Demorei, demorei... eu sei que demorei, mas por fim estou aqui. Sentiram minha falta? Para quem estava cansado de esperar, ou para quem já ate esqueceu dessa fic, vos trago o tão retrasado final alternativo.

Por hora eu agradeço os reviews de Tatymoluka, Rose Snape Malfoy, srt silver, Gika Black, . E especialmente o de Tainá, espero que esse capítulo lhe proporcione mais um sorriso de orelha a orelha, da mesma forma que cada review seu proporciona para mim.

Preparem seus lencinhos, pois aí vem bastante drama.

Boa leitura a todos

Disclaimers: Fiz recentemente uma aposta comigo mesma. Toda vez que jogar uma moeda para cima e der cara quer dizer que Harry Potter e todos os seus personagens me pertencem. Se der coroa quer dizer que Harry Potter e nenhum de seus personagens me pertencem. Diabos, por que será que não importa quantas vezes eu jogue essa estúpida moeda para cima só me sai coroa?

Final Alternativo: Fechando as janelas para abrir as portas

Ele se abraça contra meu peito como se tivesse medo que pudesse sumir.

Eu o abraço também e beijo seus bagunçados cabelos negros.

- Severus... Você se importaria se o corpo que tenho nunca tenha chance de crescer?

Olho confuso, fazia meses que ele não tocava nesse assunto.

- Do que está falando Harry? Claro que você vai crescer – o aperto contra mim, será que isso tem de novo algo haver com aquela historia de "apagar"?

- Mas e se não tiver?

- Te amarei no tamanho que estiver – disse para tranqüiliza-lo.

Um pequeno silêncio reinou entre nós, ele me abraçou mais forte.

Tive a impressa de sentir algo úmido contra meu peito, mas ignorei. Estava sonolento e deveria de ser impressão.

E antes de adormecer por completo ouço a voz adormilada dele sussurrar.

- Severus... te amo...

"Te amo... te amo..."

Quantas vezes essas palavras se repetiram de maneira doce em minha mente antes que eu perdesse a consciência? Para ser sincero não sei, a única certeza que tenho é que poucas horas depois que adormeci embalado por elas, voltei a despertar com o som de outra voz.

Há alguém mais no quarto alem de Harry e eu?

- Não posso fazer mais nada por você pequena, o seu tempo está quase passando do limite.

Abro bem pouquinho os olhos sem me levantar, e tento ver de onde vinha a voz.

Harry estava próximo à janela, de costas para mim e de frente para uma estranha garota vestida de branco e de volumosos cabelos castanhos que irradiava uma luz dourada por todo o seu corpo...

QUE IRRADIAVA UMA LUZ DORADAPOT TODO O SEU CORPO???

- Um pouco mais – Harry dizia em tom de suplica – ao menos umas poucas horas... Uns poucos minutos. Não posso... Não posso simplesmente ir assim. Não agora

Não posso ver seu rosto na posição em que estou, mas por sua voz embargada tive a impressão de que chorava.

Por que ele teria que partir?

Afinal, o que diabos está acontecendo aqui?

Por que o meu Harry está chorando?

- Pequena... – a estranha garota afaga os cabelos de Harry enquanto falava com bastante pesar – não sou eu quem decide. Esse corpo que usa está quase colapsando e você sabe muito bem disso.

Meu pequeno moreno vira a cabeça em direção a estante de seu quarto e ao seguir com os olhos a onde provavelmente ele estaria olhando eu vejo o lenço que ele havia usado um pouco antes de eu entrar naquela noite. A primeira vista não vi nada de mais, mas logo...

Vermelho.

Havia uma mancha vermelha naquele tecido.

- Uma hora – a voz de Harry era quase um murmúrio – tudo que eu peço é uma misera hora, não posso deixá-lo agora sem ao menos uma explicação.

- Entenda querida – a estranha garota abraça Harry – até os poucos minutos que estamos gastando agora estão te levando pouco a pouco ao seu fim, sem falar que explicar a situação não seria algo simples de se fazer em uma hora, nem se tivesse um dia inteiro, não é algo tão simples.

- Pois poderiam tentar.

Minha voz faz os dois se sobressaltarem, e se virar na direção da cama. Eu estava sentado nela, encarando-os, esperando uma explicação para todo aquele papo maluco que eu acabei de ouvir.

- Severus... – Harry me olha com aqueles grandes olhos verdes que como sempre me derretem – eu...

- Ela já vai – interrompendo seja lá o que meu pequeno tinha a dizer a estranha garota envolve a cintura dele fazendo com que sua luz dourada o envolvesse também – isso resume tudo.

- Por favor, Hermione – Harry vira a cabeça levemente para trás ainda nos braços da garota – uma explicação, um adeus... Por favor, depois de tudo isso eu só preciso de um adeus.

Hermione? Acho que já ouvi Harry mencionar esse nome antes.

- Não temos tempo – ela volta a falar, mas ao encarar aqueles olhinhos verdes soltou um largo suspiro e soltou-o. Aparentemente não sou só eu que tenho problemas em resistir a essas doces esmeraldas.

Harry, ainda brilhando, caminha em minha direção e eu me levanto para andar na dele.

Não sabia bem como reagir, ainda estava meio sonolento e tudo acontecia muito rápido.

Deixei que o pequeno me pegasse pelo pulso e me guiasse novamente até a cama, onde me sentou para logo em seguida se ajoelhar na minha frente.

- Eu tenho que ir.

- Sim, essa parte você e sua amiga já deixaram bem clara – digo com algo de veneno – o que ainda não me explicaram é o porque.

- Aqui não é o meu lugar Severus. Nunca alguém como eu deveria ter sequer pisado na terra.

- Outra vez esse papo de estrela – reviro os olhos – olha Harry...

- Escute! – me interrompe – Escute, pois não sei se terei muito tempo para terminar o que tenho a dizer. Depois... Bem... Depois responderei o que seja que queira perguntar.

- Dentro do tempo que tiver – a suposta Hermione diz isso ligeiramente emburrada.

- Dentro do tempo que eu tiver – meu pequeno revira os olhos igualzinho a como eu fiz segundos atrás – Nada do que eu tentar falar agora será diferente do que eu disse já disse nesses meses que moramos juntos, então nessa parte da historia não serei minucioso. Severus eu sou uma estrela, tudo o que quis desde o momento que vim para cá foi te fazer feliz, mas a única coisa que eu não te disse é que eu tinha um prazo, e ele expirou. Agora eu tenho que ir.

Olho fixamente em seus olhos, e não consegui ver mentira neles, ou ao menos ele realmente acredita estar dizendo a verdade. Abaixei meus olhos em direção as suas mãos a assim como o resto de seu corpo elas emanavam uma cálida luz dourada.

Ok, como eu poderia contestar qualquer coisa com esse truque do "vagalume"?

Mas isso já não estava em questão, humano ou não, a única coisa que me perturbava era uma.

- Ir? – sussurro atordoado – E por que tem que ir?

Minha cabeça começava a doer e uma sensação estranha subia por minha garganta, algo ligeiramente áspero, sufocante, não conseguia ligar tudo o que estava acontecendo à realidade, mas de alguma forma meu corpo parecia ter compreendido antes mesmo de minha mente.

Só isso explicaria o fato de do nada eu me inclinar para frente e abraçar o meu pequeno.

E não era um abraço protetor, ou reconfortante.

Era um totalmente possessivo.

Era como se todo meu corpo gritasse: "Hey!!! Nem em um milhão de anos espere que eu te deixe sair desse quarto tão facilmente".

Talvez eu nunca tenha parecido tão patético em minha vida, já que logo em seguida a voz da estranha garota se fez ouvir no quarto.

- Por que se ela não for, irá morrer.

Ergo minha cabeça do ombro de Harry e olho para a estranha "garota lamparina", ela já não portava uma expressão arrogante e apressada, mas um sorriso reconfortante e cálido como a luz que emanava do corpo de Harry que me abraçava.

- Você quer dizer apagar? – sussurro apertando mais forte o corpo entre meus braços.

- Não – a garota suspira com pesar – digo morrer. Antes mesmo de vir para a Terra minha pequena amiga sabia que faltava pouco tempo para que apagasse. Se por acaso quando essa data chegar ela estiver ainda aqui, o avatar que criou para poder se aproximar de você irá perecer.

- Avatar... – afasto um pouco meu corpo do dele e acaricio sua chorosa face – então realmente você não é humano?

- Severus... – Harry murmura temeroso, talvez ache que irei gritar com ele ou coisa do gênero.

Moleque idiota.

Meu amado moleque idiota.

- Então realmente você teve todo esse trabalho para vir aqui e me fazer feliz? – pergunto sentindo uma nova sensação incomoda, mas dessa vez nos olhos – por quê?

- Eu...

- Ele não teve muita opção – a suposta anja... Não, dizem que anjos não tem sexo, então acho que o correto é chamá-la de anjo, bem, acho que isso não vem ao caso agora. Hermione interrompe mais uma vez Harry. – se ela está aqui hoje, foi graças a alguém que a enviou até você.

Sabendo que uma longa historia estava prestes a começar, eu não interrompi a estranha morena. Descendo da cama, me ajeitando no chão, eu me abraço ao corpo tremulo de meu pequeno.

- Não sou pretensiosa em achar que posso explicar o funcionamento de um sistema que opera a milhões e milhões de anos, então tentarei ser breve – não sei a quem aquela dona esta querendo enganar, mas seu tom de voz por si próprio já e bem pretensioso – humanos vivem na terra, estrelas habitam o cosmo, cada coisas deve permanecer em seu devido lugar, e isso é que chamamos de equilíbrio.

Desculpe, mas quem estava há alguns minutos atrás enchendo o saco do MEU Harry por não ter tempo para desperdiçar? Bem pelo menos eu posso aproveitar esse papo furado para apertá-lo ao máximo possível contra mim.

- Mas mesmo distantes, estrelas são pacatas observadoras da vida na terra, e isso faz que elas desenvolvam um forte carinhos pelos humanos, animais e plantas desse planeta. Tanto carinho um momento colapsa.

- Colapsa? – é impressão minha ou ela faz péssimas escolhas de palavras?

- Já ouviu falar sobre pessoas que fazem desejos a estrelas? – Harry me pergunta sem sair de meus braços.

Apenas afirmo com a cabeça.

- Quase nenhum desses desejos são realizados, mas não quer dizer que não sejamos capazes, apenas que só podemos realiza-los em um determinado momento de nossa vida.

- Quando apagam – murmuro mórbido.

- Quando apagamos – ele afirma – o único momento em que podemos demonstrar o nossos mais profundos sentimentos, no exato momento em que apagamos realizamos o ultimo desejo que ouvimos.

- Mas e as coisas que você fazia? Digo... o ceral... o transito... o bebe de Ninfadora

- Quando vim para Terra eu pude fazer mão de pequenos poderes, nada muito grande, mas ainda sim bem úteis.

- Diferente de algo grandioso como fazer uma estrela se passar por humano – suspirando cansada Hermione continua a falar – como eu disse antes, Harry não teve escolha, pois o desejo não veio dele, mas de Rony.

- A estrela que apagou? – perguntei a Harry.

- A estrela que apagou. – ele assentiu com a cabeça.

- Sim... a que apagou – Hermione fecha e abre a mão de maneira nervosa – e quando apagou, fez algo que nunca uma estrela fez antes, realizou um desejo dela própria, ela desejou que a pequenina que está abraçando neste momento, Severus Snape, tivesse a chance de se encontrar com o humano a quem observou por anos a fio, e que com ele ficasse até o dia em que tivesse que apagar.

- Hoje – Harry aperta forte as mãos em minhas costas.

- E aqui estou eu – a figura celestial ergue os braços, imponente – Assim como no começo eu o guiei do cosmo para a Terra agora terei de guiá-lo da Terra para o cosmo.

- Não... – sussurro ao voltar a enterrar meu rosto na curva do pescoço de Harry.

Eu havia me atido a cada palavra que aquele anjo havia dito atrás de um meio de impedir que Harry partisse, mas, não pude achar uma brecha sequer.

- Severus – Harry também aperta seus braços ao meu redor – Não chore, por favor Severus... não chore.

Sem ao menos notar minha face havia se tornado tão úmida quanto a de Harry.

Mas não me importava, poucas coisas me importavam no momento.

- Fique aqui – sussurrei em seu ouvido.

- Não posso Severus, se eu ficar vou...

- Não me importa – em minha voz havia resignação – de qualquer forma deixará de existir não é assim? Pois bem, se a morte virá para você, que ao menos venha enquanto estiver em meus braços.

Não queria largá-lo. Até o ultimo momento possível eu não queria largá-lo.

Mas aparentemente isso não o impedia de me largar.

Saindo de meus braços, e se pondo de pé, tive que suportar a imagem das costas de Harry se afastando de mim e andando em direção a Hermione.

Paralisado eu sentia o ar fugir cada vez mais rápido de meus pulmões.

O rapaz para ao lado do anjo e ainda de costas diz:

- Mas não é isso o que eu quero – sua voz era rouca e ligeiramente irritada – não quero que o último presente que eu te deixe para trás seja um corpo sem vida, não quero que a última imagem que tenha de mim seja a de um cadáver. O que eu realmente quero é que você seja feliz Severus – se virando para mim minha amada estrela sorri belamente com sua face ainda coberta de lagrimas – E isso será mais fácil de acontecer se a última lembrança que você tiver de mim for um sorriso.

Patético.

Mordo meu lábio ignorando o sabor metálico que começava a se espalhar pela minha boca.

Patético.

Hermione anuncia pela última vez que havia chegado a hora de partir.

Patético.

Ele inclina a cabeça de lado e diz algo que não consigo entender claramente, pois minha cabeça havia começado a se encher de estranhos zumbidos. Mas parecia muito a algo relativo a adeus.

Patético.

O anjo envolve a cintura dele mais uma vez e inicia uma melodiosa oração em uma língua estranha.

Patético.

Quando a estrela entre os braços do anjo começou a desaparecer meu corpo voltou a reagir e de maneira abrupta me levanto do chão e corro na direção dos dois.

Patético.

Uma forte luz dourada se expande por todo o quarto antes que eu os alcance.

Patético.

O sorriso dele foi a última coisa que consegui distinguir antes de ser cegado pela luz.

Patético... Patético...

Quando finalmente minha mão erguida chega ao seu alvo não tocou a Harry, mas ao ombro do anjo.

Patético.

Pois ele não estava lá.

Patético.

Ele não estava mais em canto algum.

Patético.

Ele se foi.

Até o ultimo segundo eu fui simplesmente patético em comparação a aquele maldito moleque.

A minha amada estrela.

Meu corpo pouco a pouco foi tomado por uma estranha fraqueza, e em instantes sabia que acabaria desmaiando. Colocando a própria mão sobre a que cobria seu ombro o anjo toma a minha mão entre as dele, e me guia até a janela. De forma autônoma, sem nada em especial passando por minha mente me deixei levar.

Parado no parapeito da janela sinto duas mãos calorosas guiarem minha cabeça em direção ao céu e com um de seus dedos brilhantes ela aponta para uma determinada área da imensidão azul escura.

- Pode ver aquela estrela logo ali?

Eu via varias estrelas, mas apenas uma em especial parecia de alguma forma chamar meu nome.

- Sim.

- Acontecerá a qualquer momento, talvez leve alguns meses ou anos aqui na terra para que possa perceber, pois sua luz ainda estar chegando, mas apagar, apagar de verdade, ela irá a qualquer momento.

- O que você quer com isso? – pergunto irritado.

- Sou uma mensageira divina esqueceu? – Hermione sorriu com carinho – muitas pessoas no mundo podem fazer um desejo no exato momento que a pequenina apagar, mas se o seu for levado especialmente por mim isso devera te dar certa prioridade. Não acho que quando fez aquele desejo Rony quis que tudo terminasse de maneira tão triste.

Volto-me novamente para a janela e olho para o que deveria ser agora o meu Harry.

- Por que você insiste em chamar Harry de pequenina – resmungo

- Costume, desde que comecei a visitar as estrelas escondida chamo a todas assim.

- Todas menos Rony.

- Talvez... – o anjo olha para o céu com um olhar que supostamente deveria ser parecido com o meu – talvez por que tenha sido eu que dei esse nome a ela.

Envolvido pela tristeza que senti na voz do melancólico do anjo eu fechei meu olhos e repeti varias vezes o desejo que no momento eu mais poderia querer em toda minha vida.

"Por favor, que eu possa viver com Harry todo o tempo que resta de minha vida."

Quando abro os olhos nada havia mudado, apenas que o anjo Hermione não estava mais ao meu lado.

Eu estava completamente sozinho no quarto.

Queria chorar.

Queria vomitar.

Mas tudo que fiz em seguida foi voltar para minha cama e deixar a sonolência tomar conte de mim, e aspirando lentamente a fragrância de Harry ainda impregnada nos travesseiros, eu adormeci.

PSSE

Se hoje eu fosse ser sincero, devo admitir que o motivo que me fez dormir tão bem na noite em que Harry partiu foi o desejo de que na manhã seguinte eu acordasse com ele ao meu lado provando que todos os acontecimentos daquela noite não passaram de um sonho.

Mas assim como todas as manhãs seguintes a aquela fatídica noite, eu sempre despertava sozinho.

O desaparecimento de Harry foi uma verdadeira bomba para os meus amigos.

No começo ficaram bastante tristes mas tiveram que aceitar. Não tive coragem de contar a eles a verdade, preferi dizer que assim como um dia Harry apareceu do nada ele desapareceu do nada.

Não apenas por não achar que eles fossem acreditar naquela historia estapafúrdia de estrela, como por que não achasse que adiantaria de nada eles descobrissem a verdade.

Não era como se isso fosse trazer Harry de volta.

As primeiras semanas foram as mais difíceis.

Eu havia entrado em um pequeno estagio de depressão e negação, mas antes que eu me afundassem em um enorme buraco de auto-piedade Tonks apareceu do nada em meu apartamento e como um furacão me pôs em meu lugar.

A força que aquela mulher demonstrou para mim naquele dia foi um pequeno sopro de vida em minha alma. Era como se aquelas palavras tivessem despertado uma bela imagem que antes estava borrada em minha memória.

Minha mais preciosa recordação.

O belo e último sorriso de Harry

PSSE

Cinco anos se passaram, e ainda sinto que as cicatrizes que a partida de Harry marcaram em minha alma arderem.

Mas de certa forma não conseguia mais ficar deprimido, apesar da saudade me azucrinar a cada instante a memória do sorriso de Harry parecia como um eterno lembrete de que eu deveria ser feliz.

Moleque caprichoso dos infernos. Até em seu último momento ele consegue o que quer.

Como uma espécie de terapia eu comecei a tirar meus horários livres para caminhar.

Eu mesmo não entendi no começo o porquê, mas por alguma razão eu comecei a gastar horas e horas de meus dias apenas caminhando, via lojas, atravessava ruas e as vezes conversava com desconhecidos.

Aquilo ao mesmo tempo que me acalmava me deixava inquieto, pois nunca parecia o bastante.

Ou ao menos não até cinco meses atrás quando descobri em meio as minhas caminhadas um parque próximo a minha casa.

Eu sei, aquele não era um lugar aonde facilmente alguém imaginaria me encontrar.

Mas desde que eu o descobri eu parei de fazer as eternas caminhadas e gastava meu tempo livre sentado em um dos bancos próximos a caixa de areia onde varias crianças iam brincar.

Era algo estranhamente relaxante.

E é exatamente lá, em meu banco predileto, próximo a caixa de areia, que estou sentado.

Umas poucas crianças corriam de um lado para o outro trepando em brinquedos e jogando areia umas nas outras.

Devo admitir que no começo me incomodava tanta bagunça ao meu redor, mas dia apos dia fui me adaptando.

Era como na época em que Harry estava ao meu lado, mais uma vez senti como se minha tolerância ao novo fosse se moldando.

E mais uma vez minha mente voa em direção a Harry.

Sem maiores avisos sinto repentinamente um grande peso pulando sobre minhas pernas, e quando abro os olhos um grande par de olhos azuis olhavam muito de perto diretamente para mim.

Perto até de mais.

Uma das crianças que estavam brincando no parquinho havia saído do seu grupo de amigos e havia pulado em meu colo. Com um sorriso quase maior que seu descaramento o menininho segurava fortemente em minhas roupas para manter o equilíbrio.

Ele deveria ter uns cinco anos, seu cabelo era ruivo e como disse antes tinha um enorme par de olhos azuis.

Contei mentalmente até dez e tentei me convencer que a qualquer segundo a estúpida mãe daquela criança viria recolher seu filho do colo do senhor estranho, mas a dita cuja não apareceu e o pirralho ainda dançava em meu colo atrás de uma posição cômoda.

Suspirando profundamente eu poderia tê-lo arremessado do meu colo a qualquer momento, mas para evitar maiores incômodos eu simplesmente o ajeitei eu mesmo em meu colo e esperei para ouvir o que diabos tinha levado o pivete a pular em meu colo.

Será que ele acha que eu tinha cara de Papai Noel???

E quando ele finalmente disse a que veio, percebi que deveria tê-lo arremessado quando tive chance.

- Você pode ser tornar o meu pai?

Minha cara deve ter parecido muito engraçada, pois o maldito pivete teve uma pequena crise de riso quando viu a minha expressão.

Talvez similar a de um peixe.

- Como? – pergunto assustado.

- Se você poderia se tornar o meu pai.

Algo em seu tom me lembrou muito a Harry, talvez por que comparar a mentalidade do meu pequeno com a de uma criança de cinco anos fosse realmente fácil, mas também por que a inocência e a segurança com que o pivete disse aquelas palavras eram idênticas as que Harry havia usado na noite em que me perguntou se poderia se minha estrela.

Tento ser racional.

O garoto deveria ser filho de mãe solteira ou coisa do gênero.

Tenho pena da pobre mulher.

Realmente me compadeço,

Esse pequeno demônio deve fazer esse tipo de pergunta a todo homem adulto que vê pela frente a matando de vergonha.

Se bem que no momento o único constrangimento com o que eu tenho que me preocupar é o meu, sinceramente não sei como me livrar agora do moleque.

- Não acho que sua mamãe vai gostar muito que você fique procurando um novo papai, ela pode pensar que você não gosta mais dela.

Ele leva a boca um de seus dedinhos e me encara pensativo, depois dando entre ombros o menininho volta a se remover em meu colo de maneira que pudesse ficar balançando suas perninhas para frente e para trás.

- Isso não vai ser um problema – ele ergue o máximo que pode a cabeça para cima até conseguir me encara naquela posição – afinal eu não tenho uma mamãe.

- Não tem uma mamãe? Digo, não tem uma mãe? – sinto meu peito se apertar um pouco – você por acaso e orf...

- Eu só tenho um papai – dando risinhos o menino balança cada vez mais rápido as perninhas tomando cuidado para não me atingir.

Me sentindo um pouco mais aliviado, tento uma nova tentativa de me livrar do pirralho.

- Então se você já tem um papai, não acha que você deveria procurar uma mamãe?

Eu sei!!!

Vergonhoso!!!

Eu estou tentando empurrar esse pequeno calvário para as costas de alguma desconhecida.

Mas hei!

É a minha sanidade que está em jogo aqui.

- Hum, hum – ele sacode a cabeça negativamente – Quando eu perguntei por que eu não tinha uma mamãe o papai me respondeu que era por que na verdade eu tenho dois papais, um que mora comigo e um que está para chegar. E como eu não quero mais esperar o meu outro papai chegar eu escolhi você.

Devo dizer que senti meu coração bater mais forte depois dessa?

Vamos, quem não sentiria?

O pirralho simplesmente queria me adotar como pai.

RACIONAL, SEVERUS, SEJA RACIONAL!!!

Mudando minha linha de suposições agora eu supunha que o pirralho tinha sido adotado por algum gay. E que para preparar psicologicamente a criança para um futuro romance que poderia ter, disse que futuramente o menininho teria um outro papai ao invés de uma mamãe...

POR QUE RAIOS EU ESTOU TENTANDO ENTENDER A DROGA DA SITUAÇAO????

Tudo com o que eu tenho que me preocupar e de tirar esse pirralhinho do meu colo.

Francamente.

Usando meu tom mais frio eu tento mais uma vez persuadi-lo

- Olha garoto, sinto muito, mas eu não acho que possa ser um bom pai para você.

- Por quê? – me perguntou aquele grande emaranhado de cabelo ruivo e gigantescos olhos azuis.

- Por que... – perco um pouco a firmeza diante daquele olhar – por que não parecemos em nada.

E foi ai que o sorriso daquela criatura se tornou mais reluzente.

- Aaaah se for isso tudo bem.

- Tudo bem? – senti que iria começar a chorar de desespero a qualquer minuto.

- Tudo bem, sabe por quê? – ele ergue a sua mãozinha me chamando para mais perto e como se fosse contar um grande segredo falou bem baixinho – por que eu também não me pareço em nada com meu outro papai.

- É mesmo? – sem perceber eu mesmo comecei a falar baixinho.

- É sim – sacode a cabeça afirmativamente com bastante veemência – Uma vez eu briguei com uns garotos por que eles estavam dizendo exatamente isso, que eu não pareço em nada com o meu papai, e quando eu disse isso para ele, o papai me disse que não tinha problema. Sabe por quê?

Um pouco absorvido pela maneira infantil como ele falava eu me deixei levar e perguntei:

- Por quê?

O garoto finalmente sai do meu colo e fica de pé em cima do banco em que eu estava sentado.

Ainda do meu lado ele me pega de surpresa quando cobre meus olhos com suas duas mãozinhas.

- Por que enquanto você transformar seus olhos em duas janelas, sempre que elas estiverem abertas todas as pessoas que você ver terão uma diferença entre si, às vezes maior e às vezes menor. – tirando as mãos de meus olhos, ele pega uma de minhas mãos e coloca sobre o próprio peito, para depois segurar minha outra mão contra o meu peito – mas sempre que você manter a porta que tem aqui aberta todas as pessoas ao seu redor serão iguais.

Juro que senti como se meu corpo inteiro tremesse. Aquelas eram palavras grandes demais para uma criança. E enquanto eu mantinha minha mão sobre os dois peitos, eu fui absorvido por uma sensação de deja-vu.

Por que eu tinha certeza.

Esse era o tipo de coisa que apenas o meu Harry pensaria em falar.

- Papai espera até hoje o dia em que encontrará o meu outro pai – o menino se senta ao meu lado descansando a cabeça em meu braço – ele diz que não, mas eu sei que ele está muito triste por estar longe dele. Por isso resolvi ajuda-lo. – soltando um longo bocejo ele parecia batalhar para manter os olhos abertos – Néeee... Você pode ser o meu papai?

Juro por tudo que é mais sagrado que senti uma forte vontade de dizer sim.

- Por favor – murmura sonolento antes de adormecer – você pode se tornar o meu papai Severus...

Olho assustado para a adormecida criança.

Como ele sabia meu nome?

Uma estranha ansiedade começou a ferver em minhas veias e uma forte vontade de acordar a criança de seu sono tranqüilo.

- Eu não faria isso se fosse você. – diz uma voz a minha frente – ele é um verdadeiro demônio para se colocar para dormir.

Aquela voz.

Uma voz que não ouço há dois anos.

Com certo receio, ergo minha cabeça e quase não pude acreditar.

- Har...ry – foi tudo o que consegui articular.

Lá estava ele, talvez um pouco mais velho, o cabelo ligeiramente mais arrumado e com certa barba para fazer, mas sem sombra de duvidas... Deus... Lá estava ele.

E era incrível.

Mesmo sem aquela estranha luz dourada ao seu redor eu podia dizer que ele estava radiante, com seus agora não tão grandes olhos verdes, mas o mesmo sorriso enternecedor.

Tentei me levantar, mas dois bracinhos finos envolveram o meu, e saindo de meu transe me lembrei do pequeno corpinho adormecido que tinha ao lado.

Olho confuso para a criança e em seguida apara aquele que agora supunha ser o tão falado "papai".

O que Diabos esta acontecendo aqui?

Sem me dirigir mais palavras, Harry se senta no outro lado da criança que dormia escorada em mim e passa a mão por aquelas mechas vermelhas.

Sua aparência era madura, se eu tivesse que chutar uma idade baseado apenas na figura sentada ao meu lado eu arriscaria um pouco menos que trinta.

Meu moleque de rua aparentemente cresceu.

- Você... é real? – finalmente pergunto.

Harry ergue o rosto para me encarar e dá a resposta para a minha pergunta do único jeito que alguém como Harry daria.

Com as duas mãos segurando meu rosto, rouba de mim não apenas um beijo, mas todo o ar de meus pulmões, todo chão de baixo de meus pés e todas as cores e formas ao meu redor... Tudo, tudo... Com apenas um beijo Harry roubou de mim o que há de mais mundano e deixou para trás apenas o que mais necessitava.

Aquela estranha e feliz sensação de estar vivo outra vez.

Afastando seu rosto do meu Harry volta a olhar para aquela pequena criança adormecida a medida que brinca com as madeixas ruivas.

- Como... quando... – balbucio.

- Ah Severus – o homem, pois finalmente ele tinha a imagem de um, e não de um pivete maltrapilho, o homem sorriu ao dizer meu nome – não tenho bem certeza quanto tempo faz que eu voltei, talvez seja melhor explicar desde o começo.

Sim, eu realmente adoraria que ele me explicasse tudo desde o começo.

De preferência olhando nos meus olhos.

Mas não vou começar a disputar a atenção com uma criança de menos de cinco anos.

Mas bem que ele podia olhar um pouquinho para mim...

Humpf

- Depois que Hermione me enviou de volta para o céu, ele me disse o seu desejo, mas não havia como realiza-lo, eu era uma estrela, e isso era algo que não se podia mudar, por isso desde o começo, quando Rony me enviou, era apenas por alguns dias. Mas ele foi insistente e levou o caso para o próprio Pai.

- Deus?

Ele sorriu com minha cara de surpresa.

- Ninguém fala diretamente com Deus a não ser os anjos, e mesmo assim precisa ser de uma hierarquia bem elevada para fazer isso sem hora marcada. Mas quem fez essas regras não conhece Hermione. Devo dizer que meu amigo passou por muitas coisas, teve até mesmo que abrir mão de uma de suas asas, mas por fim conseguiu que nosso Pai o ouvisse, e comovido concedeu ao Hermione o poder de realizar o seu desejo, no momento em que eu apagasse eu poderia reviver no mundo humano.

- O Hermione realizou o desejo? – me sentia estranho tratando o anjo no masculino, mas como era a forma como Harry falava, eu achava que era a mais correta. – Mas então o que aconteceu com o desejo que você poderia realizar.

- Está aqui – aponta com a cabeça a pequena criança – usei o meu desejo para fazer com que ele também renascesse na terra. – o encarei confuso e ele explicou – teoricamente não deveria funcionar, mas como meu desejo iria se apoiar no de Hermione haveria uma chance de dar certo... ou quase.

"Tenho lembranças de toda uma vida como humano, vinte e oito anos vivendo como humano. – meu amado diz isso com a voz carregada de nostalgia, saboreando cada ano como humano que se lembrava – Quando voltei a terra, ao invés de ter quinze eu tinha vinte e três anos, um emprego, diploma e toda a minha documentação necessária regularizada, sem falar de um lindo e recém-nascido Rony. Ele era meu único parente vivo, mas diferente de mim, não importa o quanto cresça, ele não parece se lembrar de sua vida como estrela. – suas mãos não deixavam de dançar por aquelas madeixas cor de bronze, nem quando seus olhos ganharam um ar melancólico – Minhas memórias eram nebulosas, eu não me lembrava direito do por que eu ter renascido na terra, e do por que Hermione fez tudo o que fez. A única coisa que me tranqüilizava era o som de um nome: "Severus". Não sabia quem era a pessoa, mas me sentia feliz ao dizer seu nome. E por algum tempo eu te procurei, me sentia inquieto e comecei a vagar, vagar e vagar. Até que há alguns meses Rony cismou em querer vir para essa praça todos os dias. E quando eu o vi conversando com você, todas as lembranças dos dias em que passamos juntos voltaram."

Não posso dizer que me surpreendi com essa ultima parte da historia.

Olhei para aquela pequena criança dormindo e sem me conter sorri.

Se algo havia nos unido naquela primeira vez que nos encontramos, foi essa pequena estrela adormecida. Nada mais justo do que nessa segunda vez seja ela quem nos uma novamente.

- Então esse é o Rony... – digo ainda sorrindo

- Esse é o Rony. Em minhas lembranças como humano ele é meu filho biológico – senti um frio na espinha quando ouvi isso – as documentações que eu tenho mostram que a mãe dele morreu no parto e tudo o mais, e mesmo tendo lembranças do rosto dela, eu sei que não passa de memórias implantadas – finalmente sinto que posso voltar a respirar – afinal, o corpo de Rony, assim como o meu, são criações divinas.

Alguns minutos de silencio se passaram e ele apenas acariciava os cabelos da criança adormecida, como se juntasse coragem para me falar algo.

Vamos rapaz, coragem!!!

- Severus... Eu sei que pode parecer pedir muito, sei que criar uma criança é muito difícil, acredite, passei cinco anos praticando, se quiser posso cuidar da parte financeira e tudo. Alem do que...

- Do que esta falando? – pergunto um pouco ofendido e um pouco divertido – acha que sou um homem que não paga as suas dividas?

- Não quero dizer... Dividas? Como assim?

- Essa estrelinha me deu o tesou mais precioso que alguém poderia me dar, o mínimo que posso fazer por ele é dar um lar aonde possa morar. Fora que como você mesmo diz: ele foi seu filho por cinco anos, pois então agora ele será nosso pelo resto da vida.

Harry ergue o rosto para me encara novamente.

Ah, como é bom ser alvo daquelas brilhantes esmeraldas de novo.

Seus olhos se enchem de água, agora entendo por que não queria me encarar, tinha medo que não aceitasse Rony em nossas vidas.

Harry, você não devia me subestimar tanto.

Dessa vez fui eu que o beijei.

Sinto sues braços me envolverem imprensando o pequenino entre nós dois. Mesmo depois do beijo Harry não me largou e sinto as lagrima dele molharem meu ombro.

- Toda noite eu quis te encontrar, nem ao menos sabia quem era, mas por tudo que é sagrado, eu quis te encontrar.

- Eu sei, eu sei...

- Rony foi um ótimo garoto, cada vez que eu dizia que não podia lhe dar uma mamãe por que ele já tinha um outro papai em algum lugar no mundo, e... e...

- E agora eu já estou aqui.

- Sim... você está...

Nos mantivemos abraçados por mais algum tempo, e eu não podia ser mais feliz em apenas ouvir o som da respiração agitada do corpo que se prendia ao meu.

Rony acordou em meio aquela troca excessiva de afeto e se remexeu incomodo, pois nós dois o estávamos esmagando.

Pulando para fora do "abraço grupal" o ruivinho parou na frente do banco e nos encarando sorridente disse:

- Isso quer dizer que você aceita se tornar o meu novo papai?

PSSE

Devo dizer que meus amigos aceitaram bem a volta de Harry.

Perguntas existiram, é claro.

Nosso pequeno Harry havia voltado de Deus sabe onde, mais velho do que deveria estar e com um filho de baixo do braço...

Por favor... Meus amigos podem ser meio desmiolados, mas não deixariam passar esses "pequenos detalhes".

Mas aos poucos os questionamentos foram deixados de lado e simplesmente eles preferiram curtir a felicidade de ter a nossa querida estrela de volta, e como um bônus, o pequeno Rony.

Remus e Ninfy vibravam ao terem o padrinho honorário de seu filho de volta.

Apenas honorário, pois o oficial, com ausência de Harry, acabei sendo eu.

Sirius teve que se recuperar do choque de perder a sua mascote, pois Harry havia crescido de mais para receber os antigos mimos, mas aparentemente se contentou bem em adotar o Rony no lugar dele.

Dois demolidores, meu filho e aquela anta do meu amigo juntos viram dois demolidores.

E Lucius foi o mais arisco de aceitar a volta de Harry com normalidade, desconfiado, foi o último a deixar de fazer perguntas sobre o seu paradeiro, mas no fim cedeu aos encantos do meu amor, afinal, com olhos gigantes ou não, ninguém resiste a aquelas esmeraldas?

E a vida foi tomando seu rumo.

Eu evitava perguntar coisas sobre a vida de Harry como estrela, mas às vezes era inevitável não perguntar, a curiosidade era um mal que sempre me carcomia sobre alguns assuntos.

Por exemplo...

- Afinal – um dia qualquer eu perguntei enquanto estávamos sentados no sofá – qual era a relação entre Rony e Hermione?

- Hn? – ele olha para mim surpreso.

- Hermione disse para mim que havia sido ele que havia dado esse nome a ela – Ai, ai... esse negocio de masculino e feminino com relação a estrelas e anjos ainda me deixa confuso não importa o tempo que passe, mas segundo Harry não faz muita diferença, já que tecnicamente ambos não tem um sexo definido. Francamente!!! Como se isso ajudasse muito – ele disse de uma maneira como se fosse muito especial.

-E é, para uma estrela receber um nome é como reconhecer que ela existe. Diferente de Fred, Jorge e Rony eu nunca deixei que ninguém me desse um nome.

- Por quê?

- Por que desde que eu te vi pela primeira vez eu sabia que se tivesse um nome eu queria que ele fosse dado por você, pois queria que apenas você reconhecesse minha existência.

O abracei forte contra mim e ficamos em silencio por alguns minutos, até que a duvida mais uma vez me provocasse.

- Então? Qual era a relação entre eles?

Harry não me respondeu.

Apenas manteve seu corpo contra o meu e guardou silencio.

Talvez nem ele entendesse bem a relação entre Rony e Hermione.

Ou talvez não achasse que era correto discutir isso.

Eu não sei.

A verdade era que depois de ter perdido a sua asa, Harry disse que Hermione nunca mais poderia voltar para o céu, e que seria obrigado a se tornar anjo da guarda aqui neste mundo.

O que isso tem haver com relação ao assunto anterior?

Bem, às vezes, de noite, quando Harry está dormindo, eu passo pelo quarto de Rony, e de vez em quando tenho a impressão de ver o vulto ao redor de sua cama.

Talvez seja só impressão minha.

Mas pessoalmente eu prefiro pensar que não.

PSSE

Mais uma noite transcorria tranquilamente.

Eu estava deitado na grama do meu jardim com Harry adormecido ao meu lado.

Olhando para cima eu via várias estrelas, e uma a uma eu tentava memorizá-las e dar formas as suas constelações.

Rony há esta hora dormia confortavelmente em sua cama.

E o silencio que impregnava aquele cenário de paz fez um curto sorriso nascer em meus lábios.

Algumas pessoas diriam que sou abençoado

Outras talvez dissessem que sou sortudo.

Não nego nenhuma das alternativas acima, mas se fosse me descrever acho que diria que sou apenas um cara feliz.

Pois finalmente achei a minha estrela.

Fim

Buaaaaa... Quantas vezes eu teria de repetir essa palavra horrível? "Fim"... eeeeca.

E Rony reviveeeeeu!!! Devo atestar aqui que eu aaaaamo escrever historias com criancinhas pequenas, e pessoalmente estava louca para escrever a cena do Rony caningando o Severus no parque... KAWAIIIII!!!!

Sei que enrolei um pouquinho para trazer o Harry de volta (CIIIIINCOOOOO AAAAAANOSSSSS?????), e isso deve ter dado uma certa agonia para o Sevy, mas qual seria a graça de um final sem um tiquinho de angust? No final das contas eu não iria conseguir terminar a fic sem um final feliz mesmo.

Vou ser sincera, eu ia colocar Dumbledore nesse final, ele seria Deus disfarçado de um velhinho pintando na praça, e ao invés de Rony, quem conversaria com Severus seria ele (claro que com um dialogo totalmente diferente), mas no final eu optei por essa versão mais Fluffy.

Bjs para todos que acompanharam com carinho essa fic, devo dizer que ela me trouxe varias felicidades, e espero que o mesmo tenha acontecido com vocês.

Vou dar inicio a alguns projetos nas próximas semanas, uns curtos, outros longos, mas espero que assim como aconteceu com "Posso ser sua estrela" vocês me acompanhem nessas pequenas jornadas que irei iniciar.

Bjs novamente, e mais uma vez obrigada.