chegar, impedindo assim dele ser pego em flagrante. Ele então se sentou no banco bem ao lado da porta para facilitar sua saída. Respirava ofegante devido à corrida, mas logo se recostou buscando uma posição mais confortável. Teria quase vinte minutos para recuperar as energias antes de chegar à estação. De dentro do bolso tirou um par de fones de ouvidos e ligou o seu MP3.

Aquele seria um longo dia...


Finalmente o loiro se encontrava de frente com o portão principal da universidade. Já não estava com pressa. Logo o segundo período iria terminar, mas pelo menos poderia assistir os outros dois restantes. Melhor duas faltas do que quatro, já que sua cota de ausência estava a ponto de ameaçá-lo a ter que fazer aquela matéria novamente no próximo semestre.

Andando pelos corredores, era possível ver muitos alunos com vestes de monge e vários painéis com cartazes sobre a religião, cerimônias, exorcismo e filosofia. Isso porque aquela instituição era administrada por um tempo budista, tornando-a especializada neste assunto. Ali se encontrava todo tipo de gente. Desde aqueles que como Naruto tinham um compromisso com a tradição da família neste ramo e outros que queriam apenas aprimorar seu conhecimento nesta religião. Mas havia aqueles que entravam ali com interesses um tanto estranhos como se especializar em funerais e preparações de cadáveres, como era o caso de sua querida Sakura-chan. O motivo pela qual ela tinha fascinação por aquele tipo de assunto ainda lhe era um mistério.

- Ei, Naruto! – o loiro parou seus passos ao ouvir a voz da rosada. – O que aconteceu com você? Eu sei que você sempre chega um pouco atrasado, mas hoje foi de mais.

- Gomen, Sakura-chan. – ele disse com sua típica mão atrás da cabeça. – Eu tava tendo um sonho tão bom que acabei perdendo a hora.

- Típico seu, não é? – ela disse um tanto marota. – Eu aposto que foi comigo.

- Sim! Quero dizer, não... er... – a risada dela era gostosa de se ouvir. Ele também sorriu, porém encabulado. – Mas mudando de assunto, o que você tá fazendo aqui? Cabulando aula?

- Não seja bobo, Naruto. Não estamos mais no colegial para fazer esse tipo de coisa. – seu tom de voz mostrava uma ponta de indignação pela pergunta dele. – O professor tinha uma reunião importante sobre algum congresso, então ele terminou a aula mais cedo, porém depois vamos ter que repor.

- O quê?! Você tá dizendo que quase morri por insuficiência respiratória para chegar aqui para não ter estas malditas aulas?!

Naruto gritava tão alto e indignado que obrigou Sakura tapar os ouvidos e querer se enterrar no chão como um amendoim(1). Todos que ali passavam olhavam para eles, incluindo professores que abriam as portas de suas salas reclamando daquele barulho.

- Cala boca, Naruto. – Sakura disse em um tom baixo, porém irritado. – Você só me faz passar vergonha.

- Desculpe. – ele corou.

- Escandaloso como sempre.

A voz masculina que soara às costas do loiro era desdenhosa e zombeteira. Todo o jeito envergonhado e inocente de Naruto em poucos milésimos de segundos desapareceu, sendo substituído por um olhar fulminante e determinado. Ele se virou para encontrar o moreno que lhe sorria com escárnio.

- Ainda me surpreendo em saber que um idiota como você ainda é considerado para assumir um dos templos mais respeitado de Tóquio. O Templo do Fogo deveria ter vergonha por ter um herdeiro tão incompetente.

- Teme!

Naruto mantinha um ar ameaçador, intensificado pelo brilho assassino que se instaurara em seus olhos, como se pudesse lançar adagas afiadas imaginárias contra o rapaz a sua frente para fazê-lo pagar por aquelas palavras. E vendo que já era hora de evitar um briga no meio do corredor e outro momento de vergonha, Sakura se colocou entre os dois. Com um sorriso, disse:

- Sasuke-kun! Hoje eu também não te vi na aula. Achei que tinha ficado doente.

O loiro a olhou um tanto ofendido. Quando era ele a se atrasar era normal, porém toda vez que o teme faltava por algum motivo qualquer, Sakura sempre ficava preocupada achando que algo de ruim tinha acontecido com ele. No fim, para a infelicidade de Naruto, aquilo nunca se tornara realidade.

- Vai ver ele ficou até tarde assistindo a sessão Privè e acabou perdendo a hora.

- Eu não sou você, dobe. – Uchiha Sasuke disse impassível diante o olhar do loiro. – Eu tive uma reunião com o conselho acadêmico sobre a proposta de trabalho voluntário em conjunto com a polícia.

- Ah, aquele sobre ajudar a polícia a localizar os corpos dos suicidas no Aokigahara Jukai(2), não é? – a rosada disse pensativa. – Eu vi na TV que em menos de dois meses a quantidade de suicídios triplicou em relação à média anual. São quase três corpos encontrados por dia lá, apesar de os suicídios se concentrarem mais nos finais de semana.

- Isso mesmo.

O moreno retirou do bolso um papel e o segurou de forma que os outros dois pudessem ver. Ali se podia ver um desenho um tanto infantil de um monge ao lado de uma caveira realizando o Sutra. No topo, em letras garrafais, estava escrito 'Sutras na floresta de Aokigahara: seja voluntário!' seguido de um subtítulo: 'vamos ver algumas pessoas mortas! Namu!'

- Não sabia que você desenhava tão mal, teme. – Naruto disse em deboche.

- Foi o Lee que fez o cartaz. – o moreno disse irritado. – Ele me perturbou tanto para fazê-lo, que acabei ficando sem escolha.

- O Lee é tão enérgico quando quer alguma coisa. – Sakura riu um pouco. – Mas eu soube que essa parceria vai valer como créditos para a graduação. Acho que vou me inscrever.

- Por quê, Sakura-chan? Há tantos outros trabalhos por aí, então por que aceitar participar desse quando só há um monte de cadáver para ser recolhido? É nojento.

- Para sua informação, a oferta de trabalhos para universitários daqui está muito escassa, nem há mais anúncios de trabalhos sem remuneração. E os que têm são na área cerimonial. Meu negócio é medicina forense e preparação de cadáveres. Eu soube que os corpos serão encaminhados para o departamento de medicina, ou seja, no qual eu faço estágio. Nada melhor do que começar meu trabalho já no locus mortae(3). Adianta muita coisa.

Apesar de Naruto ter tido contado com pessoas mortas desde pequeno por ter sido criado em um templo, portanto participando de todas as etapas de um funeral desde a preparação da câmera mortuária, ele ainda não estava acostumado a imaginá-la manipulando um ser humano morto com um bisturi em mãos, dissecando uma carne já em decomposição.

- Não sei como você tem estômago para essas coisas, Sakura-chan.

- É, eu sei. Mas é disso que gosto de fazer e tendo Tsunade-shishou como orientadora realmente me ajuda a seguir nessa área.

- Na verdade, Sakura, o dobe está com medo de ir. – Sasuke disse provocador.

- Com medo? Se quer saber, eu só não quero participar, porque já vi gente morta demais na minha vida. Não preciso ver mais. – disse aborrecido.

- Tem certeza? Talvez não sejam só os corpos, mas quem sabe... fantasmas?

O loiro gelou diante a pronúncia daquela palavra.

- É mesmo. – disse Sakura marota. – Desde pequeno Naruto-kun sempre teve medo de fantasmas e estórias de terror.

- Mentira! Eu nunca teria medo de algo tão idiota. – Naruto virou a rosto para não deixar evidente de que estava mentindo.

- Então você só passa de um covarde mesmo. – o moreno continuou a provocá-lo.

Naruto cerrou os punhos, tremendo. Como ele ousava chamá-lo de covarde? O faria engolir aquelas palavras da pior maneira possível.

- Me dá isso! – tomou o cartaz das mãos de Sasuke. – Vai ser às duas horas da tarde de hoje na orla da floresta, certo? Tô dentro!

- Que bom. – Sasuke disse enfiando as mãos no bolso. – Eu já te inscrevi. Você me deve 900 ienes pelo meu trabalho de fazer a sua inscrição.

- O quê?! Seu teme!

Sasuke nunca perdia a chance de fazer Naruto dever alguma coisa para ele. Podia ser dinheiro, favores ou qualquer outra coisa que o levasse a ter alguma vantagem no futuro.

- Então nos vemos mais tarde. E vê se vai mesmo, dobe, senão eu te arrasto da onde você estiver para lá.

E assim Sasuke passou pelos outros dois jovens na direção do portão principal. Logo apenas Sakura e Naruto se encontravam parados no corredor.

- Não precisa fazer essa cara, Naruto. – Sakura tentou amenizar a expressão de ódio do loiro. – Vai ser divertido.

- Só pra você. – ele fez bico de irritado.

- Mas você vai ter a minha companhia. Isso não é o suficiente?

Sakura pegou bem no ponto fraco do loiro. Era só fazer uma pequena insinuação que ele logo mudava de humor e deixava de ser tão turrão.

Naruto não pode evitar em sorrir. E com um aceno de cabeça, concordou.

Monte Fuji, Aokigahara Jukai...

Então fora assim que ele acabou indo para aquele lugar.

Mas o que lhe intrigava realmente era a insistência do teme para que ele fosse até lá. Provavelmente ele estava tramando alguma coisa. Mas do porquê do moreno precisar dele naquela floresta ainda era algo sem explicação.

O loiro então olhou para o relógio. Ali marcava quinze para as quatro. Aquilo estalou algo em sua mente. Talvez estivesse esquecendo de alguma coisa, mas não lembrava o quê.

- Está atrasado, teme!

- Não precisa avisar, eu sei. – Sasuke disse impassível, se sentando ao lado do loiro. – Tive alguns assuntos para resolver.

- Espero que não tenha sido nada de grave. – Sakura disse em um tom preocupado.

O moreno não a respondeu, apenas a ignorou. Aquela atitude fria de Sasuke diante a Sakura dava nos nervos do loiro. Mas antes que ele pudesse abrir a boca para ralhar com o rapaz ao seu lado, uma garota de longos cabelos escuros e olhos perolados se aproximou. Naruto a olhou por um momento e logo a face da garota se tornara avermelhado.

- S-sakura-san... – sua voz era suave e baixa como um sussurro. – E-encontramos mais um c-corpo ali. V-você pode dar uma olhada lá?

- Claro que sim, Hinata. – ela sorriu agradavelmente, o qual a morena retribuiu. – Eu já volto rapazes, então não se matem até lá, ok?

Naruto apenas acenou a cabeça e Sasuke nem ao menos se mexeu. Os dois apenas observaram as duas mulheres desapareceram em meio à vegetação, deixando-os sozinhos. A maioria dos policiais que trabalhava ali já estava longe carregando as macas. Tudo que reinava naquele momento era o silêncio.

Fora o loiro que quebrara o gelo.

- Então, teme, o que você quer?

- O que você quer dizer? – ele respondeu indiferente.

- Não se finja de idiota! – Naruto falava em um tom mais elevado. – Me inscrevendo para vir aqui e ainda me ameaçado caso não aparecesse... você deve querer alguma coisa, com certeza.

Sasuke apenas enfiou a mão no bolso retirando um maço de cigarros. Abriu-o, e pegou um cigarro com a boca, acendendo-o em seguida. Deu uma tragada antes de começar a falar.

- Uzumaki Naruto. – ele disse pausadamente e de forma casual.

- É, esse é o meu nome. – o loiro disse já se irritando com aquela atitude do moreno.

Mais um momento de silêncio. A fumaça do cigarro começava a espalhar o seu cheiro característico pelo local.

- Naruto. – Sasuke voltou a falar. – Você pode falar com os mortos, não estou certo?

Os olhos do loiro se arregalaram. Mas como...?

Merda!


Música: The Smashing Pumpkins - Bodies

1 – Isso é em recordação da minha aula de Pcc de botânica. Minha professora é gente boa, porém sua aula é um porre e foi numa dessas que ela acabou falando isso: 'se esconder no chão como amendoim'. Achei fofo n.n. Para quem não sabe, quando o fruto (vagem) do amendoim está maduro, ele se desprende da planta e cai no chão, indo se alojar por sob a terra.

"O amendoim no buraco do amendoim!" ;P

2 – Aokigahara Jukai (O Mar das Árvores) é uma floresta que se situa na base do Monte Fuji no Japão. É a zona nipônica onde ocorrem mais suicídios. Diz-se que os espíritos dos suicidas para sempre vagueiam na área. A quantidade de corpos descobertos, em média trinta por ano, levaram as autoridades a colocar sinais proibindo o suicídio na floresta. As lendas de monstros, fantasmas e goblins assombrando o local são diversas. Fonte: Wikipédia.

"O perfeito lugar para se morrer." (Wataru Tsurumi - The Complete Manual of Suicide) ç.ç

3 – Local da morte. Não sei se escrevi certo, pois escrevi baseado no meu escasso conhecimento em latim. Mas por que em latim? Eu só queria me mostrar u.u.


Nota da autora: Eu não deveria estar escrevendo esta fic... eu prometi a mim mesma a começar a escrever 'Blind', uma fic SasuHina (já estou desistindo de escrevê-la, não tenho talento para escrever romance TT), e adiantar de vez 'Goth' o mais rápido possível, já que este semestre na facul está bem apertado e não sei se vou conseguir atualizar qualquer coisa por aqui, mas esta vontade foi mais forte do que minhas obrigações. Isso é tudo culpa dos mangás que estou lendo. Ultimamente me viciei por completo em mangás de terror e mistério, incluindo títulos como: 'The Kurosagi Corpse Delivery Service', 'MPD Psycho', entre outros e resolvi escrever uma fic fazendo uma mistureba que nem sei se vai vingar. Nesse primeiro capítulo usei como base as primeiras cenas de 'Kurosagi', e algumas coisas como a universidade budista, a situação na floresta, o cartaz do Lee e a habilidade especial do Naruto. Eu sei, é plágio, mas a estória vai seguir por um caminho bem diferente. No mangá, as personagens formam um grupo de entrega incomum, no qual eles oferecem aos seus clientes (no caso, gente morta) a realização de algum último pedido para que suas almas descansem em paz. Porém aqui farei algo mais variado, com procuras por mistérios e situações bizarras. Em 'Kurosagi' também tem um pouco disso, mas por necessidade (a grana deles é curta), e sempre no fim eles acabam arranjando uma entrega, apesar de muitas vezes não serem pagos pelo serviço prestado a seus clientes (sim, apesar de estarem mortos, às vezes eles pagam), mas em geral eles estão sempre quebrados. Fica aí a sugestão de mangá.

E desculpem pelo capítulo quilométrico (esta nota também está gigante, gomen!), mas foi necessário para explicar parte da vida de Naruto e um pouco sobre a universidade. Nem acredito que escrevi tudo isso em apenas dois dias! Tudo que escrevi sobre o templo foi das poucas coisas que eu lembrava em 'Tenchi Muyo' e 'Inuyasha'. Mas pretendo daqui para frente fazer uma pesquisa específica sobre budismo, cerimônias, templos e talvez algumas lendas urbanas para deixar esta estória a mais elaborada possível. Espero fazer um bom trabalho, apesar de não garantir uma atualização freqüente (como queria voltar ao tempo do colégio, assim eu teria um pouquinho mais de tempo livre T.T). Não há nada definido em relação a casais, porém de algum modo vou enfiar um SaiSaku aqui –viciada x.x-. Já tenho um papel perfeito pro Sai. Em breve, os demais personagens entrarão em cena.

Vou terminar por aqui... sei que muitos não vão ler esta nota gigante, mas está dado o recado. Espero que gostem do andamento da fic.

Por favor, deixem reviews! Mesmo que não receba muitos (ou nenhum) eu irei continuar esta fic até quando eu ainda tiver ânimo para escrevê-la, porém sempre algumas palavras de opinião alheia com sugestões, elogios ou até mesmo críticas são um incentivo a mais para continuar.

Então, até o próximo capítulo!

Nyuu-neechan