Ene/A de cima: Eu sei, eu sei, secularmente atrasada. Foi o vestibular, tudo explicado lá em baixo. Eu queria dedicar esse ultimo capitulo de Chá de Lingerie para TODOS que estão lendo, MUITO OBRIGADA MESMO, vocês me deixaram muito feliz durante toda a postagem. Espero que gostem, eu fiz o meu melhor. Vocês moram no meu coração!! A gente se vê na ene/a de baixo. Bjox
Capítulo 10 – Último capítulo
Falta um dia. Esse foi o meu primeiríssimo pensamento quando eu abri os olhos.
Falta UM DIA. Foi o meu segundo pensamento, que, embora fosse igual ao primeiro, tinha uma nota de pânico que o primeiríssimo pensamento não teve, vocês podem reparar bem.
Fechei os olhos de novo e abri bem devagar, olhando para o lado e conferindo se Lily estava ali. Merda, a Lily estava ali. Quer dizer, que bom, a Lily estava ali! Quer dizer, não sei.
Não é hora de entrar em pânico, James. Não é hora. Ainda falta um dia. Calma. Talvez quando faltar meia hora seja o momento exato para se entrar em pânico. Não agora.
Devo ter me remexido tanto sem perceber que acabei acordando minha ruiva sem querer. Ela sentou na cama e me olhou com os olhos verdes semi-cerrados, como se a luz estivesse a atrapalhando a enxergar.
- Que foi Jimmy? Você está com uma cara estranha.
Eu? Com uma cara estranha? Impressão sua, Lily, querida. Deve ser porque falta um dia para o nosso casamento e eu estou entrando em pâ-ni-co!
Eu, obviamente, não falei isso. Em voz alta, eu quero dizer.
Esperei pelo casamento desde o momento em que a vi no expresso de Hogwarts pela primeira vez, mesmo que ela estivesse com o Seboso naquela hora. Talvez eu não tenha pensado em casamento naquela hora, mas eu pensei depois... Tenho certeza. Tenho mesmo.
- Nada, Lil. – consegui responder, com algum esforço. – Nada, não.
-
Já era a quinta vez que eu tocava a campainha e ninguém atendia. Não consigo entender. Quando alguém precisa falar comigo eu abro a porta sempre; mas quando sou eu quem precisa conversar, ninguém abre a porta pra mim! Incrível!
Toquei mais uma vez, e ouvi um resmungo. Um resmungo é um bom sinal. Significa que não tem ninguém morto na casa, e que alguém vai abrir a porta pra mim.
Remus apareceu no batente da porta com a cara mais amassada que eu já havia visto na vida. Piscou algumas vezes, pra ter certeza que era eu mesmo, e me convidou a entrar com um aceno e outro resmungo.
- São sete e meia da madrugada. James Potter, você matou Lily Evans e ficou com medo de dormir, então resolveu vir pra cá? – ele perguntou se jogando no sofá puído.
Ri sem graça, e me sentei também.
- Na verdade, eu fiz as pazes com Lily tem tempo, você sabe. Ela foi lá em casa ontem pra gente conversar sobre nada, como sempre. Nós pegamos no sono sem querer, e estava tudo perfeito. Mas aí, quando eu acordei, eu lembrei que falta um dia para o casamento.
- E daí? – ele perguntou, esfregando os olhos. – Você quem pediu para casar com ela.
- Eu sei, mas eu estou commuitomedo. – falei mais rápido do que pretendia.
- Quê? – ele murmurou, sem entender.
- Eu estou com medo, com muito medo! – repeti, levantando e começando a caminhar pela sala em círculos.
Quem diria, eu, James Potter, com medo de casar. Logo eu, que esperei tanto tempo pra poder dizer que era casado com a mulher mais linda do universo. Lily não parecia nervosa hoje de manhã. Será que eu estou fazendo tempestade em copo d'água?
- Pontas, senta, por favor, 'tá me deixando tonto.
Sentei pesadamente e afundei o rosto nas mãos. Já estava tudo mais que certo. Era só chegar lá e dizer sim. Ou não. Quer dizer, eu não vou dizer não. E se tudo não estiver pronto?
Levantei o mais rápido que pude e sai pela porta sem me importar com os gritos de Remus. Ele tinha me ajudado bastante fazendo nada. Mas tudo bem. Eu acho. Não sei. Que confusão por causa de um casamento. O meu casamento.
Não fui muito longe. Quando estava atravessando a rua, uma mão segurou meu ombro e me virou. Remus estava ofegante e com o rosto vermelho, eu havia me esquecido que ele virara o mestre da corrida após as compras do chá. Parecia que fazia tanto tempo desde quando planejamos a entrada secreta na festinha particular da Lily. Tudo parecia fazer tanto tempo.
- Você é patético. – ele riu, e eu esperei pelo tapa que não veio. Ele me segurou pelos ombros com as duas mãos, e me puxou de volta para a casa. – Não sei se vai adiantar alguma coisa, mas o Sirius está vindo pra cá.
Esperamos por cerca de dois minutos, quando Sirius apareceu com uma cara de sono sensacional e zero de disposição para ouvir os meus problemas. Na verdade ele nunca teve muita disposição pra isso.
- Pra que o desespero? – ele perguntou, após eu terminar de contar toda a história – Você vai casar, ser domado, usar uma coleira, chegar em casa às sete, fazer compras em família, ouvir a Lily reclamar que você sujou o carpete, mas e daí? Nós ainda vamos conversar com você, cara.
O sorriso dele se desmanchou no segundo em que Aluado deu-lhe um tapa na cabeça. Ele mereceu. E ainda achou que tinha ajudado, faça-me o favor!
- Pontas, você ama a Lily? – Aluado perguntou, sério.
- Claro. – respondi sem pestanejar. – Amo muito.
- Então pare de agir como um idiota, vá pra casa, durma um pouco e pense na primeira coisa que você e Lily vão fazer assim que estiverem sozinhos.
Sirius riu, e ele e Aluado bateram nas minhas costas como se estivessem tentando me fazer cuspir meu pulmão. Não pude fazer nada a não ser desviar e reclamar comigo mesmo, afinal são eles que me tiram e me colocam nas minhas crises. Mas eu sou grato. Ou não.
No sétimo ano, nós fizemos um jogo para tentar descobrir quem seria o primeiro a fazer coisas mais adultas. Nenhum dos marotos hesitou em dizer que eu seria o primeiro a casar. E, bem, eles riram quando contei que havia pedido Lily em casamento. Então eu vou casar agora.
Olhei para os dois com os olhos apertados e dei tchau, solenemente ignorado, antes de desaparatar e aparecer no meu próprio apartamento vazio. Devia ser por volta de oito e meia da manhã, agora. Cedo, muito cedo.
Antes de ir para o apartamento dela, Lily disse que iria conferir as flores à tarde e depois iria para a casa da Marlene, preparar-se para O Grande Dia. Não me lembro de ter respondido. Acredito que eu tenha grunhido alguma coisa, e ela se deu por satisfeita.
Eu não estou com sono, eu não estou com fome, não fiz nada até agora, mas eu estou extremamente cansado. A Lily não está cansada. Nem com medo. Ela está entusiasmada. Por que eu também não posso estar entusiasmado?
-
Eu estava deitado no chão, com as pernas no sofá, quando a campainha - que eu odeio e preciso trocar - tocou. E tocou mais uma vez, e outra vez.
Levantei para abrir sem ânimo nenhum e antes mesmo que eu pudesse pensar em recepcionar quem estava na porta Sirius e Remus entraram carregando mais sacolas do que já tinha visto na mão de dois homens. Sacolas de todos os tamanhos, de todas as cores, de todos os estilos. E pela animação deles nem parecia que eu os havia acordado hoje às sete e meia. E agora são exatamente quatro da tarde.
- Boa tarde, Senhor. – Sirius disse tentando parecer educado, mas falhando miseravelmente. Se a mãe dele visse... Uh! – Foi desse apartamento que pediram uma transformação completa para um noivo?
- Não. – respondi, me jogando no sofá, dessa vez com os pés no chão. – Podem ir embora.
Os dois se entreolharam antes de colocar as sacolas no chão e sentar no sofá ao meu lado. Eu sequer tinha convidado! As formalidades foram para o saco, só pode.
- Ah Pontas, fala sério. – Sirius resmungou. – Você esperou tanto por isso. Esperou três anos na escola e mais seis anos até agora, quase dez anos!
Realmente, quase dez anos sendo enrolado pela Lily. "Casar, já? Mas a gente mal se conhece!", "Casar é um passo muito grande, James.", "Casar... Bem, por que você não come outro biscoito?". (Beta se metendo: HAHAHAHAHAH que jeito de desconversar, Lily!)
Eu lembro que eu quase chorei quando ela aceitou o pedido. Ainda bem, porque eu já estava ficando cansado de perguntar uma vez por mês se ela queria casar comigo. O que é bem idiota, porque são as mulheres que ficam querendo casar o tempo todo.
- Eu sei. Quase dez anos. – falei, depois de bocejar longamente. – Já falaram tudo que tinham pra falar?
- Deixe de ser anti-social, James Potter. – Remus riu e levantou, indo em direção à maior sacola, completamente preta.
A sacola na verdade era uma capa, que continha o meu smoking para o casamento. Sim, aparentemente não era só a Lily que teria um 'dia da noiva', com o diferencial que eu sou o noivo.
Aluado sacudiu o smoking na frente dos meus olhos, sorrindo como uma pessoa completamente anormal e doida. Sorri, fazendo o máximo de força para que parecesse natural. Não funcionou, o Aluado sempre percebe.
- Cara, o que aconteceu com você? – ele perguntou, largando o smoking no chão e me dando um tapa em seguida.
- Não sei! – exclamei. – Eu quero casar, mas eu estou com medo.
Sabe quando ninguém fala nada, mas você sabe exatamente o que as pessoas estão pensando? Pois é, o que o Almofadinhas e o Aluado estavam pensando era "Ele está doente, só pode.".
- Você está com medo do quê? – Remus perguntou, visivelmente irritado. – De casar com a mulher dos seus sonhos? Tenho que dizer que é um medo muito idiota.
Eu já sabia que isso era verdade, mas foi como se eu tivesse acabado de descobrir que meu medo era sim muito idiota.
- Não, medo porque está tudo perfeito demais. – confessei, levantando, e indo para a cozinha. Abri a geladeira e fingi estar procurando alguma coisa lá dentro, para poder pensar um pouco. Comecei a sentir frio depois de algum tempo, então decidi abandonar meu pseudo-esconderijo.
Remus e Sirius me encaravam como se nunca tivessem me visto na vida. Eu estaria me encarando do mesmo jeito, pra ser sincero. Eu nunca tinha admitido, mas desde a morte dos meus pais eu comecei a fraquejar um pouco nesse aspecto do medo por causa da Lily. Está tudo mesmo perfeito demais.
- Mas você está certo Aluado, eu estou só sendo idiota. – confirmei. Peguei o smoking no chão e tirei da capa. Era normal, claro, já que quem deve chamar atenção no casamento é a noiva.
Meu coração deu um pulo só de pensar na Lily, vestindo o mais branco dos vestidos, sorrindo e dizendo 'sim'. Unidos pela eternidade.
- Pontas? Acorda. – Almofadinhas me tirou do meu devaneio. – Vai vestir isso logo pra ver se não precisa de nenhum acerto de última hora.
Sorri e concordei com um aceno. Falta um dia para o meu casamento com a mulher mais linda do mundo. E o melhor, ela me ama.
-
O smoking serviu perfeitamente, e as outras caixas continham coisas como os presentes de casamento adiantados, alguns arranjos de mesa extras e umas cinco ou seis lembranças que seriam distribuídas na cerimônia. Depois de muita conversa, eu e Lily decidimos que seria melhor não fazer uma verdadeira festa. Chamaria muita atenção, e nós queríamos escapar de vez para a nossa casinha.
Sirius e Remus tinham me ajudado a organizá-la alguns dias atrás. A grande casa branca de dois andares já estava toda mobiliada, arrumada e limpa, tudo feito com magia para evitar perda de tempo.
O exterior da casa é todo branco, mas por dentro as cores variam de acordo com o lugar. Achei que ficaria mais a cara da Lily assim, mas o Aluado disse que ela não vai gostar da parede roxa da cozinha...
Por mais que parecesse muita pressa minha, a casa já contava com um quarto separado para o nosso futuro bebê, que vai se chamar James, como o pai, e será um incrível jogador de quadribol da Grifinória. Mas sem pressões, claro.
Aluado e Almofadinhas foram embora depois de oito horas da noite, quando conseguiram respostas convincentes de que eu não iria fugir para a Polinésia, nem me esconder na geladeira, nem me embebedar até cair antes do casamento. Eu não sei onde fica a Polinésia, está frio o suficiente aqui fora e eu me sinto bêbado sem nenhuma gota de álcool, então dar uma resposta convincente foi bem fácil.
Dormi mal durante a noite, sempre acordando pra beber água ou para ficar olhando o teto do quarto, que se mostrou nada fascinante depois da terceira vez. Acordei, mas fiquei deitado de olhos fechados, apreciando o último dia em que eu acordaria sozinho na minha cama, assim espero.
Levantei depois de quase meia hora e tomei um banho demorado, sem me preocupar com nada. Em algumas horas eu estarei me casando e então formando uma grande família feliz. Pelo menos dois filhos, porque ser filho único é muito chato. Tanto que eu tive que adotar o Sirius, que é tão chato quanto não ter irmãos, pra não ficar sozinho levando a culpa por tudo.
As únicas coisas que ainda estavam no apartamento eram o sofá, a geladeira, a minha cama e três mudas de roupa. E isso me deixava bem feliz. Mostrava que eu estava realmente de mudança para uma vida melhor.
Pensei em ir ver Lily, mas lembrei que ver a noiva antes do casamento dá azar. O que não faz muito sentido, se você pensar bem, já que todo mundo conhece quem vai casar bem antes de dizer sim. De qualquer jeito, a Marlene não iria me deixar entrar.
O casamento seria às sete horas em ponto, pois como disse a Lily "Número mágico para momento mágico". Então eu tinha mais ou menos dez horas pra fazer nada, ou pensar em como seria vê-la vestida de noiva.
Para o noivo, nunca se tem muito o que fazer. Barbear o rosto, tomar um bom banho e escovar os dentes é mais que o suficiente. Algumas pessoas penteariam o cabelo também, mas no meu caso isso é impossível.
Gastei algumas horas revisando e concretizando todos os planos que eu tinha feito para o dia de deixar o apartamento que tanto me acolheu nos últimos anos. Guardar as roupas na mala, beber alguma coisa (mas eu tinha prometido que não ia beber), consertar o que tivesse desarrumado no apartamento, pensar em sair correndo (mas eu tinha dito que não ia fugir), dar adeus para cada canto do apartamento, deitar por pelo menos meia hora no sofá, abrir e fechar a geladeira sete vezes pra dar sorte e então começar a me arrumar para o casamento.
E do jeito que eu falo nem parece que é o meu casamento.
Comecei a me arrumar o mais lentamente que eu consegui. Noivas demoram três, quatro horas para colocar o vestido, pentear o cabelo, fazer maquiagem... Eu demorei duas horas para colocar o smoking, a gravata, as meias e os sapatos. É um recorde, fala sério. Ainda mais pra alguém que nunca demora mais de cinco minutos pra se vestir.
Pensei em Sirius e Remus, e em como eles haviam duvidado que esse dia chegaria. Ahá, o dia chegou e eu estou inteiro e a Lily sóbria de qualquer substância que possa modificá-la do normal, como eles disseram que seria se algum dia ela aceitasse se casar comigo.
Dei uma ultima olhada no apartamento vazio, e desaparatei, com destino à casa do padrinho mais idiota que eu poderia ter arranjado. Mas promessa é promessa. Sirius estava me esperando sentado no sofá, batendo os dedos na mesa repetidamente. Levantou em um salto quando me viu.
- Já estava indo buscar você! – exclamou, me dando três tapinhas nada gentis no rosto. – Achei que você tinha amarelado.
- Nunca. Eu vou me casar e me livrar de você, cara. – sorri.
Ele relaxou visivelmente, estava pensando que era uma brincadeira. Na minha casa nova não vai ter casinha de cachorro, não. Só eu e Lily, e depois o nosso neném.
- Faltam quarenta minutos, vamos indo de uma vez? - ele perguntou olhando para o relógio de pulso que eu tenho certeza que ele aprendeu a usar só para essa ocasião.
- Você está mais nervoso que eu, Almofadinhas. – comentei, depois de assentir. – Relaxa, quem vai casar sou eu. – lembrei-o, rindo.
Ele meramente concordou, e desapareceu no ar. Ri, antes de desaparatar e aparecer onde seria realizada a cerimônia. Era um lugar aberto, com vista para um grande morro, com muitas árvores. Se alguém apertasse bem os olhos conseguiria ver a futura casa dos Potter bem ao fundo, na direção do altar. O local da cerimônia era a única coisa que Lily não havia escolhido.
A decoração estava perfeita. Flores por todas as partes, balançando com o frio do inverno. Apesar da enorme lista do chá da Lily, e da lista do casamento, muitas pessoas não viriam por medo de que a festa pudesse ser alvo de comensais. Não era algo que nós descartássemos, então por segurança e amizade acima de tudo, todos os membros da Ordem da Fênix estariam lá.
Cumprimentei de passagem alguns conhecidos enquanto caminhava para o altar. O juiz que realizaria o casamento era um amigo de Dumbledore, indicado por ele em pessoa, e já estava posicionado, esperando por nós.
As pessoas iam e vinham procurando os melhores lugares pra sentar, e eu só acenava. Sirius sorriu e levantou as duas mãos, para mostrar que faltavam dez minutos.
- Nervoso? – perguntou uma voz atrás de mim. Era Remus, ligeiramente pálido, mas bastante feliz.
- Um pouco. – confirmei.
Ele riu, e me deu três tapinhas nas costas.
- O noivo não pode ver a noiva antes do casamento, mas nada impede que ele saiba como ela está. – ele falou, pensativo. – A Lily está linda, Pontas.
- Como você sabe? – perguntei, virando para ele.
- Eu vi. – ele respondeu, rindo do meu espanto.
- Ela já chegou? Onde ela está? – procurei pelo lugar, sem me mover muito.
- Ela não chegou ainda, Pontas, mas vai chegar logo. – comentou, saiu em direção a Sirius, e então os dois começaram a conversar bem baixo. Isso não me parece bom...
Cansei de ficar em pé, e decidi sentar um pouco em uma das cadeiras mais próximas. A pequena campina estava quase lotada com os convidados, e eu pude distinguir Moody olhando para os lados como se suspeitasse de alguma coisa; ou como ele sempre fazia. O pessoal da Ordem já estava lá. Arthur Weasley, a esposa e os cinco filhos sentados a uma curta distância. Lily me olhara com assombro quando eu disse que planejava ter tantos filhos quanto os Weasley. Ri com esse pensamento, e acenei quando a família me viu.
Os minutos passavam rapidamente e quando todas as cadeiras estavam ocupadas, uma senhora do St Mungus me perguntou se eu poderia ceder o lugar que eu ocupava para ela, é que me dei conta de que já passavam das sete. Levantei em um pulo e corri para o altar, tentando ver se Lily estava em algum lugar além do arco que enfeitava a entrada.
Sirius apareceu ao meu lado tão de repente que parecia que havia sido conjurado do ar, e piscou marotamente, sorrindo como se fosse ele o noivo. Senti minha cabeça dar uma volta completa, e fechei os olhos com força.
Só os abri quando Sirius me deu uma cotovelada na altura das costelas. Virei para brigar com ele, que indicava a entrada com a cabeça. Segui o olhar dele, e então a vi.
Lily estava lá, embaixo do arco, linda como um anjo. O vestido era branco, claro, com uma cauda enorme e grinalda. O buquê de flores do campo contrastava com o cabelo vermelho dela, solto sobre os ombros.
Eu não conseguia olhar para nada além dela. Uma música começou a tocar e todos se levantaram para que ela entrasse e chegasse até mim.
- O que foi? – ela perguntou, sorrindo, quando parou ao meu lado. – Pensou que eu não vinha?
- Não, eu sabia que você vinha, eu só não sabia que você estaria tão perfeita assim. – respondi, fazendo-a corar.
A cerimônia não durou muito, e Lily chorou do começo ao fim, como eu sabia que ela faria. Quando o juiz perguntou se eu aceitava-a como minha esposa, não hesitei em responder um 'sim' bem audível, tão audível que fez Sirius engasgar e tossir para não rir. Lily demorou meio segundo para responder a mesma pergunta e quando ela falou 'sim, eu aceito' fui obrigado a olhar para o lado para que ela não me visse com uma ou duas lágrimas nos olhos.
Coloquei com cuidado a aliança no dedo dela, e ela fez o mesmo comigo. Beijei-a na testa antes de beijar-lhe os lábios quando o juiz disse que já éramos marido e mulher.
Mal tivemos tempo de aproveitar os nossos primeiros cinco minutos de casados, porque, assim que saímos do altar, Lily foi puxada por um bando de mulheres - velhas, novas, e todas solteiras - para jogar o buquê. Antes, porém, ela me entregou um raminho e disse que eu deveria guardá-lo, para me lembrar do casamento.
Como se eu fosse esquecer.
Ela jogou o buquê e, para a surpresa de Sirius, quem o pegou foi Marlene. O grupo se dispersou rapidamente e ouvi uma mulher comentar com a outra que minha esposa e a melhor amiga dela só podiam ter combinado aquilo.
Ainda estava rindo disso quando duas pessoas bateram nas minhas costas com muita força. Virei-me e encarei Sirius e Remus, um mais sério que o outro.
- Você praticamente nos esqueceu nas primeiras semanas em que começou a namorar a Lily, então não suma agora que conseguiu casar com ela, ok? – Almofadinhas falou, sem nenhum indício de sorriso na cara mal lavada dele.
- Claro que não vou sumir. – confirmei, sério também.
- E agora que vocês casaram não seja um idiota perto dela. – Aluado aconselhou, descruzando os braços.
Olhei de um para o outro com as sobrancelhas erguidas. Eu não sei o que eles estavam tentando fazer, mas não era engraçado nem divertido. Na verdade, estava me deixando muito nervoso, muito mesmo.
Não relaxei nem mesmo quando Lily me abraçou e me deu um leve beijo, sorrindo para os outros dois marotos. Ela olhou para nós três e gargalhou abertamente.
- O que eles estão falando, agora, Jimmy? – ela perguntou, bagunçando meu cabelo ainda mais.
- Em suma, que eu vou ser um mau marido.
Ela riu, e meneou a cabeça.
- Você vai ser um ótimo marido, seu palhaço. – falou, olhando para o Aluado e o Almofadinhas com a pior cara que conseguiu fazer.
Meio segundo depois os três estavam rindo e conversando entre si como se eu não existisse. Pigarreei, e minha esposa olhou para mim, parecendo curiosa.
- Vamos pra casa? – perguntei, tirando as chaves do bolso, e sacudindo em frente aos olhos verdes dela.
De curiosidade sua expressão pulou para felicidade, e os olhos dela brilharam como duas esmeraldas ao sol. Ela sorriu, e pegou as chaves da minha mão, antes de virar-se para os outros marotos e mostrá-las.
Sirius deu um sorriso safado, e cutucou Remus descaradamente, me indicando com a cabeça. Pisquei para ele, sem que Lily visse.
- Aproveitem a festa. – falei, tomando minha esposa pela mão e saindo correndo com ela para a nossa festa.
-
Abri a porta com um chute, já que as minhas duas mãos estavam ocupadas segurando Lily no colo, como manda uma tradição trouxa que ela me fez cumprir. Não foi de todo ruim. Eu pude sentir o perfume dela como se estivesse em mim mesmo.
Entrei na casa e ela acendeu a luz, sorrindo. Coloquei-a no chão na sala e esperei. Quando ela saiu do torpor da beleza da nossa nova casa, abraçou-me com força.
- Você fez tudo isso sozinho? – perguntou, olhando ao redor, maravilhada. As paredes da sala eram azuis, e todos os móveis eram brancos. Até o Sirius, que não entende nada de decoração, tinha gostado.
- Claro, meu amor. Tudo por você. – sorri, abraçando-a.
Ela me olhou com desconfiança, mas abandonou a expressão quando a peguei novamente no colo e comecei a subir as escadas. Enquanto eu subia, ela passava a mão no corrimão de madeira envernizado, ainda olhando cada centímetro da nossa nova casa.
Dessa vez, ela abriu a porta, e eu só precisei entrar e colocá-la com cuidado na cama. Sentei na beirada do colchão, e a olhei. Lily estava lutando contra o arranjo de cabelo de flores que usava. Ri e a puxei, ajudando-a a tirar o acessório do cabelo. Quando finalmente consegui tirar todos os grampos, beijei-a no pescoço levemente, fazendo-a estremecer.
O vestido tinha tantos botões que eu confesso que fiquei tentado a abrir com magia. Mas Lily com certeza teria algo contra isso, alguma tradição trouxa sobre abrir botões, se ela tinha uma sobre abrir a porta da casa...
Abri os botões um por um, com toda a calma que eu não sei onde eu tinha arranjado. Quando Lily levantou e o vestido de noiva escorregou pelo corpo dela, eu engoli em seco, e senti meu queixo cair um pouquinho.
Ela estava usando a lingerie que eu havia dado de presente no chá de lingerie dela. Vermelha, com detalhes verdes da cor dos olhos dela. Ela esperou um comentário meu qualquer, mas, como eu não fazia nada a não ser olhar, ela sentou novamente na cama, parecendo preocupada.
- Que foi? – ela perguntou, apreensiva. – Você não gostou da cor ou do modelo? Eu ganhei no chá, achei a mais linda de todas...
- Você é a mais linda de todas. – eu a cortei. Empurrei-a na cama e a beijei.
Apesar de todas as dificuldades para conseguir namorar a Lily, e depois casar, tudo valeu a pena. Até mesmo o chá de lingerie, pois, como disse o Almofadinhas, eu vou e estou aproveitando os presentes.
FIM
Ene/AA de baixo: AHH, acabou. /chora/ Gente, desculpa mesmo a demora, eu estive enrolada com o vestibular e depois eu não conseguia inspiração aí não quis forçar. Espero que tenham gostado do capítulo! Eu amei escrever a fic inteira. Obrigada por terem lido e acompanhado. Fiz amigos incríveis por causa de Chá de Lingerie e gostaria de agradecer a altura, mas nem sei como. MUITO OBRIGADA MESMO!!
Espero que vocês não me abandonem, porque eu tenho muita coisa escrita só esperando pra ser postada. Pra quem não leu ainda, tem Sentimentos, uma UA e Pela primeira vez, uma Pós Hog. E muitas outras por vir.
Vocês moram no meu coração, muito obrigada por lerem, comentarem e me fazerem rir como um nunca tinha rido na minha vida lendo as reviews de vocês!
Pra terminar bem, comentem pra dizer o que acharam, mesmo que seja só um 'gostei' ou 'péssimo' ou 'legal' ou até mesmo 'ainda bem que isso acabou'. Vou responder todas as reviews pelo ff, quem não tem login, meu muito obrigado de novo, meus beijos, abraços, apertos de mão e seu maroto favorito em uma caixinha! Pra terminar:::
...Seja sempre
Um leitor amigo
Doe um review
E ganhe um sorriso
A campanha é muito simples
E só apertar o botão
Não dói
Nós não cobramos
E ajuda a nossa nação:
Nós somos os fanfiqueiros de plantãããão!"
Eu sei que vocês não vão me decepcionar. Comentem!!
BjOx pessoas que moram no meu coração!
MUITO OBRIGADA, mais uma vez, só pra não perder o costume.
E NÃO ME ABANDONEEEEEEMMMM.
/já estou com saudade.../
Para a beta-maravilha: Jééé, o que você achou?? Ficou bom? Eu fiquei meio sei lá com o fim, ficou bom ou você acha que poderia dar uma apimentada, não sei... "/
Bjoox E muito obrigada mesmo por me ajudar e por ter me dado apoio pra continuar, minha primeiríssima review!
N/B – Eu estava achando que vc nem ia lembrar de comentar sobre mim, a sua primeiríssima leitora! IAUhaiuhOAHIUH xD
Sabe, eu fiquei triste por ser o último cap, e quase chorei em diversas situações. Essa fic, que eu acompanhei desde o princípio (Yeah! Primeira review!) me tocou fundo, e eu ficava mais emocionada a cada capítulo novo postado. Tão bom ver que a minha queridinha ta cresceeendo... Quase uma NC a última cena, vai dizer! (IAUHiahOAHIH olha quem fala né xD) Não, não, falando sério agora: PARABÉNS JÚ! Vc é muuito criativa, e a escrita evoluiu a um nível muito alto desde o primeiro cap; acho que isso ficou bem óbvio com a quantidade de prêmios que já recebeu, não? Amo vc, lindinha, e te desejo de todas as coisas o melhor, principalmente fics novas por aí HAHAHAHAHH
Acho que é isso. A nota da beta já ta quase maior que a da autora, então eu vou ficando por aqui, pq já to começando a chorar, e estou arrumada pra sair, então não quero borrar a maquiagem... IAUHAHoahih xB
Um beijo a todos, e não esqueçam de COMENTAR!!