Bem vindos a um devaneio provocado por D' Daslee e sua Misdeed, por isso à ela dedico essa dança maldita.
Perdoem-me se algo soar sem sentido. Minha saúde não está das melhores.
Maldita
Maldita parenta que conseguia, mesmo com pés tão pequenos, fazer o piso gelado tremer, o coração pulsando num ritmo desconhecido.
Maldita parenta que ousava fingir e cercar-se se branca seda, de bordados puros, enquanto o que deveria vesti-la, mesmo que pouco, era o vermelho ardente que manchavam os olhos dourados.
Maldita parenta, que com sirene¹ canto despertava vultos negros e maldosos, prontos a devorar carne e espírito como se fosse um banquete da corte.
Maldita parenta, que mesmo sabendo da fragilidade de orelhas pontudas, torturava-o com sons cheios de sensualidade fingida, de desejos escondidos num vidro transparente, permitindo-o olhar e devorar o que quisesse, como quisesse.
E a maldita dançava e cantava, os olhos fechados e a boca entreaberta. Volta e meia as garras femininas acariciavam coxas e colo, puxavam a camisola indiscreta, como se fosse tirá-la. E as tais garras ainda se atreviam a emaranhar-se em cabelo negro sedoso quando a maldita jogava a cabeça para trás, como ele imaginara enquanto ela estaria sobre ele.
E a maldita mexia os quadris como se fosse um brinquedo...e quem disse que não o eram? Um brinquedo libidinoso, sujo e amargo.
E a alça maldita da camisola caia dos ombros brancos que contrastavam com a ousadia de movimentos.
E a maldita gemia e arfava, cansada de tantos movimentos. Não sabia ela que se continuasse seria obrigada a gemer e arfar mais e mais sob o corpo masculino que a observava?
E o cheiro da maldita impregnava o ambiente. A maldita baunilha acentuada pelo suor desejoso que escorria entre as curvas generosas da púbere.
E maldita seja minha consciência que é cega, que só enxerga o que quer, que é minha pior amante, ousada e vulgar.
Maldita sejam as visões que tenho, que ouso imaginar. Ela dança, apenas isso. Não quer me seduzir. Seria ridículo. Seria eternamente zombado por seus fantasmas e pelos dela também.
Mas meu corpo não obedece e o que resta às minhas pernas é guiar-me ao meu banheiro, e imaginar que ela dançava para mim.
Melhor assim. Pior seria se minhas pernas me guiassem àquele corpo.
Hum...
Sim, ele vai fazer o que vocês estão pensando.
Sim, vai ter uma continuação.
Sim, Rin vai ditar os pensamentos agora.
Sim, eu sou insana.
Sim, eu quero reviews!
Obs.:
¹ com sirene canto – sirene é outro nome dado às sereias. Outra versão dessas virgens das águas é que na verdade elas teriam corpo apenas de mulher e asas na cabeça.
Gostaria de dizer que a continuação de "A difícil arte de convidar alguém" está pronta, mas não sou muito chegada a mentiras.
Kisu kisu
Ja ne