Retratação: Naruto não me pertence!!

Atenção: Contém YAOI!!


SANDSTORM

Capítulo 7 - Além das aparências

Lee se considerava um amante da natureza. Ele tinha um grande respeito pelos animais e acreditava que toda criatura viva merecia ser apreciada.

Entretanto, um buraco cheio de baratas super-nutridas do tamanho de cachorros ia de encontro a esses princípios de alguma maneira. Só o cheiro era capaz de derrubar uma pessoa comum.

- Agora você sabe do que eu estava falando - Gaara comentou enquanto Lee tentava segurar a ânsia de vômito. Qualquer pessoa teria ficado orgulhosa por conseguir dizer aquilo com tanta desenvoltura. Gaara soou apenas factual.

- É... Cara, é realmente insuportável.

Gaara olhou de relance para ele, como se quisesse se certificar de que Lee não estava prestes a desistir. No caminho, o queixo do ruivo roçou na gola alta da tradicional veste Jounin de Suna que usava. Ele abaixou a gola meio irritado, então mudou ligeiramente a posição da jarra de areia nas suas costas e voltou a levantar a gola, que agora parecia não mais esbarrar em seu rosto. A pequena seqüência de gestos distraiu Lee, que acabou esquecendo momentaneamente do cheiro. Era muito estranho ver Gaara usando aquelas roupas. Não que ele não ficasse bem com elas. Ficava... estranho. Diferente. Ele ficava parecendo um Shinobi comum de 17 anos de idade, podia té mesmo ser confundido com um por alguém não conhecesse pessoalmente o Kazekage. Isso, é claro, até que o sexto sentido da pobre criatura começasse a se agitar em resposta aos traços do imenso e letal poder que corria pelo seu corpo.

- Eu falei para você ficar no acampamento - Gaara disse, com uma total falta de simpatia pela forma como Lee estava ficando verde. O cheiro não parecia incomodar tanto Gaara, talvez porque já tivesse sido exposto a ele antes.

Lee se incomodou com a sugestão. Queria responder algo, mas a idéia de abrir a boca lhe pareceu impossível. Nesse caso era como se o cheiro se materializasse, sentia como se estivesse comendo algo extremamente podre.

- Eu não preciso de ajuda - Gaara completou.

- Claro que não - Lee disse, balançando a mão na frente do rosto, o que não adiantou muito.

- Se você voltar agora eu não vou ter que ficar me preocupando com você.

- Você não vai ter que se preocupar comigo se eu ficar.

A resposta foi totalmente automática, sorte que o vento havia mudado ligeiramente de direção, empurrando o odor pútrido para outro caminho. Em outras ocasiões Gaara já havia tentado liberar Lee de missões perigosas, sem sucesso. A atenção de ambos estava voltada para o inimigo, avaliando a melhor forma de se aproximarem entre os cânions, rochas e dunas de areia que circundavam o ninho.

Finalmente Gaara se virou.

- Nós vamos avançar no sentido leste-oeste.

- Tem certeza? - Lee olhava para o terreno sugerido por Gaara.

- É mais aberto.

- É mais aberto para nós, mas também é mais aberto para eles, eles vão nos ver.

- Eles podem perceber o nosso chakra muito antes de nos ver - Gaara tocou ligeiramente no ombro de Lee, apontando na direção que deviam seguir, Lee ainda parecia hesitante. - Nós somos dois e eles são centenas, qualquer obstáculo favorece a eles. Mexa-se.

Lee não estava aborrecido pela ordem direta, na verdade ele quase não se deu conta dela. Aquele era o jeito de Gaara. O que realmente chamou a atenção de Lee foi a mão do ruivo repousando brevemente sobre seu ombro. Aquilo era algo recente. Gaara não tocava as pessoas normalmente. Mesmo antes, quando ele matava pessoas regularmente, ele não costumava tocar nelas para fazer isso.

Lee não comentaria aquele breve toque, assim como não comentou nada quando Gaara se debruçou sobre ele para mostrar qualquer coisa no mapa ou quando o cutucava para chamar sua atenção. Ele tinha a sensação de que o próprio Gaara não percebia seus gestos, Lee também não os mencionaria. O que havia se formado entre eles, lentamente, de forma quase imperceptível, era uma amizade entre homens, do tipo que não precisa de palavras.

Então Lee não comentaria o breve toque, mas aquilo o havia deixado de bom-humor, a despeito do terrível cheiro e da sensação de arrepio que descia a subia pela sua espinha como conseqüência.

Ele seguiu os passos de Gaara, algumas dunas os separavam das bordas do ninho. O ar estava extremamente quente, Gaara havia decidido não esperar a noite para atacar. Os insetos se arrastavam com velocidade de um lado para outro na parte de fora do buraco onde ficava o ninho. Aquela movimentação provocava um ruído que parecia o de algo fritando. O vento mudou de direção e amenizou novamente o cheiro insuportável, que parecia uma mistura de vísceras podres com suco gástrico. Lee se concentrou em esconder sua presença tanto quanto possível, tomando certas precauções os insetos ainda demorariam um pouco para percebê-los.

- Vamos deixar as nossas bolsas aqui - Gaara disse em voz baixa, se desfazendo da mochila que carregava.

Ambos ouviram um estranho barulho.

- Temos companhia - Lee disse em voz baixa. Gaara não respondeu, moveu muito cautelosamente o dedo para que Lee o seguisse. Quatro insetos apareceram na duna que os dois jovens rapazes haviam acabado de subir. As antenas e mandíbulas se moviam freneticamente, os olhos multifacetados brilhando sob a luz do sol.

Eles eram semi-inteligentes, Lee recapitulou a explicação dada por Gaara. Na verdade, a rainha era, e as operárias eram dirigidas pela sua inteligência. Se alimentavam de chakra e, se percebiam a aproximação de uma grande quantidade de chakra eles eram capazes de sair em um enxame para atacar, por isso era importante agir com a menor equipe possível. As mandíbulas deles eram capazes de quebrar ossos, os soldados eram também venenosos. Além disso, eles eram muito, muito rápidos.

As quatro sombras negras avançaram velozes na direção de Lee e Gaara.

Lee estava preparado para um ataque rápido, mas jamais imaginaria que um inseto podia alcançar tamanha velocidade. Seu primeiro golpe não foi muito preciso, a lança de madeira que ele havia recebido de Temari derrubou um dos insetos e atravessou a carapaça do outro, mas não o suficiente para matá-lo instantaneamente. Pôde ouvir as mandíbulas estalando raivosamente perto da sua orelha antes dele se debater e finalmente morrer. Foi o tempo suficiente para a outra operária se recuperar e preparar o próximo ataque. Lee sacudiu a lança, arremessando o inseto morto para longe, depois desferiu um Konoha Whirlwind que fez com que o outro inseto beijasse a areia, com o impacto o bicho explodiu se transformando em nada além de uma gosma cinza nojenta.

Gaara havia dito para evitar contato tanto quanto fosse possível, para evitar perder chakra.

Lee havia deixado que os dois insetos chegassem muito perto deles. Ele sabia, mesmo sem ter olhado, que a areia aos pés de Gaara havia se levantado e afastado os outros insetos que vinham pelos lados. Lee já havia realizado algumas missões ao lado de Gaara, ele sabia exatamente o que esperar do outro. Talvez fosse porque eles vinham treinando juntos já fazia quase um ano, ou talvez fosse por causa da amizade que havia crescido entre eles, mas o fato era que os seus estilos de luta pareciam combinar muito bem. Outra coisa que não precisava de palavras. Lee sorriu orgulhoso. Apesar da gosma cinza fedorenta que sujava a manga da sua camisa e de um grupo de furiosas operárias que se arrastavam bem à frente, sua atenção estava fixa em algo muito além disso. Lee queria saber o quão bem eles encarariam juntos aquele novo desafio.

Os dois Shinobis subiram ao topo da duna e lá embaixo puderam ver um tapete vivo de insetos pretos vindo rapidamente na sua direção.

Lee rapidamente desenrolou um pouco as bandagens das mãos, para o caso de precisar usar o Renge nos soldados mais parrudos.

- Pronto?

A areia oscilava formando um círculo ao redor de Gaara.

- Tente segurar um pouco o seu entusiasmo.

- Vamos lá, Gaara, você me conhece...

- Precisamente.

Um curto silêncio.

- Certo, eu não vou correr nenhum risco desnecessário - Lee suspirou meio desapontado, sob o olhar firme de Gaara.

Por algum tempo depois da viagem a Nasaki, Gaara ficou agindo de forma estranha com Lee, silencioso e distante, limitando-se apenas a responder perguntas monossilabicamente. E isso deixou Lee extremamente preocupado. Foi Temari quem o tranqüilizou, explicando que Gaara havia adotado o mesmo comportamento estranho com relação a seus irmãos depois da luta com Naruto, quando ele percebeu que os três eram, de fato, uma família, e que isso devia significar alguma coisa. Gaara apenas não sabia o que essa 'alguma coisa' era, e isso o fez assumir uma postura cautelosa, como se estivesse lidando com algo que pudesse se quebrar caso fosse tocado da forma incorreta. A conversa com Temari - que foi finalizada com várias ameaças sobre o que ela faria com Lee caso ele ferisse os sentimentos de Gaara - finalmente elucidou alguns aspectos do que havia ocorrido em Nasaki.

Isso também deixou Lee cauteloso, tendo em vista a reação drástica de Gaara a simples idéia de serem amigos. Era preciso lidar de forma delicada com aquela situação, pelo menos de forma mais delicada do que um discurso estilo Gai-sensei sobre a beleza da amizade verdadeira, o que seria o comportamento esperado de Lee. Então, sem saber exatamente como agir, Lee continuou a tratar Gaara normalmente, enquanto tentava imaginar um jeito de abordar o problema. Mas isso foi o suficiente para dar resultado. Uma vez que Gaara percebeu que Lee estava acostumado com o seu jeito - abrupto, brutalmente honesto e afeito a grandes períodos de silêncio - ele voltou ao normal, trazendo a tranqüilidade de volta para o coração de Lee.

Agora eles eram amigos, e faziam coisas que quaisquer amigos faziam, como enfrentar juntos uma infinidade de insetos gigantes. Lee já estava em Suna a mais de um ano, e ele se divertia mais a e mais a cada dia.

- Eu não acredito que você me pediu para ficar no acampamento - Lee falou surpreso, dando um violento chute na areia, arremessando os insetos da linha de frente como mísseis na direção dos que estavam mais atrás.

- Eu já destruí dois outros ninhos deste tipo sozinho. Eu não estaria correndo perigo nenhum - Gaara levantou uma das mãos em um gesto curto na direção dos insetos que se aproximavam. Uma grande quantidade de areia se ergueu do solo em resposta a sua ordem silenciosa.

- Eu quis dizer que eu não acredito que você ia me deixar de fora de uma luta dessa!

- Kankuro está certo. Você é bem estranho de vez em quando...

A areia atacava ao menor movimento dos dedos de Gaara, atirando os insetos para longe, destruindo-os em armadilhas repentinas. Lee percebeu orgulhoso o quanto o seu treinamento com Gaara tinha tornado aqueles golpes, que já eram extremamente perigosos, armas letais que consumiam apenas uma quantidade elegantemente ínfima de chakra. A velocidade de Gaara facilmente superava a dos oponentes.

A luta foi fácil à princípio, eles apenas rebatiam os insetos que se aproximavam. Então o ninho começou a organizar suas tropas. Lee e Gaara instintivamente assumiram a formação em que se sentiam mais confortáveis. Lee ia à frente para atacar alguns indivíduos-chave na tropa, bem perto e com extrema violência, enquanto isso a areia fazia a cobertura, lhe defendendo e dando suporte. Então Lee recuava um pouco e afastava os insetos que haviam se aproximado de Gaara. A defesa automática dele não deixaria que o tocassem, mas Gaara havia avisado antes do ataque que se as vísceras de algum inseto sujassem a areia que ele carregava na jarra, ele teria que suportar o cheiro horrível até que a própria areia se limpasse (sim, ela faz isso sozinha!), e isso faria com que o Kazekage ficasse infeliz e extremamente mal-humorado. Pelo bem de Suna, Lee estava dando o melhor de si! A sangrenta areia estava bem, mas ele e Gaara estavam se sujando o tempo todo com pedaços de insetos e vísceras, e isso não estava sendo nem um pouco prazeroso.

Eles estavam se encaminhando para o centro do ninho, um buraco raso cheio de exúvias e ossos de antigas presas. A areia naquele lugar borbulhava como se fosse um líquido fervente.

- Eles estão começando a formar um enxame? - Lee perguntou alarmado.

- Sim.

- Mas nós não perdemos tanto chakra...

- Eu acho que eles formariam o enxame em breve de qualquer maneira. As patrulhas demoraram muito para encontrar esse ninho. Mas nós podemos resolver isso a tempo. - Gaara completou, a voz perfeitamente fria e controlada.

Lee agarrou com vontade a lança que era sua arma e redobrou seus esforços, concentrando-se em manter os insetos longe com golpes amplos e rápidos, e em abrir caminho para Gaara. Aquela era uma situação de risco, se os insetos formassem um enxame, eles começariam a se deslocar em grande velocidade pelo deserto, e quaisquer vila, oásis ou viajantes desavisados que estivesse em seu caminho seriam imediatamente destruídos. Os insetos não parariam até encontrar uma luxuriante plantação no País do Vento, onde eles matariam e comeriam tudo o que houvesse, até não restar nem grama, retornando em seguida para o deserto para morrer. Então um novo ninho surgiria entre os corpos cheios de veneno. Os Shinobis da Areia consideravam sagrado o trabalho de deixar o deserto livre desta perigosa peste, mas havia uma área muito grande para patrulhar.

Gaara parou de avançar cerca de 30 metros de distância do centro do buraco.

- Está perto o suficiente? - Lee perguntou, afastando um grande soldado.

Gaara sacudiu a cabeça afirmativamente e ergueu uma das mãos.

O que se seguiu sobressaltou Lee. Era como se uma imensa nuvem tivesse coberto o céu. A sua volta os insetos pararam repentinamente, como se toda o ninho tivesse percebido naquele momento o tipo de inimigo que haviam deixado se aproximar demais.

O rosto de Gaara estava livre de qualquer expressão. Os seus dedos começaram a se fechar lentamente.

Bem no centro do buraco, a areia repentinamente se levantou agitada. O chakra de Gaara pulsava no ar. Os insetos se debatiam violentamente tentando escapar, mas já era tarde.

Mais e mais areia foi erguida do solo com muita violência. Soldados do tamanho de cavalos começaram a ser arrancados dos túneis subterrâneos destruídos, eles vinham ferozes na direção de Gaara. Todos eram sumariamente destruídos por imensas ondas de areia.

Então, bem no centro do buraco, uma cabeça realmente gigantesca surgiu.

Lee sentia todos os pelos do seu corpo se arrepiarem. Naquele momento todos os insetos voltaram sua atenção para o centro do buraco, movendo-se nessa direção em uma tentativa cega de proteger a rainha. Lee não tinha o que fazer além de olhar a postura rígida e o rosto impassível de Gaara ao erguer o punho fechado, finalmente expondo a presa que ele buscava. Era imensa, se debatia freneticamente sem a mínima chance de fugir.

- Você a pegou! - Lee comentou animado, enquanto observava a areia levantar a rainha, afastando-a da sua única chance de escapar: os túneis subterrâneos. Ela lutava, suas poderosas patas se sacudindo no ar, todo o corpo se debatia e pulsava, enquanto expelia ovos automaticamente. O líquido que expurgava pelo aparelho bucal dissolvia parte da areia que a aprisionava. Essa era a habilidade que permitia a ela construir os túneis onde produzias seus inúmeros descendentes. Mas não era o suficiente para escapar de Gaara. As operárias e os soldados tentavam alcançá-la, mas sem sucesso.

A boca de Lee ficou seca quando o chakra que se espalhava pelo ar continuou a aumentar, liberado pelo corpo de Gaara e pela areia que o circundava.

- É incrível... - Lee murmurou para si mesmo. A rainha era do tamanho de 10 homens e a sua força era muito maior do que isso. O rosto de Gaara parecia ter sido escavado em uma rocha, não havia nenhuma alteração na sua expressão, mesmo com o brutal esforço que ele fazia.

Gaara apertou o punho com força. A rainha foi coberta por diversas camadas de areia, até que não fosse possível ver nem uma pata sequer.

Lee tossiu soltando o ar que havia prendido inconscientemente.

- Lee.

- Huh?

- Se afasta.

Lee obedeceu instantaneamente, mas permaneceu perto o suficiente para ajudar Gaara caso fosse preciso. Gaara juntou as duas mãos abertas bem na frente do rosto.

Lee reconhecia aquela postura, sabia o que estava por vir...

A areia se agitou ainda mais, formando rajadas ao redor de Gaara enquanto o chakra no ar aumentava de tal forma que chegava a ser quase palpável. Uma quantidade realmente absurda de areia se ergueu e começou se movimentar violentamente sobre o centro do buraco, de onde a rainha havia saído e onde a maioria das operárias desorientadas se encontravam. As larvas semi-inteligentes começavam a sair dos túneis mais profundos. Uma delas poderia vir a se tornar uma nova rainha se tivesse oportunidade de sair com vida dali. Mas esse não parecia ser o caso.

A areia voltou a se organizar, formando uma onda gigante que despencou bem no centro do buraco. Em um piscar de olhos todos os insetos foram enterrados e a incrível força com que aquela onda desceu fora o suficiente para despedaçar cada um deles. Menos de um segundo depois Lee pôde sentir uma vibração percorrendo o solo, como um pequeno terremoto. E estava acabado.

Aquele poder desconcertante pulsava pelo deserto. O coração de Lee pulava dentro do peito. Aquela era a segunda vez que ele presenciava a Avalanche do Deserto, e podia dizer que fora uma das coisas mais inspiradoras que tivera a oportunidade de ver na vida.

As outras pessoas podiam considerar aquele golpe assustador. O poder do deserto em sua forma mais crua, mais selvagem... Lee achava inspirador, desafiador... Talvez até mesmo um pouco excitante, de um jeito que ele esperava nunca ter de explicar para alguém.

A areia toda de volta ao seu lugar, nem parecia estar viva alguns instantes antes. O barulho ensurdecedor se reduzindo ao rolar de algumas pedras e, depois, nem isso. O silêncio perfeito. Lee não conseguia ver mais um único inseto, apenas o deserto infinito...

Gaara avaliou seu trabalho, olhando com atenção a volta, então ele se sentou na areia, fatigado.

- Você está legal? - Lee perguntou, materializando-se em um segundo ao seu lado.

- Sim. O calor e o cheiro me incomodam um pouco. - Gaara disse simplesmente. Uma gota de suor escorria pelo lado do rosto dele, o único sinal do exaustivo trabalho realizado.

- Sério? Eu acho que o meu nariz perdeu completamente a sensibilidade a uns 10 minutos atrás...

- Você tem sorte - Gaara disse, se levantando lentamente. - Vamos sair daqui.

- Quer que eu carregue você?

Gaara olhou para Lee ligeiramente incrédulo, como se procurasse por algum grande ferimento na cabeça dele.

Lee gargalhou alto. O som ecoou perfeitamente pelo ar, que parecia completamente limpo depois da avalanche.

- Estava só brincando!! Eu sei que você pode andar sozinho, mas eu tenho certeza que eu não poderia depois de usar todo esse... Gaara? O acampamento não é para o outro lado?

- Se você tem energia para brincar, então pega as nossas mochilas - Gaara disse, continuando na mesma direção, que Lee tinha certeza de ser a direção oposta ao acampamento.

Lee obedeceu, confuso. Ele voltou ao local onde haviam deixado as mochilas e correu para se juntar novamente a Gaara, ele já havia ultrapassado o limite do que fora o ninho. Parecia estar procurando algo, olhando em volta e parando vez por outra.

Dez minutos depois ele parou e soltou a jarra de areia do colete. Lee esperou pacientemente, a sua própria mochila nas costas e a bolsa de Gaara sobre o ombro.

Gaara avaliou a área a seus pés com um olhar atento, logo em seguida a areia começou a se mover, abrindo um buraco bem na sua frente.

- O que foi agora?

Havia um pequeno traço de sorriso no rosto antes impassível de Gaara. Então ele levantou a cabeça, aparentemente satisfeito com o que estava fazendo.

Lee olhou para a depressão que aumentava de tamanho e começava a se encher de água.

- Uma fonte subterrânea?

- Eles sempre constroem o ninho perto de água. Ela fica poluída nas imediações do ninho, mas a essa distancia, está limpa. Você não deve bebê-la. Tem alguns minerais que não vão te fazer bem.

- Certo. Mas para quê você abriu esse buraco então? Nós temos água no acampamento e ainda tenho alguma coisa aqui na mochila também, se você quiser beber...

Lee falava enquanto mexia no mochila e ouviu um barulho de zíper. Virou-se imediatamente para Gaara e o viu retirar a veste ninja.

- O quê você está fazendo?

Gaara, que já começava a tirar a camisa, parou meio confuso, o tom alarmado na voz do Jounin aparentemente o havia surpreendido.

- Nós vamos nos lavar - Gaara explicou como se aquilo fosse óbvio.

E então terminou de tirar a camisa, ou pelo menos foi isso que Lee assumiu como sendo o ruído que ouviu às suas costas, mas, uma vez que encarava o deserto com desmesurado interesse, não podia ter certeza.

- Lee, o que você está fazendo?

- Nós... Eu, digo, você... Você... Não pode estar falando sério.

- Eu estou.

- Nós não podemos tomar banho aqui. Em um lugar exposto como esse.

- Exposto? Não tem ninguém por perto em um raio de 10 quilômetros. Só nós.

O coração de Lee parecia estar se atirando contra as paredes da sua caixa torácica. Só nós...

Ele abriu a boca para explicar os motivos dele não achar essa uma boa idéia, sim, porque havia uma razão para essa não ser uma boa idéia, porque senão não havia motivo para ele sentir esse... Esse nervosismo.

Havia um som de cinto sendo desafivelado às suas costas, e Lee perdeu até mesmo a capacidade de falar, em um ataque de pânico que ele não conseguia entender.

- Tira a roupa. - Gaara ordenou com uma voz que transparecia falta de paciência.

- Nós... Nós podemos ser... - Lee respirou profundamente e controlou novamente a voz, o máximo que pôde. - Nós temos que ficar de olho, podem aparecer mais insetos, nós podemos ser atacados...

- Eles estão todos mortos. - Lee ouviu as sandálias de Gaara baterem no solo.

- Por que nós não tomamos banho no acampamento? - um Lee desesperado perguntou. Ele olhava para o deserto mas a única coisa que conseguia ver era o abdômen alvo que surgia enquanto Gaara tirava a camisa, bem no canto do seu campo de visão...

- Tomar banho em água limpa? - Gaara perguntou com desdém. Lee sabia que não havia como rebater aquele argumento. A relação de Gaara com sua terra natal era complexa, mas em uma coisa Gaara era um verdadeiro filho de Suna, ele preferia perder seu sangue do que perder um recurso tão importante quanto água potável para beber.

Lee ouviu mais som de roupas sendo tiradas, e depois o som da armadura de areia abandonando por fim o corpo nu que estava bem às suas costas, em seguida ouviu Gaara entrando na água. O calor estúpido do deserto, refletido e duplicado pela areia branca, parecia aferventar o rosto de Lee, penetrando pelos seus poros.

- Certo, tome banho você então - Lee disse. - Eu vou ficar de olho, só por precaução. Eu não preciso tomar banho agora, eu estou bem. - Lee estava completamente sujo de sangue e vísceras de inseto, da cabeça aos pés, mas isso não vinha ao caso.

Então tudo ficou em silêncio. O tipo de silêncio que era especialidade de Gaara, que valia por uma conversa de muitos minutos. Lee lentamente se virou, simplesmente incapaz de evitar tal atitude.

Gaara estava meio de costas para ele, a água na altura dos joelhos. Lee fez questão de olhar exclusivamente para o rosto de Gaara - não que isso tivesse sido fácil - e sentiu que sua cabeça estava parando de funcionar novamente. Gaara olhava sobre o ombro para Lee, e seus olhos estavam ameaçadoramente estreitos. Se Lee não tivesse perdido completamente sua capacidade cognitiva, ele teria reconhecido aquela expressão e se preparado para o inevitável.

A areia em volta de Lee se ergueu e o agarrou pela cintura, arremessando-o vigorosamente dentro da piscina.

A água estava gelada, principalmente para quem estivera tão quente alguns instantes atrás. Lee retornou à superfície, colocando-se de pé em menos de um segundo, os seus movimentos provocando ondas amplas na superfície do lago recém-criado. Ele se virou para encarar Gaara instintivamente, antes de se lembrar do por que isso não seria uma boa idéia.

Por sorte Gaara havia se deslocado para uma parte mais profunda da piscina. A água continha muitos sais, apresentando uma coloração amarronzada bastante opaca, isso ajudava também. Lee engoliu a saliva e recobrou sua capacidade de raciocínio, junto com uma grande quantidade de indignação.

- Gaara!

Ele levantou os olhos, desviando a atenção da laboriosa tarefa de remover das mãos toda a sujeira.

- Porque diabos você fez isso?

Gaara lançou para ele um olhar do tipo 'você está sendo excepcionalmente inconveniente hoje'.

- O acampamento está a 10 quilômetros daqui. O cheiro já está desagradável agora. Meia hora no sol e vai ficar insuportável.

- Isso não te dá o direito de...

- Como a pessoa que vai andar 10 quilômetros ao seu lado, eu acho que dá sim. - Gaara completou e desviou sua atenção, jogando um pouco de água nos cabelos.

A respiração de Lee estava ligeiramente apressada, como se estivesse acabado de sair de uma longa luta. Alguma coisa estranha acontecia com a sua cabeça. Por fora, Lee estava embaraçado, e também confuso, uma parte de si estava inclinada a admitir que Gaara estava certo quanto ao cheiro enquanto outra parte se esforçava em convencer-se de que devia se virar de costas e olhar em outra direção.

Mas aquelas sensações todas pareciam se diluir misteriosamente em um imenso lago, cuja superfície era completamente tomada pelo reflexo de Gaara, e Lee simplesmente não conseguia se virar.

A pele de Gaara tinha cor de avelãs. Do tipo que se tornaria vermelha caso Gaara ficasse muito tempo fora do escritório sem a armadura de areia. Seu corpo não tinha nenhum defeito. Não havia uma única cicatriz que Lee conseguisse encontrar.

Os músculos levemente contraídos enquanto ele jogava mais água no cabelo. Sendo o talento de Gaara quase exclusivamente os Jutsus de Areia, sua constituição física era obviamente mais delicada e esguia do que a de Lee. Mas havia algo na economia de seus gestos, a graça e comedimento de seus movimentos, que exalava poder e auto-controle o tempo todo. Aquela aura emanava dele como as pequenas ondulações na superfície da água ao seu redor.

Molhados, seus cabelos adquiriram um tom de vermelho profundo, sanguíneo. Escorriam em profusão, provocando um contraste absolutamente interessante com a palidez da pele da sua nuca. A água escorria dos fios ruivos, passando pelos olhos contornados de negro, serpenteando pelo peito, tocando os mamilos que tinham a cor da areia, e descendo pelo abdômen...

Gaara havia dito alguma coisa. Os olhos de Lee fizeram o caminho de volta até o rosto do seu objeto de admiração. No estranho transe em que se encontrava, as palavras de Gaara eram menos importantes do que o fato de seus lábios apresentarem aquele tom de areia que parecia ter sido inspirado no deserto.

A parte de Lee que continuava conectada ao mundo real - uma parte pequena - lhe informou que Gaara havia dito que tirasse suas roupas.

Lee deu um pulo para trás, rejeitando ardentemente aquela sugestão, uma pequena onda se formou em conseqüência do movimento brusco. Aquilo era... errado! Ele não queria. Ele não queria que o seu corpo, a sua arma cheia de cicatrizes, estivesse em qualquer lugar tão próximo de tamanha perfeição. Lee sabia exatamente como aparentava, sua pele era marcada por antigos ferimentos, ossos quebrados, cicatrizes sobre seus músculos - que serviam para lutar, não para serem observados. Ele era todo tendões e músculos e cicatrizes e imperfeições e não, simplesmente não.

Ainda no estranho transe em que se encontrava, ele percebeu que começou a imitar os gestos de Gaara, jogando água nos cabelos, esfregando os ombros... Então, ele estava tomando banho, não estava?

- Tira a roupa - Gaara disse, um tanto impaciente.

- Por quê? Nós temos que lavá-las também, certo? - Lee argumentou, esfregando vigorosamente a manga da sua camisa.

- Não, nós vamos queimá-las junto com os restos dos corpos no ninho.

- Queimá-las?

- Você trouxe uma muda extra de roupas na sua mochila, como eu havia dito. Certo?

- Ah! - Lee olhou ao redor, procurando as mochilas que havia largado alguns metros distante. - Eu esqueci que trouxemos uma muda extra de roupas...

- Lee?

Lee gelou ao perceber a voz de Gaara se aproximando.

- Quê? - ele perguntou assustado, ao se virar e ver Gaara excessivamente perto - apenas um metro, no máximo - e olhando fixamente para ele.

- Você levou um golpe na cabeça? - Gaara perguntou, sutis traços de confusão em sua voz. - Não é do seu feitio esquecer detalhes. E você está se comportando de um jeito muito estranho.

- Eu estou bem - Lee deu alguns passos para trás, a água dificultando seus movimentos muito mais do que o normal.

Gaara se levantou e água escorreu pela pele clara da sua barriga. Lee, completamente desesperado, simplesmente não conseguia desviar o olhar. Gaara o encarou fixamente por mais alguns segundos, e depois desviou a atenção para o lago ao redor deles.

- Você está constrangido? - ele perguntou vagarosamente.

Lee engoliu o seco, e depois limpou a garganta.

- Um pouco - ele respondeu honestamente.

Gaara adquiriu um semblante pensativo por alguns segundos.

- Mas você usa o banheiro coletivo do prédio em que você mora.

Aquela era uma observação interessante, excelente. Lee estava alojado em um quarto individual no bairro Jounin, e os banheiros eram coletivos. Era bem verdade que Lee geralmente esperava que estivessem vazios para tomar banho, mas quando isso não era possível, ele não se sentia assim tão constrangido.

Então porque ele estava sendo tão...

Somente nós...

- É que eu não estava esperando - ele tossiu, nervoso - Eu, bem...

Gaara o encarou pelo que lhe pareceu ser um longo tempo, Lee simplesmente desistiu de tentar continuar falando, se concentrou exclusivamente em não acompanhar as gotículas de água que continuavam pingando do cabelo de Gaara, percorrendo um caminho perigoso até retornarem para o lago.

- Eu não entendo você - Gaara declarou por fim - Mas eu já terminei. Você pode terminar o seu banho sozinho. Eu quero checar a qualidade da água do outro lado do ninho, tem um oásis lá perto, talvez ele tenha sido contaminado.

- Eu vou com você, nós não temos certeza se é seguro... - Lee disse, miseravelmente, começando a se despir na medida em que o seu senso de responsabilidade venceu a relutância.

- Todos os insetos estão mortos, ou morrerão em breve sem a inteligência da Rainha. Fique aqui e se limpe direito.

Lee imediatamente retirou a veste e a camisa e começou a se esfregar para valer, afim de tirar os restos da batalha da sua pele, mas ficou de calças...

Ele se concentrou em seus próprios atos enquanto ouvia Gaara se deslocar em direção à bolsa com suas roupas. Ele tentou bloquear os sons do Kazekage se vestindo ao fundo. Finalmente Gaara se retirou sem uma palavra, o que era muito comum para ele.

Lee não estava muito cansado, Gaara havia feito quase todo o trabalho sozinho. Ele sabia que podia se apressar e alcançar Gaara antes que ele conseguisse se afastar muito. Então ele gastou um minuto esfregando vigorosamente o rosto com a água fria. Ele se sentia vermelho, quente, febril. E agora que Gaara havia se afastado e seu cérebro parecia ter voltado a funcionar, ele percebeu que aquele não era o seu único problema.

Graças a Kami-sama que a água estava fria.

Aquilo... era uma reação normal.

Lee era jovem e estivera poucos instantes antes em uma luta. Gai-sensei fora muito cândido ao explicar para seus alunos do sexo masculino a gama da efeitos que perigo, vioencia e esforço físico podiam provocar em organismos jovens como o seu. Sim, providencial a água fria. E escura. E o fato de estar usando suas calças.

Isso não tinha nada a ver com - pele cor de avelãs - com nada.

Era por causa da luta. O perigo algumas vezes podia fazer isso com o corpo de um homem. A batalha - os olhos contornados de negro perfeitamente focados, os dedos unidos, o cabelo vermelho esvoaçando pela força pura que emanava de seu corpo. O incrível poder rasgando o ar, pulsante, totalmente sob controle. O esturro do chakra repentinamente liberado...

Lee respirava ruidosamente pelas narinas, tentando ignorar a forma como seu coração saltava dentro do peito sem muito ritmo, a forma como o calor era emanado pelo seu corpo e absorvido pela água. Não, aquilo estava errado. Sentir-se... sentir-se excitado por algo como aquilo era simplesmente... Não, não estava acontecendo. Era apenas o calor, e a adrenalina. Somente isso.

Pele cor de avelãs...

Lee iniciou um exercício mental, do tipo que o permitia controlar a dor quando ele treinava muito pesado. Seus batimentos cardíacos pouco a pouco desaceleraram e sua mente voltou ao controle. Gaara era seu amigo. Mais do que isso, eles treinavam juntos, lutavam juntos, confiavam um no outro. Um tipo de proximidade especial que apenas dois Shinobis podiam compartilhar. Isso os isolava de pessoas normais, os levava a territórios em que as coisas não eram fáceis de se separar. Então ou você controla isso ou isso pode te distrair. Com Neji...

O pensamento de Lee alcançou uma parede interna. 'Não entre', era o que estava escrito nessa parede.

Aquilo o desestruturou por alguns segundos, então retomou lentamente o exercício novamente.

Gaara era seu amigo. Ele permitia que Lee o acompanhasse em sua solidão. Ele treinava com Lee - golpes rápidos, o rosto ligeiramente corado e suado, o toque de suas mãos quando ele ajudava Lee a se levantar...

Gaara era seu amigo. Treinava com Lee, conversava com ele de madrugada quando ambos precisavam de um intervalo em seus afazeres... Ele até mesmo, depois de muita resistência, deixava que Lee o acompanhasse naquele tipo de missão.

Fora difícil convencê-lo, especialmente depois de retornaram de Nasaki com aquela estranha e pulsante recém descoberta amizade entre eles. O primeiro instinto de Gaara era proteger a todos e assumindo os perigos ele mesmo. Era por esse motivo que o Kazekage regularmente realizava aquele tipo de missão perigosa, obrigando os Shinobis que o acompanhavam a ficarem no acampamento a 10 milhas de distância. Naturalmente ele tentou aplicar o mesmo tratamento a Lee. E Lee teve que ser muito teimoso ao mostrá-lo claramente que não estava disposto a aceitar ordens daquele tipo. Lee não estava inclinado a se esconder na vila sob a mão protetora do Kazekage, muito obrigado.

Lee começou a sorrir gentilmente enquanto se lembrava da lenta mudança na amizade entre eles. A evolução fora gradual, quase imperceptível a maior parte das vezes. Mas agora, as mãos de Gara tocavam naturalmente no ombro de Lee quando ele queria sua atenção ou quando queria que se movesse. Agora, tanto os silêncios quanto as palavras eram confortáveis. Agora, quando Gaaara saia em uma missão arriscada como aquela, os aldeões de Suna esperavam encontrar Lee em seu encalço.

Daquele jeito que tinha que ser.

Lee afirmou firmemente com a cabeça. Já não sentia aquele calor de antes - um mero efeito colateral da batalha, que poderia acontecer outras vezes. O que importava agora era que ele não deveria deixar que Gaara se afastasse muito. Lee rapidamente se livrou das calças e se pôs a retirar os restos de vísceras da sua pele e cabelo, esfregando com as mãos cheias de areia molhada, para acelerar o processo. Gaara estava certo, o cheiro teria se tornado simplesmente insuportável após um breve instante sob o sol. Lee logo terminou e se dirigiu a mochila.

E não ficou incrivelmente surpreso ao encontrar Gaara encostado em uma rocha próxima, olhando para ele. Esse era um outro sinal da amizade entre eles, bastante estranho: agora, quando Gaara se deparava com algo que Lee dizia ou fazia, e que o ruivo não conseguia entender - algo que acontecia com relativa freqüência - ele não mais ignorava. Ele tentava compreender. Geralmente acabava deixando Lee embaraçado ou chateado. Em se tratando de sentimentos humanos, Gaara continuava tão sutil quanto uma pedra rolando de um barranco.

- Você... consegue ser muito inconveniente algumas vezes, Kazekage-sama. - Lee jogou água nele enquanto posicionava a calça molhada estrategicamente a sua frente.

Gaara o olhava curioso, sem nenhum sinal de embaraço ou compreensão quanto ao pretérito desconforto de Lee. Lee pensava consigo mesmo, ainda sentia-se estranho pela sua aparência, comparada com a pele perfeita e músculos bem desenhados de seu amigo.

Lee agarrou sua mochila um tanto raivoso e andou com passos duros, contornando a rocha até o outro lado, onde estava livre do contato visual com a figura que, de certa forma, o oprimia.

Ele ouviu Gaara se levantar e se afastar, parando logo em seguida.

Lee se vestiu rapidamente e seguiu seu amigo.


Não vou nem perder meu tempo me desculpando pela demora, dessa vez eu realmente bati meu recorde!

Apenas posso agradecer imensamente pela paciência de quem continua acompanhando e pelas reviews, todas muito carinhosas. Mais uma vez chamaram minha atenção as novas fãs do casal que estão sendo formadas graças a essa fic, isso realmente está me fazendo muito feliz!!

Espero que o próximo não demore tanto quanto esse...

(julho de 2008)