So Near, so Far.

Há muito tempo atrás, e não se sabe quanto, existia um mago muito poderoso conhecido como Leed Clow. Ele havia criado uma magia muito poderosa que foi passada para seus dois filhos. A filha recebeu a magia do sol e o filho a magia da lua e assim o pai achava que cooperariam mutuamente. Acontece que isso não ocorreu e ambos brigaram pelo livro de magias de seu pai que, triste pela atitude de seus filhos, acabou por morrer pouco tempo depois.

O livro de magias que continha as cartas mágicas de Clow era protegida por uma magia muito forte e, somente quando os dois se unissem novamente, poderiam quebrar essa magia. Mas os filhos de Clow, muito teimosos, nunca tornaram a se falar e dois reinos foram criados: o reino do sol e o reino da lua.

Em cada um desses reinos, existia um guardião. Kerberos, o guardião do sol e Yue, o guardião da lua. Eles serviam como conselheiros reais para cada um dos irmãos. Mas mesmo após a morte deles, essa rincha das famílias continuou e eles entravam em constante conflito pela posse do livro de Clow. Acontece que a lei sobre o livro havia ficado esquecida na mente dos dois irmãos e nunca foi passada adiante. Sendo assim, seus sucessores achavam que somente com a guerra conseguiriam o livro de volta.

Com o passar dos anos, essas brigas foram se tornando mais freqüentes e os atuais sucessores ao trono faziam jus ao nome das famílias separadas. Sakura Kinomoto e Shaoran Lee pareciam ter nascido apenas para brigar. Até mesmo nos torneios de magia.

- Você chama isso de magia, Sakura? – Lee abriu um sorrisinho maldoso, ao ver sua oponente no chão. – Você nunca será páreo para mim. Espero que tenha aprendido a lição desta vez...como seu irmão falava mesmo? Ah, sim. – Olhou-a. – Monstrenga. – As pessoas que estavam lá para assistir ao torneio começaram a rir de Sakura. Não que ela fosse fraca, mas o sucessor dos Lee também era muito poderoso.

- Eu te odeio, Shaoran! Eu te odeio! – Sakura gritou e saiu correndo dali.

Isso foi há cerca de sete anos antes da verdadeira história começar. Entendam que Shaoran e Sakura tinham apenas dez anos nessa época e já se odiavam profundamente. Só que depois desse incidentes, eles nunca mais se viram.

Só que isso não significa que seus pais não tenham se visto. Na verdade, eles sempre mantinham encontros secretos, nos quais discutiam o destino das famílias.

- Você chegou a falar com a Sakura sobre isso, Fujitaka? – O senhor Lee perguntou, enquanto caminhavam pelos jardins do castelo do sol.

- Ainda não, ela é uma menina difícil de lidar, você sabe. – Suspirou. – Não acho que ela vá aceitar esta situação. E quanto a Shaoran? – Perguntou.

- Bem, eu...também não falei com ele. Na verdade, ele passa a maior parte do tempo treinando, então...

- Acho que teremos muitos problemas, meu amigo. – Fujitaka olhou-o. – Mas creio que é a melhor solução para acabar com isso de uma vez. Assim, nossa família pode se unificar novamente e não haverão mais guerras pelo livro de nosso antepassado, Clow. – Sorriu.

- É, tem razão. – O senhor Lee concordou. – Falarei com Shaoran esta noite e organizaremos uma festa para anunciar o noivado dos dois. Eles se casarão o mais rápido possível.

- Sim, eu também irei falar com Sakura. – Fujikata disse. – Nos falaremos depois, Lee.

- Assim espero. – O senhor Lee retirou-se, acompanhado dos guardas até o lado de fora do castelo.

X

- Mandou me chamar, papai? – Sakura perguntou, olhando o pai sentado no trono.

- Sim, minha filha. – Fujitaka ergueu-se do trono. – Você sabe o quanto a preservação do nosso reino é importante para nós, não é?

A pergunta assustou Sakura.

- Sim, papai. O reino está acima de qualquer coisa, foi o que o senhor me ensinou. – Aproximou-se. – Mas por que isso agora?

- Eu decidi, junto com o senhor Lee, que será melhor unificarmos as nossas famílias, Sakura. – Disse de uma vez. Má, má escolha.

- Ah, claro, isso é...VOCÊ O QUÊ?! – O grito assustou os passarinhos que estavam na janela.

- Entenda, Sakura, essa briga entre famílias para ver quem é melhor, é inútil. O melhor será que tudo seja resolvido com a união das famílias Kinomoto e Lee. – Fujikata foi duro nas palavras.

- Eu jamais vou me casar com aquele Lee! Nem mesmo pretendo me casar por agora! – Sakura esbravejou.

- Isso não é um pedido de seu pai, Sakura, é uma ordem do rei. – Fujitaka deu a conversa como encerrada, saindo da sala.

- ISSO NÃO É JUSTO! – Ouviria ainda, antes de deixar a sala do trono.

As coisas não foram muito diferentes no castelo da lua...

- O QUÊ?! – Shaoran exclamou, atônito com a notícia. – Como assim vocês decidiram isso sem nos consultar, papai?

- Você sabe que é a melhor decisão para os dois reinos, Shaoran. – O senhor Lee disse. – Além disso, vocês poderão obter o poder máximo de Leed Clow assim, não era isso o que queria?

- Através da luta eu também poderia obter esse poder! – Shaoran contestou. – Não quero me casar com ela, papai!

- Isso não é um pedido, Shaoran. Espero que tenha ciência disso. – O senhor Lee se retirou da sala, sem escutar o filho praguejar sobre.

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- Eu não posso acreditar nisso! – Ela abriu a porta do quarto com tal força, que sequer notou o guardião, agora espatifado contra a parede, atrás dela.

- Ai...- O guardião murmurou, caindo no chão, mas Sakura pareceu não dar crédito a isso.

- Papai decide tudo por conta e sequer me pergunta se é o que desejo! – Deixou o corpo cair sobre a macia cama de casal e bufou, muito irritada.

- O que houve, Sakura? – O guardião, mais parecido com um urso de pelúcia voador do que com um guardião real, aproximou-se dela, pousando em sua barriga.

- Papai decidiu que eu me casarei com aquele...aquele...! – Não completou a frase. – Não é justo, Kero!

- Com aquele moleque?! – O pequeno exclamou, flutuando em torno de Sakura. – Mas isso significa reunificar as famílias, não é?

- Mas eu não quero me casar com ele! Eu o odeio, Kero! – Ergueu-se, olhando-o diretamente. – Você, melhor do que ninguém, sabe o que houve naquele dia. Ele me humilhou na frente de todos! – Suspirou.

- Sei como se sente, Sakura. – Deu-lhe tapinhas leves nas costas. – Tentou falar com seu pai?

- Ele sequer me ouviu. Disse que o reino está acima de tudo. – Revirou os olhos. – Esse não é o destino que eu planejei pra mim, Kero. Eu queria viajar pelo mundo, conhecer novos lugares...mas agora...terminarei casada com alguém que odeio e serei obrigada a assumir o trono. Por que o mundo tem que ser tão injusto? – Abraçou as próprias pernas, segurando as lágrimas.

- Vai dar tudo certo, Sakura. – Kero suspirou, tentando animar a dona.

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- Por que justo eu tenho que me casar com ela, Yue? – O garoto perguntou, adentrando o quarto em pesados passos.

- Se é uma ordem direta de seu pai, não vejo porque desobedecer. – O guardião respondeu friamente. – Talvez seja bom para você adquirir alguma maturidade, Shaoran. – Completou.

- Por que eu ainda insisto em conversar com você? – Arqueou as sobrancelhas, encarando o guardião.

- Talvez porque eu seja o único ser que te escuta neste castelo? – Retrucou.

- Tanto faz. – Revirou os olhos. – Eu não pretendia me casar tão cedo. Tampouco com Sakura. – Suspirou. – Ela deve me odiar e é completamente recíproco.

- A diferença entre o amor e o ódio não é mais grossa que um sussurro. – E vendo que Shaoran não respondeu, um sorriso formou-se nos lábios do guardião. – Talvez você possa aprender a gostar dela com a convivência.

- Talvez é muito vago para mim. – Bufou, antes de jogar-se na cama.

Casamento...

Essa palavra ecoou nos pensamentos de Sakura e Shaoran, antes que caíssem num pesado sono.

Continua...

Notas da Autora:

Como prometido, o primeiro capítulo da minha longfic de CCS!

Eu não sei como vai ser a história, então não me perguntem. Foi imprudência minha postar o primeiro capítulo assim, logo de cara. Eu tenho medo de nunca concluir minhas fics quando faço isso, mas me esforçarei com essa, porque eu venho planejando uma long de CCS há anos.

Bem, eu agradeço a todas as reviews em Reencontro, mas permaneço firme na minha decisão de não continuá-la porque eu acho que estragaria a magia da fic.

Aliás, magia é um assunto que estará muito presente nessa fic! Não será apenas um melodrama de amor e ódio, isso eu posso garantir! Mas uma pitada de romance é sempre bom, não é? Eu tentarei prevalecer com a personalidade dos dois. Será algo mais parecido com os primeiros encontros do Lee e da Sakura antes de eles se aproximarem e talz.

Bem, com o tempo isso muda não é?

O título da fic se atribui a uma música e eu acho que vai ser perfeito para a fic. Afinal, os opostos se atraem!

Por favor, deixem reviews com suas opiniões e eu aceito sugestões já que não tenho nada além disso pra essa fic agora!

Enfim.

Até o próximo capítulo!