Nome: O Retorno do Passado.
Autora: Crics.
Shippers: Remus Lupin/OC.
Censura: 16/17 anos (em algumas partes apenas, aviso antes quando for).
Gênero: Drama, romance.
Spoilers: De todos os filmes e livros, provavelmente.

Resumo: Passado, sempre pronto a nos surpreender, algumas vezes retornando para dar a alguns a chance de recomeçar...

Disclaimer: Eu sei que na história (e olha o spoiler pra quem não leu todos os livros) o Lupin casou com a Tonks e todo aquele bla bla ba (aliás, sou apaixonada pelos dois) mas, qual a graça de escrever fics se não pudermos mudar, não é mesmo? Por isso, podem ver coisas diferentes, ou não, tudo depende do momento, do que a história pedir e do que a minha cabeça quiser.
A maioria dos personagens não é meu - exceto os OC, he. - sendo (quase) todos da Jk, mas eu peguei emprestado e acho que ela nem vai reclamar.
Hey hey! Reviews, seja pra falar bem ou mal, se tá bom ou ruim. Faz tanto tempo que escrevi essa fic (e mais outras) que nem sei, acho que hoje faria diferente. Enfim...

Bjos!

- xxx -

Capítulo 2 – Passado, presente e... futuro?

As portas do salão abriram, e por elas passou uma mulher esguia, cabelos negros, lisos até a metade das costas. Os olhos extremamente azuis, marcantes, daqueles que contrastam com os cabelos e chamam muito a atenção. Andava elegantemente, as longas pernas movendo-se com maestria, o barulho dos saltos abafados pelos cochichos dos alunos que a olhavam boquiabertos. Sorriu, lembrou de quando ainda estudava, os meninos ficavam ela com vergonha.

O coração de Lupin deu um salto ao vê-la entrando no salão principal acompanhada por Hagrid. Mal podia acreditar que ela estava ali, diante de seus olhos. Havia pensado nela durante toda a viagem, relembrando do passado, no que viveu ao lado da até então "menina", a forma como era tratado. Estava desconcertado. Uma expressão de surpresa e medo no rosto. Desviou o olhar para Harry, Rony e Hermione que estavam olhando para ele sem entender porque o professor havia ficando tão surpreendido com a notícia. Voltou o seu olhar para o corredor onde passava a professora, mas não a encontrou lá. Começou a olhar desesperado para os lados na tentativa de encontrá-la. E lá estava ela, caminhando atrás da mesa, vestida de preto, toda de preto. Seus cabelos negros continuavam como ele se lembrava. Ela não havia mudado muito.

Nicole foi cumprimentando um a um os professores, sem exceção, inclusive Snape, agra homem, mas outrora o menino que ela adorava atentar. Ao chegar em Dumbledore e na professora McGonnagal deu-lhes um abraço apertado. Fazia tempo que não os via. Na verdade, não os encontrava desde que saíra de Hogwarts e fora trabalhar no Ministério da Magia Norueguês.

Ela estava a duas cadeiras de Lupin agora. O coração do professor acelerou ainda mais, teve a impressão de que ele sairia pulando. Ela estava a uma cadeira apenas, cumprimentava Snape. De repente percebeu que ao seu lado esquerdo havia uma cadeira vaga. A que era ocupada pelo professor de Estudo dos Trouxas. Ela com certeza sentaria ali, ao seu lado. E quando a mulher parou sentiu suas pernas tremerem. Respirou fundo, disfarçou e se levantou para cumprimentá-la. O abraçou, ele retribuiu. De repente os olhares se encontraram e ao mesmo tempo, os dois abriram sorrisos doces. Lupin percebeu que Dumbledore e McGonnagal estavam olhando para os dois, e também sorriam. De repente cochicharam algo, e o os olhares voltou-se para os dois.

O homem ainda estava de pé quando ouviu uma voz o chamar. Era ela, estava sentada ao seu lado. Ele não sabia o que fazer. Se atrapalhou todo, quase caiu da cadeira no atropelo do momento, o que fez com que ela risse. Estendeu-lhe a mão, para ajudá-lo a se recompor. Parecia estar sonhando. Há poucos minutos achava que esse encontro nunca mais aconteceria, mas Nicole estava ali, segurava a sua mão, olhava nos olhos dele. E como sempre, ficou vermelho. Não conseguia falar nada, as palavras tinham sumido de repente, estavam escondidas em algum lugar entre os corações dos dois. Ela parecia embaraçada também, mas conseguiu puxar a conversa.

- Oi Remus. – um sorriso nos lábios, os olhos nos dele. – Como você está? Há tempos não tenho notícias suas, nem de ninguém aqui de Hogwarts. A última notícia que tive foi Dumbledore quem deu. E ela não foi nada agradável. Deve imaginar do que eu estou falando. – Ainda olhava-o nos olhos.

- Sirius. – retrucou ele e ela acenou afirmativamente com a cabeça. Lupin olhou-a novamente e perguntou – E você, como está? Há quanto tempo estava na Noruega? – estava curioso por saber notícias da única mulher que ele havia amado em toda a sua vida, a única que o compreendeu e que não o tratou com diferença por ele ser um lobisomem. Queria bombardeá-la com perguntas, saber sobre a sua vida, o que havia feito mas achou melhor parar por aí. Fazia tempo que eles não se viam, teriam muito tempo e muito assunto para conversar.

- Eu estou bem. Estava trabalhando na embaixada do Ministério lá, não tinha muito o que fazer, mas sempre dava um jeito de me manter ocupada. Fui para lá assim que saímos de Hogwarts, precisava disso. – ela o olhava nos olhos com ternura, ainda que aquelas palavras dissessem tudo; ela foi embora para tentar entender o que não conseguira até aquele momento, porque as coisas entre eles não tinha dado certo, porque Remus simplesmente desistiu do que tinham juntos. Há muito não o via. Ele não mudara muito, apesar de estar um pouco mais velho, assim como ela. A idade era a mesma, mas ele sempre pareceu um pouco mais velho por causa de sua condição. Ela nunca se importou com isso. Seu coração também estava disparado, mas ela disfarçava bem melhor que ele. – Comecei a trabalhar no Ministério, e dois meses depois eles me mandaram de volta pra lá. – Fez se um breve silêncio. De repente ela tornou a olhar para os olhos de Lupin. - E você? O que anda fazendo da vida? Já se casou?

Ele a olhava admirado, como se ainda tentasse acreditar na mulher diante de seus olhos, mais uma vez ao alcance das mãos. - Hã? Ah, não. Não me casei, nunca encontrei ninguém que me entendesse e aceitasse como v... – parou de repente. Ficara vermelho e encabulado com o que ia dizer. Mas Nicole pareceu gostar de ouvir aquilo, pois um sorriso apareceu em seus lábios novamente. Ele voltou à conversa – Você sabe como são as coisas. As pessoas tem medo do que não conhecem, e nem procuram saber porque somos diferentes. – olhou-a novamente, ela ainda estava sorrindo – E você? S-Se C-Casou? – gaguejou, ficou vermelho, não tinha coragem de encará-la, e estava com medo da resposta que ouviria. Mas de repente sentiu um alívio quando ela respondeu que não, dando ao coração dele um breve momento de paz.

- Eu também nunca encontrei ninguém, depois que saí de Hogwarts. Ninguém que valesse a pena entregar a minha vida. – era ela quem estava vermelha agora mas ainda assim olhava-o nos olhos. Viu-o sorrir, o mesmo sorriso doce que ela nunca conseguiu esquecer, e que habitou seus sonhos por anos a fio.

- xxx -

Nem se deram conta que o jantar estava terminando. Sequer tocaram na comida. Harry, Rony e Hermione encarava-os sem entender nada. Nunca haviam visto o seu professor tão desconcertado. Tudo bem que ela era tímido e meio desajeitado, mas não daquele jeito, não a ponto de sequer olhar uma vez para os três.

- Será que eles... – Hermione ia começar a filosofar sobre o que estava acontecendo mas foi interrompida por Hagrid, Que agora vinha lhes dar as boas vindas.

- Como vocês estão? Como foram as férias? – perguntava Hagrid – E você Harry, não foi maltratado por aquele bando de idiotas, foi? – e sem esperar muito tempo foi dando tapinhas amigáveis nos ombros dos dois garotos.

- Não. – mas também não havia sido tratado muito bem. Ele já estava acostumado, até preferia que fosse assim. E, bem, se tinha alguém ali que saia o que estava acontecendo, e que contaria muito facilmente, era o meio gigante. – Hagrid, quem é a mulher conversando com Lupin?

- A nova professora de Estudo dos Trouxas. Nicole. Boa moça, estudou aqui em Hogwarts na mesma época em que seus pais, Lupin e Sirius, e... – mas foi interrompido por Harry.

- E eles já foram... – Harry não completou a frase, mas teve certeza que Hagrid havia entendido pois estava sorrindo.

- Sim, eles foram namorados. Acho que ela era uma das únicas meninas da escola que conversava com ele. E eu me lembro apenas de duas alunas que conversavam com ele sem sentir medo ou fazer distinção. Uma era a sua mãe Harry, a outra era aquela ali, ao lado dele. Elas eram muito amigas. – Hagrid se despediu e saiu do salão.

Harry olhou-a sentada na mesa. Conheceu os seus pais, foi amiga de sua mãe, talvez pudesse lhe contar algo sobre ela, sobre eles, sobre quando ainda estudavam juntos. Harry estava sorrindo ao ver que Lupin estava feliz. Atrapalhado, mas feliz. Podia-se ver isso no rosto do professor. Harry não lembrava de tê-lo visto tão feliz desde que o conhecera, anos antes.

O jantar havia acabado. Todos começaram a sair do salão. Mas Harry continuava lá, esperava por uma oportunidade para conversar com a nova professora. Desistiu ao ver que Lupin saia do salão acompanhado por ela, não queria estragar a felicidade do seu professor e amigo. A conversa poderia ficar para outro dia. Saiu do salão um pouco à frente deles. Mas de repente ouviu uma voz suave, conhecida dele. Era Lupin e estava chamando por ele. Virou de uma vez, um sorriso do tamanho do mundo no rosto e os viu ali bem perto dele. E ela era ainda mais bonita assim, de perto, os olhos pareciam hipnotizar. Talvez fosse por isso que o homem tinha ficado tão bobo.

- Harry, eu quero te apresentar a Nicky. Ela estudou comigo, com seus pais e com S... – ele não terminou de falar.

Vendo que ele havia ficado embaraçado, tomou a frente e se apresentou a Harry. O garoto sorriu em retribuição ao sorriso da professora. - Então, enfim consegui conhecer Harry Potter. Há muito tempo eu esperava por este momento. – Ela olhava o garoto com carinho. – Eu e sua mãe éramos muito amigas Harry. Tenho algumas fotos de quando ainda estávamos na escola. Ela por várias vezes foi passar as férias na minha casa. – viu o garoto irromper em um sorriso maravilhoso. – Se quiser vê-las é só me procurar. Mas... tenho que ir, estou exausta por causa da viagem. Foi uma longa jornada até aqui. – com um sorriso despediu-se de Harry. Lupin fez o mesmo, piscando com o olho direito para o menino que entendeu e sorriu.

Ficou olhando para os dois saindo do salão. Logo sumiram de vista, mas ainda assim, quando foi para os corredores pôde ver os dois andando lado a lado, as mãos muito próximas, quase unidas.

- Então – disse ela, num tom de reprovação e raiva – Quer dizer que os pais dos alunos "fizeram" Dumbledore despedir você? Que absurdo! Qual o problema? Com certeza nenhum deles veio ver como você era. Nenhum se interessou em saber que você é um homem digno e que merece respeito como todo mundo. – Ela estava inconformada com a injustiça que cometeram com Remus.

- Pois é, tem coisas que não mudam nunca, nem mesmo quando algumas pessoas dizem o contrário. Já estou acostumado, não se preocupe. - Ele a olhava como um menino de 15 anos. Parecia que estava de volta aos tempos em que estudaram ali, quando ela brigava com todos por tratarem o menino de forma diferente. Parecia que estava vendo a sua namoradinha de outrora defendendo-o dos deboches dos outros alunos. Estava gostando de ouvir tudo aquilo. Demonstrava que ela ainda sentia alguma coisa por ele, mesmo que fosse apenas amizade, carinho.

- Pois não devia estar acostumado, porque eu não me acostumei a isso, e não vou deixar que falem nada enquanto eu estiver aqui. - Chegaram em frente à porta da sala dela e ambos desejavam profundamente que a sala fosse no último andar, na torre mais alta, no ponto mais afastado do jardim, e ainda assim seria perto demais. Ficaram conversando ali mais uns dez minutos até que ele se lembrou de quanto ela deveria estar cansada.

- Bom, - disse ele, meio a contragosto. Por ele passaria a noite toda conversando com ela. – vou deixá-la descansar. A viagem deve ter sido longa. Não quero que se canse mais. Boa noite. – não queria ir embora, não queria deixar Nicole ali, sozinha. Se tivesse um pouco mais de coragem pediria para entrar, para ficar ali com ela, ao seu lado, a vendo dormir.

- É, estou cansada sim. Mas nós teremos muito tempo para conversar. – disse olhando-o nos olhos. Ele continuava o mesmo menino tímido e sem jeito que conhecera há tempos. – Boa noite Remus. – deu-lhe um beijo no rosto, olhou mais uma vez naqueles olhos que a tinha feito apaixonar e entrou em sua sala.

Ele ficou parado ali, sem ação. Não esperava que ela fosse lhe dar um beijo, ainda que no rosto. Percebeu que ainda se encontrava em frente a porta dela, após alguns minutos. Sacudiu a cabeça, e se dirigiu à sua sala sorrindo feito um menino que acabou de dar o primeiro beijo na primeira namorada.