Uma jovem que aparentava ter seus 16 ou 17 anos andava pelas ruas escuras de Tóquio durante a noite. Seus cabelos loiros pareciam mais um cinza na escuridão. Sua pele de tão palida dava a impressão de ser um fantasma. Ela usava um casaco preto meio folgado, calças igualmente pretas, mas nem tão folgadas, um gorro azul marino com detalhes brancos. Seus cabelos estavam soltos. Ela usava alguns terços e um pequeno colar, simples, apenas uma linha preta, porem com uma linda pedra azul como pingente.

A jovem estava carregando sacolas de compras, e não tinha uma expressão em seu belo rosto, ao contrario das pessoas a sua volta, que estavam rindo, felizes, e brincando na neve, contentes, pois o natal estava próximo. Mas não a jovem. Não estava deixando aparecer emoções. Para ela tudo era indiferente.

Atrás dela flutuava um espírito de uma outra jovem, que deveria estar viva pelos anos em que a grande muralha da China estava sendo construída. Ela acompanhava cada passo da garota a sua frente, atenta para qualquer coisa. E de repente para de "andar".

-O que foi? – pergunta a jovem de cabelos loiros, sem demonstrar qualquer sentimento em seu tom de voz.

-Nada não. Só tive um... pressentimento estranho. – respondeu o espírito em seu tom de voz sempre calmo, doce e inocente, porem, não animado dessa vez.

A jovem voltou a olhar para frente e caminhar, sem antes revirar os olhos. Esse tipo de coisa acontecia às vezes. Já nem ligava. Era tão comum quanto caminhar, pelo menos para as duas.

De repente ouvem um apito. Não estranham, sabiam o que era, mas mesmo assim um olhar para o lugar de onde vinha o som era inevitável.

A jovem deixou as sacolas no chão, e arregaçou a manga de seu casaco, revelando um artesanato indígena de cor preta.

-Finalmente a terceira luta! Contra quem iremos lutar? – pergunta o espírito sorrido, agora voltando ao seu jeito animado e infantil de sempre.

Um sorriso irônico aparece no rosto da jovem antes de responder a pergunta.

-Horo-Horo. – responde a jovem sem desfazer o sorriso.

-Horo-Horo? Que nome estranho! – disse o espírito rindo, ainda animada, a jovem sabia que, agora que ela tinha voltado ao seu estado infantil e sempre animado, demoraria a ficar quieta e calma como estava a poucos segundos atrás, ou como ela costumava a falar, "calada".

-Não o subestime. – advertiu a jovem olhando para o espírito, ignorando o fato de que ela começou a ficar animada, o que a irritava a maior parte das vezes – O nome dele pode ser estranho, mas ele é forte. É um dos antigos concorrentes. Pode ser uma luta bem interessante. E com ele é um xamã que utiliza o gelo, terá vantagem, devido a essa neve fora de época...

-E... Como você julga essa luta? – perguntou o espírito da menina curiosa.

-Apesar dele ser forte, ainda não é páreo para a gente. – responde a jovem.

-Isso quer dizer que... – ia dizendo o espírito antes de ser interrompido.

-Já ganhamos. – completa a jovem, logo em seguida olhando para céu – Horo-Horo, vai ser interessante lutar contra alguém conhecido. – diz a jovem olhando para o céu.

-E agora, o que faremos? Quero dizer... Iremos mudar algo na rotina? – perguntou o espírito.

-Não. Será a mesma coisa de todos os dias. – responde a jovem pegando as compras e voltando a andar – Iremos para casa, irei preparar a comida, comerei, tomarei meu banho, depos irei dormir, acordarei na mesma hora de sempre, e irei ao meu costumeiro treino, e você fara o que sempre faz quando estou no meu treino.

-Como quiser Anna. – diz o espírito voltando a "andar" atrás de Anna, porem já sorrindo e voltando por completo ao seu jeito animado e extremamente infantil e distraido.

Continua...

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