Atenção: Essa fic é slash/yaoi, então quem não gosta, seja por questões morais, religiosas, políticas ou gastronômicas... não leia! Ou leia... Mas não me encha o saco depois, anh?

Atenção²: Disclaimer único. Nada é meu e eu não ganho nada. Exceto, se vocês gostarem, alguns emails notificando reviews. E isso, meus caros, não tem preço.

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-Prólogo -

Draco entrou numa antiga mansão seguindo Severo Snape, seu padrinho. Ainda não conseguia assimilar perfeitamente tudo o que acontecera. "Eu não matei aquele velho desgraçado" pensava. Mas não pensava em como era inocente, mas na fúria que isso despertaria no Lord, em como fora idiota. Draco Malfoy, filho do braço direito - e provavelmente o esquerdo também - de Lord Voldemort. Draco Malfoy, criado para odiar, ser frio e sempre racional. Não conseguira matar um velho caquético.

- Draco, Draco, você não é um assassino – Dumbledore disse com calma.

E então ele realmente não conseguira. Tentara ganhar tempo, mostrar-se superior... Mas não conseguira dizer o feitiço. Mesmo sabendo que se não o fizesse, Voldemort o mataria.

Pararam em frente a uma porta, e Draco pôde ver novamente os olhos do padrinho. Estavam opacos e frios.

- Draco, entre – Snape mandou.

Ele respirou fundo. Agora seria a hora de saber se o voto perpétuo entre seu padrinho e sua mãe realmente valera de alguma coisa. Girou a maçaneta e empurrou a porta, tendo acesso a uma sala mal iluminada. No centro, uma poltrona aconchegante. E sentado nela, o Lord Voldemort.

A porta se fechou atrás dele. Draco fez uma pequena reverência.

- Devo informar que Alvo Dumbledore está morto – avisou, tentado a desviar os olhos dos do Lord.

- Crucio! – Lord Voldemort brandiu a varinha.

A dor era lancinante, e Draco contorceu-se. Caiu no chão, os músculos retraídos. O Lord acabara de assinar a sentença de morte de Draco, ele tentava pensar, a sua carne parecia dilacerar-se por dentro, seu corpo parecia que ia implodir. E tão rápido quanto foi, parou.

- Dumbledore está morto, você disse. Mas covenientemente omitiu que falhou em sua missão.

- Lord, eu--

- Você é filho do meu mais fiel servo. E é um covarde. E Lord Voldemort não aceita covardes entre os seus, portanto, Malfoy...

E em vários lampejos, violetas, verdes, azuis, vermelhos... tudo apagou.

Dor. Cegueira. Mas não era escuridão.A contrário, era tudo branco como se tivesse morrido. Mas... A morte nos deixa conscientes?É, de fato a morte não era tão ruim assim. A morte era apenas uma grande aventura seguinte, como dissera alguém. Ele não lembrava quem. E então foi parando de pensar. E parou, e não sabia mais o que estava vendo – branco ou preto – e não sabia mais se sentia dor.

Sim, sentia dor. Muita. E tinha a impressão de estar vivo. Mas tudo ainda era branco. Muito branco. E a dor era na cabeça. E no estômago. Foi reconhecendo a sensação. Fome. E uma dormência esquisita, uma formigação no corpo todo.

- Draco Malfoy? – ele ouviu, e isso doeu. A voz soara tão alta em sua cabeça!

- Comida ou água – tentou falar, mas a sua voz saiu rouca– ou melhor não saiu. Ao invés de uma voz, um ruído rouco, ora grave, ora agudo e então, apenas uma baforada.

- Espera um pouco, eu vou chamar um médico.

As coisas estavam voltando ao seu foco de visão. A claridade ainda era muito grande, mas já coseguia perceber os cantos de um teto branco-alvo. Ele não sabia quarto tempo depois, mas várias cabeças descohecidas se puseram no seu campo de vsão.

- Como você se sente? – um homem peguntou, pondo a mão em sua testa.

-Eu.-- - a sua voz ainda não saía normalmente. Tossiu. – Eu acho que estou com fome e sede.

- Vamos providenciar o que comer. Você saberia me dizer seu nome?

- Meu nome é... – ele tentou se lembrar, e se assustou porque não conseguia responder de forma automática. – Eu... – a frustração tomou conta dele. Como podia, ele não saber quem era? – Eu não sei!

- Calma – o homem disse, tranquilo. – Isso é completamente normal. O senhor passou por um trauma muito grande e isso pode ter afetado temporariamente sua memória.

- Qual é o meu nome? O que aconteceu? Eu quero asaber exatamente o que eu estou fazendo a--

- Se acalme, Sr., nós te diremos, logo que o senhor esteja fisicamente pronto para saber – uma enfermeira avisou.

- Fisicamente pronto é uma ova, sua elfa crescida. Eu quero saber. E eu quero saber agora.

O medibruxo olhou para o único que não estava de branco, um velho senhor ruivo. Ele o lembrava alguém. Mas quem?

- Obrigado, Doutor. Mas, visto a situação, seria recomendável sim, que eu o contasse tudo – o senhor informou, e os outros dois assentiram e saíram, deixando o prato de comida em cima da mesinha de cabeceira. E então, virando-se para o rapaz na maca, começou: - Olá, meu nome é Arthur Weasley, Ministro da Magia. Você consegue recordar quem eu sou e o que eu faço? – perguntou.

- Está sofrendo de crise de identidade também? – perguntou com sarcasmo. – Eu sequer sei quem eu sou, como quer que eu saiba quem é você?

- Compreendo. Mas sabe o que faz o Ministro da Magia, certo? – o outro insistiu.

- Claro! É o cargo maior entre os bruxos de... Onde vivemos? – Draco perguntou, confuso.

- Inglaterra, sr. Malfoy. A propósito. Seu nome é Draco Malfoy. Você sofreu um grave acidente, embora ainda não saibamos qual, estavamos esperando que você nos dissesse. Você foi encontrado semanas após ter participado do assassintado de Albus Dumbledore. E o Ministério tem esperado você voltar do coma para que possamos acusá-lo formalmente.

- Eu não acredito em vocês. Eu não sou um assassino-- - ele parou. "Draco, Draco. Você não é um assassino." Alguém já o tinha dito antes. E isso fortaleceu sua crença de que era inocente – eu lembro, e tenho certeza. Alguém me disse, um dia, que eu não sou um assassino.

- Agora que você está consciente, sua defesa deverá ser apresenada na segunda-feira, diante da Suprema Corte dos Bruxos. – Draco ia abrir a boca quando o ministro interrompeu. - Os médicos do St. Mungos o encaminharão, caso não lembre onde é.

- Mas como eu vou saber me defender, se sequer lembro do que aconteceu? Serei beijado por um dementador, sem sequer saber se sou realmente culpado?

- Os dementadores não são mais empregados do ministério. Hoje aplicamos pena de morte para casos como o seu. Mas talvez precisemos abrir uma variação da lei, devido as circunstâncias – o velho explicou.

Draco arregalou os olhos. Muita informação. Estava muito confuso, saber tanto e não saber nada. Precisava de alguém que o ajudasse a recordar seu passado, e rápido.

- E minha família? Eu tenho uma família, certo? – ele perguntou, tentando forçar a memória.

- Não. Seu pai, Lucius Malfoy, acusado de vários crimes, foi condenado à morte, há três anos. Sua mãe, Narcissa Malfoy, morreu também, anos antes.

- Ela foi condenada à morte? – Draco perguntou, achando improvável que fosse inocente, vindo de uma família de criminosos.

- Não – o homem contou, e a centelha de esperança voltou a crescer nele. – ela foi assassinada poucos dias depois de você ter entrado em coma. Os bens da sua família foram confiscados, e caso você prove a sua inocência, os os setenta milhões de galeões que lhe cabem, serão devolvidos a você. Caso contrário, será integrado para ordens beneficentes do governo.

- Quanto foi confiscado? – ele perguntou, interessado. Anotou mentalmente que era um homem rico, e pagaria a quem quer que fosse, para defendê-lo.

- Bom, confiscamos os quarenta milhões de galeões que pertenciam a seu pai. Sua mãe possuía, numa conta separada, toda a fortuna dos Black, por ser herdeira direta deles. Como não achamos nada contra ela, foi deixada de herança pra você. – ele explicava, gesticulando pouco e com o rosto sério. - Confiscamos também todos os bens que estavam em nome do seu pai, inclusive a mansão Malfoy. Tudo que estava no nome da sua mãe permaneceu intacta.

- E será passado para mim, caso eu consiga provar a minha inocência – Draco concluiu.

- Exatamente. – o homem concordou - Agora, se o senhor me der licença, as enfermeiras cuidarão de você. Pedirei que lhe enviem alguma que tenha estado em Hogwarts na mesma época que você. Até dia doze, Malfoy, e boa sorte.

Uma enfermeira entrou e sentou ao seu lado, levantando sua maca em quase 90º. Isso possibilitava ver todo o quarto. Mas ele mal estava reparando na decoração, ainda. Procurou por um calendário. Era dia 10 de Março. Um péssimo sábado, ele podia dizer.

Ele não precisava de sorte. Ele queria um milagre.

- Olá, senhor Malfoy, como se sente? – a enfermeira disse, cordialmente.

- Eu acabei de sair de um coma e provavelmente morrerei na segunda-feira. Como acha que estou me sentindo? – ele respondeu, de forma mal-humorada.

- Entendo - ela respondeu, desconcertada. - Bom, meu nome é Amelia Bones, e eu vou tentar te ajudar – sorriu. – Nós entramos em Hogwarts no mesmo ano, sabe? Mas eu era da Lufa-Lufa.

- E eu? – ele perguntou, curioso. A menina não gesticulava muito, estava ocupada tentando esquentar um pouco a sopa.

- Ah, você era Sonserino. Chegou a ser eleito, no sexto ano, como o segundo rapaz mais bonito, embora fosse—bem, você era... um pouquinho arrogante, sabe? – ela explicou, ficando um pouco corada.

- O rapaz mais bonito, eh? – ele perguntou, sentindo-se orgulhoso de si mesmo. – Aonde poderia achar um espelho? – pediu. Estava curioso por saber que cara tinha.

Ela conjurou um espelho de bolso – Bem... você ganhou algumas cicatrizes – ela contou, meio incerta – mas quase não mudou, desde os tempos da escola.

Ele pegou o espelho. Seu rosto era pálido, seus nariz e seus lábios, finos. Os olhos eram acizentados. Sim, ele era realmente muito bonito. Mas seu rosto parecia ter sido costurado em alguns lugares, dando-lhe um aspecto feio.

-Algumas cicatrizes? Eu sou uma colcha de retalhos! Vocês não têm nenhuma poção que possa tirá-las? – ele perguntou.

- Sim, mas o Ministério não aprovou. Disseram que o senhor pagasse pela poção, caso—

- Caso eu consiga provar minha inocência. – Draco completou, largando o espelho, desanimado. – Eu estou completamente perdido, sou feio, pobre, sem passado e meu futuro é uma forca.

A mulher começou a dar-lhe uma sopa sem gosto. Mas o cheiro era bom, ironicamente. E quanto mais ele ouvia sobre o seu passado, mais achava-se completamente perdido. Ele parecia ser do tipo intragável. No final, foi obrigado a tomar uma poção Morto-Vivo. Sob muita briga, pois com tão pouco tempo de vida, seria obrigado a dormir.

E, sem muitas informações sobre si mesmo, foi lançado ao julgamento. Entrou numa sala, sob olhares atentos de dezenas de pessoas que cochichavam seu nome. A masmorra era rodeada de paredes de pedra escura, fracamente iluminada por archotes. As arquibancadas estavam cheias, de um lado e do outro e à frente, as mais altas estavam ocupadas por vultos escuros. Quando a porta se fechou atrás dele, todos calaram-se.

- Sente-se, Sr. Malfoy. – uma voz feminina soou, firme.

Ele foi encaminhado para o centro da sala, para uma cadeira cujos os braços eram equipados com correntes. Assim que sentou na borda da cadeira, as correntes tiniram ameaçadoras e prendeu seus braços. Ele olhou, desanimado, para as pessoas sentadas no banco acima. Eu vou morrer. Eu sei disso. Serei condenado.

Eram umas cinquenta pessoas, usavam vestes cor de ameixa com um W bordado em fio prata ao lado esquerdo do peito. Bem no meio da primeira fila estava o tal Arthur Weasley.

- Então, podemos começar? – o primeiro-ministro perguntou, recebendo sinais de concordância, silenciosos. – Draco Malfoy, o senhor está sendo acusado de ter participado ativamente da morte de Albus Dumbledore, além de ser um Comensal da Morte. Assume essa culpa?

- Não. Sou inocente, pois não me lembro de nada do que aconteceu, como o senhor ministro presenciou, e os medibruxos do St. Mungus podem testemunhar. – ele respondeu prontamente, embora não tivesse plena certeza de que isso fosse ajudar de alguma forma.

- Não se lembra, como não se lembra? – uma mulher perguntou às suas costas.

Todos recomeçaram a falar e o Ministro pediu ordem na sala. – Draco Malfoy acordou do coma há dois dias. Porém, não era esperado por essa corte que a violência sofrida no esconderijo de Voldemort – nesse dado momento, algumas pessoas gemeram – tenha afetado temporariamente a sua memória.

- Um homem não pode ser acusado por crimes que ele não cometeu – um homem, diretamente ao lado do ministro falou. – E se Draco Malfoy não se lembra, e o Veritasserum não fará efeito, porque ele não tem acesso a sua memória, eu suponho que não poderemos prendê-lo. Considerem-no inocente.

- Mas e quando a memória dele voltar? Ele se lembrará e estará livre, mesmo sendo culpado! – outro homem falou, mais ao fundo da arquibancada. – Eu digo que devemos prendê-lo, por segurança.

E formou-se uma grande discussão, para saber se deveriam ou não prender o loiro, visto que desmemoriado, ele era inocente, mas quando a sua memória voltasse, ele seria culpado, novamente.

- Prender esse homem, seria, hoje, uma injustiça. – o Ministro discursou, contido e sério, após conseguir o silêncio geral. - Deixá-lo em liberdade, também. Portanto, para encontrar um consenso nesse tribunal, eu sugiro que adiemos o julgamento. Draco Malfoy, o senhor está intimado a voltar a este tribunal daqui a exatos três meses, no dia 12 de Junho. Se ninguém tiver mais nada a acrescentar, considero essa sessão, encerrada.

Assim que saiu da sala, um pensamento veio à mente de Draco. Ele correu ao encontro do ministro, que já estava afastado dos demais.

- Sr. Weasley! – ele chamou, e o ruivo virou-se meio surpreso. – Como espera que eu sobreviva três meses, se eu não sei quem sou, não tenho a quem procurar e não tenho nenhum dinheiro ou roupa, que não essa do corpo? – ele perguntou. A roupa que estava usando, era, segundo a enfermeira, a mesma que ele usava no dia que foi encontrado, e que apenas fora lavada.

- Eu sinto muito, Malfoy. Deveria ter dito isso ainda durante o tribunal. Sozinho, eu não posso resolver nada, mesmo sendo o primeiro-ministro – e voltou a andar.

Draco começou a forçar a memória, a pensar no que fazer. Será que aquela enfermeira, Amelia Bones, o acolheria? Afinal, ela o achava bonito. "É, antes de você ser uma colcha de retalhos ambulante." Mas mesmo assim, era possível tentar. Mas, e se ela não o acolhesse?

- Sr. Malfoy – o sr. Weasley voltou a chamar. – Existe uma pessoa que talvez possa o ajudar – ele informou, entregando-lhe um pedaço de pergaminho. – Procure essa pessoa, explique o que aconteceu. E... bem, boa sorte – ele desejou, antes de entrar no elevador.

Ele abriu o pedaço de pergaminho.

"Harry James Potter

Godric Hollow's, 53

Ao lado do Orfanato Lily Potter"

Harry James Potter. Aquele nome não era estranho, e de alguma forma, não lhe dava uma sensação tão boa. Catou os bolsos e achou uma moeda dourada, dada às escondidas por Amelia.

- Então, Harry James Potter. Espero que esteja em casa, porque eu tenho uma enorme missão para você, seja lá quem você for.


N/A:Gente, pega leve, tá? essa é a minha primeira fic slash. E a primeira fic Drarry. Sejam... legais?