Tensões
By Rosa Malfoy
Capítulo 1: Para Tudo Há uma Primeira Vez
O inverno tinha chegado com força este ano, em Hogsmeade estava quase impossível caminhar pelas ruas escorregadias, a grossa camada de neve impedia a passagem dos estudantes que mesmo estando acostumados com àquela época, reclamavam do frio intenso.
O bar Três Vassouras estava apinhado de alunos de Hogwarts, o que era bom, pois assim o lugar ficava mais aconchegante.
A bonita árvore de natal brilhava no meio do bar, que estava todo decorado com guirlandas e bolinhas coloridas.
- Um chocolate quente, por favor. – pediu a bonita garota de cabelos castanhos e volumosos
- Eu quero firewisk, por favor. – pediu o garoto ruivo ao lado dela.
- Eu nunca vi o bar tão lotado em cinco anos de visitas a Hogsmeade – comentou ela pegando seu chocolate quente e procurando uma mesa vazia pelo bar
- Pois é... Mas também nunca senti tanto frio – disse o ruivo dando um gole em sua bebida – A segunda Era do Gelo se aproxima...
- Nunca ouvi você falar uma asneira tão grande como essa... – disse ela rindo – Mentira... Já ouvi sim!
No final do bar havia uma mesa que estava acabando de desocupar, eles correram para lá.
- Ron... Você não tinha dito que o Harry viria nos encontrar aqui? – perguntou ela sentando-se
- Disse... Mas eu só disse por que ele disse primeiro!
- Já faz vinte e cinco minutos que estamos aqui... – disse ela consultando seu relógio de pulso
- Deve ter se atrasado, ele vai chegar.
- Mas...
- Hermione! – pediu ele – Harry não é nenhuma criança, sabe se cuidar sozinho, ele deve ter parado em alguma loja ou algo desse tipo.
- É verdade. Me desculpe – respondeu ela
Ron sorriu e pousou um beijo delicado em seu rosto, ela sorriu em resposta e voltou a tomar seu chocolate.
Não tinha pra quê se preocupar, Harry não ia se meter em confusão.
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Ele estava ficando sem ar e seus pés não tocavam o chão, aqueles olhos cinzas estavam tão próximos dos seus que podia sentir a respiração quente do outro, podia ver os detalhes da sua pele branca...
O outro o segurava pelas golas das vestes, erguendo-o do chão.
Fitava seus olhos verdes e se divertia com a maneira que ele estava corado, num misto de raiva e confusão.
- Responda Potter, o que estava fazendo escondido aí?
- Eu já disse Malfoy! Não estava escondido.
Malfoy olhou-o mais uma vez antes de soltar sua camisa.
Potter ajeitou sua gola e saiu sem olhar para trás.
- Como é o seu nome filho?
Ele levou um susto com a mulher que acabara de aparecer, ela usava roupas coloridas e folgadas, tinha os cabelos brancos com restos do que seriam cabelos loiros, estavam presos num coque no alto da cabeça, seu rosto tinha rugas perto dos olhos que eram castanhos.
Ela continuou estudando-o até que ele respondeu:
- Draco Malfoy.
- Me chamo Madame Narcy, você não quer entrar? – perguntou ela olhando-o com curiosidade, apontando para a porta de um casebre à uns dez passos dali
- Não. Tenho coisas mais importantes a fazer...
- Acho melhor entrar, estava observando sua "conversa" com aquele rapaz, como é mesmo o nome dele...
- Potter.
- É! Potter... Tenho observações a fazer, sobre vocês. – disse ela encaminhando-se para o pequeno barraco.
- Observações? – perguntou ele, com certeza aquela mulher era louca, literalmente.
- Sim... Sempre me interessei pelos relacionamentos dos seres humanos, é tão incrível o poder que temos! Você não acha espetacular dizer que odiamos uma pessoa e, no entanto, a amamos mais que qualquer outra?
Draco a olhava com incredulidade, não acreditava que estava ouvindo aquela mulher, ela não falava coisa com coisa.
- Realmente, é muito interessante! Mas agora eu preciso ir...
- Acredito que ache interessante senhor Malfoy, se sabes muito bem o que estou falando. – disse ela abrindo a porta e entrando em sua "casa"
- O que quis dizer com isso?
- Não é preciso ficar muito tempo observando suas brigas com aquele outro rapaz para entender.
- Entender o que? – perguntou ele, cada vez tendo mais certeza que aquela mulher era maluca, e ele era mais ainda por estar ouvindo-a.
- Entre e feche a porta.
Draco fez o que ela mandou, mais por curiosidade que por qualquer outra coisa.
O casebre era horrível, parecia desabitado há séculos, o cheiro de mofo era forte e as teias de aranhas estavam em todos os lugares, Draco se segurou para não espirrar enquanto Madame Narcy sentava-se à mesa.
- Durante muito tempo de minha vida eu observei as pessoas e o que as levava a se apaixonar, odiar, amar, desprezar... E quer saber? Nunca cheguei a uma conclusão, mas posso olhar para qualquer pessoa e dizer se ela está apaixonada e sabe por quê? – disse Madame Narcy olhando para Draco
- Não.
- Porque quando gostamos de alguém e não podemos revelar ou não queremos, tendemos a extravasar isso de outras formas... Brigar é o jeito mais observado.
- Onde a senhora quer chegar com isso? – perguntou Draco que já estava perdendo a pouca paciência que lhe restava.
- Eu pude ver algo mais que ódio no seu "atrito" com o senhor Potter... – disse ela finalmente
- Hã? – perguntou Draco incrédulo
- O senhor ouviu muito bem, eu vi uma tensão muito forte, vi desejo reprimido, eu vi toques imperceptíveis... Senti urgência em certos olhares e...
Draco começou a rir alto, agora aquela mulher tinha ultrapassado o limite da sanidade e ele se sentia ainda mais idiota quando pensava que ainda estava ali ouvindo aquelas asneiras.
- Eu não acho que o senhor deva rir! Tensões tão fortes não são saudáveis... Muito pelo contrário.
- Eu realmente não entendo por que me chamou aqui! Para me dizer que existe uma "tensão" entre mim e o Potter?
- Não é uma simples tensão meu rapaz... É tensão sexual. – disse ela sorrindo calmamente
- Ahá! Eu não preciso ficar ouvindo essas idiotices, me dê licença.
Draco bufou e encaminhou-se para a porta, mas ela se fechou quando ele ia passar.
- Eu ainda não terminei. – disse Madame Nancy com severidade – Eu só quero ajudá-lo, deve resolver esse problema logo, antes que algo de ruim aconteça.
- É? E o que sugere? – perguntou Draco irônico se amaldiçoando internamente por estar pedindo opinião a uma foragida a ala psiquiátrica do St. Mungus.
- Realize o seu desejo mais íntimo! Se continuar ignorando-o, a tensão aumentará e isso lhe fará mal.
Draco continuou olhando-a sem interesse, nunca tinha passado por uma situação dessas... Uma velha lhe dizendo que ele precisava transar! E o pior... Com o Potter! Era muito disparate numa só tarde.
- Certo, já chega – disse ele pegando sua varinha – Se a porta não abrir por bem, abrirá por mal e pode dar adeus a esse barraco que chama de casa.
- Eu já avisei, é melhor levar a sério o que eu lhe disse aqui.
A porta se abriu e Draco saiu batendo-a em seguida.
Ajeitou a touca na cabeça e apressou-se em sair dali, talvez pudesse aparecer um trasgo querendo lhe dar dicas de moda.
Ele tinha levado Potter para ali por que se quisesse matá-lo ninguém ia presenciar... Mas aí aparece uma velha lhe falando de tensão sexual, era só o que faltava!
A única coisa que gostava em Potter era vê-lo irritado, era impagável! O santo Potter, o resto de uma falha, o Monge salvador...
Era ódio que sentia por ele, só isso.
Aliás... De onde aquela doida tinha saído?
Ia comentar com seu pai sobre cuidarem melhor da ala psiquiátrica do St. Mungus.
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- Eu sabia que o Malfoy estava no meio... – disse Hermione
- Aquele idiota me acusou de estar seguindo-o!
- Sei... E você deu ouvidos a ele mais uma vez?
- Deixa ele Hermione! Você sabe que o Malfoy gosta de provocar e ele pega pesado! – disse Ron
- Por isso mesmo que não devemos "embarcar" nessa! O Malfoy gosta de provocar, deixem ele provocar sozinho, não adianta responder...
- Eu sei, eu sei! – disse Harry – Apenas não consigo ficar calado, só isso...
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- Você falou com quem?
- Madame Narcy – repetiu Draco sem paciência
- Aposto que foi com mais uma vidente de quinta que usa o nome dela... Madame Nancy morreu há vinte anos – respondeu a garota de cabelos pretos – Ou então... Um fantasma.
- Que fantasma o quê! Não era um fantasma! Era uma mulher de verdade.
- Impossível... Ela morreu! Eu sei por que minha mãe se consultava com ela, era uma espécie de vidente que descobria tudo da vida da pessoa com apenas um olhar.
Draco ficou vagando, ela estava morta?
Ele tinha certeza que não era um fantasma! Seria um Inferi? Não! Inferis eram caóticos e feios, definitivamente era uma mulher e bem viva.
Já estava na hora de voltar à Hogwarts, Draco entrou na carruagem em companhia de Pansy Parkinson, Crabbe e Goyle.
Ele não ouvia o que eles falavam, estava muito envolto em seus pensamentos que envolviam uma velha senhora, tensões sexuais e Harry Potter.
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- Thyna eu... Isso...
- Nunca aconteceu com você, já sei. – disse Cristhyna Cohen irritada levantando-se da cama e vestindo uma camisola.
- Espera Thyna, eu...
- Desaparece da minha frente Draco Malfoy! – gritou ela.
Draco olhou-a, Cristhyna era tão espetacularmente linda!
Os cabelos castanhos e longos desciam até a cintura, a pele era macia e bronzeada, o corpo era escultural e ela tinha um gênio forte, era uma das corvinas mais bonitas de toda Hogwarts, os rapazes dariam tudo apenas para dirigir-lhe a palavra e, no entanto, ela gostava de Draco Malfoy.
Draco sentia tesão por ela, é claro que sentia.
Pelo menos até... O que acontecera esta noite...
Tudo estava maravilhoso, até que ele olhou-a e... Imaginou o Potter e... Bem, já dá para imaginar.
- Hoje eu não estou bem... Estou me sentindo mal – disse ele encenando uma dor de cabeça
- É sério Dracky? Por que não me disse antes? – perguntou ela preocupada abraçando-o com carinho, sua camisola de seda estava entreaberta fazendo com que seu seio roçasse no peito dele, em ocasiões normais isso era o bastante para uma ereção.
Thyna começou a beijar-lhe o pescoço, tirando a camisola novamente, colando seu corpo no dele e mesmo assim, Draco não "reagia".
Ele segurou-a pelos braços e a tirou de cima dele.
- Thyna eu não estou bem hoje, okay? – disse ele levantando-se e vestindo a calça
- Tudo bem Draco, eu entendo – ela respondeu cabisbaixa.
– Agente se vê.
Depois de jogar a camisa no corpo e ele saiu da Sala Precisa.
O que havia acontecido com ele? Tinha falhado com Cristhyna Cohen? O problema não era com quem ele tinha falhado, e sim que tinha falhado! Isso nunca tinha acontecido... Era inadmissível!
Devia estar doente, era melhor um banho.
Com certeza era por causa do que aquela doida tinha dito, estava afetando seu subconsciente.
Sim, era isso!
Tinha que esquecer aquilo imediatamente, entre ele e Potter não existia tensão nenhuma!
Entrou no banheiro dos monitores, ligou as torneiras de diversos aromas e diversas cores até a banheira estar completamente cheia.
Se despiu e entrou na água, mergulhando de uma vez.
Podia sentir a água morna relaxar seu corpo que estava tenso com os recentes acontecimentos. Voltou à superfície e viu a sereia na parece sorrir para ele, encostou a cabeça na borda e ficou a vagar.
Imaginou Potter entrando no banheiro sem saber que já estava ocupado, Draco ia gritar e mandá-lo ir embora, mas Potter não iria, apenas tiraria a roupa e entraria na banheira, se aproximaria dele começaria a beijá-lo, passaria as mãos por seu corpo e ia tocá-lo...
Draco abriu os olhos, totalmente aterrorizado com a imagem que se passava em sua mente, ficou ainda mais aterrorizado quando sentiu sua ereção dar sinais de vida, e que sinais...
Certo, agora estava à beira da sanidade! Tinha ficado duro pensando em Potter? Naquele cicatriz idiota?
Tinha convivido com Potter por sete anos, e nunca sentiu... Nada!
Por que agora? Do nada?
"Que inferno!" pensou ele abrindo a torneira da água gelada.
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- Runas Antigas, dois tempos; Feitiços, um tempo; Herbologia um tempo; História da Magia, dois tempos.
- Por isso que eu digo que segunda-feira é o pior dia da semana! – comentou Ron quando Hermione terminou de ler as aulas do dia – Que droga! A única que dá para assistir sem dormir é Feitiços, e olhe lá!
- Todas as aulas são boas... Só existem as menos dinâmicas... – respondeu ela servindo-se de ovos mexidos
- Você chama de "menos dinâmicas", eu chamo de insuportáveis... Harry... Você está pensando em comer essas coxinhas? – disse Ron
- Hã? Ah... Não, eu não estou com fome, pode ficar com elas – respondeu Harry vagamente
- Ronald Weasley! Você já comeu muita coxinha por hoje! – ralhou Hermione tirando a coxinha da mão dele
- Você quer que seu namorado morra de fome? – perguntou Ron tentando pegar a coxinha
- Morre nada! – disse ela comendo a coxinha antes que Ron pegasse – Pronto! Agora você não vai comer!
- Ah é? Agora você vai me pagar – disse Ron começando a fazer cócegas em Hermione – Ninguém come uma coxinha de Ron Weasley!
Harry ouvia vagamente o que os amigos diziam, estava preocupado com outras coisas, mal tinha conseguido dormir essa noite.
O problema era sua namorada, Ginny Weasley. Na verdade o problema não era elaera ele mesmo.
Há uns dias ele começou a se questionar se ainda gostava dela, não sabia como começou nem por que começou, só sabia que já não sentia a mesma coisa que sentia quando estava perto dela, já não tinha vontade de ficar perto dela, nem de falar com ela... Às vezes até se escondia.
Isso não podia continuar acontecendo, ele estava enganando-a e ainda sentia um carinho muito grande por ela, tinha que lhe dizer a verdade, mas... Como faria isso sem magoá-la? Até por que, ela era irmã do seu melhor amigo...
- Harry, o que está acontecendo com você? Não tocou na comida o café da manhã inteiro! – perguntou Hermione
- Nada, eu só não estou com fome, comi muito ontem a noite – mentiu ele. – Vocês se importam se eu for à frente? Preciso resolver umas coisas, na sala agente se vê...
- Tudo bem. – respondeu Ron olhando para Hermione em seguida.
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Ele podia dizer que esta tinha sido a pior noite que tivera em toda a sua vida, com certeza, de longe tinha sido a pior.
A água gelada não tinha resolvido seu "problema" e ele passou a noite inteira naquele estado de "necessidade", mas ele não queria Cristhyna Cohen e não gostava nem de lembrar quem ele queria.
Caminhava para a aula de Trato das Criaturas Mágicas e torcia para não encontrar com Cristhyna no caminho, o que era impossível já que faziam o sétimo ano e a aula de hoje seria conjunta com a Corvinal.
Mas esperança é a última que morre e com certeza ela não...
- Cristhyna? – exclamou ele quando foi puxado para dentro de uma sala de aula vazia
- Acho que está me devendo algo... Senhor Malfoy! – disse ela sorrindo e aproximando-se dele
- Está na hora da aula, eu acho melhor irmos e...
- Desde quando você se importa com as aulas? – perguntou ela tentando beijá-lo
- Desde... Desde... Agora! – respondeu ele afastando-se dela e virando para a porta, mas deu de cara com mais uma garota do sétimo ano – Karen Gauthier... – dessa vez sua voz saiu como um sussurro
Karen Gauthier era da Corvinal e tinha os cabelos loiro-escuros, os olhos amendoados, um lindo corpo e um rosto lindo.
- É... Eu chamei a Karen, sabia que você ia gostar... Nós duas vamos relaxá-lo – disse Thyna
Draco estava a ponto de se desesperar, estava com duas garotas lindas, que estavam prontas para fazer o que ele quisesse e mesmo assim não sentia nenhum pinguinho de excitação, nenhum mísero sinal de desejo.
"Que inferno, inferno!"
- Eu não posso perder essa aula, estou realmente muito mal em TCM – mentiu ele
- Ele tem razão Thyna... Também não tenho as notas mais altas. – disse Karen
- Tudo bem... Agente deixa você ir, mas à noite você não nos escapa! – disse Cristhyna passando a mão pelo corpo dele, provocantemente.
Elas deram um selinho nele e saíram da sala.
Draco continuou estático, era um pesadelo... Isso! Era um pesadelo e ele ia acordar.
Abriu a porta e saiu sem olhar para frente, esbarrou em alguém.
- Sai da minha frente Potter! – gritou ele
- Foi você que esbarrou em mim – respondeu Harry
- Cala boca! Ou eu quebro seu nariz com... – mas de repente ele parou de falar, se tocou que estava brigando com Potter, por que era a única coisa que podia fazer – Me esquece! – disse ele simplesmente.
"Filho de um Trasgo parido por um hipogrifo!" pensou Draco enquanto caminhava pala sua aula.
"Idiota filho da mãe" pensou Harry enquanto procurava Ginny pelo corredor.
Every time we lie awake
Toda vez que nós mentimos despertando)
After every hit we take
(Após todo golpe que nós damos)
Every feeling that I get
(Todo sentimento que eu adquiri)
But I haven't missed you yet…
(Mas eu ainda não senti falta de você…)
N/A:
Aeaeaeaea…
Olha eu aqui novamente!
Tipo, eu não estava planejando fic nova, uma vez que estou com uma em andamento e sabe como é... Mas essa idéia me veio e eu não pude deixar de escrever, espero sinceramente que gostem.
Foi tudo tão rápido que não tive tempo que "contactar" nenhum Beta-Reader, então me perdoem qualquer erro.
No mais,
Essa fic terá três capítulos, e prometo postá-los rapidamente.
Agora estou indo.
Grande abraço
Rosa Malfoy.