Fase A Vida Real

Leo S.

Sinopse: Após todas as Sagas dos Cavaleiros, aqui eles enfrentam uma nova fase, onde tentam viver uma vida real.
Orientação: Yaoi
Classificação: M
Gênero: Angst /Romance
Spoilers: Até a Saga de Hades tudo poderá ser mencionado.
Formato: Longfic
Capítulos: 7
Status: Completa
Idioma: Português
Casais: Hyoga e Shun. Entre outros.
Disclaimer: Bom os personagens não são meus, pertencem a serie de mangas e desenhos Saint Seiya, mas estou pegando emprestado para me divertir e divertir outros fãs. Assim que eu espero que aconteça.

1.

Saori voltou a gerenciar a fundação GRAAD na maior parte do tempo, os garotos ficaram morando com ela na mansão Kido, por causa de um pedido feito por ela mesma. Os cavaleiros de ouro ficaram no templo e Shaka de virgem foi nomeado mestre do Santuário, Mu de Áries ficou encarregado de auxiliar Shaka. O mestre ancião voltou aos cinco picos antigos, mas agora tinha uma companhia agradável seu grande amigo Shion, que deixou de ser o mestre do santuário e cavaleiro de Áries.

Logo que Atena voltou à mansão Kido, Separou uma ala inteira do casarão para que seus cavaleiros de bronze vivessem, exceto Seiya que ganhou um quarto ao lado do dela. E em uma manhã de uma terça-feira a mudança começou a ser feita, e é aqui que começamos nossa história.

Flashback

- Seiya! Seiya! Onde você está? – Saori corria pelo gramado do jardim de entrada onde havia dois caminhões parados, que traziam as mudanças de Seiya e Shiryu.

- Estou bem aqui! – Responde Seiya debaixo de uma pilha de roupas atrás de Saori – Onde eu ponho as minhas coisas?

- Eu separei a ala norte da casa pra você e seus amigos. Pode por em um dos quartos de lá, que depois eu mando alguém ir arrumar. – E ela olhou nos olhos dele, que tinha se livrado das roupas, e notou um desapontamento enquanto ele dizia:

- Ala norte, a ok, mas Saori me responde uma coisa em qual ala você está instalada?

- A, meu quarto fica na ala oeste. – Saori pensou por um instante sobre a possibilidade de ter Seiya em sua casa e na insegurança que apresentaria ele na mesma ala em que ela estava. Afinal de contas ele ainda era um garoto e ela uma garota, deusa mais garota. Isso era perigoso mais ela, desde quando soube que era deusa pegou gosto por viver perigosamente, então olhou novamente nos olhos dele – Se você se sentir mais a vontade pode, como é mesmo que fala, hum, se acomodar em um dor quartos da minha ala.

- Eu posso mesmo? Quer dizer você acha que não teria problemas, se eu fizer isso? – disse Seiya animado, mais muito envergonhado.

- Se não tiver problema pra você, ter uma garota "metida" e mandona morando no quarto ao lado, tudo bem.

Então Seiya começou a levar suas coisas para o quarto que ficava ao lado do de Saori quando trombou com Shiryu e Hyoga na entrada da mansão.

Fim do Flashback

- Então é por isso que você esta levando suas coisas pra ala da Saori, Seiya? – disse Shiryu, quando o amigo terminou de contar a historia para ele e Hyoga, que tinha acabado de chegar a mansão.

- É, foi assim Shiryu, mas não foi intencional – diz Seiya totalmente vermelho tomate – Mas vamos parar de falar de mim. Hyoga como foi sua viagem de despedida para a Sibéria? – mudando repentinamente de assunto.

- Foi ótima até a hora de me despedir de todos no vilarejo, vocês sabem eu gosto muito de todos por lá. – diz ele com cara de que não iria fazer cara de sentimental e não queria mais tocar no assunto – E você Shiryu, como foi nos cinco picos?

- Vou sentir saudades do mestre, mas fico feliz por saber que ele terá uma boa companhia para ajudá-lo.

- O que? – Perguntam Seiya e Hyoga sem entender.

- Shion deixou o santuário e foi morar nos cinco picos, para ajudar o meu mestre. Logo depois que ele retornou ao santuário, após o fim da tortura dos cavaleiros de ouro.

- "Ajudar", a sei. – diz Hyoga pensando no tipo de ajuda que Shion poderia oferecer ao cavaleiro de Libra.

- O que você quer dizer com isso Hyoga? – pergunta Seiya sem noção de que os amigos falavam.

- Nada Seiya, mais tarde a gente se fala, tenho que levar minhas coisas pro meu quarto. A propósito eu vou dividir o quarto com Shiryu.

- OK, vou falar com a Saori, pra ver se ela sabe onde estão o Shun e o Ikki. Ate mais tarde amigos.

Seiya chega ao jardim e se depara com um caminhão chegando, resolve parar e observar do que se tratava a chegada do caminhão. De repente salta do caminhão um garoto ou era uma garota? Seiya chegou mais perto, ele não acreditava que aquela beleza era de um garoto. Quando se aproximou descobriu que era seu amigo Shun, mas ele nunca havia reparado, ele na se lembrava de Shun ser tão bonito. "Acho que por causa da guerra não tive tempo pra reparar nisso". Pensou o ex-cavaleiro de pegasus.

Do caminhão:

- Shun não se esqueça que a casa não é nossa, e não vá se perder... – dizia Ikki enquanto juntava algumas coisas para levar casa adentro.

- Certo irmão. Vou ver se encontro alguém! – e virando-se para a direção da porta deparasse com a imagem de Seiya ao longe. – Irmão o Seiya está vindo pra cá! Seiya! Seiya! Seiya!

- Shun! – diz Seiya correndo para o caminhão.

Quando Seiya chegou ao caminhão de frente para Shun. O amigo abriu um sorriso naquela linda face. Seiya não sentia mais o corpo, não conseguia se mexer.

- Ah! Seiya quanto tempo. Como você está? – diz Ikki de dentro do caminhão.

- ...

Seiya Volta-se para Ikki perplexo sem entender absolutamente nada do que o amigo havia dito. Ikki olha pra Seiya e percebe sua confusão.

- Seiya. Você está bem? – pergunta Ikki.

- Eu to ótimo. – diz ele tentando disfarçar mais ficando completamente vermelho púrpuro.

- Seiya você sabe onde eu levo essas coisas? – pergunta Ikki retirando duas caixas do caminhão.

- A Saori reservou a ala norte pra vocês é só escolher um quarto que depois alguém vai lá arrumar.

- OK então eu vou indo na frente Shun depois você vem me ajudar a separar nossas coisas. – diz Ikki indo embora e deixando Shun e Seiya sozinhos.

Shun olha Seiya e fica meu confuso pelo estado em que o amigo se encontrava. Seiya percebe que estava sendo observado por um olhar curioso. Ambos tomam uma cor púrpura em suas faces.

- Shun, onde você foi depois que nós saímos do santuário? – perguntou Seiya repentinamente.

- Eu fui, é. Seiya?

- Shun, você saiu do santuário, não foi? – Seiya encara o amigo.

- Bem, eu sai do santuário, mas um pouco depois de vocês. – disse Shun sem graça.

- Foi por isso que eu não encontrei você, pra me despedir. – diz Seiya relembrando aquele dia.

Mais um flashback 1ª parte

- Shun! Shun! Shun! Shun! Shun! – Seiya chamava pelo amigo, enquanto subia e descia varias e varias vezes as grandes escadarias do santuário de Atena. Olhou na altura da casa de virgem e viu Shaka na porta da casa meditando. "Vou perguntar a Shaka se ele viu Shun, pois ele sempre sabe das coisas".

Pegasus se dirigiu a casa de virgem contando os passos, estava muito pensativo, afinal não consegui sentir o cosmo do amigo. Seiya chegou às escadarias de virgem levantou a cabeça e viu que Shaka estava acompanhado por Mu de Áries. Shaka não estava meditando, ele estava discutindo com Mu.

- Mu eu não posso fazer isso, nem por você, nem por ele. – disse Shaka em tom muito serio.

- Mas Shaka é por uma boa causa, e você não precisa falar, eu digo e você só confirma. - disse Mu.

Seiya chegou nesse momento, pensou um pouco e disse:

- Desculpem, mas vocês viram o Shun? – perguntou Seiya. Shaka virou-se pra Mu, que automaticamente ficou vermelho.

- Seiya, o Shun foi à frente, de manhã cedo e não quis acordá-los. – disse Mu. Shaka abaixou a cabeça e balançou negativamente.

- OK obrigado Mu. – disse Seiya

Fim do flashback

- Mas Mu me disse que você tinha saído mais cedo que nós!

- Quem? – disse Shun se fazendo de desentendido.

- Mu cavaleiro de áries. Lembra? – Falou Seiya irônico.

- Ah isso eu entendi, estou perguntando o que o Mu disse. – disse Shun tentando não ser mal educado. Ele não sabia como escapar do inquérito do amigo.

- Que você tinha saído do santuário antes de mim.

- Ele deve ter se equivocado com a informação. – estava completamente envergonhado por não ter se lembrado que tinha de dizer que tinha saído antes dos outros.

- Shun, se você não quiser me contar o que houve vou entender já que você não deve me considerar tão seu amigo assim. – diz Seiya fazendo chantagem.

- Seiya não é isso. – diz Shun que vê seu amigo muito triste – Eu vou te contar o que houve e onde eu estive, se você ainda quiser saber.

- Quero, Shun afinal eu me preocupo com você.

O dialogo entre os dois amigos continuava. Seiya continuava indagando sobre os acontecimentos no dia em que saiu do santuário.

Shun estava sem alternativas iria ter que contar, pois omitir é uma coisa mas mentir, isso ele não fazia.

- Então Shun, vai me contar sua historia? – perguntava Seiya pela milésima vez.

- Seiya eu. Amigo entenda eu não queria falar nisso no nosso primeiro dia juntos, como uma família. – Shun rezava para que Seiya o entendesse.

- É afinal de contas em uma família ninguém confia em ninguém mesmo, não é Shun? – pronto a esperança de Shun se fora como havia chegado. Em um passe de mágica.

Enquanto Shun se esquivava de Seiya acontecia um outro encontro estranho. Ikki havia chegado a ala norte e procurava um quarto que lhe agradasse em um enorme corredor, com um tapete vermelho e vários quadros. Ele estava nesse transe quando encontrou um quadro particularmente familiar. Era de um grupo de garotos, onde logo reconheceu seus amigos e seu irmão que se encontrava em seu ombro. O quadro estava ao lado de uma porta de carvalho muito velha. Ikki segurou a maçaneta e virou-a para a direita, escutou-se um click ecoar pela ala inteira. Ele fitou a fenda por onde passava um fio de luz. "Entro, não entro, eis a questão". Pensava Ikki.

Ikki sentiu uma brisa acariciar-lhe o rosto e se deter em seus lábios, enquanto empurrava a porta e adentrava ao aposento.

Lá dentro, ele se deparou com um gigantesco quarto de forma retangular. Era magnífico, tinha as paredes azuis como o céu, o piso era de madeira brilhava muito, havia um lustre gigantesco no teto com voltas e voltas de cilindros de vidro, uma janela imensa que dava para os jardins da mansão, mas só havia uma cama naquele quarto, mesmo assim Ikki queria aquele quarto.

- Não é possível que aqui nesse quarto enorme só tenha uma cama, ele é maior que uma casa. – dizia ele em voz alta. Nesse momento ele viu em um canto uma outra porta idêntica a primeira. "Não custa tentar". Aproximou-se da porta e empurrou. Atrás daquela porta tinha uma escada em caracol que ele subiu rapidamente e empurrou uma terceira porta e viu um como igual ao anterior amplo e bem iluminado e com uma janela imensa.

- Já tenho um lugar para o Shun. – Depositou a bagagem do irmão e desceu para o outro cômodo e deixou suas próprias bagagens e saiu do quarto. Trombou com uma pilha de roupas no corredor, a pilha reclamou algo:

- Hyoga olha por onde anda. – Ikki reconheceu a voz de seu velho amigo Shiryu.

- Shiryu, acho que não sou o Hyoga. – disse Ikki. Shiryu deu um salto e todas as roupas de Hyoga foram parar no chão.

- Ikki, quanto tempo. – o dragão fez uma reverencia.

- Deixa disso. – Ikki abraçou o amigo derrubando-o no chão. – depois de tudo pelo que passamos juntos podemos esquecer essas formalidades. Agora seremos uma família de verdade. E a propósito você quer ajuda com isso?

- Não seria nada mal.

E os dois seguiram para o quarto de Shiryu alegres e sorridentes.

Hyoga estava cansado da bagunça no quarto e só faltava mesmo uma leva de roupas que estava com Shiryu, então decidiu sair, pois o dia estava lindo. Foi ate a porta saiu e dirigiu-se em direção ao jardim da frente.

Lá bem na entrada Shun ainda estava escapando das perguntas de Seiya quando esse por fim se irritou das escapulidas do amigo, encarou ele parou de falar e pensou por um momento:

- Shun, da ultima vez que eu te vi, você não era tão escorregadio! Vejo que mudou bastante deve ter tido aulas com a Saori. – disse para o amigo ironicamente decepcionado.

Shun notou que o amigo estava decepcionado com ele. Ele não era uma pessoa assim tão terrível para não perceber que estava desiludindo seu maior amigo.

- Seiya me escute com atenção, pois só terei coragem de dizer isso uma vez. OK? – disse Shun seriamente.

- OK. – agora ele estava serio.

- Seiya você é meu melhor amigo. O melhor que já tive, ou que terei pro resto da vida. – Seiya sentiu uma pontada de ressentimento, estava obrigando Shun a falar e o amigo ainda o considerava-o seu melhor amigo. – Se eu pudesse contar a alguém não acha que esse alguém seria você?

- Shun, me desculpe não tive a intenção de ferir você, mas eu estava preocupado passei dos limites.

- Não, eu te compreendo.

- Shun quando puder e estiver preparado para falar com alguém e quiser que esse alguém seja eu. Eu estarei aqui.

Os dois se emocionaram. Começaram a choram e se abraçaram e ficaram assim por vários minutos.

Foi assim que eles estavam quando Hyoga os encontrou. Ela parou não sabia porque mas foi acometido por uma raiva sem motivo, que tomava força dentro de si. Correu até os amigos.

Os dois se separaram no mesmo momento, quase caindo de costas. Eles olharam para Hyoga, que estava com uma cara estranha e ficaram com as bochechas da cor de tomates.

- Oi Hyoga. – disseram os dois.

- Oi novamente Seiya. Ah, e oi Shun pelo que vejo não iria me dar a honra de sua companhia. Já que nem se importou em me avisar de sua chegada. – disse Hyoga frívolo e com uma pitada de desgosto.

- Não, Oga eu já estava indo cumprimentar a todos lá dentro. – nisso Hyoga já estava de costa indo de volta para mansão. Não sabia por que fazer aquilo, mas tinha que fazer. – Hyoga me espera. – Shun começou a correr atrás dele.

Hyoga se sentia bobo por estar fazendo aquilo com Shun, mas estava magoado com amigo mesmo não sabendo ao certo o motivo, mas gostava de pensar que era ciúmes por Shun achar Seiya um amigo melhor que ele, mesmo que uma voz na sua cabeça gritasse "ele estava abraçado com ele".

Shun voltara para se despedir de Seiya corretamente, depois que viu Hyoga bater a porta do quarto em sua cara. Shun estava triste com a atitude inesperada de seu amigo. Chegou até Seiya serio mas quando sentou-se novamente na mesa de seu amigo, desabou a chorar amargamente e soluçar sem parar.

- Shun, o que foi que ele fez com você?

- Nada... Seiya..., acho que fui eu... que fiz alguma coisa..., mas... não sei o que foi... e ele... nem deixou eu... me desculpar. – dizia Shun entre soluços e lagrimas brilhantes tingiam a toalha da mesa, que fora posta ali no jardim propositalmente.

- Não Shun, você não tem que se desculpar. Eu não vi você fazer nada. Ele é que é um grosso mal educado e um porco burro e sem sentimentos. – a raiva surgia no peito de Seiya. Ele iria tirar satisfações com o loiro. Não sabia como alguém poderia fazer um ser frágil como Shun chorar daquele jeito.

- Mas Seiya, você não entende ele esta magoado comigo por algo que eu fiz. Acho que ele nunca mais falara comigo. – e não conseguia mais parar de chorar.

Não era segredo pra ninguém que Shun era dentre os amigos o mais frágil e sentimental, mas todos o respeitavam por isso. Seiya pensou e repensou e não conseguia entender os motivos de Hyoga, mais cedo ou mais tarde teria de falar com o amigo.

- Shun não se preocupe tenho certeza que o Oga vai voltar a falar com você.

- Você jura?

- Apostaria a minha armadura nisso se ela ainda estivesse comigo. HAhaha.

- Só você pra rir em uma hora dessas.

- Você também vai rir. Vou dar um jeito nisso agora.

Seiya partiu pra cima de Shun e começou a fazer cócegas na barriga dele ele chorava mais de tanto rir. Ele tentava sair das investidas de Seiya até que a confusão ficou tão densa que eles caíram na grama. Shun caiu primeiro e Seiya caiu por cima dele. Os dois ficaram muito próximos e seus olhares se cruzaram foi inevitável a aproximação mas quando caíram de volta a seus lugares em seus corpos, eles estavam quase se beijando. Eles se levantaram em um salto e começaram a disfarçar.

Ikki observava tudo da janela de seu quarto. Quando viu o que poderia ter acontecido se desesperou.

- Shun venha até aqui. – berrava ele como um louco. Até que consegui chamar a atenção do caçula.

- Seiya meu irmão esta me chamando. Eu tenho que ir. – disse Shun. – Promete que não vai contar a ele que eu chorei por causa do Oga, se não ele vai encrencar.

- Prometo Shun.

Seiya ia voltar e arrumar as cadeiras quando Shun correu até ele para beijar seu rosto em despedida. Mas este desavisado virou-se e o beijo foi no cantinho dos lábios dos dois. Eles levaram um tremendo susto e terminaram o beijo. Afastando rapidamente Shun com vergonha saiu apressadamente para a mansão deixando Seiya com um inexplicável aperto nas calças.

Shun estava no hall da mansão quando se tocou que não sabia em qual quarto seu irmão estava. Ele saiu pela porta mais não conseguia ouvir mais a voz de seu irmão. Adentrou ao prédio novamente, olhou a volta e decidiu por procurar seu irmão. Ele tinha uma pista pois não parede de frente a ele havia uma faixa de boas vindas.

"Bem vindo meus cavaleiros, ou melhor, meus amigos e irmão. Se sintam em casa. Saori. PS: separei a ala norte pra vocês."

Então ele sabia duas coisas. Primeira o seu irmão estava em algum quarto da ala norte. Segundo nunca fazer um cartaz rosa e escrever de amarelo. Aquilo não era muito agradável.

Shun encontrou a ala norte logo na primeira tentativa, mas achar o quarto era outra coisa. A ala era imensa tinha inúmeros corredores e aposentos, três andares, quatro salas de repouso, duas salas de televisão.

Por volta de três horas depois, Shun encontra um corredor mais estreito, uma pessoa passava sossegada mais que isso nem pensar. Ele começa a diminuir a velocidade, quando se depara com um quadro, mas não tem muito tempo para admirá-lo. Alguém abre a porta que estava atrás dele e diz:

- Shun, até que enfim você chegou! Achei que ia ter que ir te buscar. – era o Ikki que estava puxando-o pelo braço para dentro de um quarto gigante.

- Ikki, eu estava te procurando. – afirmou Shun.

- Pois já me encontrou. Entre, entre precisamos acertar algumas coisas.

Dizendo isso fechou a porta e encarou o irmão caçula.

- E então o que achou do quarto?

- Nossa Ikki é maravilhoso... A não só tem uma cama. Onde eu vou dormir? – disse o menor com um tom preocupado na voz.

- Então Shun é sobre isso que eu queria falar. Já reparou que suas coisas não estão aqui?

- Ikki você esta dizendo que eu não vou dormir no mesmo quarto que você? – disse Shun triste. O irmão assentiu com a cabeça. – Onde eu vou dormir então?

- Shun eu acho que você já pode ter seu próprio quarto e como aqui tem espaço para suprir essa necessidade, tomei a liberdade de arrumar um quarto pra você, mas ele tinha que ser próximo ao meu.

- E onde é?

- Feche os olhos. – O irmão o obedeceu sem pestanejar. Ele foi até a gaveta do armário, retirou um pano preto e cobriu os olhos do irmão com o pano dando um nó na parte de trás, para que o pano não caísse. – Agora me de a mão e ande devagar.

Shun fazia tudo o que o irmão mais velho mandava. Estava com o coração disparado, sua respiração era ofegante, não conseguia segurar sua ansiedade.

Ikki fez o irmão andar até a porta que ficava num canto do quarto, pediu para ele parar e esperar. Colocou a mão na maçaneta e a girou. A porta se abriu sem barulho algum. Ele voltou e pegou o irmão delicadamente pela mão e reiniciou a caminhada.

Shun agora conseguia afirmar com certeza que estava subindo uma escada. Mas como aquela escada fora parar ali? Onde estava?

Ikki guiou Shun até o topo e abriu a porta do quarto do irmão. Puxou-o imediatamente para dentro, sentou o menor em uma cama e disse:

- Irmão abra os olhos. Eu vou contar até três. – desvendou os olhos do mais novo. – Um, dois, três e já!

Shun abriu os olhos devagar revelando as grandes esmeraldas que depois de ficarem um tempo no escuro estavam bem mais cintilantes. Quando o caçula abriu os olhos completamente percebeu que estava em um aposento idêntico ao abaixo só que os moveis eram claros e em sua cor preferida verde e com mesclados brancos. Ele olhou para a parede a sua frente e se deslumbrou com uma enorme janela por onde se via o por do sol.

- Irmão esse... esse quarto é pra mim?

- Sim Shun. É lindo não é?

- É maravilhoso, irmão! – Levantou-se e começou a andar de um canto a outro elogiando os moveis, até que se deteve na janela e colocou o corpo da cintura para cima para o lado de fora se debruçando sobre o peitoral da janela imensa e admirando os campos e jardins da mansão Kido. Estava totalmente distraído quando seus olhos pousaram em uma figura que esta saindo pelo jardim da entrada.

A figura loira sentiu-se observada e voltou seus olhos azul-anis para a direção de seu observador, que voltou o corpo para dentro do quarto instantaneamente. E voltou a falar com o irmão mais velho.

- É tudo tão belo. Pena que você não vá estar aqui o tempo todo.

- Imaginei que você diria isso, mas se você reparar no caminho que fizemos lembrara de ter subido uma escada.

- Sim é mesmo. – Ikki contou a Shun todo o caminho e onde o quarto ficava exatamente e também como o tinha descoberto.

Todos os cavaleiros já estavam estalados e seguiam para a sala de jantar. Como Saori havia dito que queria todos presentes para uma conversa muito importante.

Todos já estavam presentes e impacientes quando por fim a anfitriã chegou.

- Olá. Meus amigos. Espero que estejam gostando de sua nova casa. Estão todos bem acomodados?

- Aqui tudo é maravilho Saori obrigado por nos abrigar em sua casa. – Disse Shun seriamente.

- Não meu querido Shun. Vocês não têm que me agradecer. É muito pelo contrario.

- Nós não estamos entendendo Saori. – Disse Shiryu.

- Bom, não é necessário que vocês entendam agora. Por hora vamos aproveitar a comida e confraternizar. Mais tarde todos entenderam.

Estavam sentados a mesa de Atena todos os cavaleiros que haviam participado do torneio galáctico. Saori ao topo da mesa, Seiya a sua direita, Shiryu ao lado deste, Hyoga ao lado de Shiryu , Ikki e logo depois Shun. Do outro lado estava Jabú e os outros.

Uma hora depois todos já haviam comido. Saori se levantou e olhou atentamente cada um de seus cavaleiros se demorando um pouco mais em Seiya.

- Creio que todos já provaram desta maravilhosa refeição. Então posso prosseguir com os planos para esta noite. É claro se não houver nenhuma objeção. Alguém tem algo a dizer?

- ...

- Meu avô, antes de morrer me deixou uma carta que era para ser lida juntamente com os cavaleiros de bronze que fossem consagrados pela fundação. E aqui estou para fazer sua vontade. – Pegou a carta da mão de Tatsumi e começou a lê-la.

"Querida Saori e jovens cavaleiros,

Se chegaram a esse momento isso significa que a muito já não sois beneficiado por vossas companhias. Aqui estão gravados á tinta meus últimos desejos para com vocês.

Imagino que a essa altura já tenham descoberto que minha neta que está perante vocês é na realidade a reencarnação de Athena deusa da justiça e guardiã da Terra.

Espero que já tenham enfrentado a todo o mal que a ameaçava e que tenham salvo a humanidade novamente como foi feito por seus antecessores.

Saori,

Me perdoe por tela deixado quando mais precisava de minha companhia. Mas espero que me perdoe.

Espero que também saiba que apesar de não termos o mesmo sangue te amo ate mais do que se fossemos parentes de sangue.

Minha netinha minha pequena netinha me dói muito ter que deixa-la sozinha, mas espero que seus cavaleiros sejam bem mais que cavaleiros de Atena, sejam seus irmãos de criação.

Sempre vou te amar.

E agora vamos aos meus desejos:

1º Todos os meus bem vão para minha neta Saori Kido, que também deve ser imediatamente denominada sócia majoritária da Fundação GRAAD e assumir seu lugar como diretora absoluta.

2º Também concedo à senhorita Saori Kido sua emancipação perante a lei (o que deve estar em anexo a essa carta).

3º Aos meus filhos adotivos deixo-lhes um bilhão e meio de dólares a cada um, podendo ser gasto como bem quiserem.

4º Todos têm direito a partes iguais da mansão Kido localizada no Japão a qual é sede da Fundação GRAAD.

5º Desejo a todos que sejam felizes e se portem bem.

Adeus.

Mitsumassa Kido"

Todos se emocionaram. Ninguém esperava isso do velho. Mas Saori foi a mais abatida, chorava de soluçar sem controle. Seiya foi até ela e abraçou sua cintura. Levantou o queixo da moça olhou em seus olhos e se perdeu.

- Você não está sozinha enquanto eu estiver aqui. – Beijou a testa da menina que ficou estática.

- Nós também estamos aqui. – Ninguém percebera o estado da garota com o beijo de Seiya.

Já havia se passado uma semana desde a revelação da carta-testamento do avô de Saori. Todos estavam apreensivos com a situação. Saori cuidou para que as reivindicações do avô fossem seguidas ao pé da letra. Os meninos receberam seu dinheiro, como o senhor Kido havia pedido, mas Saori disse que era muito pouco e combinou que eles receberiam quinze por cento das ações da Fundação GRAAD. Ela também começou a trabalhar com mais convicção.

Era uma quarta-feira, o clima estava gélido mais não muito frio, já deveria ser umas três da tarde. Os meninos estavam sentados na sala de vídeo do terceiro andar, que também era onde ficavam seus quartos. Shun e Ikki estavam sentados em um sofá, Seiya e Shiryu no outro e Hyoga na poltrona. Eles estavam assistindo um desenho matutino, exceto Hyoga que lia um livro concentradamente. Seiya avisou que era hora do café e que iria buscar o dele.

- Irmão, quer que eu traga o seu? – perguntou Shun a Ikki.

- Obrigado Shun, quero sim. – Shun mirou Hyoga alguns instantes. Queria perguntar ao loiro se ele queria que trouxesse seu café também, mas tinha certeza que iria ser ignorado novamente, como sempre acontecia quando se dirigia a Hyoga. Parou ao pé da porta e pensou em correr o risco, mas quando abriu a boca, o loiro já tinha passado por ele e se dirigia a cozinha sem dizer uma única palavra.

Os amigos voltaram a sala para tomar o café, trazendo varias bandejas lotadas de comida. Todos se sentaram e serviram-se. Shun Passou manteiga num pão, colocou leite e açúcar em uma xícara e estendeu ao irmão.

- Aqui Ikki. Seu pão e o leite. – Ikki pegou da mão do irmão e lhe agradeceu.

Shun fez o mesmo pra si. Olhou diretamente para Hyoga que comia mudo e falou para seus amigos.

- Me perdoem, mas vou comer lá em cima. – Ninguém disse nada. Esse era um habito de Shun desde o primeiro dia em que acordou naquela casa. Parecia até que ele não queria ficar perto dos amigos. Seiya que tinha presenciado a briga passiva do primeiro dia, arriscava-se até em dizer que o amigo não queria era ficar perto do loiro.

Hyoga olhou para Shun sem que o outro notasse e anotou mentalmente de se lembrar de pedir desculpas por estar brigando com o amigo, assim que eles voltassem a se falar.

Shun subiu as escadas e entrou em seu quarto após passar pelo quarto do irmão. Foi até a escrivaninha e abriu a lixeira ao lado depositando seu café da manhã.

A dias que ele repetia esse ritual, sempre quando seu café era na companhia de Hyoga. Ele perdia a fome só de ver o amigo o ignorando sem motivo. Por que o loiro fazia isso, essa situação o machucava muito.

Shun se lembrou de uma noite que passara chorando depois de chegar de uma festa na qual o amigo o tinha ignorado o tempo todo e quando ele trousse lanche para os amigos ele recusou e foi pegar seu próprio lanche, como se comesse o que Shun tinha trazido fosse pegar alguma doença. Todos encaram Hyoga, mas ninguém se pronunciou então Shun foi até o irmão e sussurrou que estava com dor de cabeça e queria ir embora. O irmão o levou sem dizer nada, mas Shun tinha certeza que o irmão sabia de onde vinha a dor de "cabeça". Quando chegou Shun se trancou no quarto e chorou a noite toda.


Milhões de desculpas!

Não tenho nenhuma justificativa para o que aconteceu com essa fic.

Vou ser honesto com vocês, eu tentei reescrever, tentei reelaborar, tentei acender velas na encruzilhada e nada. Foram anos, literalmente, de trabalho.

A única explicação que posso utilizar é que hoje não sou mais a pessoa que escreveu essa fic, o que me deixa profundamente deprimido, porque isso representa o fim de uma parte da minha vida, mas também é uma coisa boa porque marca o inicio de uma vida nova.

Só tenho a agradecer a todos que leram essa primeira fic que eu escrevi; a todos que compartilharam desse importante momento e tantos sonhos que tive durante essa época.

Na verdade estou dando um adeus a tudo que essa pessoa representa na minha nova vida, mas não quero dar adeus a vocês, pois vocês também fizeram parte de meu renascimento.

Mas eu tenho uma promessa de nunca abandonar uma fic, e como eu odeio quebrar promessas, mas cheguei a um ponto onde é impossível continuar com essa fic, a coisa vai funcionar da seguinte forma, a fic vai terminar como está não vou escrever mais nenhuma linha, vou consideram meu trabalho como terminado. Um dia no futuro, não prometo nada, mas quem sabe, vou voltar a escrever nesse universo, dando um fim a essa historia. Claro que será com uma forma de escrita totalmente diferente, mas espero realmente ver vocês lá.

De agora em diante vou tomar cuidado para que o que aconteceu aqui nunca mais volte a acontecer com uma historia minha.