Disclaimer Único:

- Harry Potter, personagens e lugares, são propriedade de J.K. Rowling, Warner Bros., Scholastic, Bloomsbury e Rocco. Esta história não tem fins lucrativos e não foi escrita por mim. Plágio é crime. Não copie sem autorização do autor.
- Esta fic pertence à "Calypso in Love" (http / www . fanfiction . net / u / 179603 /) e está sendo traduzida por mim com a permissão da autora.
- Esta fanfic contém menções de abuso sexual a menores de idade, além de cenas de sexo.


Sumário Original:

Sobre uma Hermione abusada sexual e psicologicamente por seu tio Don, que vive com sua família. Ela volta para Hogwarts, com medo de garotos como sempre, mas alguém começa a perceber o seu estranho comportamento em relação a membros do sexo oposto: Draco Malfoy. E, assistindo disfarçadamente o jeito dela com os homens de Hogwarts, estará ele se apaixonando por uma garota que se odeia? E que, mais do que tudo, tem medo dele e dos sentimentos que ele desperta nela? Como pode o amor triunfar?


Nota da Tradutora:

Gente, outra tradução! Bom, esta daqui é longa. É uma fic linda que está nos meus favoritos (se alguém quiser dar uma checada). A fanfic original ainda não está completa e tem 27 capítulos até agora, porém, eu tive uma conversa com a autora (segue abaixo a parte que interessa) e ela disse que terminaria algum dia. Bom, me mandem reviews dizendo se gostaram (e não se assustem com este começo, é meio forte).

Stefano D diz:
At this point I'm not really sure what to tell you. I can guarantee you that I WILL finish it, at some point, but I don't know when that might be.

Stefano D diz:
A este ponto eu não tenho certeza do que lhe dizer. Posso te garantir que EU VOU terminá-la em certo momento, mas eu não sei quando este momento será.


Prólogo

Ele apareceu indistintamente perto dela, tirando suas roupas e a penetrando gentil, embora tão dolorosamente. Suor escorria de ambos, embora fosse só o dele.

Hermione estava deitada por baixo e olhava para o teto enquanto fingia não sentir dor. Nenhuma dor. Uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze, doze. Havia acontecido apenas doze vezes. Essa conta não incluía as batidas, que começaram há muito tempo para que fosse possível lembrar-se. Mas logo ela voltaria para Hogwarts, onde ele não poderia mais machucá-la. Sem mais dor, pelo menos até o Natal. E o verão. E... Uma lágrima rolou pela bochecha manchada de Hermione.

Quando ele foi embora, ela cobriu seu corpo, ignorando o calor escaldante do verão. Ela estava tremendo.



xx

Hermione estava parada em frente ao espelho embaçado do banheiro. O pequeno círculo que ela havia desenhado nele aumentava de tamanho à medida que o tempo passava. Dez minutos. Vinte minutos. Trinta minutos.

As manchas roxas em seu corpo iam ficando visíveis devagar, até que o espelho ficou limpo novamente e ela pôde se ver por inteiro: seu rosto, com as bochechas rosadas, olhos, braços, peito, quadris, pernas. Fechou os olhos, mas os abriu um momento depois, e começou a espalhar na pele algo que pudesse esconder todas aquelas marcas.

Seus ombros cederam e ela se apoiou na pia, ainda se mirando no espelho. Cabelos armados, ondulados porém ligeiramente frisados; ossos da bochecha altos e nariz empinado; olhos amendoados cor de chocolate; pele muito branca estampada com sardas. Uma beleza que só ela conhecia. Fazia tudo o que podia para escondê-la, ninguém deveria conhecê-la da maneira como ele conhecia...


Capítulo 1 – Jeitos Pecaminosos

Hermione sentou-se à mesa e bebeu um gole de seu suco de laranja. Sua mãe abriu-lhe um sorriso.

"Hermione, querida, você vai para Hogwarts hoje! Não está feliz?" a garota confirmou com a cabeça devagar em resposta, mas como estar feliz? Ela não conseguia se lembrar da última vez que esteve feliz de verdade. Antes de ele vir? Oito anos atrás?

Até mesmo quando ela estava com seus amigos em Hogwarts ela sabia o quão diferente, o quão suja ela era. Não podia contar a eles. Eles a odiariam. A veriam como a maldita vadia que ela sabia que ela era, como ele disse que ela era. Ela acreditava nele. Ele era infalível, não era? Se não fosse, como poderia controlar seu corpo, sua alma e seus mais obscuros pensamentos? Até mesmo quando ela estava a quilômetros de distância, qualquer lugar que ela olhasse, ela o via.

Hermione Granger tinha medo de garotos. Homens no geral. Ela adorava o fato de eles não a notarem. Tivera muito medo de Harry e Ron no começo: quando os ouviu falando nela, ela chorou. Não ouviu exatamente o que eles disseram, mas só por ouvir seu nome nos lábios deles – lábios que poderiam dominar os dela – ela se sentiu aterrorizada.

Quando eles a salvaram, ela os aceitou. Hermione os amava agora assim como Ginny os amava, mesmo não demonstrando isso. Eles eram os únicos homens que não a machucariam, que não seriam suscetíveis à ação de sua luxúria e seus jeitos pecaminosos. Harry e Ron eram seus protetores contra os vários outros garotos de Hogwarts.

Seu pai entrou na cozinha, assobiando. Ela sorriu, pulou da cadeira e deu-lhe um abraço apertado. Ele era o melhor de todos pra ela. Conseguia lembrar dos dias que passara com ele, os dias antes dele chegar e mostrá-la o que ela induzia os homens a fazer. Seu pai sorriu-lhe alegremente.

"Ah Hermione, vou sentir sua falta! Seu sexto ano já!" ele disse, bagunçando os cabelos da garota. "Don está descendo, Miranda, é melhor você fritar mais bacon, você sabe como ele é chato de manhã..."



Gerry não reparou no medo que tomou conta do rosto de sua filha por um segundo antes de ela escondê-lo com um sorriso e sentar-se na mesa novamente, ficando ligeiramente arrepiada. Ela escutou passos na escada e encheu sua boca de torrada, para que caso ele dissesse alguma coisa ela não precisasse responder. Don apareceu, enfim.

Ele já estava mais ou menos na casa dos trinta anos. Era um pouquinho barrigudo, com olhos e cabelos negros. Também era muito alto e possuía um charme pessoal que a maioria das mulheres adorava. Travesso, "amável" e a ovelha-negra da família. Assim era o irmão de Miranda, que costumava trabalhar em um bar e vivia com eles. Ele piscou para Hermione.

"Você parece alegre demais esta manhã; Donny, meu rapaz!" exclamou Gerry, de algum lugar atrás do jornal que estava lendo.

"Tive uma noite boa, uma noite muito boa." ele disse, piscando para Hermione novamente. Ela olhou para o prato.

Ninguém percebeu. Ninguém nunca percebia.

xx

Don levou Hermione até a estação, já que seus pais teriam que trabalhar. O trajeto seguiu silencioso. Quando eles finalmente chegaram, ela tentou sair rapidamente do carro, mas Don foi mais rápido e a segurou pelo braço para que ela não fugisse. Jogou-a de novo dentro do automóvel e sorriu sadicamente. Como odiava aquele sorriso.

"E eu não ganho nem um beijo, mocinha?" ele perguntou para Hermione e em seguida a beijou de modo possessivo, deixando um amargo gosto de álcool na boca da morena. Ela estremeceu quando ele a soltou e a empurrou com força, fazendo-a bater as costas na porta do passageiro. Ao andar de costas quando saiu do carro, ela tropeçou e caiu, segurando suas lágrimas.

Quando tirou sua bagagem do porta-malas do carro com pressa, Hermione mal notou quando a mala bateu em sua perna com força. Na verdade, a dor viria depois. Don acenou alegremente indo embora, e ela sentou-se em sua bagagem, com as mãos na cabeça para que ninguém a visse. Ficou desse jeito por bastante tempo, até sentir que alguém havia sentado ao seu lado, em sua própria mala. Ela olhou para o lado e encontrou os olhos cinzas de ninguém mais, ninguém menos que Draco Malfoy, o garoto mais babaca que Hogwarts já conhecera.

Ela, assustada, escorregou de sua bagagem de modo a cair com os joelhos e as mãos no chão. Arrastou-se um pouco pra trás enquanto observava a expressão perplexa de Malfoy a olhar para ela.

"Hum, meio desastrada hoje, hein, sangue-ruim? Eu te vi cair do carro."

Hermione balançou a cabeça, negando.

"E-eu não cai do c-carro..." ela gaguejou; seus olhos fixos nele, numa tentativa idiota de convencê-lo. Malfoy levantou as sobrancelhas. O que haveria de errado com a Granger?

"Você vai acabar com seu vestido se continuar se arrastando no chão, Granger." ele disse, indicando o enorme vestido de verão que alcançava as canelas da garota.



Hermione levantou rapidamente, limpou superficialmente suas roupas e ajeitou o coque em seu cabelo, que havia se desarrumado.

"Você definitivamente tem um gosto horrível pra roupas, Granger." disse Malfoy descontraído, passando os olhos por Hermione. Ela cruzou os braços num movimento instintivo de proteção e simplesmente acenou com a cabeça. "Você não vai me mandar ir embora? Ou pelo menos sentar? Essa é a sua mala, ou você se esqueceu?" ele perguntou, sorrindo afetado.

Hermione balançou a cabeça negativamente, e ele franziu a cara. O que havia de errado? Era pra ela estar gritando com ele, ou batendo nele, essas coisas. Levantou-se da bagagem e ficou parado na frente dela, percebendo que seus olhos haviam se arregalado e seu queixo estremecido.

"Então? Me dá um tapa! Faz alguma coisa! Ou você está com medo porque o trio maravilha não está completo?"

Ela piscou e não respondeu. Malfoy virou os olhos e foi embora, em direção a um grupo de alunos sonserinos.

"Tem alguma coisa errada com aquela sangue-ruim." ele disse para Blaise Zabini.

Blaise olhou de relance para Hermione, que estava mais uma vez sentada em sua bagagem, abraçando os livros contra o peito de cabeça baixa.

"Sempre teve. Uma vez eu coloquei a mão no ombro dela pra perguntar sobre os NOM's de Poções e ela ficou com lágrimas nos olhos, eu juro. Acho que ela pensou que eu ia devorar ela ou coisa do gênero..." Blaise riu e se virou para sua namorada, Pansy Parkinson.

Draco olhou para Hermione por mais alguns segundos antes de balançar a cabeça e virar-se em direção a Crabbe e Goyle.

xx

O trem parou na estação e os alunos saíram. Harry e Ron tinham aparecido, para o alívio de Hermione, e a encheram de brincadeiras bobas e conversas sobre Quadribol. Os três entraram no Salão Principal em seguida e Hermione olhou para o teto.

Ela se lembrou de uma noite, antes de ele chegar. Seu pai a havia levado para o interior da Inglaterra, e eles se deitaram em um campo qualquer para olhar para as estrelas (que ela nunca havia visto brilharem tanto) juntos.

Harry puxou seu braço e a trouxe com ele para a mesa da Grifinória, fazendo-a sentar-se ao seu lado. Ron se sentou na frente deles. Hermione gesticulou freneticamente para que ele se sentasse ao seu outro lado, e, revirando os olhos, ele começou a se levantar. Tinha esquecido temporariamente que Hermione insistia em ter os dois sentados um de cada lado dela em qualquer lugar que se sentassem juntos. Ele não ligava, na verdade, mas era irritante o fato de ela se importar tanto com isso. Mas, antes mesmo de ele se levantar por completo, Neville se sentou ao lado da morena. Ron deu de ombros, se desculpando.

Harry se perguntou o que havia de errado com a amiga. Eles já estavam comendo as sobremesas, e ela havia passado todo o banquete encostada firmemente nele. Ele sabia que ela não gosta dele daquele outro jeito, ele e Ron tinham chegado ao consenso de que ela não gosta de nenhum garoto assim, não pelo menos em Hogwarts. E eles duvidavam muito 

de que ela gostasse de algum trouxa. Mas, nessa noite, ela estava estranha. Estava tão perto dele que estava praticamente em seu colo, e ela tremia ocasionalmente. Particularmente se Neville falasse com ela.

"Hermione, é só o Neville, ele não vai te morder!" ele cochichou para ela. Hermione o ignorou e voltou a metodicamente colocar comida na boca. Ele olhou de esguelha para Ron, balançando a cabeça discretamente na direção da morena com uma sobrancelha levantada. Ron a olhou por alguns segundos antes de dar de ombros e dizer, sem emitir som algum, "Depois". Harry balançou a cabeça e assentiu.

Hermione mordeu outro pedaço do seu bolo e quase ficou sem ar quando a coxa de Neville encostou na sua própria quando o garoto se levantou para pegar alguma coisa na mesa. Seus olhos se encontraram e Neville pareceu confuso ao ver que Hermione quase pulou pra cima de Harry. Ele virou a cabeça tristemente para Lavender (1), que estava sentada ao seu lado.

"Lavi, eu não acho que Hermione queira se sentar ao meu lado. Troca de lugar comigo?" perguntou, se sentindo rejeitado. Ele sempre achou que Hermione fosse uma garota legal, mas aparentemente ela não suportava pensar em tocar nele, muito menos em ser seu amigo. Lavender sorriu e trocou de lugar com Neville. Ela pegou a mão de Hermione e a trouxe para perto de si, longe de Harry.

"Hermione, o que foi? Eu acho que você realmente magoou Neville, você não encostou nele a noite toda!" Hermione pareceu visivelmente relaxada.

"Eu... Lavi, Eu só estava preocupada com o fato de ele... Hum, reparar que eu não lavei o cabelo." ela sussurrou. Lavender aceitou a desculpa embora tivesse dúvidas, já que o cabelo castanho claro da amiga parecia perfeitamente limpo. Ela e Parvati se olharam preocupadas. Hermione sempre fora um pouco estranha para seus padrões, mas mesmo assim era uma de suas amigas mais próximas, elas eram suas companheiras de quartos há seis anos... Alguma coisa estava errada.

Hermione deixou o Salão Comunal cedo, incapaz de suportar os olhares preocupados de Lavender, Parvati, Harry e Ron por mais tempo. Ela correu escada acima e fechou a porta do dormitório feminino atrás de si. Ao respirar fundo, deixou uma lágrima escorrer por sua bochecha, deixando um longo traço preto após tirar um pouco do corretivo que ela havia usado.

O banquete havia sido insuportável, ela sabia que estava puxando Neville para sua teia de sedução, mas ela não podia se controlar, ela nunca pode. Sua mente voou para o encontro que teve com Malfoy, que havia sido muito pior. Ele era forte, provavelmente viril... Provavelmente igual ao Don... Hermione choramingou e correu para o banheiro, lavando seu rosto no escuro.

Chovia em Hogwarts, e a chuva batia na janela quando ela foi para sua cama. Um flash de luz fez um traço no céu, iluminando o rosto de Hermione, e o barulho do trovão veio em seguida. Hermione puxou a cortina escarlate de sua cama e a fechou por completo. Ela se deitou e puxou os lençóis também escarlates (e dourados) para se cobrir, e dormiu. Mesmo que ela esperasse vê-lo ali, toda vez que via a cortina iluminada pela luz dos trovões. Ele estava em todo lugar, era infalível, não era?