Capítulo 19

autora: Yoko Hiyama

beta: Bela-Chan

Snape precisou de alguns segundos pra se dar conta do que havia acontecido. Olhou em volta e viu que não estava mais no salão de rituais, mas sim num lago enfurnado no meio de uma floresta desconhecida. Ao seu lado, nada mais do que um gigantesco baú e também aquele amaldiçoado vampiro que, como ele, também tentava entender o que tinha acabado de acontecer.

Quando seus olhos bateram em Sirius, Snape sentiu seu corpo ser tomando por uma onda de ódio profunda, finalmente percebendo que, graças a ele, tinha perdido qualquer possibilidade de proteger Harry. E por mais que Voldemort houvesse dado sua palavra de que não tocaria nele, o Lasombra tinha visto com seus próprios olhos o interesse vívido do Arcebispo em Potter.

Snape conhecia como ninguém aquele olhar. Ele próprio alertara o antigo Arcebispo a respeito, muitos anos atrás. Mas fora em vão. Aquele ancião poderoso acabara pagando com sua imortalidade por ser cego demais pra perceber as verdadeiras intenções de sua criança. E quando o viu dirigir exatamente o mesmo olhar cheio de cobiça a Harry, Snape soube imediatamente que ele precisaria de toda a sua proteção e que, mesmo ela, talvez não fosse suficiente.

Porém, antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, aquele maldito Gangrel o pegara de surpresa e os dois caído juntos naquele amaldiçoado fosso. E pelo que parecia, estavam longe do local da batalha, sem a possibilidade de retornar.

Os dedos de Snape se fecharam e ele trincou os dentes, deixando o ódio percorrer cada centímetro de seu corpo como uma torrente. Esta noite ele libertaria a besta aprisionada dentro de si a tanto custo.

Com a alma tomada por nada mais do que o sentimento de vingança, Snape fez a escuridão em seu interior se expandir, rompendo as fronteiras de seu próprio corpo para tomar todo o espaço a sua volta. Uma escuridão densa e viscosa invadiu as imediações do lago, apagando até mesmo a luz da Lua. Sirius lutou contra a sensação desagradável que aquela penumbra lhe causou, tentando concentrar seus sentidos no ataque que certamente viria.

Até mesmo os sons pareciam se apagar frente ao poder daquele vampiro. Sirius imediatamente se deu conta da força de seu oponente quando a escuridão a sua volta se tornou tão densa e opressiva que mesmo seus olhos poderosos de vampiro não eram mais capazes de distinguir mais do que um vulto, andando perigosamente na sua direção. Black então se levantou, percebendo sua desvantagem e tentando afastar-se do inimigo. Mas antes que pudesse fazer qualquer movimento, ouviu um grunhido abafado e em seguida uma pancada certeira em seu rosto que o fez voar alguns metros antes de mergulhar dolorosamente nas águas mais profundas do lago. O Gangrel tentou levantar-se novamente, mas Snape mais uma vez foi mais rápido do que ele, empurrando com força a cabeça de Sirius contra o cascalho que cobria o fundo do lago.

Sem que Sirius pudesse fazer qualquer coisa pra impedir, as mãos de Snape o arrastaram pela cabeça até a borda do lago, com uma rapidez tão formidável que o vampiro sentiu as pedras cortarem seu rosto como se fossem facas afiadas. Foi somente quando alcançou a borda do lago que o Lasombra o levantou pelos cabelos, batendo sua testa repetidas vezes contra uma enorme pedra suja de musgo com tanta força que o Gangrel sentiu que sua cabeça ia estourar se não fizesse alguma coisa rapidamente.

Então, ele fez crescer suas garras, tornando-as o mais afiadas e poderosas que podia, para então, com um movimento ágil, esticar os braços na direção do Lasombra e acertar-lhe um corte que sabia que tinha sido profundo apesar de não poder ver, na tentativa de afastá-lo pelo menos por alguns segundos. Mas Snape não era mais capaz de sentir dor. Ele não era capaz de sentir qualquer outra coisa além de ódio.

Sirius tentou atingi-lo novamente, mas suas garras atravessaram o nada. Snape então o chutou, fazendo seu corpo rolar pelas pedras. Sirius gritou e se retorceu de dor quando um dos pés de Snape se afundou em sua omoplata, esmigalhando-a sem qualquer dificuldade. As garras do Gangrel se afundaram na perna de Snape, fazendo de tudo pra afastá-la, sem sucesso. Snape então completou o serviço dando três dolorosos pisões em seu peito e só então se curvou na direção do Gangrel, pressionando a palma da mão contra seus olhos com força suficiente para afundá-los.

Sirius deu um grunhido exasperado, mais uma vez golpeando Snape inutilmente com suas garras. Por mais que se debatesse, o vampiro não conseguia se livrar da mão que cobria impiedosamente seus olhos.

Só então a boca do Lasombra desceu até a ouvido de Black, os lábios quase encostando no lóbulo de sua orelha como se quisesse se certificar de que seria muito bem ouvido.

- Não, eu não vou te matar... - ele falou num sussurro sombrio, fazendo Sirius se contorcer de asco.

Confuso, o vampiro ouviu o Lasombra proferir algumas frases numa língua desconhecida e sombria, não parecendo sentir dor alguma quando suas garras desenvolvidas se afundaram em seus ombros.

Sirius sentiu uma dor aguda invadir seus olhos, e se debateu violentamente, sem conseguir se livrar das mãos que o aprisionavam. Um grito terrível se fez ouvir quando a dor tornou-se ainda mais forte, e era como se seus olhos estivessem sendo consumidos pelo fogo.

- Em nome de todos os demônios, Sirius Black, eu te amaldiçôo. - Snape adicionou, indiferente ao desespero do outro. - E eu saberei retribuir generosamente o que me fez na noite de hoje.

Dizendo isso, ele finalmente se afastou do Gangrel, dando as costas pra ele com a intenção de resgatar o baú esquecido no meio do lago.

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O plano de Cedric era simples e direto. Nada mais do que uma ação coordenada, em que cada segundo era fundamental. Cedric e Fleur iriam na frente e teriam a missão de resgatar Sirius. Krum seria o backup com a função de evitar que algum lobisomem os impedissem de concluir a tarefa a tempo. Quanto a Harry, bem que Cedric tentou convencê-lo de que aguardar os demais no refúgio produzido pelo Tremere era algo importante, mas felizmente o Tzimisce não precisou insistir muito para acabar sendo novamente empurrado pra cima de Krum.

- Tente não me atrapalhar muito. - Krum resmungou com seu jeito naturalmente ameaçador e sacou duas pistolas enormes com satisfação - Vamos logo. Começamos cedo, acabamos cedo.

O grupo então correu pela floresta, Cedric e Fleur na frente, Harry e Krum um pouco mais afastados. Fleur parecia voar, tamanha era a velocidade com que avançava, desviando habilmente de obstáculos enquanto corria, e Cedric a acompanhava de perto. Nenhum dos dois parecia se preocupar muito em ser surpreendido. Era como se confiassem plenamente na proteção que Krum lhes daria. Harry reparou nisso e começou a entender que aqueles três formavam uma equipe realmente poderosa.

Depois de alguns quilômetros, vencidos sem muita dificuldade, Fleur finalmente diminuiu a velocidade ao se ver suficientemente próxima do local onde Sirius era mantido preso. Os demais acompanharam seus movimentos.

Cedric e Fleur olharam em volta, se surpreendendo ao ver que o local estava totalmente deserto. Era quase como uma pequena vila, onde casinhas rústicas circundavam um grande espaço de terra batida. No centro uma fogueira ainda crepitava e, um pouco mais distante, o poço seco em que Sirius estava aprisionado.

Fleur franziu as sobrancelhas ao perceber que o mesmo poço que há poucos minutos parecia muito bem vigiado, tinha sido deixado totalmente desguarnecido pelos lobisomens, como num convite para que eles se atrevessem a resgatar os prisioneiros.

- Muito estranho... - Cedric comentou ao ver aquele clima de total abandono.

- Eu concordo, mas... se não dermos início ao resgate agora...

A hesitação dos dois fez com que Krum e Harry os alcançassem, e a expressão do Brujah deixava clara a sua insatisfação.

- Posso saber o que vocês estão esperando? - o vampiro bufou - Andem logo ou vamos virar churrasco!

- Pode ser uma armadilha.

- Foda-se! Pior pra eles se for. - Krum respondeu, engatilhando as armas sem se preocupar muito em fazer silêncio.

Cedric balançou a cabeça, conformado, antes de começar a correr na direção do poço, seguido de uma Fleur meio atrapalhada. Enquanto corria, as mãos do Tremere se movimentaram, num comando sutil para que as plantas rasteiras que cercavam o local. Os galhos responderem imediatamente, crescendo numa velocidade anormal e criando espinhos, avançando pelo chão com a mesma rapidez que o vampiro.

Os dois pararam em frente ao poço escuro, arrancando juntos as barras que o cobriam, ao mesmo tempo em que as plantas desciam pelo buraco.

- Sirius! - a voz de Cedric se fez ouvir, ecoando pelas paredes de pedra - Vimos te resgatar.

O Gangrel simplesmente olhou pra cima, parecendo um pouco desnorteado. Havia outra pessoa junto dele, que, Cedric logo reparou, de jeito nenhum era um vampiro como eles. O homem falou alguma coisa no ouvido de Sirius, que pareceu assentir. Nesse curto intervalo, as plantas finalmente encontraram seu alvo, começando a se enroscar nos braços e tronco do vampiro.

Sirius soltou um queixume assim que sentiu que seu corpo começava a ser içado pra longe de Remus, que logo se transformou num lamento alto.

- Está doendo? - Cedric perguntou, interpretando as queixas de Sirius erradamente - Agüente só mais um pouco.

Em resposta, as garras de Sirius se prenderam na pedra e ele estendeu a mão na direção de Remus.

- Sirius... - Remus falou baixo ao perceber a preocupação - estou acorrentado a você, lembra?

Mas o Gangrel não pareceu ouvir, ficando satisfeito somente quando Remus tomou a sua mão e os dois foram levantados juntos dali. Quando finalmente alcançaram a boca do poço, Cedric e Fleur estenderam a mão para ajudá-los a sair dali. Sirius mal conseguia se manter de pé de tanta fraqueza, e Remus não estava em melhores situações.

- Vamos embora daqui. - Fleur falou apressada, enquanto os mesmos arbustos que antes içaram os dois agora ajudavam Cedric a quebrar a corrente que os prendia.

- Melhor carregarmos eles. - Cedric comentou, já tentando puxar Sirius pro seu colo, arrancando mais um gemido de protesto.

- Está tudo bem... - Remus sussurrou em seu ouvido, acalmando o vampiro - Transforme-se em cão e vamos sair daqui.

Sirius obedeceu imediatamente, permitindo que Cedric o levasse.

- Eu posso ir sozinho, obrigado - Remus assegurou ao ver que Fleur pretendia fazer o mesmo que ele. A Toreador então se limitou a dar de ombros antes de seguir Cedric.

Remus não pôde deixar de olhar em volta, reconhecendo poucas coisas da época em que era aceito naquele lugar. Mas essa observação não demorou mais do que alguns meros segundos porque logo seus olhos foram atraídos por uma figura muito conhecida.

Tonks estava escondida atrás das árvores, de uma posição que privilegiada, que permitiria um ataque surpresa perfeito caso fosse de sua vontade. Mas ao contrário de todas as expectativas, a lupina não fizera qualquer movimento.

A palma de sua mão delicada se encostou no tronco de árvore e ela saiu de se esconderijo por alguns segundos, olhando fixamente pra Remus. Seu rosto magro e abatido deixava claro o quanto os últimos dias estavam sendo difíceis.

Os lábios de Remus se moveram, num agradecimento mudo, arrancando um sorriso tímido de seus lábios. Lupin então deu as costas pra sua amiga de infância, começando a correr atrás do grupo de vampiros.

O primeiro tiro só ressoou quando os quatro voltaram a se embrenhar na floresta.

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- Krum! - Harry alertou o outro vampiro ao perceber que eles estavam sendo cercados por todos os lados.

O Brujah porém, não parecia nem um pouco assustado.

- Krum! - Harry repetiu, duvidando que o outro tivesse percebido a gravidade da situação - Eles nos pegaram.

- Fica na sua, bebê. - Krum finalmente se dignou a dizer alguma coisa, embora não fosse bem o que Harry esperasse como resposta.

O Brujah mirou e esperou por alguns segundos, imóvel. Harry não disse nada, limitando-se a observar.

- Anda logo, idiota... - o vampiro deixou escapar entre os dentes ao ver o companheiro ajudar os dois a sair do poço, logo depois carregando Sirius em seus braços pra longe dali.

Os lobos começaram a surgir de seus esconderijos exatamente quando Cedric e os demais alcançaram a floresta, passos sorrateiros como os de predadores a espreita de suas presas. Mas antes que pudessem engendrar um ataque, Krum estourou a cabeça do primeiro deles com uma bala de prata certeira.

O ganido do lupino produziu um efeito pior do que um grito de guerra nos demais que, esquecendo-se temporariamente de seguir Cedric, dispararam na direção de Krum e Harry.

Os caninos do Tzimisce se atiçarem e ele soltou um grunhido hostil, demonstrando que estava preparado para lutar, mas Krum se limitou a distribuir mais uns dois ou três tiros, antes de dar as costas e puxá-lo pelo braço:

- Corre, porra! - o Brujah gritou e Harry daria uma risada se não tivesse que se concentrar em salvar a própria pele.

Correram o mais rápido que suas pernas agüentaram pela floresta, enquanto Krum vez ou outra virava o tronco para atirar em algum lupino que chegasse mais próximo. Harry podia ver o grupo de Cedric um pouco mais adiante, também correndo contra o tempo para alcançar o refúgio.

O Tzimisce podia sentir a proximidade ameaçadora do Sol enquanto fugia daqueles animais, seus sentidos começando a se entorpecer pelo sono. Mas nem pensava na possibilidade de sequer diminuir o ritmo alucinante com que fugiam daqueles lupinos. Percorreram mais alguns metros no mesmo ritmo até que Harry viu Cedric e Fleur se atirando num buraco no meio de algumas pedras, seguidos de perto por Remus. Então ele apressou ainda mais o passo, disposto a alcançá-los o mais rapidamente possível, mas se conteve quando percebeu que Krum havia ficado pra trás.

O Brujah estava parado, de costas, suas pistolas disparando freneticamente contra qualquer lupino que se aproximasse.

- Não pare! - Krum gritou ao perceber que Harry não se movia, enquanto recarregava as pistolas rapidamente.

Harry balançou a cabeça, decidido a ficar, mas reconsiderou quando uma das pistolas de Krum foi apontada na sua direção.

- Continue a correr antes que eu abra um buraco na sua cabeça! - Krum repetiu, irritado.

Harry soltou um resmungo de indignação.

- Eu vou voltar com ajuda! - ele finalmente falou antes de seguir em frente, correndo com todas as suas forças para se atirar entre as pedras mais adiante.

O refúgio criado por Cedric era pouco mais do que um buraco cavado na terra, grande o suficiente para abrigar a todos eles sem qualquer conforto. Era bastante escuro e vários arbustos se entrelaçavam para protegê-los do mundo exterior. Bom para pelo menos passar o dia.

- Você esta bem, Harry? - Fleur perguntou, assim que o Tzimisce escorregou pra dentro.

O vampiro olhou em volta, primeiro para Cedric, ocupado em usar seu sangue para criar uma barreira de proteção em volta do local e, logo depois, verificou que Sirius dormia nos braços de um desconhecido que, pelo cheiro, adivinhou ser o lobisomem que o Gangrel viera buscar a mando de Dumbledore.

- Eu estou bem, mas Krum... - Harry começou a falar.

- Ele sabe se virar. - Fleur o interrompeu, cortando-o antes mesmo que ele pudesse terminar a frase.

- Mas já vai amanhecer! - Harry respondeu, indignado com a tranqüilidade da Toreador - Vocês não vão ajudar?

- Krum sempre ajuda, nunca é ajudado... - foi a vez de Cedric responder.

- Tem dezenas de lobisomens furiosos lá fora! - Harry gritou, tentando mostrar aos demais que as coisas não eram tão simples quanto pareciam, mas sem o menor sucesso. Nenhum dos dois parecia disposto a ajudar.

- Ótimo! - Harry falou e num salto ágil, segurou-se nos arbustos que envolviam o refúgio, usando-os para subir novamente em direção a saída.

- Aonde você vai, garoto? - Fleur perguntou ao vê-lo saltar pra fora.

- Vou voltar e ajudar Krum.

- Espere! Nós já dissemos que ele não precisa de ajuda! - Cedric alertou, mas não obteve qualquer resposta. Harry já correra pra fora, sentindo seus membros latejarem pela fraqueza causada pela proximidade do Sol. Quando retornou ao local da batalha, viu Krum totalmente cercado pelos lupinos, atirando pra todos os lados, furiosamente.

- Morra! Morra! Morra! - ele repetia a cada tiro. Parecia alucinado, seus olhos arregalados e a boca aberta num sorriso franco de prazer enquanto atirava, só parando pra recarregar as armas com extrema habilidade.

Harry viu um dos lobos saltar na direção do Brujah, mas antes que ele pudesse alcançar o vampiro, o Tzimisce se atirou na frente, dando três passos pra trás ao sentir o impacto da mandíbula do enorme lupino em seu braço.

- Por que você voltou, idiota! - Krum o recepcionou calorosamente, virando o tronco para atirar no lobo que o atingira, ao mesmo tempo em que afastava mais dois com os tiros da outra pistola, impedindo-os de saltar na sua direção.

Harry contorceu os lábios, suas mãos puxando o couro peludo do animal, surpreendido com o fato de que nem a bala de Krum, nem a dor lancinante de ter a pele arrancada eram suficientes para fazer o lobo afrouxar os dentes.

- Se quer tanto morder meu braço... - Harry falou, apertando a mandíbula do lobo, fazendo com que seus dentes cortassem sua carne - Então fique com ele!

O Brujah deu uma risada ao ver o lobo ser atirado pra longe, desabando no chão, ainda com o braço de Harry entre os dentes.

- Você é maluco!

- Obrigado! - Harry falou antes de desviar o corpo, usando sua outra mão para empurrar outro lobo contra o chão esmigalhando suas costelas com o pé. Os lobos responderam ainda mais furiosamente do que antes. Harry sentiu seus pés deixarem o chão ao ser surpreendido por uma patada mais violenta, mas recuperou-se a tempo de não ter sua garganta perfurada, suas mãos puxando a pele de outro lobo antes de atirá-lo longe.

Mas antes que pudesse retribuir uma nova tentativa de ataque, Harry foi forçado a retroceder alguns passos, ao perceber que os lupinos avançavam perigosamente em direção aos dois, e que nem mesmo as balas de Krum conseguiam detê-los. O Tzimisce então ouviu passos atrás de si, percebendo que o cerco havia finalmente sido fechado e que não haveria mais como escapar dali até que todos aqueles lobos fossem totalmente derrotados.

Foi nesse momento que uma escuridão se formou, tomando o local com seus tentáculos, confundindo os lupinos ao perceberem que seus uivos saíam abafados e que o ar não chegava a seus pulmões.

Mas antes que Harry tivesse a oportunidade de olhar em volta, em busca da fonte daquele imenso poder, sentiu os braços do outro vampiro o puxarem com violência, levantando-o do chão como se fosse um boneco.

Krum empurrou os lobisomens que barravam a passagem, que não foram capazes de oferecer qualquer resistência imediata, correndo para o local onde Cedric e os demais se encontravam e pulando com agilidade em direção ao rochedo, levando Harry debaixo do braço.

Foi só aí que o Tzimisce se deu conta de que os primeiros raios de Sol ameaçavam surgir, o céu começando a clarear. Sabia que estavam muito próximos do esconderijo, mas não conseguia enxergar, fechando os olhos para evitar a claridade. Krum por sua vez se jogou ao chão, mantendo Harry embaixo de si e protegendo-o com o próprio corpo dos primeiros raios de Sol.

- Arght! - Krum trincou os dentes, sentindo sua pele queimar enquanto tentava se arrastar em direção ao refúgio, ainda segurando Harry firmemente.

Os dois tatearam o chão, avançando o mais rápido que podiam, vencendo os últimos metros até finalmente alcançarem o esconderijo com muita dificuldade. Krum então empurrou Harry pra baixo sem a menor gentileza, seguindo-o, segundos antes de Cedric vedar por completo o buraco.

- Você está bem, garoto? - Cedric perguntou a Harry, ao vê-lo num estado deplorável, sem um dos braços e com algumas queimaduras nas laterais do corpo.

- Acho que sim... - Harry falou, mal conseguindo manter os olhos abertos - Mas Krum...

- Já te disse que não precisa se preocupar com Krum. - Cedric o interrompeu, olhando na direção do Brujah e dando um sorriso ao vê-lo dormindo sentado, praticamente na mesma posição que havia caído ao deslizar pra dentro do refúgio - Bem, descanse... Temos um longo caminho de volta amanhã.

Harry obedeceu imediatamente.

Continua...

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Notas da autora: Peço mil desculpas pela demora na atualização e também por não ter respondido os comentários. Tanto eu quanto a minha beta estamos tendo um mês difícil. Ela por conta do trabalho e eu por causa do Exame da Ordem. Ainda deu tempo de acertar esse capítulo, mas, infelizmente, só vamos retomar o ritmo normal de atualização depois da minha prova. Peço só um pouquinho de paciência até lá.

Quero que saibam também que a demora nas respostas não é de jeito nenhum descaso com as reviews que vocês escrevem. Como qualquer escritora, eu fico muito feliz em saber que tem gente lendo e gostando do que eu escrevo. Mas prometo que eu coloco as reviews em dia assim que eu me livrar desssa prova má: (