Os personagens desta fic não me pertencem. Mas eu não pretendo comercializá-los ou ganhar qualquer coisa por ter escrito esta fic além de comentários preciosos.

Ship: Harry Potter e Draco Malfoy. Essa fic contém slash.

Capa: http(doispontos)(barra)(barra)i188(ponto)photobucket(ponto)com(barra)albums(barra)z186(barra)Agata(underline)Ridlle(barra)ns(ponto)jpg

Spoilers: 7

Beta: DarkAngel

Finalização: 29 de abril de 2008.

Tema: 24. Harry tendo lances sonserinos

Nós

por Agata Ridlle

Eu sei

Tudo por acaso

Tudo por atraso

Mera distração...

- Malfoy.

A voz ecoou forte no quarto vazio.

- Potter. Pensei que não viria.

- Para que me chamou aqui? Pensei ter deixado claro que não queria mais te encontrar em público.

- Eu nunca te dei uma resposta. – o loiro tomou um gole do whisky, ainda sem encarar o visitante – E não estamos em público.

- O que você quer?

Draco suspirou, entornando o resto da bebida.

- Nada que você possa me dar, Potter.

- Isso tudo tem algum propósito? – o moreno deu um passo em direção ao outro homem, ouvindo a porta ser imediatamente trancada magicamente atrás de si – Malfoy!

Eu sei

Por impaciência

Por obediência

Pura intuição...

- Aceita uma bebida, Potter?

- Aceito uma explicação. E não aceito o fato de você ter me feito deixar minha família para vir te encontrar no meio da noite depois de quase 20 anos sem nos falarmos simplesmente porque acordou com vontade de beber comigo.

- Eu não quero só beber com você, Potter.

- Do que você está falando?

- Esse encontro era... necessário.

- Necessário para quê?

- Para mim. Eu queria te ver.

- Nós não nos vemos há vinte anos. E está bem assim.

- Não tão bem.

Harry respirou fundo.

- Pois bem. Já me viu. Estou indo. – Harry virou as costas, caminhando para a porta – E não me mande mais corujas com inscrições de urgente. Eu não virei.

- Harry! – a voz de Draco soou doce.

O moreno parou a poucos passos da porta.

- Não me chame assim. – havia raiva na voz de Harry.

Draco não respondeu, somente se aproximou, pousando a testa sobre o ombro do outro.

- O que você quer? – Harry repetiu a pergunta, tenso.

- Quero você. – a voz de Draco soou como um suspiro ao lado do seu ouvido e Harry não conseguiu reter um tremor.

Harry se virou rapidamente para o loiro, encarando o olhar prateado descrente.

- Você não pode estar falando sério.

- Eu nunca falei tão sério na minha vida.

- Você me chamou aqui para trepar?

E eu sei

Pelo sentimento

Pelo envolvimento

Pelo coração...

- Eu não colocaria nessas palavras. – Draco se aproximou dele, as faces quase se tocando, a boca entreaberta.

- Então da próxima vez chame uma prostituta. – Harry respondeu com asco, se virando para a porta, mas Draco o impediu, puxando seu ombro e o jogando contra a parede, prensando-o com o corpo e tomando sua boca com fúria.

Harry o empurrou com força, o afastando. Draco sorriu, tirando a camisa, jogando-a em cima da cama, e se aproximando novamente do moreno.

- Olha para mim, Potter! – o pegou pelos cabelos, fazendo força com o corpo contra o do moreno quando ele tentou novamente empurrá-lo – Olha para mim, Harry. E me diz que não quer. Me diz que nunca voltou a pensar em mim em todos esses anos.

- O que você quer, Draco?

- Eu quero uma última vez. – a voz soou doce contra seus lábios antes de uni-los em um beijo grave, profundo, aceito.

Eu sei

Pela madrugada

Pela emboscada

Pela contramão...

Harry rompeu o beijo, o encarando por um momento, e havia raiva em seu olhar. Com um movimento rápido, colocou o loiro contra a parede, o empurrando com o próprio corpo, passando a mão em seu rosto com força, em um carinho bruto. Draco o olhava em expectativa, a respiração alterada, a ansiedade no olhar calada quando Harry voltou a beijá-lo, movendo seu corpo contra o dele.

Draco o abraçou, aprofundando o beijo, uma mão correndo suas costas por dentro da camisa branca, a outra envolta em seus cabelos, e gemeu em meio ao beijo ao sentir as mãos do moreno lutando contra do botão de sua calça.

Draco puxou a camisa do outro por cima, sem desabotoar, correndo as mãos pelo seu peito e sugando a região logo abaixo do lóbulo da orelha de Harry quando sua última peça de roupa caiu no chão, mas ao invés do esperado toque, tudo o que sentiu foi seu corpo arremessado contra a cama.

Caiu, zonzo, e fitou o moreno que caminhava com calma até ele, deixando suas próprias peças de roupa caírem pelo chão, sério. Nu, engatinhou pela cama até se deitar sobre Draco, que voltou a beijá-lo enquanto Harry se acomodava entre suas pernas, acariciando seu corpo.

O beijo, porém, não durou muito, foi cortado pelo grito de dor de Draco conforme Harry entrou em seu corpo rápido, sem qualquer preparação. O próximo movimento não foi menos violento, fazendo o loiro voltar a gritar, se contorcendo em seu abraço, as unhas raspando fundo a pele.

- Não era isso o que queria? – Harry perguntou, com raiva, voltando a investir, olhando o suplício do loiro. Draco, porém, o abraçou com mais força, correndo as mãos pelo seu corpo com desespero, mas sem ferir, as pernas imitando o movimento, se entrelaçando às pernas do moreno, o envolvendo completamente com o próprio corpo, o beijando suavemente entre arquejos.

- Ah... Não... Faz direito... – pediu em um fio de voz, estremecendo.

Harry encarou firme os olhos prata, sentindo as pernas de Draco se cruzarem, pressionando sua cintura, abrindo seu corpo para ele. Suas mãos acariciam suas costas, uma pousando na base da coluna, a outra fixa em seu ombro, em expectativa. Ele realmente queria aquilo.

Fazia tanto tempo...

Harry o puxou pelo pescoço, inclinando um pouco seu corpo, o penetrando mais fundo, lentamente, sentindo o loiro ofegar. Parou, a mão livre correndo seu corpo devagar, os lábios depositando beijos cálidos em sua face. Saudades. Voltou a se mover, devagar, não conseguindo evitar seus próprios gemidos, sons que se misturavam aos de Draco.

E o beijou.

Um beijo sem ânsia, sem desespero, somente a necessidade de provar, de tocar, a conjunção completa. Os movimentos se intensificaram, o beijo também, sufocando os gemidos de ambos. Harry pousou a mão sobre a perna de Draco, a apertando levemente, sentindo-o puxar seus cabelos conforme o prazer aumentava.

Mais... Mais fundo, mais completo, mais eles... Mais, mais... Mais...

Qualquer dia

Qualquer hora

Tempo e dimensão

O futuro foi agora

Tudo é invenção...

Ninguém vai saber de nada

Eu sei

Harry liberou a boca de Draco quando o êxtase os arrebatou, a mão apertando a perna do loiro com mais força do que pretendia enquanto a outra ainda o sustentava pelo pescoço, as bocas unidas em um mesmo suspiro, em uma mesma loucura, os corpos trêmulos colados de suor.

Mas Draco tremia demais...

Harry o olhou, ainda desorientado pela onda de prazer. Draco estava com os olhos fechados, a mão apoiada em seu ombro tremia visivelmente, tanto que certamente não conseguiria sustentar qualquer objeto. Suor escorria pela sua face e a boca entreaberta buscava por ar de uma forma quase desesperada.

- Draco! – Harry chamou, assustado, mas o loiro só se abraçou mais forte a ele, de forma que Harry percebeu que não era só sua mão, mas seu corpo todo que tremia daquela forma descontrolada. Um medo repentino tomou conta de Harry, que passou os braços em torno do corpo magro, o puxando contra o peito – Draco, fala comigo, o que ta acontecendo?

- Nada... – a voz fraca ao lado do seu ouvido fez com que Harry o soltasse, o depositando com cuidado na cama. O loiro engoliu a saliva com dificuldade, piscando molemente, e o olhou, repetindo enquanto acariciava o rosto do moreno – Nada... Eu estou bem.

Harry se deitou ao lado dele, o observando atento ainda. Draco se virou de lado, com um gemido, se aproximando dele. O movimento, porém, deixou à vista uma mancha de sangue no lençol.

- Eu te machuquei?

Draco negou com a cabeça, os olhos pesados, se recusando a fechá-los. Harry passou a mão pela sua face, de leve, e percebeu que ele ainda suava frio. Levantou-se, dando a volta na cama, acompanhado pelos olhos prata, e ergueu o loiro nos braços.

- Harry!

- Shiii... Cala a boca.

O levou para o banheiro, se ajoelhando no chão do boxe com o loiro sentado em seu colo. A água quente caía sobre os dois, escorrendo entre os corpos, o sangue se diluindo e sumindo. Devagar, Harry pegou o sabonete e começou a lavá-lo com carinho. Draco apoiou a cabeça em seu ombro e permitiu que ele o banhasse.

- Eu te amo. – sussurrou baixinho. As mãos de Harry pararam e ele depositou um beijo em sua têmpora.

- Você demorou tempo demais para conseguir dizer isso.

- Eu sei.

- Então não repita mais. – Harry respondeu, frio.

Draco passou os braços em volta de seu pescoço, interrompendo sua atividade, e afundou o rosto contra seus cabelos.

- Nunca mais, Harry.

Por qualquer poesia

Por qualquer magia

Por qualquer razão...

Harry terminava de calçar os sapatos, sentado na cama.

- Draco, você está precisando de alguma coisa?

- Não.

O moreno se aproximou do loiro já vestido parado junto à janela, observando a cidade adormecida, e afastou os fios loiros do seu rosto.

- Você sabe onde me encontrar. Se precisar de algo, pode me procurar.

- Eu já tive o que queria.

Harry engoliu em seco e se afastou de Draco, caminhando para a porta.

- Adeus, Malfoy. – fechou a porta e aparatou sem esperar resposta.

E eu sei

Tudo por acaso

Tudo por atraso

Mera diversão

Mera diversão...

- Bom dia, Ginny.

- Bom dia, amor. Perdeu a hora de novo?

- Acho que estou cansado... Não dormi bem.

- Tem algo te perturbando, Harry? – Ginny perguntou, sentando-se à mesa com o marido para tomar café.

- Não, nada fora do comum... Acho que é só trabalho demais...

- Você tem estado estranho desde aquela reunião que você teve de última hora na semana passada... Aquela em que você chegou de madrugada...

- Não, não foi nada demais. – Harry tomou um longo gole de café e acrescentou, buscando algo para mudar de assunto o mais rápido possível – O jornal já chegou?

Ginny se levantou, apanhando o jornal ainda dobrado que a coruja entregara mais cedo, passando-o ao marido. Harry leu a capa desatento, uma foto do ministro e algo sobre duendes, virando-o logo para ler a parte mais baixa da mesma forma corrida. Porém, sua mão tremeu e a xícara de café se quebrou ao atingir o chão quando seus olhos bateram na última notícia da página.

Qualquer dia

Qualquer hora

Tempo e direção

O futuro foi agora

Tudo é invenção...

Nota de falecimento

Faleceu hoje, à uma e meia da manhã, Draco Malfoy, herdeiro de Lucius Malfoy, um dos remanescentes do extinto grupo denominado Comensais da Morte. Segundo Astoria Malfoy, sua esposa, o Sr Malfoy padecia de uma doença hereditária recessiva, porém incurável, e havia sido desenganado pela equipe médica do St Mungus há cerca de um mês. Scorpius Malfoy, atual herdeiro da notória família entre a alta sociedade bruxa inglesa, será trazido ainda hoje de Hogwarts, onde cursa o terceiro ano, para os funerais e a cerimônia em que assumirá seus direitos de herdeiro. A viúva e familiares receberão pêsames antes do enterro, que deverá acontecer ao pôr-do-sol, no jazigo da família, na Mansão Malfoy.

Ninguém vai

Saber de nada

E eu sei...

- Nunca mais, Harry.

FIM

N/A: A música é "Tudo por acaso", do Lenine.