Capítulo 19: O melhor presente de casamento
Hoje é sábado. Estamos em meados de maio e faltam três horas para meu casamento. Vocês devem estar pensando que estou num salão, rodeada por manicures e cabeleireiras, usando um magnífico vestido branco da coleção de minha mãe. Pois estão enganadas. Ainda não comecei a me arrumar e estou no prédio onde minha mãe trabalha. Se passaram três semanas desde o infeliz incidente no Konoha, que acabou com uma parte da escola e teve mortes trágicas. Mas o que realmente foi resolvido naquele dia foi o meu futuro. Eu mesma assinei meu atestado de óbito... Vou me casar com um homem que não amo e não tem um pingo de respeito por mim.
Digo que não tem respeito porque a única coisa que pedi foi uma cerimônia simples, com poucas pessoas e numa capela pequena. Mas acabei de saber que o casamento vai ser na Catedral de Tóquio, grande o suficiente para 600 pessoas! E meus convidados são apenas minhas amigas e seus namorados, os professores do Konoha e o detetive Flack. SÓ eles! Então a maioria dos convidados são íntimos da família de Sai, e não da minha família. Nem chamei meus parentes!
Durante essas três semanas não saí de casa, portanto as pessoas tiveram que vir até mim. Todos os professores do Konoha vieram me visitar e disseram que meu ato foi de grande coragem, e me agradeceram muito também por ter salvo o emprego deles. Mas eles insistiram, principalmente a Tsunade, para eu não me casar, se não quisesse. E eu apenas respondi com frieza, dizendo que já havia tomado minha decisão.
Tive poucas boas notícias, entre elas a de que Kankurou já estava em casa e que Kakashi estava bem melhor (e a prova disso foi constatada na visita que ele me fez). Além disso, também não tive que falar com Sai, fato que foi um alívio. Mas tive que receber inúmeros presentes de pessoas que nunca ouvi falar na vida e aturar o Danzou na primeira semana. Ele veio me oferecer um chá de panela, uma festança com tudo o que eu quisesse. Disse que até contrataria aqueles caras bombados que se vestem de marinheiro pra fazer streap tease. Sabem o que eu disse?
- Não sou igual às piranhas que saem com seu filho. Ofereça um chá de panela pra ele. Assim ele engravida uma delas e não precisarei me casar.
Ele interpretou como TPC (Tensão Pré Casamento). Mas depois disso não me procurou mais. E acho que foi por isso que Danzou mudou a cerimônia para um lugar maior...
Ah sim! E eu tentei de todas as maneiras ficar doente... Como tentei... Me entupi de chocolate pra ver se apareciam as tão indesejadas espinhas, mas elas não vieram. No lugar das refeições normais, tomei sorvete e comi raspadinha de gelo, tudo isso debaixo do ventilador ligado no máximo e com o ar condicionado na temperatura de quatorze graus. E não dei um espirro sequer. Além disso, tentei de todas as maneiras chorar essas três semanas inteiras pra ver se hoje meus olhos estariam rodeados de terrível olheiras. Mas eles me parecem até mais verdes. E no fim de tudo isso, a única coisa que consegui foi um atestado de DOIDA das minhas amigas.
E por falar nelas, têm sido muito legais comigo. Dormiram aqui em casa três vezes no total e todo dia vêm me visitar. Mas as conversas não duram mais de três horas, já que elas têm seus próprios namorados. Os garotos também vieram me visitar. Naruto até me fez rir com umas de suas piadas...
Numa das noites que minhas amigas dormiram aqui, minha mãe chegou com uma revista da empresa dela pra escolher meu vestido de noiva.
- A cor tradicionalmente será branca – começou ela, mas eu interrompi
- Não.
- Como assim Sakura? – perguntou Ino
- Você não quer casar de branco? – continuou Tenten
- Não – respondi
- Certo – disse minha mãe com um pouco de impaciência – e que cor quer usar?
- Preto.
- QUÊ? – perguntaram todas em uníssono
- Vocês ouviram – respondi com indiferença – vou me casar de preto.
- Mas Sakura – começou Hinata, gentilmente – é um casamento e não um velório...
- Correção Hinata, é sim um velório... MEU velório... – falei
- Não seja melodramática... – falou Temari – você só vai...
- Casar com um repleto idiota? – completei por ela, e durante dez minutos ninguém se atreveu falar comigo. Mas minha mãe, que me intimida mais do que qualquer coisa, acabou rompendo o silêncio.
Eu me preparei para uma bronca daquelas. Que não veio...
- Filha – disse minha mãe – você não pode casar de preto. Se você for parecida com a Mortícia Adams, vai dar motivos para Danzou e Sai rirem de você e considerá-la fraca. Eu quero que você entre naquela igreja de cabeça erguida, como a mulher forte que você é.
E então ela me encarou com seus olhos verdes e profundos. Eu sou uma mulher forte.
- Então quero me casar de laranja, em homenagem ao Naruto – falei, sorrindo, e foi assim que o clima ficou menos tenso. Todas as minhas amigas riram, e minha mãe também.
No fim dessa história, acabei não escolhendo branco, mas também não vou de preto. Optei por um vestido de alças finas, reto, colado no corpo, só abriando um pouco nos joelhos e de seda um pouco prateada (não chega a ser branca). Não vou usar véu ou nada do tipo. Ino vai fazer minha maquiagem e Hinata vai cuidar de meus cabelos.
- Você ainda não está pronta? – perguntou Ino entrando de repente no quarto que minha mãe improvisou pra me arrumar.
Contemplei minhas amigas. Estavam muito bonitas. Hinata usava um vestido tomara-que-caia rosa claro na altura dos joelhos, Temari estava com um vestido roxo claro decotado no busto e rodeado de pedrinhas nessa região, Ino estava de azul claro, o que fazia o vestido combinar com seus olhos. Tenten usava um vestido salmom, de alças finas, muito bonito também.
Agora era a minha vez...
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- Está pronta – disse Ino com um sorriso
Eu me levantei e me contemplei no espelho. E me odiei por me achar bonita. O vestido ficou muito bem em mim e quis rasgá-lo quando pensei isso. Hinata cacheou meus cabelos muito bem e eu quis despenteá-los quando pensei isso. Havia uma tiara em minha testa, feita de pequenas folhas e flores prateadas. O bracelete em meu braço era do mesmo material. Minha maquiagem estava impecável, e acho que foi a única coisa que consegui estragar.
Porque chorei.
A mágoa, a dor e a tristeza de três semanas sem chorar se resumiu a uma única lágrima que escorreu de meus olhos. Mas logo ela foi seguida de outra, e de outra e de outra... Por uma simples razão: Sasuke.
Acho que vocês repararam que até agora não falei dele. É porque nessas três semanas a promessa que ele me fez invadia meus pensamentos em cada segundo de solidão. E nem assim eu conseguia chorar... Mas agora, aqui, me contemplando nesse espelho, sinto que estou bonita na situação errada.
Além disso, Sasuke não deu uma única satisfação durante todo esse tempo. Eu fiquei todos esses dias esperando uma ligação, um e-mail. Uma visita...
Mas não veio nada...
E cheguei à conclusão de que Sasuke só disse que não seria nosso último beijo pra eu me casar. Acho que ele pensou que eu poderia esquecê-lo me casando com Sai... Ele não tem noção de como está enganado.
Sabe por quê?
Porque o amor é como uma droga. Vicia fácil, mas depois é difícil de se livrar.
Não tive muitos ficantes e nunca namorei sério. Quando conheci Shadow, achei que tudo era possível. E quando entrei no Konoha, minha única felicidade era simplesmente saber que estava próxima de quem amava. E então apareceu Sasuke, o implicante e grosseiro. Eu achava que o odiava, mas na verdade sempre o amei porque meu coração dizia o tempo inteiro que ele era Shadow. E eu nunca vi isso até que Sasuke veio até mim.
E enxerguei tarde demais.
Um mistério atrapalhou minha vida, e as conseqüências desse mesmo mistério estão me obrigando a me casar. O idiota que está me esperando se chama Sai, e não Sasuke, como eu gostaria que fosse. E a burra aqui resolveu fazer o que é certo pra todos, menos pra ela. E o pior: quando tomei a decisão de me casar, meu coração e meu cérebro estavam em perfeita sintonia, fenômeno que raramente acontece.
Tenho nas mãos neste momento, enquanto Hinata me leva delicadamente até a cadeira para Ino refazer minha maquiagem, a correntinha. Não larguei dela um segundo sequer desde que entrei neste prédio. E vou entrar com ela enrolada em meus dedos, como se fosse um terço, na esperança de que Sasuke impeça esse casamento.
Me olhei novamente no espelho.
Está na hora da mulher forte entrar em ação.
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Catedral de Tóquio. Seis e meia.
Meu pai ofereceu o braço de apoio, e eu aceitei. Estou meia hora atrasada porque Ino teve que comprar um lápis de olho à prova d'água para minhas lágrimas não estragarem a maquiagem de novo. E eu agradeço muito à minha amiga por isso, porque estou chorando de novo.
Dei o primeiro passo e adentrei a Igreja. Lotada, como imaginei. E a maioria dos hipócritas presentes acham que minhas lágrimas são de emoção, não de tristeza. Os padrinhos são todos desconhecidos pra mim, mas eu tenho um dedo de culpa nisso. Não chamei meus amigos pra serem minhas testemunhas simplesmente porque não queria expô-los a esse tipo de humilhação, nem obrigá-los a presenciar uma coisa tão podre.
Parei de olhar pras pessoas porque percebi muitos olhares diferentes: de inveja, de alegria, de raiva (algumas vadias com quem Sai já saiu). Isso está me deixando louca e quase provocando um desmaio. Se bem que desmaiar não seria má idéia. Voltei a olhar pras pessoas, mas tarde demais. Cheguei ao altar.
Ao contrário de noventa por cento dos pais que entregam suas filhas aos maridos com um olhar feliz e emocionado, meu pai encarou Sai com ódio e rancor. E meu querido noivo se manteve indiferente, claro. Me olhou de cima a baixo enquanto meu pai se postava ao lado de minha mãe e por fim disse:
- Você está linda... – e deu um sorriso pervertido
Eu o olhei com nojo e repliquei:
- Você parece um pingüim. – e o padre me olhou com surpresa. Eu não consegui mentir. Sai realmente parecia um pingüim, acreditem...
Olhei pra trás e vi minhas amigas me lançarem olhares encorajadores. Olhei pra minha mãe e ela chorava. Fiquei muito feliz ao ver os professores do Konoha, e Tsunade acenou pra mim, com lágrimas nos olhos. Atrás do banco onde estavam minhas amigas, vi Rock Lee, chorando bobamente. Assim como Gai, ele usava um terno verde escuro, fato que me fez esboçar um meio sorriso. Do lado dele estavam Kiba e Karin. O Inuzuka acenou pra mim e sorriu, enquanto Karin parecia muito infeliz. Não me lembro de tê-la convidado...
Se bem que eu não conheço noventa e cinco por cento dos convidados, então a presença de Karin não faz muita diferença pra mim. Mas a explosão fez um grande estrago no rosto dela... Ao lado da bruaca está Kankurou. Ele também acenou e fiquei verdadeiramente feliz de vê-lo ali.
Mas algo realmente me preocupou: não vi Naruto, Shikamaru, Gaara e nem Neji. Vasculhei a Igreja inteira com os olhos e ainda assim não os encontrei. Pensando bem, também não vi Kakashi e Flack. Olhei pras minhas amigas de novo e elas apenas lançaram novamente os olhares encorajadores.
O padre pigarreou e eu pedi desculpas. Então ele começou a cerimônia.
- Estamos reunidos "em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, Amém".
E uma pequena chama de esperança se acendeu em meu peito quando contemplei a correntinha no momento em que fazia o sinal da Fé.
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Meia hora de cerimônia passada. Não prestei atenção em uma palavra do que o padre disse. Só me lembro de tê-lo ouvido dizer umas coisas bonitas sobre o Evangelho, que não sei qual era e que não fez sentido nenhum pra mim. O único som que queria ouvir era a voz de Sasuke, e meus ouvidos estava unicamente atentos à ela.
De repente Sai me cutucou. Me virei pra ele com impaciência e por um momento esqueci que estava me casando.
- O que é? – perguntei, mas acabou soando alto demais.
Então me toquei. Estavam falando comigo. O padre se virou para mim com um olhar bondoso e perguntou:
- Tudo bem Sakura?
Não.
- Sim senhor. – respondi
- Quer responder à pergunta? – e olhei confusa pra ele. Que pergunta? Droga... Ele falou comigo e eu nem ouvi...
- O senhor pode repeti-la? – perguntei, gerando alguns burburinhos na assembléia, que foram calados pelo olhar rigoroso do padre.
- Posso, claro. Sakura, é por livre e espontânea vontade que você está se casando?
Não.
- Sim – um soluço alto no banco da frente e tanto Sai quanto eu nos viramos para olhar. E fiquei surpresa: era a garota com quem vi Sai no dia em que fui candelabro com Sasuke. Ela estava de preto e um véu lhe cobria o rosto. Além disso, chorava desconsoladamente.
Lancei um sorriso irônico para Sai.
- Sai – tornou o padre – é por livre e espontânea vontade que está se casando?
- Sim – respondeu Sai, rendendo mais soluços da garota. Me virei novamente e vi que Danzou fizera um sinal para que um de seus seguranças retirasse a moça dali. O ato foi discreto e poucas pessoas perceberam.
Mas isso não me importa. Chegou a pergunta mais esperada.
- Antes de fazer o Juramento Matrimonial – tornou o padre – é necessário saber: se existe alguém ou alguma coisa que possa impedir a união destes jovens, diga agora ou cale-se para sempre.
E fechei os olhos, aguardando. Apertei a correntinha com mais força. Senti meu rosto queimar. Esperei cinco minutos pacientemente, até que ouvi uma voz.
A voz do padre.
- Podem trazer as alianças.
Olhei pra porta da Igreja com desespero. A única pessoa que entrava por ela era a daminha de honra, uma linda menininha que nunca vi na vida. Nas mãozinhas dela havia uma pequena almofada com as alianças.
Nada de Sasuke entrando na Igreja e dizendo "Sakura, eu te amo!", ou "Parem!". Nada de Sasuke cumprindo sua promessa. Então por que Neji, Naruto, Gaara e Shikamaru não estavam ali também? Será que Flack já voltou pra Nova York? Será que Kakashi sofreu algum acidente?
A daminha chegou ao altar, mas eu permaneci encarando a porta. Imaginei tanto aquele momento que me achei boba. Meus olhos arderam com a presença das lágrimas, que não demoraram a escorrer pelo meu rosto. Hora do lápis de olho a prova d'água entrar em ação. Com as esperanças completamente perdidas, me virei para o padre e sorri. Sorri da minha própria desgraça, do meu destino infeliz. Sorri da minha burrice quando pensei que Sasuke entraria heroicamente na igreja, me impedindo de casar. Seria muito clichê... Acho que vi filmes de romance demais...
- Sakura – chamou o padre – você está bem?
Sem ao menos ter a capacidade de falar eu acenei em concordância. Estou ótima, não dá pra ver?
- Dêem um ao outro a mão direita – continuou o padre, e eu obedeci. Desejei imensamente estar com luvas pra não ter que tocar Sai.
O padre pegou as alianças e deu uma a Sai, enquanto segurava o microfone para que ele pudesse dizer as palavras do Juramento. O padre começou a ditar, e Sai repetiu:
- Eu Sai...
- Está preso em nome da polícia de Tóquio – disse uma voz conhecida em alto e bom som.
Era Flack!!! Oh meu Buda!!! Flack! Flack! Flack! E logo atrás dele estão Kakashi, Naruto, Neji, Shikamaru, Gaara e... Vou desmaiar...
Sasuke... Ele veio... Ele está aqui...
Flack avançou a passos rápidos em direção ao altar e meus amigos foram atrás dele. Danzou se adiantou e foi logo perguntando:
- O que significa isso?
- Ia perguntar a mesma coisa – disse o padre, assustado. Naruto se virou pra ele e falou:
- Perdão Vossa Santidade – começou ele, mas o padre o olhou com uma expressão interrogativa e Neji se aproximou do loiro e sussurrou:
- Naruto, Vossa Santidade é para papas...
- Ah é... – disse Naruto rindo e coçando a cabeça
- Parem de palhaçada! – disse Danzou – O que significa isso?
- É o presente de casamento pra Sakura. Antes tarde do que nunca! – falou Naruto, rindo de novo
- Mas como assim o senhor Sai está preso? – perguntou o padre, muito confuso
- Deixe-me explicar senhor – disse Flack – Sou Donald Flack, polícia de Nova York. Fui contratado para resolver um caso de drogas...
- Que já está resolvido! – disse Danzou
- Por favor senhor! – falou o padre – Deixe o detetive continuar!
- Obrigado padre – disse Flack - O caso de drogas já está resolvido, como o senhor Danzou disse. Mas estamos aqui para impedir este casamento porque dentro do caso de drogas há um caso de roubo e a venda de uma instituição que envolvem Danzou e seu filho.
- Vocês não podem provar! – disse Sai, e Flack olhou pra ele com desdém.
- Se não pudéssemos, não estaríamos aqui, moleque – disse o detetive
- Sem insultos dentro da Igreja, por favor! – pediu o padre
- Desculpe senhor – começou Kakashi – mas precisamos impedir esse casamento e prender Danzou e Sai.
Os convidados soltaram uma exclamação de espanto.
- Que provas vocês têm? – perguntou Danzou
- Várias – disse Kakashi – fomos até seu cassino e conseguimos muitas provas – e Shikamaru se apresentou ao padre, entregando ao celebrante um envelope. Shika fez sinal para que o padre abrisse e assim ele o fez.
O conteúdo eram fotos. Muitas fotos.
- Neste envelope – disse Shikamaru – há fotos do senhor Danzou negociando com Orochimaru e Kabuto, os envolvidos com o caso de drogas.
- Tudo montagem – disse Danzou
- Poderia ser – disse Flack com desdém – se essas fotos não fossem imagens de um vídeo que conseguimos em seu cassino – e fez sinal pra que Gaara se aproximasse. O ruivinho falou:
- Aqui estão os vídeos de todas as imagens que conseguimos. Congelamos as cenas mais importantes e imprimimos pra poder provar. Então estamos apresentando ao senhor, padre, já que é o único que pode julgar se o casamento deve continuar ou não.
- Vocês tem mais provas? – perguntou o padre à Gaara
- Sim – respondeu o ruivinho, e deu passagem novamente à Naruto
- Neste envelope aqui – falou o loiro – há fotos do Danzou conversando com o Kabuto depois que drogaram o senhor Haruno. Aí nesta aqui – disse Naruto pegando uma foto e apontando – Danzou está rindo e ligando pra polícia.
- Meu Buda – falou o padre – quanta sujeira...
- O senhor vai realmente acreditar nisso? – perguntou Danzou – É tudo mentira! O senhor não pode...
- Silêncio senhor Danzou – disse o padre friamente, e se virou para Naruto – tem mais?
- Aham! – falou o loiro, animado – Neji! – e o Hyuuga subiu no altar.
Algumas pessoas começaram a esvaziar a Igreja, reclamando indignadas. Outros curiosos permaneciam em seu lugar, atentos a tudo. Algumas crianças apontavam para o distintivo de Flack, admiradas.
- Neste envelope padre – falou Neji – estão as fotos mais importantes. Nos perguntamos o tempo inteiro onde estavam os objetos que foram roubados no caso de drogas. Como os envolvidos estavam mortos, não tínhamos como saber. E a última vez que os objetos foram vistos foi no cassino Royal.
- Até que Temari, minha namorada – disse Shika, sorrindo pra Temari – me disse que os objetos roubados da loja dela foram devolvidos, mas quando fomos verificar, não eram autênticos.
- Então – continuou Neji – fomos até o cassino e conseguimos o vídeo com áudio em que Danzou e Sai decidem duplicar os objetos, devolver os falsos e ficar com os verdadeiros. Ou melhor, com o dinheiro dos objetos verdadeiros...
- Santo Buda... – disse o padre, abismado.
- São essas as provas – disse Kakashi – agora o senhor decide.
- É claro que vamos nos casar! – disse Sai, de repente. Eu estava tão assustada quanto todos na Igreja, e a voz nojenta dele pareceu me despertar de repente. Joguei o buquê no chão, me virei para Sai e gritei:
- Não, não vamos!
- Claro que vamos! – teimou ele
- Não, não vão – falou uma voz calma. Seu dono, o padre, me encarou com ternura.
- Como assim não vão? – perguntou Danzou – O senhor vai acreditar nessas mentiras?
- Me parecem bem verdadeiras as provas. Sakura – falou o padre ainda me olhando – você ia se casar com este rapaz pra quê?
- Pra salvar minha escola, senhor... – respondi
- Sua escola estava ameaçada? – continuou o padre
- Estava. Danzou iria tomá-la se eu não me casasse. Mas ninguém me forçou... Eu quis casar...
- Mas foi diante de uma ameaça – disse o padre, e eu concordei
- Está louca! – disse Danzou – Eu não ameacei ninguém! E não ia tomar nenhuma escola!
- Quase ia me esquecendo – disse Sasuke se manifestando pela primeira vez desde que entrou na Igreja – conseguimos também o contrato de venda assinado por Orochimaru e Danzou. O que foi negociado? Konoha School, o colégio interno mais famoso do país, que pertence realmente à diretora Tsunade.
O padre pegou o contrato das mãos de Sasuke e o leu, com cuidado. A cada linha ia arqueando mais e mais as sobrancelhas. Quando terminou de ler, deu alguns passos pra trás e desmoronou em sua cadeira, o peito arfante. Imediatamente corri para ele e pedi um copo d'água. Hinata foi rápida e alguns segundos depois me deu o recipiente. Eu ajudei o padre a beber e quando ele me pareceu melhor, falou:
- Chega... Não vai haver mais casamento algum... É demais pra mim...
- O senhor está louco? – gritou Danzou correndo para o padre, mas Flack o impediu. Em seguida o detetive disse:
- Não, você está. Ah sim... A escola já é sua. Havia uma cláusula no contrato que dizia que se Orochimaru morresse antes de pagar toda a dívida, você teria o Konoha. Mas agora – e Flack pegou o contrato das mãos do padre e rasgou – a escola volta a ser de Tsunade. Seu cassino será fechado e os objetos verdadeiros serão devidamente devolvidos. A polícia já sabe que seu filho os trocou pra você e a Sabaku Esportes forneceu o vídeo que mostra Sai conversando com a senhora Sabaku. Ah! Você está preso também... – e deu o sorriso irônico mais lindo do mundo
- Você não pode me prender! – disse Danzou – não é da polícia daqui!
- Realmente, não sou. Mas os caras que estão lá fora são. Tem o direito de permanecer calado, e é bom arrumar um advogado muito bom, senão passará o resto da vida na cadeia. Quer saber? Se fosse você nem contratava um advogado... – e Flack torceu os braços de Danzou pra trás, prendendo-os com duas algemas.
Em seguida o detetive pediu pra que evacuassem a igreja, restando apenas as pessoas envolvidas. Sai estava mudo, e quando o pai passou algemado por ele, o desgraçado saiu correndo. Imediatamente meu pai e Sasuke foram atrás de Sai, já que Flack não podia soltar Danzou.
Sasuke pulou em cima de Sai e meu pai levantou o filho de Danzou, segurando-o pelo braço. Sai foi levado assim até o altar. Sasuke se aproximou do padre, e vi que ele colocara a mão no bolso.
- Quero acusar Sai de mais uma coisa senhor... – disse ele
- E do que seria? – perguntou o padre
- Infidelidade – e tirou o celular do bolso.
Mostrou ao padre as fotos que tirou quando vimos Sai e a garota no dia da nossa saída em grupo. O celebrante ficou abismado e olhou pra Sai:
- Você é coisa de lá de baixo menino! Você e seu pai! Detetive! – e Flack, quase na entrada da igreja, se virou para trás – Mande a polícia entrar aqui pra levar esse garoto!
- Certo – respondeu Flack – mas acho que há outra pessoa que gostaria de colocar um par de algemas nesse garoto mais do que qualquer policial... Sakura?
- Sim? – respondi, mas Flack apenas me lançou as algemas reservas e saiu da igreja.
Me aproximei de Sai, ainda segurado por meu pai, e ia colocar as algemas quando senti uma mão pousar sobre a minha. A mão de Sasuke. Com certeza acho que devíamos fazer isso juntos. Então algemamos a única pessoa capaz de estragar nossa felicidade novamente.
- Como conseguiu os vídeos? – perguntou Sai para Sasuke no momento em que alguns policiais de Tóquio entravam na igreja acompanhados por Flack, avançando rápido para o altar.
- Ser filho do governador tem suas vantagens – respondeu Sasuke, sorrindo e olhando pra mim
- E ter um distintivo também – completou Flack puxando Sai
- Você é um cara de sorte – comentou Sai
- Eu sei. Mas você não. – disse Sasuke se virando pra mim.
Estava tudo acabado. Agora poderíamos ser felizes... Encarei os olhos de Sasuke como nunca fiz antes, acreditem. Me perdi naquela imensidão negra, como se pudesse entrar na alma dele e sentir todo o amor que ele sente por mim. E sei que Sasuke fez o mesmo. Ficamos tanto tempo assim que nem percebi que todos já haviam saído da igreja, até o padre.
Mas isso não me importava mais.
- Por que demorou tanto? – perguntei quando Sasuke pegou minha mão, justamente aquela que segurava a corretinha. Ele fez cara de quem pede desculpas e disse:
- Celular carregando... – gotas se formaram na minha cabeça e eu sorri. Mas dessa vez sorri pra felicidade que estava bem na minha frente.
Sasuke abriu o fecho da correntinha e me olhou nos olhos de novo. Eu também o encarei o tempo inteiro, até enquanto ele colocava a correntinha em meu pescoço. Sorrimos um para o outro.
- Você está linda – disse Sasuke
- Tive medo que não viesse... – falei, um pouco envergonhada
- Por que não viria? – perguntou ele sorrindo de canto de boca
- Realmente... – falei – por que você não viria? – e sorri também. Sasuke me puxou pela cintura e colou nossos corpos. Adorei essa sensação, mais do que nunca.
- Lembra da promessa que te fiz? – perguntou ele
- Sim...
- Pois bem, hora de cumpri-la.
E sem dizer mais nada, Sasuke uniu nossas bocas no beijo mais longo que já trocamos. E mais doce, mais apaixonado também. Mas infelizmente existem aquelas horas em que a respiração falha, e como nosso beijo foi... quente, tivemos que nos separar pra pegar ar.
Sasuke beijou minha bochecha e me abraçou forte. Em seguida sussurrou em meu ouvido, me causando arrepios:
- Vamos jogar Verdade ou Verdade... – disse ele
- Quer começar? – perguntei, me aproximando do rosto dele e fazendo nossas respirações se misturarem.
- Eu te amo.
- Eu também...
Trocamos outro beijo, tão bom quanto o primeiro.
Ok Buda... Talvez eu tenha sido injusta com você... Confesso que estou arrependida e agradeço ao meu coração e ao meu cérebro por terem me feito aceitar a chantagem do canalha que está preso neste momento. Sem vocês eu jamais estaria aqui, com quem mais amo nesse mundo.
Acho que agora, quando se fica muito tempo sem beijar Sasuke, é possível descrever a sensação: LIBERDADE. E ignorando o pedido de nossos pulmões para pegar ar, continuamos naquele beijo livre, apaixonado e carregado de sentimento.
Ficamos assim por muito, mas muito tempo mesmo, e entre um beijo e outro havia uma brecha para pegar pouco ar ou palavras de amor para adoçar os beijos e agradar os ouvidos. Sei o que podem estar pensando: final clichê. Acontece que esse é o MEU final feliz, e espero sinceramente que um dia vocês tenham o de vocês do jeito que merecem.
Pois acreditem: é muito bom ser feliz com quem se ama. Eu que o diga...
FIM
Oi gente! (chorando descontroladamente)
É o fiiiiiiiiiiiiim!!! Acreditem: também estou arrasada! Eu AMEI de coração escrever essa fic e mais ainda contar com o carinho e o apoio das reviews de vocês... Não tem como eu agradecer a todos porque cada um tem seu cantinho reservado no meu coração! Vocês foram muito lindos comigo!!!
Eu queria agradecer ao pessoal que eu tenho add no meu msn e à minha maninha Hanna Uchiha. Amo vocês galera!!!
Obrigada a quem acompanha desde o início e agüenta minha demora pra atualizar... n.n
Esse cap é de presente pra mim mesma tb pq dia 4 é meu níver! n.n E, claro... É de presente a todos vocês também!!!
Fiquem atentos aos meus próximos projetos! Logo logo vou abrir minha fic de ficha e então coloquem seus cérebros pra funcionar!!! n.n
Espero que tenham curtido a fic e caprichem nas reviews!!! E, claro: SasuSaku 4 ever!!!!!
Muitos beijos e bom carnaval!!! Guardo vocês no meu coração!!!
Debby Uchiha
n.n