N/A: Oi, gente! Antes que vocês comecem a ler, eu gostaria de conscientizar a todos que este é mesmo o ÚLTIMO capítulo. Agora, sem mais enrolações, eu resolvi colocar aqui trechos importantes de capítulos anteriores para que vocês não precisem reler tudo para entender.


- Hey, ruiva. Meu nome é James Potter, é essa a república do Sirius? – Pelo tom de voz dele, Lily não percebeu se ele estava falando sério ao chamá-la de "ruiva", com tanta intimidade.

Ruiva? Oi, eu nem te conheço!, Lily pensou, olhando fixamente para James Potter. Ele estava rindo. Será que Lily estava fazendo uma careta? Não conseguiu pensar em uma forma à altura para convidá-lo para entrar.

Capítulo 1.

- Lembra-se daquele dia em que eu fui almoçar com o Louis? – A cada segundo que passava, Lily achava que seria seu último. Seu coração estava a mil. Continuou quando James acenou com a cabeça: - Ele me contou tudo o que você tinha feito com as rosas. Eu fiquei com muita raiva de você naquela hora, e o fato do Louis ter me mandado aquelas rosas, hum... mexeu um pouco comigo. – Lily parou brevemente, enquanto James estava adivinhando o que vinha a seguir. – Ele falou umas coisas sobre você, coisas que podem muito bem ser verdade...

- O que ele disse?

- O que ele disse não justifica. – Lily balançou a cabeça.

Capítulo 35.

- Eu estou falando sério, Sirius!

- É sobre a morena? 'Tá precisando de uns conselhos, é?

- Sim, é sobre ela, mas eu preciso falar sobre outra coisa.

Capítulo 35.

Capítulo 37 – A República Evans.

Atravessou a sala e o encontrou com os olhos. Louis estava esticando o pescoço, provavelmente procurando por ela. Logo atrás dele, Lily avistou Sarah e Bellatriz o observando, cochichando entre si. Respirou fundo, avançou mais alguns passos e entrou em seu campo de visão.

- Lily! Finalmente, eu fui até sua casa, mas como ninguém atendeu, presumi que você estivesse nessa festa. – Ele sorriu, gentil. Lily sabia que ele não fora oficialmente convidado. – Mas então... por onde você tem andado? Quero dizer, eu estudo no mesmo corredor que você e não te vejo há dias!

Enquanto Lily o encarava, estava controlando sua vontade de explodir em gritos. Não queria dar um escândalo diante de dezenas de pessoas.

- ...Você está me ouvindo?

Milhares de coisas passavam pela cabeça de Lily. Ela tinha diversas respostas para as perguntas de Louis; sarcásticas, ácidas, mal-educadas. Todas elas. Mas não conseguia dizer nada, apenas analisava cada movimento do rosto dele, cada pequeno gesto. Como era possível que até o dia anterior, ainda acreditaria em tudo o que ele dizia? Parecia tudo tão óbvio!

- Lily? – Louis finalmente percebeu que todas as suas palavras estavam sendo ignoradas. Levantou o braço direito para tocá-la.

- Não, não encoste. – Lily se afastou. Ele franziu a testa. – Louis, não faça essa cara. Não quero mais falar com você, então vou ser breve: eu já sei de tudo o que você fez, e para evitar maiores confusões, não se aproxime mais de mim. Alguma dúvida?

Louis arregalou os olhos.

- Do que você está falando?

- De tudo. Do passado, do presente. E não adianta você tentar se justificar ou se desculpar. Não perca seu tempo.

- Como é? - Ele permaneceu com a mesma expressão confusa.

Sem mais palavras, e sem mais nenhuma paciência, Lily balançou a cabeça. Seus olhos encontraram James, os observando de longe, com as mãos nos bolsos. Ele não desviou os olhos, não se importando que ela soubesse que ele estava assistindo toda a cena. O que ele estaria esperando? Que Lily e Louis fizessem as pazes e se declarassem um para o outro? Por que James não se aproximava, com seu sorriso sarcástico de sempre, para interrompê-los, como fizera milhares de vezes? Por que ele passara o dia inteiro evitando-a, em vez de vir esclarecer as coisas com ela?

Por que James sempre tem que correr atrás de você?, ela se perguntou. Claro que ele já lhe dera motivos suficientes para que precisasse fazer isto, mas não agora. Não depois da noite anterior. Não depois de sua reação quando ela confessara que também havia quebrado o trato. James já havia feito sua parte. Agora era a vez de Lily lhe provar seus sentimentos.

Ainda invadida por tantos pensamentos, Lily quase pôde ouvir a voz de James através do olhar que trocavam. Esta é sua última noite.

- Lily? - A voz gentil de Louis a trouxe de volta para a realidade.


Anita demorou alguns segundos para entender o porquê Lily tinha lhe pedido para cuidar de Sirius. Só entendeu quando ele quase caiu ao tentar se levantar do chão. De qualquer modo, Sirius finalmente conseguiu se colocar de pé, e ficou de frente para ela e David, embora só dirigisse o olhar para ela.

- Ah, Anita, não me olhe assim, vai. Isso é tudo culpa sua.

- Perdão?

Sirius riu alto, mas sem humor.

- Quanto tempo faz desde aquela noite? E por que você mentiu para mim?

Ops. O estômago de Anita revirou-se várias vezes no mesmo segundo. O chão sob seus pés pareceu oscilar, mas David permanecia imóvel ao seu lado, e Sirius a sua frente; seu namorado e seu amigo-colorido bêbado, respectivamente. Ela simplesmente não sabia o que dizer. Nada vinha à sua mente.

David coçou a parte de trás da cabeça, encarando Anita com as sobrancelhas franzidas.

- O que você fez para ele?

Tentando se lembrar de como se fazia para respirar, a loira procurou recuperar a postura, dizendo:

- Não faço ideia do que ele está falando. Vamos voltar para a festa? – Anita puxou o namorado pelo braço, para a saída da cozinha, mas ele permaneceu olhando-a com confusão. – Dave?

- Não adianta fugir, Anita! – Sirius interveio, antes que David pudesse responder. – Se você tivesse conversado comigo meses atrás, ou até mesmo hoje de manhã, você não se encontraria nessa saia justa agora. A não ser que... – Ele parou de falar. Pareceu entender algo, lançando um rápido olhar a David. Compreendeu. – Ah, sim. Ele não sabe, não é?

- O que é que eu não sei? - questionou David, começando a sentir-se desconfortável com aquela situação. Anita estava boquiaberta, suas mãos tremiam. - Anita? O que aconteceu?

- Sirius, o que você quer? – Anita o fuzilou com os olhos, enquanto tentava se acalmar. As coisas não poderiam piorar, portanto, era melhor esclarecer tudo de uma vez. Mais tarde explicaria tudo a David, ele a entenderia e tudo ficaria bem novamente. Ela esperava.

- Eu quero que você me explique!

Sentindo o coração disparar, Anita respirou fundo e voltou-se para sua antiga posição, de frente para Sirius, que tinha um sorriso cínico nos lábios. Um sorriso que a perturbou profundamente, já que sabia que ele estava conseguindo exatamente o que queria.

- Primeiramente, Sirius, você já parou para se colocar no meu lugar? Você já tentou entender os meus motivos para nunca ter ido conversar com você sobre aquela noite?

- Tenho certeza de que nada justifica.

- Então você está errado! – Anita já não podia controlar seu tom de voz, que aumentava a cada palavra. – Desde que a gente começou a morar junto e a ficar de vez em quando, sempre fui eu quem parava tudo antes de chegarmos até o final, para que pudéssemos manter nossa amizade e continuar dividindo uma casa. Sempre eu! Mas, a princípio, eu não era apaixonada por você, o que tornava as coisas muito mais fáceis!

Sirius desmanchou o sorriso e David murchou os ombros, prevendo o que vinha a seguir.

- Mas desde setembro as coisas mudaram, Sirius! – Ela continuou, agora quase gritando. – É claro que você não percebeu! Você nunca percebe o que não quer ver! E então, naquela noite depois da festa de comemoração da vitória de Hogwarts, eu não estava mais em condições de pensar em parar tudo. Quando acordei ao seu lado no dia seguinte, a única coisa que eu consegui fazer foi sair correndo do seu quarto e...

- E acabou esquecendo o sutiã... - Sirius murmurou, mais para si mesmo do que para ela. Sacudiu a cabeça, compreendendo. – Mas por que você fugiu da minha cama, como se tivesse feito algo errado? Aliás, você não só fugiu, mas como não disse UMA palavra sobre isso mais tarde. Por quê, Anita? – Sirius franziu a testa e, num tom ferido,acrescentou: – Por que me usou desse jeito e depois agiu como se nada tivesse acontecido?

O queixo de Anita caiu. Como ele podia insinuar uma coisa dessas? Ele não podia estar tão bêbado a ponto de distorcer as coisas daquela forma e não conseguir enxergar o óbvio.

- O que você acha que eu senti quando fui conversar com você, Sirius, e me dei conta de que você sequer se lembrava do que tinha acontecido? – Anita interrompeu-se, pois sua voz começara a soar trêmula. Não podia deixar suas emoções tomarem conta dela, não agora. Engoliu com força e prosseguiu: – Isso foi pior do que se você tivesse dito que estava arrependido do que fizemos, ou até mesmo se você tivesse agido como se fosse algo sem importância nenhuma para você... Mas não. Você seque se lembrou. Consegue imaginar o que eu senti? Consegue imaginar o que é realmente se sentir usada, ainda mais pelo cara de quem você gosta? – Anita fechou os olhos com força, e duas lágrimas deslizaram por seu rosto. – Aliás, Sirius, quem é você para reclamar de ter se sentido usado? Enganado? Traído? No mínimo, você faz uma dessas coisas com qualquer garota com quem se envolve. Até comigo. Até sem saber.

Quando terminara de falar, Anita cedeu ao choro tímido que estivera segurando. Há quanto tempo estava reprimindo todas aquelas palavras? O que Sirius estaria pensando? Ela reabriu os olhos e fitou o rapaz a sua frente.

David assistia aos dois se encararem, absolutamente atordoado por estar tão desinformado a respeito da vida da namorada e ter sido deixado completamente de lado naquela conversa. Sirius, por sua vez, absorvia o impacto das palavras dela, sua expressão tornando-se mais sôfrega a cada segundo.

- Eu não a usei, como você acabou de me acusar. – foi tudo o que conseguiu dizer. – Eu nunca faria isso.

- Ora, mas você faz isso com todas, por que seria diferente comigo? Quando me dei conta de que você não tinha memória alguma da nossa noite, resolvi agir que nada havia acontecido também porque assim, pelo menos, poderíamos continuar a conviver na mesma casa. Conhecendo você como conheço, se você tivesse se lembrado de tudo na manhã seguinte, provavelmente nós continuaríamos transando por um tempo até você se cansar de mim e me trocar por outra. Porque é isso que você faz! Você usa, descarta e parte pra outra. – pelo semblante abismado de Sirius, Anita soube que ninguém, jamais, havia lhe falado sobre seu caráter com tamanha sinceridade. – E não adianta negar, Sirius, você sabe que isso é verdade! Veja a Marlene, por exemplo. Quanto mais você diz gostar de uma garota, mais você faz estragos! Marlene nunca mais foi a mesma depois de você, você a machucou tanto, mas tanto, que ela nunca mais se envolveu com outra pessoa!

- E-então foi por isso que você não me contou? – Sirius arfou. – Ficou com medo de que eu machucasse você, como fiz com ela? – Sirius jamais havia imaginado que Anita, justamente Anita, pudesse esperar algo tão horrível diante da ideia de ter um relacionamento com ele. Mas ele podia culpá-la? Não. Ele precisava lhe mostrar que havia crescido nos últimos meses e que havia aprendido com seus erros. Mas como? – O que eu posso fazer para te provar que não sou mais o idiota que fui no passado? Você quer que eu me desculpe com Marlene? Com todas as outras?

Anita o encarou com perplexidade. Antes de poder responder, porém, David aproveitou a brecha para fazer-se notar.

- Anita, precisamos conversar. – David a puxou pelo braço até a outra extremidade da cozinha, para que Sirius não os ouvisse. Na verdade, queria sair dali, mas sabia que a cozinha ainda era o lugar com menos barulho da casa toda e ele não aguentaria esperar até chegarem em outro local para que pudessem conversar. Precisava de uma explicação naquele minuto.

Anita se deixou ser guiada por ele, mantendo o contato visual com Sirius por cima do ombro. Com outro puxão, agora menos delicado, David obrigou-a a encará-lo.

- Será que você poderia me dar atenção por alguns minutos para me explicar que merda é essa que está acontecendo aqui?


Christopher estacionou a moto junto à calçada e tirou a chave da ignição. Lorens soltou-se de sua cintura, pulou do veículo e tirou o capacete.

- Estamos muito atrasados? – ele perguntou, dirigindo o olhar para a república ao lado daquela onde a morena morava.

- Acho que não.

- Então eu vou fumar um cigarro antes de entrarmos, você me espera?

- Claro!

Christopher tateou a jaqueta em busca do maço. Lorens olhou pensativa para a sua casa, lembrando-se de alguns momentos vividos ali, sorrindo.

- Chris, você já parou para pensar que nós só temos mais um mês de aula?

- No meu caso, só até as minhas provas acabarem. Ou seja, eu tenho só mais duas semanas. Depois, vou viajar com a banda até agosto. Já decidiu o que vai fazer nas férias de verão?

Lorens chacoalhou os ombros.

- Não exatamente. Acho que vou ficar um tempo por aqui, e depois vou passar uns dias na casa dos meus pais, em Liverpool.

Surpreendido pelo desânimo na voz de Lorens, e tendo uma ideia, Christopher interrompeu o movimento de colocar o cigarro entre os lábios, e o manteve entre os dedos. Olhou para a garota pelo canto do olho. Ela ainda mirava sua casa, pensativa.

- Eu já sei o que você vai fazer nessas férias. – Ele disse, abrindo um sorriso. Puxou-a para perto, num abraço.

- O quê?

- Você vai viajar comigo e com a banda. Tem espaço sobrando na van.

Lorens jogou a cabeça para trás, rindo.

- Há, e quem vai pagar as minhas despesas? Você? O meu grupo de teatro também entrará em férias. Obviamente, não remuneradas.

- Eu não. Os produtores e patrocinadores vão. Se eu inscrevê-la como nossa holdie, quem vai dizer que não é?

- Você está falando sério? – ela quis confirmar, antes de expressar a alegria que tal convite lhe provocara.

- Eu não agüentaria ficar sem você as férias inteiras. – Confessou, de repente.

Era a primeira vez que Christopher lhe dizia algo tão carinhoso. Não era de ficar "se declarando" ou dizendo coisas românticas. Por um segundo, Lorens ficou com medo. Seu coração disparou. Para ele estar dizendo coisas como esta, só podia significar que agora estavam em uma relação séria. Era um compromisso. Quantas vezes Lorens já estivera comprometida? Nunca. Nunca!

- Hã... Chris, você tem certeza? – Ela perguntou, num tom gentil.

- Eu tenho. – Ele a fitava com atenção. – Mas eu acho que você não tem.

Sem querer parecer insistente, o moreno apenas suspirou, enquanto dava um tempo para Lorens pensar. A reação dela o deixara muito confuso. Afinal, não era ela quem queria exclusividade antes? Não era ela quem tinha terminado tudo, dizendo que não queria ser mais enrolada? Lorens não podia ter mudado de ideia.

- Lorens, não precisa aceitar agora. – Disse ele, para tranqüilizá-la. – Como eu disse, faltam duas semanas.

Um pouco sem jeito, Lorens balançou a cabeça afirmativamente várias vezes e o beijou.


- Dave, eu... – Anita franziu as sobrancelhas e tentou se concentrar naquele diálogo, embora sua mente ainda estivesse totalmente mergulhada na conversa interrompida momentos antes. – Eu não sei o que dizer.

- Por que eu não sabia? Por que você nunca me contou nada sobre isso? – Perguntou ele, inconformado. – Tenho certeza que se o Sirius não tivesse dado esse show, você nunca me contaria. Eu tinha mesmo que saber desse jeito, fazendo esse papel de babaca?

Anita não conseguiu responder à nenhuma pergunta.

- Além de tudo, você MENTIU pra mim! Você tinha me dito que NUNCA tinha feito nada de mais com ele!

- Dave, isso é passado! – Ela virou a cabeça para ver Sirius, que estava encostado na parede oposta, alguns metros dali. Parecia absorto em devaneios. – Não tinha nenhuma necessidade de falar sobre isso, até porque nem o próprio Sirius sabia do que tinha acontecido!

- Olhe para mim, Anita. – David pediu e ela obedeceu. – Ouça, pode ser passado, mas justo com ele? O cara que mora com você? – Balançou a cabeça. – Você tinha que ter me contado. Aliás, tenho certeza que vocês transaram exatamente na mesma noite em que eu estava tentando ficar com você, quando ele surgiu atrapalhou tudo, certo?

- Se você está falando da noite do Mario's, sim, foi naquela noite.

- E foi só hoje que ele descobriu?

- Exatamente. Ele pensava que tudo não passava de um sonho e-

- Eu entendi. – Ele a cortou, não querendo ouvir mais. Precisava pensar.

O rosto do rapaz se contorceu. Anita tentou compreender os motivos para deixá-lo tão enciumado, contudo, não podia fazer nada a respeito. Voltar no tempo era impossível. E mesmo que pudesse fazê-lo, provavelmente não mudaria o que acontecera naquela noite.

- Se te consola, acho que não tem mais nada sobre mim que você não saiba.

- Era só o que faltava, você ainda esconder algo pior do que isso. – Ele balançou a cabeça, pois não queria ser agressivo. – Anita, eu vi o jeito que ele estava te olhando! Ele quer você! Eu sempre desconfiei disso, mas agora tenho certeza! Agora que ele "se lembrou", não vê a hora de repetir!

- Ora, David, o que você quer que eu faça sobre isso? – Ela baixou o tom de voz. – Sirius não é louco de tentar nada, ele sabe que nós estamos juntos.

O rosto de David ficou impassível.

- Eu não gostaria que você continuasse morando com ele.

- Não tenho o direito de expulsá-lo de lá.

- Mas você pode se mudar.

Anita o olhou, inconformada. Mudar-se da república? Isso nunca lhe passara pela cabeça, nem quando sua situação com Sirius estava em suas piores fases. Além disso, lá era o seu lar, e os cinco amigos eram a sua família.

- Isso é impossível, David. Eu não tenho outra casa, sou estrangeira-

- Existem milhares de outras repúblicas, Anita!

- Não. Nenhuma é como a minha, e eu não saio de lá até me formar. – Ela falou num tom de quem encerra o assunto.

O casal ficou se encarando por um tempo. Ninguém ousava desviar os olhos e o silêncio novamente dominou o ambiente.

Ouviram a porta bater. Anita virou o rosto. Sirius não estava mais na cozinha.

- Aonde ele foi? – Ela perguntou, se locomovendo em direção à porta. David se colocou a sua frente, de braços cruzados.

- Eu não acredito que você vai atrás dele. Você reparou que não acabamos a nossa conversa?

- David, eu já deixei claro que não vou me mudar por causa do seu ciúme.

- O que custa você fazer isso por mim? – David passou a mão pelo rosto, nervoso. – Anita, eu esqueço essa história toda se você sair de lá. Juro que nunca mais vou comentar sobre isso.

Anita refletiu poucos segundos antes de responder.

- Desculpe, David. Não. – Ela suspirou. – Agora preciso ir atrás do Sirius, porque a Lily o deixou sob minha responsabilidade e do jeito que ele está, tenho certeza que vai acabar fazendo besteira.

O rapaz parecia decepcionado, mas Anita não julgava estar errada. Na sua opinião, David estava sendo muito radical e irracional.

- Nós só temos uma chance de darmos certo. – Ele começou, calmamente. – E essa chance depende de você se afastar completamente dele. Você consegue entender isso? Ter você morando com outro cara com quem já dormiu é... Inadmissível pra mim.

Ao ouvir aquilo, Anita hesitou. Olhou para os olhos verdes dele, e abaixou a cabeça; segundos depois, respirou fundo.

- Desculpe, Dave. – Ela saiu da cozinha, com os olhos marejados.


Marlene respirou fundo, olhando-se no espelho. Permitiu que um rápido sorriso dominasse seus lábios, mas depois recuperou o semblante sério.

Já passara da hora de descer para a festa. Estavam esperando por ela. Ele esperava por ela.

Sorriu de novo, agora sem preocupar-se em parecer uma idiota sorrindo para seu reflexo. Não era mais uma idiota.

Quando estava a caminho da porta do quarto, seus olhos pararam sobre um bilhete em seu criado-mudo. Estava dobrado e continha o seu nome escrito. Abriu-o imediatamente e leu-o.

Riu alto ao terminar a leitura e finalmente saiu do quarto, que agora ficaria realmente vazio.

A sala estava cheia de pessoas conhecidas, mas não conseguiu vê-lo. Enquanto o cercava, pensava em muitas coisas, principalmente no motivo para a comemoração: Helena. Mesmo sendo uma garota muito complicada, tinha sido fundamental para tudo o que tinha acontecido naquele ano para Marlene.

Parou de andar e suspirou. Seus olhos caíram sobre ele, do outro lado do aposento. Ele a olhava daquele jeito, um jeito que só ele sabia fazer.

Mas de repente, ele virou o rosto, e seu olhar não se dirigia mais para ela, mas sim, para algo um pouco adiante. Marlene virou a cabeça também e viu Sirius andando em sua direção.

- Lene. – Ele começou, parando a uma distância respeitável. Sirius fez uma pausa, enquanto Marlene permaneceu imóvel, pega de surpresa e dominada pela curiosidade.

Nesse momento, Anita veio correndo e parou atrás dele.

- Sirius. – Anita o chamou, com uma expressão apreensiva.

- Não se meta, Anita.

Marlene não entendeu nada.


Muitas coisas interessantes estavam acontecendo naquela sala, na opinião de Violet. Ela simplesmente não estava dando conta de prestar atenção em todas ao mesmo tempo. No centro da sala, Lily e Louis estavam conversando – ou melhor, Louis estava falando com a ruiva, mas esta olhava para o outro lado da sala. Será que a durona Lily Evans iria ficar finalmente com o francês bonitão e misterioso? Aliás, para onde ela estava olhando?

Violet quase surtou quando reparou que Lily e James Potter estavam trocando um olhar. Falando nisso, Violet sempre quis saber o que rolava entre esses dois. Ele gostava mesmo dela? E ela o odiava mesmo?

Ao mesmo tempo, do outro lado da sala de estar, Marlene McKinnon e Sirius Black estavam um de frente para o outro. O quê? Precisava se aproximar mais para poder ouvir a conversa.


Louis esperava a resposta de uma pergunta que Lily sequer tinha ouvido. O que ainda estava fazendo ali? Automaticamente, virou sua cabeça para olhar para James, mas ele não estava mais no mesmo lugar. Ele se dirigia para onde Sirius estava! Ops. Lembrou-se que Sirius era sua responsabilidade, e havia se esquecido disso completamente! James tinha lhe pedido para mantê-lo na cozinha.

Pronto, agora James a odiaria para sempre.

- Desculpe, Louis, mas eu nem prestei atenção no que você disse e preciso resolver algo mais importante. – Lily finalmente tomou a atitude de sair dali, mas sentiu a mão de Louis em seu braço.

- Espere.

James virou-se para ela exatamente nesse instante, a princípio, para lançar-lhe um olhar desaprovador por causa de Sirius, que agora estava falando com Marlene. Franziu a testa para ver se estava enxergando bem. Louis estava sendo grosseiro?

- Eu já falei que eu não quero!

- Mas eu não acabei de falar. – Lily desistiu momentaneamente de sair. Soltou o braço de suas mãos. – Muito bem. – Ele sorriu. – Lily, eu adoraria saber quem foi que te contou todas essas coisas sobre mim.

- E isso vai mudar alguma coisa?

- Não, tem razão. – Ele suspirou. – Mas saiba que tudo teve um bom motivo.

- Então você está admitindo que é bipolar que me traía freqüentemente?

- Não.

Lily revirou os olhos e deu as costas a ele. Por que ainda estou perdendo meu tempo?, pensou enquanto as mãos dele novamente a seguraram e a forçaram se virar.

- Ainda não terminei.

- Mas eu já. Não quero mais ouvir, Louis. Desista, nós nunca mais vamos ter algo. Nunca. Agora, me deixe ir.

- Você não sabe com quem está lidando.

- Não sei mesmo. Você é louco.

- Eu sei que tudo o que eu te disser agora, não vai servir de nada. Mas não pense que com o Potter vai ser diferente. – Obviamente, Louis havia reparado que Lily estivera encarando James durante boa parte daquela conversa. – Ele também vai te trair, mais cedo ou mais tarde. E aconteceria a mesma coisa se fosse outro cara.

- O que você quer dizer?

- Que o problema não são os caras, o problema é você.

Lily riu.

- Você está errado.

- Um dia você vai perceber que não. E você sabe o porquê.

Lily engoliu em seco. Louis não estava certo, de maneira alguma.

- Lily? – James apareceu ao seu lado, mirando exatamente as mãos de Louis em seu braço. – Renoir, algum problema?

- O problema agora é totalmente seu. – Ele largou o braço de Lily com nojo na voz. Deu dois passos para trás, encarando-os, e depois deu-lhes as costas, andando em direção à saída da casa.

- Está tudo bem? – James perguntou à ruiva, preocupado.

- Sim. – Ela murmurou. Virou a cabeça para olhar Sirius. – Vamos.


Desviando-se das pessoas com grosseria, Louis parou diante de Sarah. Mas ela não estava ali por acaso.

- Deixe-a em paz, Louis.

O francês finalmente entendeu. Então a morena não só estivera espionando, mas como também contara tudo para Lily.

- Ah, então você contou tudo pra ela. – Ele estreitou os olhos azuis, ficando nervoso.

- Contei. – Ela respondeu, sorridente e orgulhosa.

Louis controlou-se para não manifestar nada além de raiva. Aproximou-se de Sarah de modo intimidador, fuzilando-a com os olhos e fazendo-a dar um passo para trás.

- Voltei, querida – Amus Diggory apareceu por trás da morena, colocando a mão em sua cintura.

- Um momento. – Ela respondeu. Voltou-se para o francês. – Estamos entendidos, Louis?

- Por enquanto.

- Meu Deus! Não seja dramático! – Ela revirou os olhos e se afastou com Amus, dizendo: – Vamos pro meu quarto, querido?

O francês observou Sarah subir as escadas com Amus. Irritado, saiu da casa e bateu a porta, xingando em francês.


- ...Admito, foi errado, eu sei. Eu sempre soube. – Sirius abaixou o olhar, dando espaço para Marlene dizer algo, mas ela não disse. Todos que estavam ouvindo a conversa esperavam a morena se pronunciar, quase prendendo a respiração.

Remus abriu espaço entre as pessoas, e parou ao lado de Marlene. Ela o olhou pelo canto do olho, depois mirou Sirius outra vez, que tinha voltado a falar:

- Mas tudo tem um lado bom. Veja só, você arrumou um cara muito melhor do que eu, que nunca vai fazer você passar por algo parecido. – Ele concluiu, agora olhando para Remus, que abrira um meio-sorriso amigo.

Remus enlaçou Marlene pelos ombros, e todos que estavam em volta da pequena roda olharam para o casal de modo surpreso. Ninguém estava sabendo até aquele momento. Algumas pessoas começaram a murmurar, mas dessa vez, foi Marlene quem os interrompeu, interrompendo, também, seu misterioso silêncio.

- Tudo bem, Sirius. – Ela disse, olhando-o nos olhos. – Esqueçamos o passado agora.

Todos os presentes puderam respirar novamente, principalmente Sirius. Depois de alguns segundos de alívio, Marlene pegou Remus pela mão e se afastaram para longe dos olhares curiosos. Violet, que assistira tudo, não se mexeu, ainda pasma.

Sirius virou-se para trás, dirigindo-se à Anita.

- Eu precisava fazer isso, sabe. – Confessou ele, um tanto cabisbaixo.

- Você só está muito bêbado. – Anita deu um tapinha gentil em seu ombro.

- Sirius! – Lily se aproximou. – Está tudo bem?

O moreno riu.

- É, não muito. Estou enjoado, acabei com o meu estômago. – Balançou a cabeça. – Mas e você, Lily? Falou com o francês?

Lily sorriu, ignorando a presença de James ao seu lado.

- Falei, sim. Resolvi tudo.

- Ótimo! – Sirius exclamou, lançando um olhar rápido para James. – Espero que alguém entenda o que isso quer dizer e dessa vez te jogue na cama mesmo. – Ele caiu numa gargalhada, fazendo Lily morrer de vergonha. – Se divirta, Lily. – Completou. Ele simplesmente não conseguia parar de falar. – E nunca mais diga que tem um sutiã que não é seu, ok?

- Pode deixar. – Lily concordara ainda tímida, e trocou um olhar com Anita, que mordia o lábio inferior.

- Não estou passando nada bem. – Sirius levou a mão ao estômago.

- Vamos pra casa, Sirius. – Anita, ainda se sentindo culpada, o puxou pelo braço.

Sirius quis perguntar sobre David, mas não iria recusar a ajuda vinda de Anita, uma vez que eles aparentemente tinham acabado de discutir. Afastaram-se dos amigos depois de uma rápida despedida.


Marlene sorriu, afastando o rosto de Remus, depois de beijá-lo intensamente.

- Você tem certeza do que está fazendo? – Ele perguntou, um tanto surpreso, olhando para os olhos verdes-musgo da moça. – Tudo bem que não tem mais volta, todo mundo já viu, mas você até agora pouco, queria esperar até o semestre terminar-

- Eu tenho certeza, Remus, já cansei de ficar escondido. E de qualquer forma, o Sirius acabou de contar pra todo mundo. – Era notável o tom de desprezo que ela usara para pronunciar o nome de Sirius.

Marlene se inclinou e o beijou novamente, querendo tirar a preocupação de seus olhos. Quando se afastaram, Remus viu uma Lorens desacreditada, ao lado deles.

- Wow! – Fez ela, quando o casal a viu. – Desculpe mesmo a minha surpresa, mas... – Lorens parou e respirou fundo. – Isso é totalmente inesperado!

- Pela sua cara, acho que você acabou de chegar, não é? – Remus perguntou, um pouco sem jeito.

- Sim, por quê? Não acredito que vocês já contaram pra todo mundo antes de eu chegar! – Ela riu sozinha. Marlene tentou parecer simpática, mas por mais que tentasse, não conseguia mais agir normalmente ao lado de Lorens, desde toda a velha história de Sirius.

- Nós não. – Remus respondeu. – o Sirius.

- Há! Então ele sabia? Não parecia-

- Contei pra ele ontem à noite. – Remus disse rapidamente, antes que Lorens comentasse algo sobre a confusão que Sirius fizera, pensando que ela fosse a morena. Ficaria ainda mais desconfortável.

As coisas se encaixaram na mente de Lorens. Obviamente, ainda estava surpresa, mas gostava de Marlene e sabia que ela e Remus tinham tudo para dar certo.

- Certo. – Lorens sorriu. – Eu tenho que ir agora, preciso falar com o Christopher. Parabéns pra vocês! E Remus, - O garoto olhou bem no fundo dos olhos dela. – Você não podia ter encontrado uma morena melhor!

Marlene assistiu Lorens sair, tentando vê-la com outros olhos. Quem sabe agora, que estava com Remus, as coisas não voltassem ao normal entre ela e as antigas amigas?

- O que é que você está pensando? – Remus a chamou para a realidade, com sua voz gentil.

- Que estar com você, além de ótimo, é uma chance de voltar à minha vida de antes, que eu adorava. – Ela sorriu e Remus a beijou. – Agora, se você me dá licença, eu preciso passar um recado, volto logo. Depois te explico.

- Recado pra quem?

- Pra Lily. – Ela se afastou, deixando Remus mais curioso.


Assim que Sirius e Anita saíram, Lily pôde sentir o intenso olhar de James, mas não o encarou.

- Então... – James começou, incerto. – Se eu entendi bem tudo o que o Sirius estava gritando na cozinha antes de eu te chamar, e também entendi o que ele quis dizer agora, então aquele sutiã vermelho não é seu?

Depois de passar por tantos momentos e situações com James nos últimos dias, Lily esperava ouvir qualquer outra pergunta vinda dele, menos aquela.

- É obvio, James. Ou você achou mesmo que o Louis tinha me dado um sutiã vermelho? – Ele meneou a cabeça, e Lily continuou. – Sabe, eu pensei que você tivesse mais atitude com as mulheres, se é que você me entende.

James riu. Era a primeira vez que ria naquela noite.

- Isso é uma indireta pra que eu siga o conselho do Sirius e te jogue na cama dessa vez?

- Antes de me jogar na cama, você precisa fazer outra coisa primeiro. – Lily arqueou uma sobrancelha. – E você sabe o que é.

Com um meio sorriso, James colocou sua mão direita na nuca da ruiva, entre seus cabelos. Não a trouxe para mais perto. Contudo, deu um passo a frente. Estava aproximando seu rosto do dela, sem pressa alguma, quando parou.

- Hum, Lily...? – Ele a chamou. Seguindo o olhar dele, ela entendeu o que estragara o momento.

Todos os olhares curiosos, antes voltados para Sirius, Marlene e Remus, agora se voltavam para eles. Violet não piscava. Até Peter Pettigrew estava entre as pessoas, esperando ver um beijo em público de Lily Evans e James Potter.

- Não acredito. – Ela disse baixinho.

- Vamos pra casa? – James perguntou, já que ninguém ali parava de olhá-los, mesmo que tivessem cortado a "grande cena".

A garota acenou positivamente com a cabeça. James a pegou pela mão e a guiou para a saída da casa, sentindo inúmeros olhares em suas costas.

- O que foi que acabou de acontecer aqui, exatamente NESTE lugar? – Violet se perguntou, em voz alta.

- O Sirius meio que se desculpou com a Marlene, e o James quase-

- Peter, foi uma pergunta retórica! Eu vi o que aconteceu. – Ela ainda estava boquiaberta. – Foram tantas coisas que preciso de um tempo para processar tudo. Um momento. – Demorou trinta segundos para a morena voltar a falar: - Pronto.

Peter riu.

- O que não me sai da cabeça... – Violet recomeçou, filosofando. – O que será que o Sirius achou quando soube que seu quase-irmão está com a Marlene?

- Pelo que sei, o Remus conversou com Sirius ontem à noite, e segundo o próprio Remus, Sirius caiu na risada e disse que não tinha nenhum problema com isso. Então, depois dessa concessão, eles só estavam esperando a Helena ir embora para assumirem. – Peter respondeu, prontamente.

Aquela havia sido outra pergunta retórica, mas Violet aceitou a resposta com prazer. Nunca imaginou que Peter Pettigrew pudesse ser uma fonte tão segura para obter informações.

- Então você acha que o Sirius está bebendo horrores hoje porque Marlene não só o esqueceu e o superou, mas como também está com o Remus?

Peter riu novamente.

- Não sei. Afinal, Sirius nunca foi muito legal com a Marlene, lembra-se?

- Mas é claro! Como eu poderia esquecer do flagra que a Helena arranjou no vestiário? Mas mesmo depois disso, eu jurava que eles voltariam um dia! – Balançou a cabeça, ainda pensativa, lembrando-se da última cena que acabara de presenciar. – Aliás, Peter, o que é que o Potter e a Evans têm? Ou não têm?

- Ah, é uma longa história. Podemos procurar uma bebida e eu te explico. – Peter sugeriu. Violet aceitou na hora. Então a dica de Sirius funcionava mesmo!, pensou ele. Oferecer uma bebida depois de começar a conversa, e não antes. Incrível. Era a primeira vez que aplicava a técnica e dava certo.

- Conte-me! – Mandou Violet, acordando o rapaz de seus pensamentos.

- Bem, tudo começou em setembro, quando James foi morar na república e...


- Não precisa ficar aqui, é sério. – Sirius disse, assim que Anita fechou a porta do banheiro do quarto masculino.

- Tem certeza? – Anita perguntou, observando a palidez do rosto dele.

Sirius lançou a ela um olhar impaciente. O fato era que ele não queria que ela o visse naquele estado miserável. Precisava recuperar a compostura.

Enquanto pensava nisso, seu estômago começou a revirar novamente, e sua visão ficou ainda mais turva. Teve de segurar a cabeça e respirar num ritmo mais acelerado. Sentiu as mãos dela em seu ombro, tentando acalmá-lo.

- Merda, isso não acontece comigo desde que eu tinha uns quinze anos.

Anita riu.

- Sirius, não é o fim do mundo! Você vai melhorar tanto mais tarde, que vai se arrepender de ter demorado para colocar tudo isso pra fora.

Ele se colocou de pé.

- Me espera do lado de fora, ok? – Ele disse. – Mas não vá embora, quero falar com você.

- Certo. Pode me chamar, caso precise.

Anita saiu do banheiro e cerrou a porta. Esquadrinhou o quarto bagunçado dos garotos, tendo certeza de que não conseguiria mudar-se daquela casa. Se já sentia tanta falta da república quando voltava para a casa dos pais nas férias, como cogitar a possibilidade de abandonar aquele lugar? Seus olhos pousaram na cama de Sirius, e outras lembranças surgiram em sua mente.

Sirius destrancara a porta e voltou-se para a pia, curvando-se para lavar o rosto. Anita adentrou e esperou que ele escovasse os dentes, fizesse inúmeros bochechos e passasse água pelos cabelos. Quando o rapaz finalmente terminou, Anita perguntou:

- Você tem consciência de tudo o que acabou de fazer?

Ele andou na direção da amiga, com o olhar perdido no assoalho. Passou por ela e largou-se sobre sua cama. Anita sentou-se ao seu lado, com certa distância. Esperou que ele tomasse a palavra.

- Anita, a Marlene não é a única pessoa com quem eu precisava me desculpar. – Sirius respirou fundo, verificando que, de fato, estava se sentindo melhor. Pegou a mão da loira e colocou-a entre as suas. – Você não precisava ouvir tudo aquilo na cozinha.

- Não se preocupe. Afinal, você tinha todo o direito de exigir uma explicação.

- Se você quiser que eu fale com o David, eu vou fazer isso. – Acrescentou ele, soltando a mão dela. – Acho que ele ficou bravo com você.

- Hum... acho que não será necessário. – Anita começou, sem jeito. – Acredito que isso já tenha sido demais pra ele.

- Sério? Então vocês brigaram? – Sirius havia perdido a noção do tempo.

- Nós terminamos.

Ficaram calados. Sirius pegou a mão dela de novo.

- Desculpe.

- Não precisa se desculpar! O motivo não foi exatamente você. Quero dizer, em partes foi, mas fui eu quem tomou a decisão de não ceder.

- Aposto que ele pediu para você se afastar de mim.

- Na verdade, ele me pediu para que eu me mudasse.

Sirius ficou sem reação por alguns segundos. Não conseguia imaginar aquela República sem Anita, a primeira pessoa que conhecera quando chegara. Haviam se mudado juntos, quase três anos antes.

- Não seria a mesma coisa sem você aqui.

- Eu sempre soube que se David descobrisse que nós tínhamos transado, me pediria uma coisa dessas. – Anita continuou, pensativa. – Ele já não gostava do fato de eu morar com você e nós já termos ficado algumas vezes, além de sempre me perguntar detalhes do já tinha acontecido entre nós. Claro que eu sempre mentia. Não estou surpresa.

- Não vou mentir dizendo que sinto muito. – Sirius confessou. Anita revirou os olhos.

- Sirius, você nunca sente nada.

- Não é verdade – diante da expressão indiferente da outra, Sirius pegou-a pelos ombros, e, olhando para os olhos dela, continuou: – eu nunca me senti tão mal em toda a minha vida como quando descobri tudo e vi você chegando da casa dele, hoje cedo. É claro que não falei aquilo na cozinha para vocês terminarem. Mas eu estava e ainda estou muito... chateado, Anita.

Fora a vez de Anita o fitá-lo com surpresa. Não conseguiu sentir raiva dele, mesmo depois de tudo. O moreno continuou, ainda compenetrado em suas emoções.

- Aliás, não quero que você me desculpe só por ter falado com você daquele jeito e ter causado tanta confusão, mas também por não ter me lembrado de ter dormido com você. Eu daria tudo para ter bebido menos naquela noite. – Sirius sorriu de lado. – Se eu tivesse me lembrado, tenha certeza de que as coisas teriam sido muito diferentes. – Ele fez uma pausa, apertando os ombros dela, mas sem machucá-la. – Eu jamais te trataria com indiferença, como se você fosse só mais uma. Você nunca foi mais uma para mim, desde que nos beijamos pela primeira vez, no primeiro Natal que passamos juntos. Foi com você que construí o que temos nessa república, a única casa que pude chamar de lar em toda a minha vida.

Anita corou. Aquele era mesmo Sirius Black? Será que ele ainda estava totalmente embriagado? O que ela deveria dizer?

- O que você teria feito se tivesse se lembrado? – Ela resolveu perguntar, quando o silêncio que dominara o ambiente tornara-se desagradável.

Sirius suspirou, olhando dentro de seus olhos claros.

- O que eu exatamente teria feito, eu não sei. Mas com certeza, não teria te magoado e muito menos te afastado. – Aproximou o rosto, porque ela desviara o olhar. Ele recuperou sua atenção. – Eu não te usei, Anita. Passei os últimos quatro meses sonhando com você, você acha que isso é normal? Não, não é.

- Você acha que não queria perceber?

- Talvez. Se tivesse sido com qualquer outra garota, você acha que eu teria passado por tudo isso? Não ter-me lembrado, seria normal, acho que até já aconteceu antes, mas ter sonhado repetidas vezes? Mesmo depois daquela história do sutiã? – Sirius negou com a cabeça. – Não. Eu não queria enxergar que, a partir daquela noite, meu ponto de vista sobre minha vida amorosa tinha mudado. Acho que involuntariamente, me ceguei para não ter que encarar essa realidade. – Ele riu. – Eu sei que pareço o Remus falando, mas acho que faz sentido, você não acha?

Anita não sabia que Sirius era capaz de dizer coisas tão... sensíveis, mesmo sem ter essa intenção. Percebeu o coração disparar e os olhos arderem, prestes a marejar. Por que ele havia demorado tanto?

- S-sim, faz sentido. – Ela concordou, para não parecer uma idiota encarando-o daquela forma. Piscou os olhos várias vezes, para disfarçar. – E... não se preocupe, não guardo mágoas de você.

Sirius reparou que ela estava um pouco desconfortável, mas sensibilizada. A boca entreaberta da garota estava quase irresistível àquela distancia. Aproximou o rosto lentamente, e Anita fechou os olhos. Chegou a encostar os lábios nos dela por uma fração de segundo, quando ela levantou-se da cama.

- Já está tarde, você deveria dormir. – Sirius permanecera imóvel, na mesma posição, agora inclinado sobre ninguém. – Boa noite, Sirius.

E com isso, ela saiu do quarto.


A porta de entrada da casa acabara de ser fechada por Lily. Marlene correu reabri-la, e viu a ruiva sendo carinhosamente abraçada por James.

- Hum... Lily? – A morena a chamou, sem jeito.

Lily se voltou para ela e não pôde conter um olhar surpreso ao vê-la ali, parada em frente à porta.

- Sim?

- Eu não quero atrapalhar vocês, mas... é importante. – Disse. Era a primeira vez que conversaria de verdade com Lily em muito tempo.

James tirou o braço dos ombros da garota, e enfiou as mãos no bolso, esperando. Lily se aproximou de Marlene.

- Eu tenho um recado pra te passar. É da Alice.

- Eu estava me perguntando aonde é que ela foi, eu não a vi na festa. Você sabe?

Marlene sorriu e tirou um papel do bolso traseiro da calça.

- Veja você mesma.

Lily o abriu.

Lily e Marlene,

Não se preocupem, estou muito bem e feliz! Ontem à noite, eu e o Frank saímos e nos acertamos. Foi lindo! Gostaria de detalhar mais, mas não tenho tempo.

O que acontece é o seguinte: depois que a Helena foi embora, e as outras meninas decidiram fazer essa festa insensível, eu saí com o Frank para decidir o que faríamos. Terminei com o Gideon também ontem (eu sei que não presto), e não quero magoá-lo assumindo que já estou com o Frank, porque é muito recente. Além disso, ainda moro com a Bellatriz e não me sentiria à vontade em ficar com o Frank em casa, tendo essa infeliz sempre por aqui.

Agora são cinco e vinte da tarde e o Frank está me esperando no carro. Vamos viajar pro norte, ainda não sabemos para onde. Ligo pra vocês mais tarde!

Lily, eu sei que você deve estar querendo me matar porque as aulas não acabaram e temos uma semana inteira de provas, mas eu já passei em cinco matérias e não ligo de carregar as outras duas para o próximo semestre. Na verdade, eu só passei em quatro e precisava entregar três trabalhos atrasados até semana que vem para realmente passar em Direito Civil, e eu sei que você pode fazê-los por mim! Se você não fizer, eu vou repetir de ano, e isso não vai ser nada legal. Você sabe que eu te amo.

Marlene, não comente, em hipótese alguma, onde e com quem eu estou para a Bella e para a Sarah. Elas vão perceber que o Frank também sumiu daqui uns dias, mas prefiro que não tenham certeza de que estou com ele, por enquanto. Desculpe te largar sozinha com elas, mas você vai superar, e vai ter o quarto só pra você, então faça mil festas e traga mil homens. Ta na hora de sair dessa greve, tá parecendo a Lily! Também te amo.

Até breve, beijos para todos.

Alice Flynn.

Quando terminara de ler, Lily estava rindo.

- Ela vai fazer falta. – Disse.

- Muita. – Concordou Marlene.

- Posso ficar com o bilhete?

- É claro!

Lily guardou-o. Enquanto isso, a morena espiou James por cima do ombro de Lily, e ele não parecia impaciente. Ótimo.

- Acho que você não vai precisar fazer festas e trazer mil homens pro seu quarto. – Lily sorriu. – Parabéns pelo namoro, o Remus é perfeito pra você.

Marlene riu baixinho, enquanto Lily se virava para sair, acenando.

- Lily?

- Sim?

A morena a abraçou. Sempre gostara de Lily e não havia mais motivos para continuar chateada com ela, mantendo tanta distância.

- Eu senti sua falta. – Lily murmurou.

- Também senti a sua. – Marlene a soltou. – Bem, não quero te atrasar mais. Depois conversamos melhor, certo? Boa noite pra vocês!

Assim, Marlene se virou e entrou em casa, satisfeita com sua atitude e completamente aliviada.


Lorens encontrou Christopher sentado no último degrau da escada, cabisbaixo. Sentou-se ao lado dele, sorrindo.

- Então... eu quero. – Ela sussurrou em seu ouvido.

Christopher franziu as sobrancelhas.

- Quer o quê?

- Viajar com você durante as férias. – Lorens explicou, abrindo um sorriso. – Não sei porquê não aceitei antes!

- Você não aceitou antes porque não tinha certeza.

- Mas agora eu tenho. – Ela o beijou brevemente.

- Aconteceu alguma coisa para você mudar de ideia?

É claro que não, ela respondeu para si mesma. Balançou a cabeça, a fim de se concentrar na óbvia resposta que lhe daria. Embora Christopher estivesse sério, seus olhos estavam brilhando e era impossível não reparar no quanto ele ficara feliz com a resposta.

- Não aconteceu nada, Chris. Só percebi que nós finalmente estamos prontos para ter uma relação de verdade, completamente diferente da anterior. Além disso, nunca viajei com um... namorado antes, porque nunca tive um, então precisava absorver melhor a ideia.

- Embora eu já tenha tido algumas namoradas, nunca fui exclusivamente de nenhuma delas e muito menos as convidei para viajar em turnê comigo. – Ele acariciou o rosto da jovem, olhando-a, apaixonado. – Não sei o que você fez comigo, garota, mas você me pegou.

Lorens riu, mas ele interrompeu sua risada com um beijo inocente, que acabou se transformando em um beijo completamente caloroso e longo.


Enquanto Lily guardava o bilhete de Alice no bolso, James a pegou pela mão novamente, com um meio-sorriso. Andaram até a porta da república, em silêncio. A garota estava quase tremendo de ansiedade, mas James parecia calmo, como sempre.

Ainda muito tranqüilo, James destrancou a porta da casa e a abriu. Reparou que Lily estava olhando fixamente para a rua, e seu olhar era preocupado.

- O que foi?

- Aquele é o carro do Louis.

James virou-se para ver, começando a perder sua calma. O carro preto estava estacionado do outro lado da rua, em frente à república, mas os faróis estavam acesos. Os vidros filmados estavam fechados.

- Não é possível. – James disse, tirando os óculos. – Qual é o problema desse cara?

Lily sentiu o estômago revirar. Louis a estaria esperando? Observando?

- Não sei, James.

- O que vocês conversaram?

- Eu deixei bem claro que sabia de tudo o que ele tinha feito, que não queria ter mais nada com ele.

- Mas eu o vi sendo indelicado com você.

- Bem, é claro que ele não gostou de ouvir aquilo, e jogou a culpa pra mim, dizendo que teve motivos. – Ela chacoalhou os ombros. Não estava se sentindo bem ali, do lado de fora da casa, sendo observada. – Você chegou bem naquela hora e ele foi embora.

James fitou os olhos dela. Tinha dito a verdade. Virou a cabeça novamente para o carro.

- Eu vou falar com ele, me espere aqui dentro e não saia.

- Não, James! – Lily segurou-o pelo braço. – Não vamos deixar que ele estrague mais nada!

Naquele momento, Louis ligou o carro, saiu cantando os pneus, causando um barulho agudo e incômodo, a toda velocidade. No fim da rua, virou a esquerda.

James cruzou os braços, olhando para a direção que o francês seguira, esperando que ele voltasse. Um minuto se passou e nada aconteceu.

- Covarde.

- V-vamos entrar, James. – Lily sugeriu, com receio de que o carro voltasse.

James percebeu a aflição na voz dela. Descruzou os braços e pegou suas mãos.

- Lily, ele não vai voltar agora. – Ele exalava segurança, e a tranqüilidade aparentemente voltara a dominá-lo. – E não vai se aproximar de você tão cedo, tenha certeza. Mas o dia que ele voltar, você vai contar tudo para mim, não vai?

- Vou, claro. Mas por quê?

- Eu já percebi que muitas das coisas que ele te diz, você acredita ser verdade, como aconteceu agora pouco. Ele disse que você é um problema, mas é claro que não é. Você também acreditou nele quando vocês foram almoçar àquele dia. Aliás, até hoje você não me contou o que foi que ele te disse no carro sobre mim.

- Ah, James, não foi importante! – Ela tentou sorrir, sem-jeito.

- Foi importante o suficiente para você ter quebrado o trato.

Era impossível discordar. Lily respirou fundo e resolveu dizer tudo sem rodeios, a fim de poder entrar logo em casa e se livrar da vulnerabilidade de poder ser vista por Louis.

- Ele disse que você só queria comigo o mesmo que o Sirius tinha com a Anita. Que eu não passaria de uma garota a sua disposição, morando com você. É isso.

James desviou os olhos e não disse nada. Lily teve certeza que estragara o momento. Xingou-se mentalmente até o moreno fitá-la de novo.

- Entendo os seus motivos para ter acreditado. Mas vamos entrar, e então, você vai perceber que ele estava errado. – Ele sorriu.


Anita fechou a porta do quarto de Sirius. Por que estava se sentindo tão estranha? Não julgava que era por conta da conversa definitiva que tivera com David, nem da discussão com Sirius na cozinha da casa ao lado.

Era por conta da conversa que acabara de ter. Era nítido. Tudo perdera a importância. O que exatamente aquelas palavras trocadas tinham significado para ela? Muitas coisas, e portanto, não era possível definir o que sentia. Só reconhecia a confusão, o produto das sensações que regiam seu cérebro. Ou melhor, seu coração.

Diante de seus olhos, estava a entrada para seu quarto, onde sua cama e seu travesseiro a esperavam. Às suas costas, a porta do quarto de Sirius. No entanto, não conseguia se mover para frente, muito menos para trás.

- Eu sabia que ainda estava aqui. – A voz baixa de Sirius se pronunciou. A garota, ainda desnorteada, deu meia volta e o encarou.

Ele estava apoiado pelo braço no vão da porta, aparentemente esperando que ela dissesse algo, mas percebeu que ela não o faria. Anita estava claramente perdida.

- Você está se sentindo bem? – Ele perguntou, franzindo a testa.

A loira afirmou com a cabeça.

- Quer conversar mais? – Indagou, preocupado.

A garota suspirou, como se estivesse em dúvida. Sirius se desapoiou no batente da porta e deu um passo a frente. Anita abaixou o olhar, ainda em silêncio.

- Vamos voltar pra lá? – Sirius indicou a porta do dormitório entreaberta, convidativa.

Sem querer concordar ou discordar, Anita finalmente disse:

- Estou muito confusa, Sirius.

- Eu sei.

- As coisas aconteceram muito rápido nessa noite. Não sei o que fazer.

- Hum... em que sentido?

- Ah, esquece. – Anita revirou os olhos.

- Hey. – Sirius a chamou antes que ela se virasse. Colocou as mãos sobres seus ombros, lentamente. – Ouça. Faça o que for certo. Você sabe que o certo é sempre aquilo que você quer. E não acho que as coisas aconteceram rápido demais; na verdade, demoraram muito. Para mim, o período de janeiro até hoje parece um século.

- Não sei. – Ela murmurou, cerrando os olhos. Não sabia o que queria fazer. Tinha mesmo que fazer algo naquele exato momento? Contudo, parecia fora de cogitação aguardar até o dia seguinte, uma vez que, de fato, parecia fazer um século desde aquela noite de janeiro.

- Anita, você já sabe o que quer, só não sabe se deve fazer ou não.

Ela riu baixinho. Ele está certo.

- Sinto que não posso fazer.

- Então, eu faço. – Sirius sussurrou, enfiando a mão direita por entre os cabelos loiros dela. Após um breve contato visual, ele a beijou como nunca havia beijado antes: com verdadeiro sentimento. Pela primeira vez, prestava atenção nos movimentos dela, pensava no que ela estava sentindo, se estava gostando ou não. Anita sempre fora tão pequena assim? Sirius nunca havia reparado.

Quando o beijo terminou, o moreno a abraçou, e não quis soltá-la.

Beijaram-se de novo. Quando Anita reabriu os olhos, já estavam deitados sobre a cama. Sirius despiu a camisa, e neste momento de pausa, um pensamento mais racional e veio à mente da loira.

- Se nós continuarmos, o que vai acontecer amanhã, Sirius? – Ela perguntou, olhando dentro daqueles belos olhos azuis acinzentados.

Sirius sorriu, malicioso.

- Por mim, vamos repetir. E depois de amanhã, repetir de novo.

Anita riu.

- E semana que vem?

- Espero que você agüente essa rotina até lá, porque não pretendo parar tão cedo, se é que me entende.

- Hum... – Ela selou os lábios dele, com um meio-sorriso. – Estamos sérios nessa? Ou melhor, juntos?

- Você sabe que sim. – Sirius acariciou a lateral do rosto da jovem. – Mas não vamos rotular. Quero dizer, é melhor não dar um nome para o status, não acha? Isso estraga tudo.

- Entendi, nada de chamar isso de namoro. – Anita riu, enquanto ele fazia uma careta.

- Você se importa?

- Não, contanto que você se comporte como se deve, o nome não me importa.

- Eu não vou te magoar nunca mais. – Ele ficou muito sério. – Não se preocupe.

Cinco minutos depois, Anita parou de beijá-lo e percebeu estar exatamente na mesma posição em que tudo começara na noite de janeiro. Em cima de um Sirius Black descabelado e ofegante. Era quase um déjà-vu.

- Vai ser diferente, querida. – Sirius adivinhou o que ela pensava, ao notar para sua expressão. Abaixou um pouco os olhos, observando o corpo seminu da loira sobre o seu. – Principalmente porque dessa vez o seu sutiã não é vermelho, mas preto.

- Sua cor preferida?

- Exatamente.


A sala estava iluminada somente pelas luzes vindas da rua, que penetravam pela janela e pela cortina sutilmente. No entanto, nem Lily ou James fez menção de acender a luz e tampouco de se mover ou falar. O único som vinha da respiração de ambos.

- Lily. – Ele a chamou após alguns segundos. A ruiva ergueu a cabeça, vendo com dificuldade o rosto de James por conta da fraca iluminação. – Antes de tudo, queria te dizer umas coisas.

James a trouxe mais para perto. Era difícil acreditar que não havia mais problemas. Tinha-se acostumado tanto com eles que parecia até estranho estar diante de Lily, poder beijá-la e saber que tudo estava certo. Estava tudo certo.

O fato de tudo estar certo propunha que antes, tudo não estava.

- Então. – James começou, antes que se precipitasse e atropelasse a ordem das coisas. Passou a mão pelos cabelos, pensando por onde iniciar. Havia tantas coisas que queria lhe dizer e ao mesmo tempo, queria agarrá-la logo e recuperar o tempo perdido. – Certo. Primeiro: nunca mais invente um trato como aquele, ok?

Lily riu com gosto. Admirava a capacidade dele de descontrair a situação. Só então percebeu o quanto estava nervosa.

- Com certeza!

- Segundo: me prometa que você não vai mais me dar um susto como o de ontem, ficando bêbada sozinha, vulnerável a qualquer idiota que quisesse se aproveitar.

Lily balançou a cabeça positivamente, ainda risonha e agora um tanto embaraçada ao se lembrar das coisas estúpidas que havia feito por conta das tequilas. James deu um passo a frente e segurou o rosto dela entre suas mãos. Sentiu suas bochechas esquentarem por conta do toque.

- Eu fiquei preocupado, é sério.

- Admito que fui uma irresponsável por ter bebido em vez de ter ido conversar com você, mas não sabia o que fazer.

- É culpa minha. Desculpe-me por te deixar daquele jeito no Fórum. Eu quase voltei correndo quando estava no elevador. – James confessou, meio rindo, meio sorrindo. – Odiei fazer aquilo.

Ela sorriu, abaixando os olhos.

- Não se preocupe, James. Foi necessário. Tudo o que nós passamos foi necessário, incluindo aquele trato.

- Você acha?

- Sim. Porque eu jamais perceberia que gosto tanto de você se você não tivesse me deixado daquela forma no Fórum, ontem. Muito menos acreditaria que você pudesse mudar, se não fosse por aquele trato. E, pra que tudo isso pudesse acontecer, ter ficado no mesmo quarto que você em Oxford foi essencial: pude ver que você não é um pervertido sem limites.

Os dois riram, sem pararem de se encarar.

- Eu sei que fui um pouco inconveniente com você no começo, quando cheguei, mas é que... eu não sabia como lidar com você, tão diferente das outras e tão indiferente comigo. Eu precisava fazer você ficar constrangida, de alguma forma, por isso.

- Entendo. – Lily murmurou.

Os olhos da ruiva já estavam acostumados à baixa iluminação, o que tornou possível enxergá-lo melhor. Viu um olhar diferente em James. Vários termos passaram pela mente de Lily, mas apenas um o definia completamente. Era um olhar apaixonado.

- Não estou certo se você lembra, mas ontem, quando nós voltávamos pra casa, você meio que estava desabafando... – James disse.

- Sim, eu lembro.

- Ótimo! Então se lembra de ter dito que gostaria de voltar no tempo para não ter perdido tanto tempo, certo? Bem, como isso é impossível, só nos resta outra possibilidade.

- Qual?

- Começar de novo.

James se inclinou alguns graus, aproximando-se de Lily, que não estava entendendo. Depois, o garoto deu alguns passos para trás, ainda mantendo o contato visual, e com um meio sorriso, saiu da casa e cerrou a porta.

Lily permaneceu imóvel no centro da sala, absolutamente confusa. O que ele está fazendo? Aonde ele foi?

Quando começou a andar em direção à porta para verificar o que estava acontecendo, ouviu a campainha tocar. Sem saber como deveria reagir, já que sabia que só podia ser James do outro lado, abriu a porta.

- O que foi isso? – Perguntou.

Ela se deparou com James apoiado no batente da porta, displicente.

- Hey, ruiva. Meu nome é James Potter, é essa a república do Sirius? – Ele disse, abrindo um sorriso.

Lily ficara três segundos sem reação, tempo que levou para compreender o que ele estava fazendo e caiu numa risada divertida. James não se mexeu, continuou com o sorriso estampado no rosto, esperando pela resposta. A ruiva não demorou para se recompor, ainda rindo baixinho, respirou fundo, jogou os cabelos para trás e disse, com sua voz mais sedutora:

- Na verdade, essa é a República Evans. Quer entrar?

James pôs um pé para dentro da casa ao mesmo tempo que puxava Lily pela cintura, não encostando sua boca na dela por poucos milímetros. Ainda olhando nos olhos dele, Lily empurrou a porta, que se fechou pouco antes de James trazer sua nuca para mais perto e beijá-la. Depois de um longo e ansioso beijo, o moreno roçou os lábios por seu pescoço, enquanto as mãos encontraram a pele quente de seu quadril sob a blusa.

Não se soltaram por muito tempo; beijaram-se em pé, e depois no sofá. Às vezes, paravam brevemente para rirem e sussurrarem. Não parecia real.

Quando foi possível ver o céu avermelhado da madrugada avançada através da fresta da cortina, começaram a conversar baixinho. A princípio, estavam sem ar, e a pausa foi muito bem-vinda para recuperarem o fôlego para mais tarde continuarem, mas engrenaram num assunto intrigante sobre as festas passadas, incluindo a que tinham acabado de voltar, e conversaram durante muito tempo.

Todas as vezes em que Lily ficava com algum garoto, deixava seu lado racional dominar a situação por todo o tempo, e com isso, raramente tinha a sensação de estar fazendo a coisa certa. Sempre sentia seu peito pesar e analisava cada movimento do rapaz para captar indícios de que ele estava enganando-a. Contudo, ao lado de James, nada disso aconteceu ou lhe passou pela cabeça. Estava tranqüila e certa de que era o que queria.

Certa de que James era o certo para ela.


O Sol tímido já brilhava no céu sem nuvens quando Lorens desceu da moto do namorado e se encaminhou para sua casa, após se despedir. Seus olhos ardiam de sono e ainda sentia sua pele adormecida pelo vento gelado da manhã, que fora cruel com ela enquanto andava a toda velocidade na moto, agarrada a Christopher. Não obstante, não reparava em nenhuma das duas coisas enquanto andava lentamente na direção da porta de sua casa.

A noite e o começo da manhã tinham sido mágicos. Após a conversa que tiveram na festa, Lorens e Christopher não demoraram a sair para um longo passeio pelas principais avenidas de Londres, parando somente em praças ou pontos turísticos para descansarem e trocarem risadas, beijos e abraços.

- Hey!

Lorens virou a cabeça e viu Remus saindo da casa ao lado. Ele pulou o pequeno muro que separava as varandas das duas casas e parou ao lado da amiga.

- Esqueci minhas chaves. – Ele explicou, cumprimentando-a. – Acabou de chegar?

- Sim! – Ela sorriu. – Fiz um tour pela cidade de moto a noite toda! Foi ótimo! Tiramos mil fotos no Globe Theatre! – Começou a procurar as chaves na bolsa. – E como foi a sua noite, sr. Lupin?

- Não me faça essa cara, srta. Ludmann! – Remus corou sutilmente.

Lorens riu.

- Não estou fazendo nada. – Colocou a chave na maçaneta. – Mas e aí?

- Eu estava até agora ajudando as meninas a limparem a bagunça toda. – Disse, tranqüilamente. – E depois coloquei a Lene pra dormir. Só isso.

A morena lhe lançou um olhar malicioso enquanto abria a porta. Lorens estava quase dizendo outra coisa, mas ambos ficaram momentaneamente imóveis ao entrarem na sala e se depararem com algo inesperado.

- Meu Deus. – Ela murmurou.

- Shhh!

Sirius estava com um braço sobre os ombros de Anita, ambos em pé, e assistiam James e Lily dormindo no sofá.

- Mas... – Começou Lorens, se aproximando para ver melhor. Remus a seguiu, com um meio-sorriso.

Lily estava encolhida, aninhada no peito de James, que a abraçava quase que protetoramente. O único movimento vindo do casal era a respiração lenta e ritmada.

- Descemos para comer e encontramos os dois aqui. – Explicou Sirius, baixinho.

- Não são bonitinhos? – Sibilou Anita, ainda olhando carinhosamente para o casal adormecido.

- Acha que eles se acertaram? – Lorens perguntou.

- Espero que sim. – Remus sorriu.

- Sempre soube que eles ficariam juntos. – Os olhos de Anita estavam marejados. – Olha só pra Lily, ela é tão... tão... ops!

Por falar tão baixo e por conta da emoção, Anita gesticulava para se expressar melhor e ser compreendida e, num movimento brusco, esbarrou a mão num porta-retrato, que estava sobre mesa que ficava ao lado do sofá. O objeto, por sua vez, derrubou o outro porta-retrato e os dois caíram no chão, provocando um barulho consideravelmente alto.

James e Lily despertaram na mesma hora.

- Anita! – Exclamou Lorens.

- Bom dia, casal. – Cumprimentou Remus, sorridente.

Lily sentou-se de imediato, semicerrou os olhos claros para poder enxergar e corou absurdamente ao ver os quatro amigos ali. James beijou sua testa.

- Bom dia, Lily. – Ele disse. Virou-se para os amigos. – Foi um jeito agradável de nos acordar, obrigado.

- Na verdade, nós estávamos só espionando. A Anita estragou o nosso plano. – Contou Lorens, olhando severamente para a loira, que sorria sem-jeito. – Enfim, o que aconteceu ontem à noite aqui? Agora vão ter que nos contar tudo!

- Agora? – Perguntou James, bocejando.

- Sim!

- Eu acho que essa não é a única novidade por aqui... – Remus começou, olhando para Sirius e Anita abraçados. Os outros três amigos ficaram surpresos, e o queixo de Lorens quase despencou.

Mesmo que o fato de Sirius e Anita estarem juntos não fosse novo para nenhum deles, naquela manhã, o casal exalava novidade.

- Realmente, nós também nos acertamos. – Anita disse e virou o rosto para Sirius, e o moreno selou seus lábios.

- O QUÊ? Vocês também? – Lorens levou as mãos à boca, abismada. – Por acaso o doutor cupido veio visitar a nossa casa ontem, bem quando eu estava fora?

Todos riram. Lily se levantou do sofá, dizendo:

- Já sei. Vamos para a cozinha, e enquanto eu faço alguma coisa para comer, a gente se atualiza. Acho que todos nós precisamos "nos confessar" por aqui. – Concluiu, fazendo o sinal das aspas. Afinal, não tinha ideia de que Remus e Marlene estavam juntos e do que teria acontecido na cozinha da casa ao lado depois de ter deixado Anita e David cuidando de Sirius, assim como seus amigos também não faziam ideia de todas as coisas o que haviam acontecido entre ela e James na noite passada. Sentiu a mão quente dele em seu ombro. Ele sorria.

- Ótimo. Também quero saber onde você esteve, Lorens! – Anita exclamou, e Lily voltou a prestar atenção na conversa.

- Certo. – A morena sorriu. – Mas eu quero ver encenações baseadas em fatos reais sobre ontem, dos dois casais.

- Sério? – Sirius riu, malicioso. – Tem certeza que vai querer que eu encene todas as coisas que aconteceram ontem à noite?

- Sirius! – Anita bateu em seu braço.

Ainda rindo, os quatro se dirigiram para a cozinha, deixando James e Lily para trás, sem perceberem.

- Você está ciente de que estamos juntos, não é? – James perguntou.

- Na verdade, ainda não consigo acreditar.

Após um beijo carinhoso, se juntaram aos demais, onde passaram o resto da tarde rindo, contando e recontando histórias; histórias das quais se relembrariam para sempre, no dia de suas formaturas, do ápice de suas carreiras, dos reencontros pós-universidade e do fim de suas jornadas como seres humanos. Histórias que marcaram suas vidas para sempre. E também marcaram aquele sobrado, que a partir daquela manhã, após o relato de James sobre sua reconciliação com Lily, passou a ser chamado de República Evans.


N/A: Sim, é o fim. Ainda não decidi se gostei ou não, mas já era hora de postá-lo, né?

Nem preciso dizer que foi difícil escrever tudo, não só o último capítulo, mas a fic toda, desde o começo. Agradeço a todos que leram e deixaram algumas reviews, a todos que leram e não deixaram, e principalmente a todos que tiveram paciência para esperar pelas minhas demoras.

Como este é, de fato, o último capítulo, eu gostaria de fazer um pedido a quem for deixar review: ao comentá-lo, digam-me o que mais gostaram e não gostaram durante a fic, quais foram os personagens com os quais vocês mais se identificaram, qual foi o casal para o qual vocês mais torceram que desse certo, qual "episódio" vocês acharam mais divertido e se vocês têm alguma sugestão para a continuação. Vou ler tudo e fazer muitas notas mentais para o futuro! JURO.

Mais uma vez, OBRIGADA pelo apoio, pela paciência e, principalmente, pelo carinho! Eu realmente AMO vocês, amores!

Agradecimento especial: A você, Camila, minha beta, minha amiga. Obrigada por tudo, de coração. Se você não tivesse pegado tanto no meu pé, me dado MUITAS idéias e me incentivado tanto, esse capítulo nunca estaria pronto. Te amo!

PS: Muitas coisas e conceitos mudaram em minha vida desde quando comecei a escrever a fic, no começo de 2007. Isso está nítido nos meus personagens, na evolução do meu português, nas questões que abordei durante a narrativa. Essa fic contém um pouco da minha história: comecei a escrevê-la aos 16 anos e agora tenho 19. Em 2007, eu nem sabia o que, de fato, era estudar numa universidade, e esse ano eu passei na dos meus sonhos, fiz amigos loucos como o Sirius e o James (não tão lindos, infelizmente), uma amiga atrapalhada como a Anita e já freqüentei festas tipo as da Whisky de Fogo. Sinto que escrever República Evans foi como prever meu futuro, o qual se tornou um sonho que estou realizando diariamente. Graças a vocês.

Carol Lair.


Reviews de leitores sem login: Murilo Zandoná (Não faltou muito pro James dar uma surra no francês. Mas tenho planos para isso na continuação :X HAHHA, muito obrigada pelas sugestões de nomes para as repúblicas, anotei e adorei todas! Muitos beijos, espero que goste do cap final :D), Laviny Wood (Puxa vida, que honra saber que essa é sua fic número 1! HAHAHA, também tenho certeza que ela está no topo das que mais demoraram para ser atualizadas, né? Muito obrigada por tudo, querida! Beijos), Mari M (Demorei de novo, né? Eu sei. Sorry. Mas pelo menos eu trouxe o final para você! Sim, vai ter RE2, mas não sei quando ainda... Não quero começar uma fic que não terei tempo de atualizar. Muitos beijos, obrigada pelo carinho!) , Nick (Seus votos de inspiração surtiram efeito, mesmo que isso tenha demorado! Obrigada por tudo, dear. Beijos!), karinne (Como você é fofa! Nossa, quase chorei com sua review, leitoras queridas como você não merecem uma escritora irresponsável como eu. Muito obrigada pelo apoio e principalmente pela paciência. Beijos!), Sabrina Alves (O Sirius é um indeciso, mas ele gosta da Anita sim. Ele não queria gostar de nenhuma, mas não conseguiu fugir dos sonhos com um certo sutiã vermelho! HAHAHA, e o James não é burrinho, ele só achou que a Lily tava bêbada demais naquela noite e que só estava procurando consolo... ele também tem sentimentos, ok? HAHAHAH Muito obrigada por me acompanhar desde o começo, sério! Muitos beijos :*), caramelo (Acho que você não me perdoou, já que só postei quase que um ano depois... HAHAH, mesmo assim, me desculpe de novo e um beijo!), Manuela (Também amo o James! Espero que tenha gostado do post e obrigada pela review! Beijos), Tainá Passos de Menezes (Fico feliz que você tenha gostado do casal Remus/Marlene, poucos assimilaram bem a idéia – eu quero inovar, galera! -, e espero que tenha gostado da conversa da Lily com o Louis. Ela não é do tipo que faz escândalo para humilhar alguém, não consegui imaginá-la fazendo isso... E sobre o Sirius se sentir "usado", a Anita falou umas verdades pra ele. Ah, eles se merecem! AHAHAAH, beijos, Tati, MUITO MUITO obrigada por tudo, por me fazer rir com as reviews, por me incentivar a escrever, por sempre me cobrar atualizações... você é uma leitora especial. Muitos beijos!), Kel Cavalcante (Sim, esse é o último! Espero que tenha gostado das resoluções dos casais principais... Muito obrigada, beijos!), J.R.C (Minhas principais influências são Anne Rice – um dia escreverei como ela – e Jostein Gaarder. Para essa fic, o seriado Friends também! Muitos beijos, espero que tenha gostado desse cap :D), Luh Chan (Desculpe-me pela demora? Eu me surpreendo quando leitores novos começam a ler essa fic sendo que ela está no penúltimo cap e não-finalizada O_O, obrigada meeesmo! Beijos), Maria (Obrigada! Eu demorei, mas juro que não foi por mal... enfim, ele tá aqui! Beijos!), Andrezza (Sorry por ter cortado o cap bem naquela hora, mas a criatividade me abandonou. É difícil escrever final de história, você me perdoa? Obrigada por tuuudo, beijo), Mari Black (Obrigada pelos elogios! Desculpe ter te feito esperar... Remus e Marlene é uma novidade, eu gosto deles! Beijo), Aniiita (Sério que seu apelido é assim? Eu AMO esse nome, colocaria fácil em minha filha. Gostou dos finais tão esperados dos casais? Eu espero que sim! Acho que todos viverão felizes para sempre... beijinhos!), Bibynha (Demorei, mas aqui está a continuação! :D Beijo!), Sara (MUITO MUITO obrigada pelos elogios! Sério! Demorei, mas finalmente postei... espero que goste do final. Beijos), Bela (Pena que a dica chegou só no final :(, mas mesmo assim obrigada! Espero que goste desse cap. Beijos!), Leeh (Adorei a definição "uma complicação total", eu adoooro uma confusão! HAHA, espero que tenha gostado, muito obrigada! Beijo), gislaine f. (Eu não mereço tanto carinho de uma pessoa só. Você vai para o céu por nunca esquecer dessa fic e tê-la lido mais de 3 vezes... WOW, nem eu reli ela tantas vezes! Muito obrigada por tudo, muitos beijos), lissa potter (Deu merda, mas consertei!), Aline (Eu não ia deixar de postar o ÚLTIMO cap, né? Mesmo demorando, ele um dia ficaria pronto. Obrigada por esperar! Beijo), Ju 8)' (Obrigada linda! Espero que entenda a minha ausência! Beijinhos, espero que goste desse último também), SÉRGIO LUIZ LUDMANN (Desculpe, não entendi sua review! É seu telefone? Enfim, obrigada mesmo assim, beijinhos), Ana Lê (AHAHHA, nada contra biologia, claro. Faz tanto tempo que escrevi aquilo que provavelmente foi a primeira coisa que me veio em mente... beijos e muito obrigada!) e Julia (Eu postei, viu só? Mas realmente, agora com a USP vai ficar difícil escrever – mais do que já era -, mas eu dou um jeito, porque escrever é algo que amo fazer! Beijo, muito obrigada pela review), Ju 8)' (Espero que ainda passe por aqui para conferir o último! Beijos e muuuuuito obrigada!).

Já viram a comunidade República Evans no orkut?