Nota: (1) Harry Potter e seus personagens não me pertencem. E sim a J.K. Rowling e a Warner Bros. Entertainment Inc. Essa fanfic não tem nenhum fim lucrativo, é pura diversão.
(2) Contém Slash (relação Homem x Homem) e Lemon (sexo explícito entre as personagens), portanto se você não gosta ou se sente incomodado com isso, é simples: Não Leia.

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

Luto.

O Mundo Mágico estava de luto.

Há exatamente três semanadas o herói que eles consideravam seu salvador contra as Artes das Trevas fora seqüestrado por aquele-que-não-deve-ser-nomeado. Com lágrimas nos olhos e prantos desesperados os magos e bruxas de toda a Grã-Bretanha se conformavam com o massacre que estava por vir. Não saíam mais à noite, ninguém era confiável, todos estavam perdidos. Harry Potter já não poderia salvá-los. O menino-que-sobreviveu, agora, provavelmente, via-se submetido às torturas mais cruéis que apenas Voldemort poderia pensar, ou então, com sorte, estaria morto.

Em Hogwarts, o diretor Dumbledore parecia derrotado, pois acordar todas as manhãs e não poder observar o sorriso cativante de Harry na mesa dos leões era como estar numa estrada sem rumo. Sua guerra fora perdida. Seus sonhos eliminados. E o pior, o seu aluno favorito, agora, devia estar morto... Por sua culpa.

Todos estavam desolados.

Harry Potter estava perdido. E o mundo inteiro também.

Sirius e Remus não podiam acreditar que o pequeno Prongs, o amado afilhado dos dois, fora levado pelo homem que acabara com a vida de seus melhores amigos. E não podiam acreditar, não queriam acreditar, que Harry estava morto. Não... Isso não. Ele devia estar preso nas masmorras do Lord, pois assim dariam um jeito de resgatá-lo. Era a única esperança que acalentava seus corações. Harry não estava morto. Se estivesse, eles também morreriam... De tristeza.

O mesmo pensamento de Harry estar vivo e ainda existir uma possibilidade de resgatá-lo, era o que mantinha os Weasley firmes, sem sucumbir à tamanha dor. Afinal, para Molly e Arthur era como perder um verdadeiro filho, e para os demais como perder um amado irmão. Rony e Hermione, principalmente, não podiam acreditar que Harry estivesse morto. Mesmo tendo presenciado o seqüestro dele, mesmo observando como ele sumira aprisionado nos braços do Lord das Trevas, eles ainda tinham esperança de que o irreverente Gryffindor de olhos verdes estivesse bem e não se deixasse abater.

Esperança.

Era a única coisa que restava.

E a esperança de resgatar Harry foi o que levou Draco a pedir ao pai para que o levasse ao Lord das Trevas e assim recebesse a Marca Negra. Seu pai estava orgulhoso com o pedido, mas ele pensava apenas em livrar o moreno de uma morte desumana antes que fosse tarde de mais. Contudo, o Lord ainda não queria marcar os novos Comensais, não tinha tempo para tal, e isso apenas afligia o pobre loiro que não podia deixar de se preocupar com o Gryffindor cabeça-dura que lhe arrebatara o coração.

O único que sabia que Harry estava bem era Severus Snape, mas graças ao poderoso feitiço do Lord não podia dizer nada a ninguém se quisesse permanecer vivo para ajudar o menino. A única coisa que podia fazer agora era esperar. O Lord não o convocara para nenhuma missão, ele nem tinha certeza se Voldemort ainda o usaria como Comensal após descobrir sua traição, mas sua única preocupação era ver Harry novamente e assim dar um jeito de livrá-lo do cruel destino que o aguardava.

Sim...

Incontestavelmente cruel.

Um destino que ninguém sequer poderia sonhar.

- Ohh... Ai! – Harry deixou escapar um murmúrio de dor.

- Perdão, amo Harry, mas seus ombros estão muito tensos.

- Certo, apenas vá com calma Anddy.

- Sim senhor, perdoe-me – a elfa se desculpou, voltando a massagear os tensos ombros do menino.

Naquele exato momento, enquanto o Mundo Mágico se debulhava em lágrimas, Harry Potter se encontrava confortavelmente deitado numa espreguiçadeira acolchoada usufruindo da massagem que a talentosa elfa lhe dava. Suas mãos e pés eram esfoliados por outras duas elfas que deslizavam uma poção a base de pérolas para que ficassem bem hidratados, num toque suave e relaxante que o estava levando ao paraíso. Além disso, os pepinos em seus olhos ajudavam com as olheiras e a máscara de ouro 24 quilates com a hidratação da pele.

Sem dúvida ele estava sofrendo muito.

- Amo Harry, seu espumante.

- Ótimo, Duddy, deixe em cima da mesinha, por favor.

- Sim senhor.

- E as trufas que eu mandei vir?

- Elas estão a caminho, jovem amo. Recheios de gianduia, canela, castanha, cereja e damasco, não é mesmo?

- Exato.

- Devem chegar do Mundo Muggle a qualquer momento.

- Espero que não demore – suspirou relaxado.

- Em alguns minutos voltarei com elas.

- Ótimo, pode ir.

- Com licença, jovem amo – e com uma profunda reverência o elfo se retirou de volta à cozinha.

Não pensem mal.

Harry não estava indiferente à dor que o Mundo Mágico sentia diante de sua prematura "perda". Apenas era ciente de que esta dor se devia ao medo de estarem entregues à sua própria sorte, de não terem mais o herói eleito para salvá-los, e dessa maneira o menino preferia ignorar as falsas lágrimas destes magos e bruxas hipócritas que pensavam apenas em seus umbigos. Melhor aproveitar uma vida repleta de luxos e prazeres a se deixar iludir pelos interesses egoístas de terceiros. Estava na hora de ele, Harry Potter, ser um pouco egoísta, só para variar.

É claro que Harry se sentia culpado por deixar seus padrinhos e amigos queridos sem notícias, levando-os a crer que ele estava morto ou sendo torturado, mas infelizmente era preciso. Somente assim Sirius, Remus, Hermione, Draco, os Weasleys e Cedric, que acabara se convertendo num bom amigo, poderiam viver em paz, isentos de qualquer perigo oferecido pelo Dark Lord. E o Lord em questão, Harry suspirou ao pensar nele, sabia como tratar um convidado. O menino-que-sobreviveu se encontrava num imenso e majestoso castelo que outrora pertencera a Salazar Slytherin, um castelo que poucos magos sabiam da existência e que jamais poderiam encontrar se este não fosse o desejo do Lord. Era magnífico, localizado no leste escocês, e que fora banhado em luxo e riqueza após a incrível reforma feita pelo único herdeiro daquele poderoso mago. Possuía, é claro, mais feitiços protetores e anti-rastreadores do que Hogwarts e Gringotes juntos e funcionava naquele momento, como uma elegantíssima prisão para Harry, uma prisão cheia de mordomias, diversão e lazer, da qual o jovem Gryffindor de coração Slytherin não tinha nada a reclamar.

- Amo Harry? – uma elfa adentrou no luxuoso banheiro onde o menino, naquele momento, relaxava numa imensa banheira de ofurô, a qual contava com essências de lavanda, erva doce e pétalas de pessegueiro.

- Sim...? – suspirou. Estava quase dormindo.

- O Lord está na chaminé, contatando via rede Flu, e deseja falar com o senhor.

- Oh, Merlin – revirou os olhos, levantando-se da banheira e se enrolando num felpudo roupão de algodão egípcio negro – Não posso ter um minuto de sossego.

- Perdão amo... – murmurou afligida.

- Não se preocupe Anny, não é sua culpa.

E com um suspiro resignado, Harry seguiu ao belo escritório do castelo, onde uma chaminé forjada em rochas negras exibia chamas esverdeadas e nestas, a bela e aristocrática face de Tom Riddle se deixava ver.

- Qual o problema, Tom?

- Harry... Harry... Este belo traje é para me provocar? – sorria com malícia.

- Muito engraçado – murmurou com as bochechas coradas, cobrindo-se melhor com o belo roupão negro – Diga logo o que quer.

- Quero apenas avisar que chegarei mais cedo para jantarmos hoje, pequeno, meus planos estão no caminho certo e graças a isso as reuniões com os Comensais não precisarão se estender tanto.

- Ótimo, querido, mandarei servir o seu prato com uma porção extra de Arsênico.

- Seu senso de humor está cada vez mais Slytherin, pequeno.

- A gente faz o que pode – sorriu com sarcasmo. Eles brigavam e discutiam como cães e gatos, mas Harry não podia negar que se divertia com aquilo, assim como o Lord, que adorava a sensação de domar o irreverente menino.

- Aproveitou bem o dia de hoje?

- Humm... Apenas algumas massagens e banhos relaxantes, degustações de novos chocolates e leituras de alguns livros. Ah, falando nisso, você precisa comprar um arsenal de literatura muggle, já cansei desses livros mágicos. E uma TV, um vídeo-game, Home Theater, o básico para um adolescente se distrair.

- Certo. Mandarei providenciar tudo e ainda esta tarde chegará ao castelo.

- Ótimo.

- Pelo visto você já se acostumou a esta terrível e cruel nova vida, não é mesmo? – perguntou com maldade.

- Era só isso que você queria dizer? – ignorou a maliciosa pergunta.

- Sim, em breve deixarei a mansão e estarei aí.

- Yupi... Que maravilha.

- Ai..Ai.. Esse sarcasmo.

- Orgulhoso?

- Muito.

- Até breve, Tom.

- Até, pequeno.

Com um imperceptível sorriso nos lábios, Harry observou as chamas se extinguirem. Por mais terrível que pudesse parecer, até que sua nova vida não estava tão ruim. É claro que ele sentia falta de seus amigos, padrinhos e principalmente de sua liberdade. Uma das principais características do ser humano, todavia, é se adaptar às mais diversas situações. E agora ele podia apenas esperar para que o plano do Lord se cumprisse de uma vez por todas.

-x-

Não demorou muito e o grande dia chegou.

Há alguns minutos Harry fora levado para a Mansão Riddle e esperava pelas seguintes instruções descansando na bela suíte do Lord. Tom, por sua vez, encontrava-se na imensa sala de reuniões da mansão dando as últimas ordens aos seus Comensais. Em breve ele poderia ser considerado o governante de todo o Mundo Mágico.

- Bellatrix, você e Fenrir atacarão o Beco Diagonal com a equipe Alfa.

- Sim senhor, amo – a Comensal fez uma reverência.

- Avery e McNair atacarão Hogsmeade com a equipe Beta.

- Sim senhor – assentiram em coro.

- Dolohov e Rosier atacarão o parlamento no Mundo Muggle com a equipe Gama.

- Como ordenar, Mi Lord.

- Crabbe, Goyle e Rookwood, quero vocês em Hogwarts. E não se preocupem com Dumbledore e sua ordem de imbecis, eles virão atrás da suculenta isca que eu preparei. E levem a equipe Delta com vocês

- Como quiser, amo.

- Lucius, você e os irmãos Lestrange virão comigo, atacaremos o Ministério com os demais.

- Sim senhor, Mi Lord – os três fizeram uma longa reverência.

- Que fique claro, o Mundo Mágico deve ser submergido em ruínas hoje, qualquer um que ouse lutar deve ser abatido. Todo aquele que mostrar oposição ao meu governo deve estar morto antes que possa me atrapalhar.

- Sim, Mi Lord – responderam todos.

- Este dia ficará marcado na história como o dia em que nossos propósitos finalmente foram alcançados. Destruam todos os pontos estratégicos que mandei e no final da noite se erguerá um novo governo, o meu governo, que defenderá a todos os nossos interesses.

Um alvoroço de emoção e alegria se estendeu pela sala.

Eles não poderiam estar mais animados.

Hoje era o grande dia.

- Muito bem... – imediatamente todos se calaram – Quando for dado o sinal, vocês atacarão simultaneamente, e assim eles não terão chances.

Era um plano brilhante.

E Tom sabia muito bem disso.

-x-

- Pronto para a ação, pequeno? – o Lord perguntou, adentrando no quarto.

- Tenho mesmo que ir?

- O que você acha? – revirou os olhos, com um sorriso malicioso ao observar o menino se espreguiçar igual um gatinho. Por sorte, a simplória túnica verde-musgo contava com um feitiço que a mantinha livre de qualquer enrugar.

- Oh Merlin, espero não me arrepender disso.

- Você sabe que não vai. Arrepender-se-ia na verdade, se recusasse minha oferta, mas você já sabe disso.

- Sim, estou cansado de saber – suspirou, levantando-se e vendo como o Lord parecia irresistível naquela túnica negra que cobria a calça e a camisa de seda, ambas na cor negra também. Um verdadeiro charme que incrementava o sedutor brilho dos seus olhos.

- Gosta do que vê, pequeno?

- Poupe-me Riddle.

- Agora, talvez, mas mais tarde você não me escapa.

- Certo, que seja – murmurou contrariado, com as bochechas levemente avermelhadas – E aquela serpente fofoqueira, onde está?

- Sinto que estão falando de mim...

Uma imponente cobra deslizou pelo piso do quarto, chegando até os pés de Harry para se enrolar carinhosamente nele. A essa altura, é claro, os dois já eram bons amigos, pois Nagini fora sua única companhia, além dos elfos e do próprio Lord, no castelo Slytherin. E algo nela, Harry não sabia exatamente o que, fazia com que ele se lembrasse de sua querida conselheira Agni... Bom, não se pode ser perceptivo e inteligente para tudo.

- Nagini nos acompanhará ao Ministério, não é mesmo?

- Exato – a cobra sorriu. Pelo menos teria sorriso, se cobras pudessem sorrir.

- Ela irá proteger você.

- Hum... – Harry apenas assentiu.

- Sabe o que fazer, certo?

- Sim.

- Tem certeza, pequeno?

- Tom, nós já repassamos o seu estúpido plano várias e várias vezes, não há como eu me enganar.

- Ótimo, pois caso isso aconteça, você já sabe quem irá pagar, correto?

- Correto seu maldito bastardo chantagista e manipulador.

- Elogios mais tarde, pequeno, agora precisamos ir.

Finalmente, após o Lord lançar um feitiço Glamour em Harry, para mostrar que o menino vivera um intenso mês de torturas nas masmorras e não uma temporada num SPA e um feitiço para esfarrapar e sujar a simples túnica verde-musgo, indicando que recebera os piores cuidados possíveis, os três seguiram para a sala de reuniões onde a equipe que seguiria com Tom ao Ministério os esperava.

Tudo estava pronto.

Era só colocar o plano em ação.

-x-

Alvo Dumbledore suspirava, abatido, enquanto observava a foto de Harry na mesa de seu escritório. Todo o seu ânimo, sua jovialidade, sua esperança de um dia construir um mundo melhor havia se esvaído com o seqüestro de Harry. Nada mais importava. A destruição do Mundo Mágico, sua morte, dirigir Hogwarts... Já não significavam nada. Harry não estava ali. E nunca mais estaria.

- Alvo! Alvo! – uma assustada Minerva McGonagall adentrara correndo em seu escritório. A face marcada pelo tempo estava tomada pelo pavor.

- O que houve, Minerva? – perguntou com desânimo.

- Está acontecendo! Eles estão atacando!

- E...?

- Por Godric, Alvo! Os Comensais da Morte estão atacando os principais pontos do Mundo Mágico e do Mundo Muggle.

- Sim, e daí?

- ALVO! ELES ESTÃO ATACANDO HOGWARTS!

A habitação ficou em silêncio por alguns minutos, até o diretor suspirar e dizer:

- Deixe que venham. Vamos perder mesmo.

Aquilo caiu como uma bomba para a professora.

Com a derrota do diretor, sem ao menos tentar lutar, não cabiam dúvidas de que eles estavam perdidos.

- ELE ESTÁ COM O HARRY! – a estridente voz de Sirius Black interrompeu o tenso ambiente – HARRY ESTÁ VIVO!

E aquelas simples palavras serviram para o diretor pular de sua cadeira.

Harry...

Estava vivo.

- Tonks nos avisou, Voldemort o levou para o Ministério! Devemos ir para lá!

- Reúna a Ordem, Sirius, partimos imediatamente!

- Mas Alvo... – a professora arregalou os olhos.

ESTAVAM INVADINDO HOGWARTS!

- Cuide de tudo Minera, obrigado.

E antes que a pobre mulher pudesse pronunciar qualquer palavra, os dois magos deixaram a sala. Abandonando-a com dezenas de Comensais e inúmeras crianças assustadas. Merlin... Estavam perdidos.

-x-

Sucesso.

Ao contrário de compaixão e ternura, esta palavra sim existia no vocabulário de Voldemort.

E sucesso era algo que ele definitivamente estava tendo em seus planos. De acordo com os informes de Bellatrix, o Beco Diagonal já estavam em seu controle. O mesmo valia para Hogsmeade e os demais pontos comercias do Mundo Mágico. Agora, Dolohov acabara de lhe mandar avisar que o parlamento inglês e os demais pontos estratégicos muggles também estavam sob o seu domínio. Faltavam apenas Hogwarts e o Ministério, mas o ministro tremendo baixo a mira de sua varinha tornava as coisas fáceis de mais.

- Avada Kedrava.

Duas palavras.

A terrível maldição assassina.

E agora o Ministério também era seu. Os Aurores mais bem treinados haviam sido derrotados. Os Comensais da Morte, após um árduo planejamento, em fim tomavam o Mundo Mágico para o seu amo e senhor. O golpe de estado fora dado e mais ninguém possuía poder o suficiente para se opor. Na verdade apenas uma pessoa – duas, mas não estamos contando o Harry aqui – possuía tal poder para enfrentar o Dark Lord. A pessoa que acabara de chegar ao Departamento de Mistérios onde Voldemort a esperava.

- Quanto tempo, meu velho.

- Olá Tom.

- Diga-me, está gostando da festinha?

- Derrubar uma democracia bruxa para implantar o seu despotismo desmedido não é minha idéia de festa perfeita. Mas nós poderíamos pular a parte da conversinha sarcástica e passar às suas exigências para me devolver o Harry?

Dumbledore o encarava friamente, não parecia nem um pouco surpreso em vê-lo com uma bela aparência humana, a aparência de Tom Kinney. Ao seu lado estavam os membros da Ordem da Fênix segurando firmemente as varinhas mesmo achando que a guerra já estivesse perdida. Poucos, como Sirius, Remus, Hermione e os Weasley ainda tinham esperança de conseguir sair com Harry, vivos, dali. É claro que a visão do imponente Lord das Trevas rodeado de Comensais e com o ministro morto aos seus pés não era uma visão muito animadora, mas eles precisavam ser fortes, pelo Harry.

- Alvo, Alvo, sempre tão impaciente.

- Me entregue logo o menino, Tom.

- Ou o que? – sorriu com maldade.

Mas o diretor apenas suspirou:

- Ele será levado ao Mundo Muggle, não representará mais uma ameaça para você, apenas solte-o... Por favor.

Alvo Dumbledore suplicando.

Sim, era exatamente isso o que Tom queria ver.

- Façamos um acordo então, meu caro Alvo.

- Que tipo de acordo? – perguntou desconfiado. Os brilhantes olhos azuis encarando o Lord por cima dos óculos em formato de meia lua.

- Assine um Tratado Mágico me entregando sua lealdade e obediência e eu deixo o pequeno Harry Potter com vida, caso contrário... Bom, pode começar a preparar-lhe um bom epitáfio.

Merlin!

Todos exclamaram assustados.

Dumbledore jamais se renderia ao Lord. Aquilo era uma loucura.

- Deixe-me ver o menino primeiro.

- Como quiser... – bastou um estalar de dedos do Lord para um maltratado Harry aparecer, amarrado, e sendo sujeitado por dois Comensais. Nagini estava aos seus pés, numa pose ameaçadora, mantendo todos a distância.

- Professor Dumbledore...! – o pequeno Gryffindor gritou, com os olhos em lágrimas, mas o Lord estalou os dedos mais uma vez e uma mordaça surgiu em sua boca. Apenas os soluços podiam ser identificados.

Um aterrado Sirius Black precisou ser contido por Remus, para não se adiantar ao lastimado afilhado, que o encarava com certa culpa e temor. Todos pareciam desolados com a cena que viam. Harry estava ferido e imundo, como se não saísse das masmorras há semanas, onde passara o tempo experimentando as piores torturas possíveis. Hermione precisou conter um grito de horror e seu amigo Rony a abraçou fortemente, não conseguindo manter os olhos pousados em Harry, na pessoa que sempre amara em segredo. Os demais Weasley também deixavam algumas lágrimas escaparem, pois não podiam acreditar que o alegre Gryffindor fora reduzido a tal estado. Todos estavam em choque, com o coração apertado, pensando num jeito de salvá-lo. Mas apenas Dumbledore possuía a chave para a salvação de Harry, o Lord já havia deixado claro.

- Harry... – o diretor murmurou. Seus olhos estavam marejados de lágrimas.

Ele não podia deixar o menino sofrer daquele jeito...

Ele precisava fazer alguma coisa...

Ele podia fazer alguma coisa!

- Aceito a proposta, Tom.

- Ótimo – sorriu satisfeito. Era óbvio que não possuía dúvidas quanto a isso. E com apenas um balançar de varinha, o Lord convocou um pergaminho contendo os termos do Tratado Mágico, o qual ofereceu para o diretor e este deixou sua assinatura e firma mágica. Não hesitou nem por um segundo.

Trato feito. Dumbledore estava a serviço de Voldemort.

Já não havia esperança.

- Deixe o menino partir agora, por favor.

- Partir? Tão cedo? Mas não chegamos à melhor parte!

- O que?...

Com um simples aceno, o Lord mandou os Comensais trazerem um assustado Harry para o seu lado. Os membros da Ordem, naquele instante, contiveram a respiração. Sabiam que o Lord não poderia matá-lo se não quisesse quebrar o acordo com Dumbledore, mas temiam o que a mente insana de Voldemort pudesse fazer contra o jovem Gryffindor.

- Agora, pequeno Harry, é a sua vez. Tenho uma irrecusável proposta para você.

- Já disse que jamais me unirei a você! – exclamou com ódio, quando sentiu a mordaça desaparecer de sua boca.

- Tsk, tsk, tsk – suspirou falsamente – Você não está em posição de ser exigente, pequeno.

- Seu desgraçado...!

- Sua escolha, na verdade, é bem simples. Ou você se une a mim e permanece ao meu lado como meu consorte ou todos os seus amiguinhos morrerão aqui e agora.

Choque.

Os membros da Ordem, e o próprio Dumbledore, ficaram em choque.

Aquilo não era proposta. Era uma troca cruel e desumana que sentenciava um jovem ao suplício pelo resto da vida.

- Harry! Você não pode fazer isso! – Sirius gritou desesperado. Contudo, existiam ali pelo menos vinte Comensais para cada membro da Ordem. Sem contar que agora, Dumbledore estava sob as ordens do Lord.

Não havia muita escolha.

- Harry... – a Sra. Weasley soluçou com pesar.

- Não, por favor, Harry – Hermione, assim como os outros, deixava as lágrimas saírem livremente.

Harry os amava.

E eles sabiam disso. Sabiam que o menino não deixaria que nada os acontecesse.

Eles sabiam. Harry se sacrificaria por eles.

- Por favor, isso não... – Harry murmurou assustado. Os olhos avermelhados já não conseguiam derramar gota alguma.

- Avada Kedrava.

E Kingsley Shacklebolt caíra morto no chão.

- Muito bem, Harry, quem será o próximo? – O Lord sorria – Para cada negação sua um deles irá morrer. Agora, deixe-me ver, que tal o Black ou o Lupin?

- NÃO! POR FAVOR! – o menino se mostrava desesperado. Tudo bem que não contava com a morte de Shacklebolt, mas tomaria satisfações com Tom depois, agora ele precisava apenas seguir com sua performance e salvar seus amigos.

- Então, o que me diz?

- Eu... Aceito.

Mais um movimento de varinha do Lord e um pergaminho velho apareceu diante de Harry. Este apenas suspirou e encarou o Slytherin.

- E a pena?

- Oh não, este deverá ser selado com sangue, pequeno – sorriu com maldade, fazendo uma adaga de prata surgir nas mãos do menino.

Com um suspiro resignado, deixando uma solitária lágrima rolar dos seus olhos diante dos entristecidos, porém orgulhosos membros da Ordem, Harry fez um profundo corte em sua mão direita e deixou algumas gotas caírem no pergaminho. Este voou rapidamente para as mãos do Lord, que já sujeitava outra adaga, e que não demorou a repetir o gesto do jovem Gryffindor.

Estavam enlaçados.

Para toda a eternidade.

- Como é doce a vitória... – o Lord sorriu satisfeito. E como prometera mais cedo aos seus Comensais, naquela mesma noite, após dominar os mais importantes pontos do mundo, Voldemort foi condecorado Ministro da Magia mediante a um acordo de paz com aqueles que sobreviveram. De um jeito ou de outro, Harry Potter havia se sacrificado pelos magos e bruxas do mundo, e passou a ser visto não apenas como o belo consorte do Lord, mas como um herói, o mártir que os salvara. Mas não apenas isso, pois eles acreditavam que o menino usaria sua imensa bondade para garantir que o governo do Lord fosse justo e próspero. E era exatamente isso o que Tom queria que eles pensassem. O mundo agora estava equilibrado.

-x-

Meses depois o Mundo Mágico podia se considerar em paz e harmonia. Algumas leis severas haviam sido estabelecidas, as pessoas não tinham muito direito a voz e voto, mas já não existiam os fantasmas de uma guerra os assombrando. Em Hogwarts, Alvo Dumbledore continuava no posto de diretor, mas havia excluído a matéria de Defesa Contra as Artes Obscuras – que lhe dera muito trabalho ao longo dos anos mesmo – e substituído pela matéria de Artes Obscuras a mando do Lord. Obviamente, isto não deixava o ancião nada feliz, mas se contentava em saber que o seu querido pupilo Harry estava bem. E é claro, que o mundo finalmente estava tranqüilo.

Sirius e Remus continuaram lecionando em Hogwarts e estavam orgulhosos de Harry, pois este se mostrara um verdadeiro Gryffindor, cheio de coragem e nobreza ao se sacrificar pelos entes queridos. E quando Remus contou ao animago sobre a profecia que sentenciara Harry a morte, este se sentiu melhor por saber que pelo menos ao lado do asqueroso Lord, Harry estaria com vida e poderia visitá-los pelo menos uma vez por semana. O mesmo pensamento reconfortante valia para os amigos do Gryffindor, que estavam orgulhosos dele e ficavam radiantes sempre que este os visitava e assim podiam ver como ele estava sendo bem tratado.

Muito bem tratado...

Harry desfrutava da vida que tinha com Tom. Aprendia coisas novas, não assistia mais Hogwarts, mas tinha os melhores tutores particulares do mundo e era constantemente mimado. Era só desejar algo que o Lord providenciava para ele. Tinha certa liberdade, ajudava o Slytherin com importantes decisões no Ministério e pelo menos uma vez por semana podia visitava seus amigos e padrinhos. Isto sem contar os momentos íntimos que eram... Enfim, o menino-que-sobreviveu parecia haver encontrado o seu glorioso destino.

- Vocês entenderam bem? Estes acordos financeiros com a França devem ser selados.

- Sim, Mi Lord.

Naquele momento, Harry estava sentado ao lado direito de Tom, na sala de reuniões do Ministério, participando de uma importante reunião que visava conseguir mais fundos para as gloriosas reformas que o Lord desejava fazer no Mundo Mágico: algumas obras faraônicas, projetos necessários, reconstruções e coisas do tipo. Algo tedioso, mas que o menino precisava tomar parte. Sua falta de atenção com aquela ladainha, porém, era tanta que ele percorria a sala com seus olhos, buscando alguma coisa para se distrair.

Dois olhares, no entanto, fizeram seu corpo estremecer.

Severus Snape, que fora perdoado pelo Lord ao participar de forma crucial da tomada de Hogwarts na noite de sua vitória, e Draco Malfoy, que fizera uso de toda a sua astúcia e habilidade financeira para subir a um posto alto nas filas de Comensais, encaravam um pobre Harry Potter de Riddle com aquela intensidade que o levava a mais doce loucura.

Harry estava feliz com Tom, mas...

- "Talvez mais tarde..." - pensa com malícia, correspondendo discretamente aos olhares de seus Slytherins.

Afinal, prazer é uma sensação essencial da vida. Uma sensação que não deve contar com limites.

"Maldito o sensual pecado,
Maldita seja a luxúria,
Fogo do sangue danado,
Cujas chamas tomam fúria".
William Shakespeare

-x-x-x-FIM-x-x-x-

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

-x-x-x-x-x-x-

N/A: Olá pessoal! Finalmente o último capítulo! – suspiro aliviado – Agora vou poder retomar Lágrimas de um Príncipe e alguns outros projetos. Mas, por favor, digam-me o que acharam. Estarei esperando, ansiosa, pelas REVIEWS de vocês com suas impressões do último capítulo.

Eu sei que eu exagerei no "momento relax" do Harry, mas essa era a intenção xD Hihihi... E para quem gosta do Sev e do Draquinho, eles não foram descartados não! xD Puderam observar, né? Existe Harry para todos! Ui! É claro que o Tom não pode sequer sonhar com isso... Er... Mas deixa para lá xD

Nhya... Gostaria de agradecer com todo o meu coração àqueles que me apoiaram e acompanharam a história, mandando suas reviews e me incentivando a continuar com ela. Obrigada de verdade. Prazer Sem Limites não chegaria ao último capítulo sem vocês.

E um beijo cheio de carinho e super especial à:

Nanda Sophya... Karool Evans Malfoy... Umbreon-chan... Gih Kitsunesspblm... Ann Kylla Black... nannao... Lilith Potter Malfoy... e vrriacho!

Muito obrigada mesmo por suas belíssimas REVIEWS! – olhinhos brilhando.
A próxima atualização: O Pequeno Lord já está a caminho! Sirius e Harry se encontram... Ui, o que acontecerá a seguir?
Um enorme beijo a todos vocês! E até a próxima!