Capítulo Doze – Enquanto os castelos deterioram...

Side by side we wait the might of the darkest of them all

The Battle of Evermore – Led Zeppelin


Gregory dispensara Jeannie mas não tinha vontade de voltar para casa. Seus pensamentos vagavam longe e maquinalmente fechava a ala. Mal vira os dois seguranças mal encarados que o departamento de aurores mandara ficar de prontidão do lado de fora da enfermaria. Sua cabeça doía, fora um longo dia. Um dia longo demais. O curandeiro fizera algo que nunca havia imaginado em toda sua carreira: tinha mentido. Não, aquilo era pior que mentira, era enganação, era a criação de uma fantasia. Era tentar convencer a si mesmo que o corpo decrépito de Lord Voldemort ainda repousava em cima daqueles lençóis.

- Sefans disse que a qualquer sinal, deveríamos chamar a ele e ao senhor – falou um dos seguranças numa voz tão expressiva quanto um candelabro.

- Claro, claro – falou Gregory com um gesto impaciente. Que estupidez! Mal sabiam eles que guardavam uma ala completamente deserta!

Andou devagar pelo corredor, retardando talvez não tão inconscientemente, o momento de chegar em casa e se lembrar dos motivos pelos quais andava contrariando seus próprios princípios. Foi com uma voz desanimada que se dirigiu a Jeannie Lovat, sua assistente:

- Pensei que já tivesse ido embora.

- É – murmurou Jeannie, que estava encostada na parede com um olhar cabisbaixo – eu já devia ter ido embora mesmo... é que...

- Jeannie, eu sinto muito que a tenha envolvido nisso – começou Gregory, tentando sorrir para a moça mas sentiu que seu sorriso já não tinha os mesmos efeitos de antes – as conseqüências são terríveis demais.

A moça não respondeu, só lançou um olhar a Gregory. Um olhar de quem concorda que as conseqüências seriam mesmo terríveis.

- Fiquei impressionado com você – prosseguiu ele – por ter continuado comigo depois da morte de Alyssa. Esse hospital anda o caos escrito e sei que gostaria de ter ido embora. E obrigado também por me livrar de Aubrey e daqueles conselheiros malucos... sei que foi você.

- Isso não é nada, senhor – falou Jeannie, numa voz fina.

- Agora, siga um conselho meu – a voz de Gregory era quase amorosa – volte para casa. Descanse um pouco e tente colocar a cabeça no lugar, está bem?

- Mas então quem cuidaria do corpo do lorde? – ela perguntou, num sorriso amarelo.

Gregory também riu, sem jeito.

- Obrigado por me acobertar nisso.

. a . a . a .

Gina não sabia exatamente o que estava procurando, mas revirava o armário desesperadamente. Seus cabelos, geralmente bem penteados, caíam em nós pelos ombros e ela já vestia camisola. Mal conseguira se concentrar no trabalho aquela tarde... E como se não bastasse toda aquela preocupação, ainda vinham as ameaças de Emma. Só de pensar, a ruiva sentiu o estômago embrulhar.

A vontade que tinha naquele momento era de ir para a casa de Rony e Hermione, ver Harry. Mas sabia que seria pura loucura. Não esqueceria tão fácil as acusações que Harry tão cruelmente havia feito. Como se ele soubesse...

"Todos os dias rezei para que ele ficasse bem, desejei que pudesse abrir os olhos mais uma vez. E agora que ele está bem, não posso nem vê-lo!".

Uma caixa despencou do alto do armário direto em seu pé esquerdo. Gina chutou a caixa com raiva, e atirou-se na cama, entre lágrimas. "Idiotas! – ela pensou com raiva, enquanto segurava o pé dolorido – todos eles! Egoístas! Eu não consigo ser forte mais... eu não consigo!". Queria o colo da mãe, queria contar a ela todos os seus problemas. Queria que Molly os resolvesse enquanto tomavam uma xícara de chá. Mas não podia. Não, seria demais envolver mais gente naquela história...

Um barulho no andar debaixo chamou-lhe a atenção. Ela ficou alerta, instintivamente pegando a varinha em cima da mesa de cabeceira. Andou lentamente até o corredor e deu uma espiada pela escada, lá embaixo. Não era ninguém. Era só Greg chegando do trabalho.

Gina voltou para a cama e fingiu dormir. Não queria falar com o marido.

. a . a . a .

A porta do quarto estava aberta assim como o armário. Uma caixa encontrava-se caída no chão. Gregory entrou no aposento, tentando não fazer barulho a fim de não acordar a mulher. Sentou-se na cama para tirar os sapatos. Depois, ficou a observar Gina – os cabelos vermelhos espalhados no travesseiro – e não pôde deixar de sentir um nó na garganta.

Ele pegou um cobertor e com carinho, cobriu a esposa. Catou algumas roupas espalhadas pelo chão e colocou-as no devido lugar. Estava fechando a porta do armário quando deu atenção à caixa no chão. Era uma caixa de madeira, do tamanho de uma caixa comum de sapatos. Havia o desenho de uma rosa na tampa. Gregory abriu-a, as mãos ficando geladas, e descobriu algumas fotos dentro.

Algumas eram muito antigas. Fotos da família Weasley reunida num almoço ao ar livre, fotos de Gina criança, dando um beijo no pai ou um abraço na mãe. Havia algumas bastante divertidas como jogando quadribol ou correndo atrás de um Rony com cara emburrada. Ele sorriu um pouco observando aquelas recordações.

Fotos do casamento de Rony e Hermione onde uma Gina, segurando uma garrafa de vinho dos elfos, dançava ao redor dos noivos, rindo muito. Procurando mais, viu uma foto de Gina vestida com o uniforme de Hogwarts, provavelmente pouco antes de sua entrada na escola. Gregory ficou encantado ao ver uma foto dele mesmo, provavelmente num de seus primeiros dias como curandeiro da ala especial, ao lado de Hermione... Mas seu coração disparou ao passar a próxima...

Gina trajava um vestido de festa dourado pomposo, cheio de fitas. Gregory custava a acreditar que a ruiva pudesse ter aceitado usar uma coisa daquelas. Ela balançava devagar, de um lado para outro, as fitas do vestido na foto. Mas não era ela o foco da atenção de Gregory... Ele olhava para o canto da imagem mágica, onde se podia ver um Harry Potter em roupa de gala sentado num sofá mais atrás olhando para Gina com a cara mais apaixonada do mundo... Gregory passou a fotografia depressa, mas não se sentiu melhor. Uma outra foto, essa parecendo ter sido tirada na casa dos Weasley, mostrava Gina e Harry juntos, mais uma vez, numa animada partida de quadribol. As próximas dez fotos pareciam conter Harry de alguma forma. Sentado ao fundo, escondendo-se na beirada da margem, em meio a uma turma de amigos... Mas ele estava lá. Não pálido, magro e doente; mas saudável, quase bonito. Uma sombra que iria seguir Gina aonde quer que ela estivesse... Na última, os dois estavam de mãos dadas sentados na beira de um lago. "Provavelmente a marca registrada dos tempos áureos de Hogwarts..." – pensou ele com amargura.

Fechou a caixa com mais força do que gostaria e guardou-a no fundo do armário. Não queria olhar aquela coisa nunca mais! Reprimindo-se internamente por estar tão abalado, Gregory pegou seu travesseiro e um lençol, achando melhor dormir no outro quarto.

. a . a . a .

- Chá? – perguntou Hermione.

Nenhum dos dois respondeu. Rony fingia estar entretido com o Profeta Diário e Harry se ocupava do mingau de aveia.

Hermione não insistiu. A situação por si já era desconfortável demais. Sentia-se mal por mandar seu melhor amigo procurar abrigo em outro lugar, mas era errado querer proteger seu filho? "Proteger o próprio Harry? Ele não está bem, precisa ser tratado. Precisava voltar para a ala de danos por feitiço".

- Eu mandei uma coruja ao Gregory mais cedo – falou ela, a voz soando artifical – ele disse que vem mais tarde ver você.

- Tudo bem – falou Harry, sem nenhuma emoção.

- Ele disse que precisa fazer umas considerações antes... – Hermione engoliu seco – antes de...

- Hermione – começou Harry, numa voz quase suave – não se sinta culpada. Está tudo bem. É sério. Vocês dois fizeram tudo que podiam...

- Harry, eu sinto tanto! – exclamou ela com dificuldade – não sabe como é difícil para mim, para Rony... depois de tudo que nós fizemos e você...

- Não há nada que você possa fazer – disse Harry, um tom de rispidez era minimamente perceptível.

Hermione caiu no choro e Rony tirou os olhos do jornal que não estava lendo para consolá-la, mas a esposa o afastou com um gesto brusco:

- Por que sempre fico com as piores obrigações?

E saiu chorando da cozinha.

- É a gravidez – falou Rony com uma risada forçada - ela fica impossível...

Harry achou que o amigo já fizera piadas melhores.

. a . a . a .

- Ah, você já está aí?

Rony entrou no arquivo dos aurores tossindo um pouco. O quartinho minúsculo fedia a mofo.

- Demorei – se explicou o ruivo, rabujento – encontrei com a Glória no corredor. Ela começou a fazer perguntas...

- Que tipo de perguntas? – Luna perguntou, displicente, enquanto examinava um bolo de papelada velha que tinha encontrado dentro de uma gaveta.

- Do tipo porque eu não estou trabalhando – respondeu Rony, irritado, como se fosse óbvio.

- Ah, esse tipo – fez a loira, soprando uma grande quantidade de poeira na cara de Rony – veja só! É um relatório sobre uma sociedade secreta na Irlanda do século III! Aposto que tem a ver com os druidas!

Ela começou a ler o relatório avidamente, seguindo com o dedo indicador cada linha.

- Temos que ir, Luna – falou Rony, preocupado – temos que chegar lá antes das nove...

- Eu sabia! – exclamou Luna, os olhos derramando excitação – eles usavam bétulas rosadas... Mas é claro!

- ... caso contrário – prosseguiu Rony um tanto desconfortável – não o encontraremos lá e...

- Maravilhoso! Teremos muito trabalho a fazer com isso aqui... sem dúvida, é uma descoberta incrível! Preciso copiar isso – e começou a revirar uma grande bolsa amarelo-canário.

- ... perderemos tempo e...

- Mas tem de haver uma pena aqui em algum lugar! Eu sei que tem! – e continuou a revirar a bolsa – a não ser que aqueles marveletos tenham entrado na bolsa de novo... Pensei que tinham ido embora caçar guirmandas...

- Eu acho que, realmente, devíamos nos apressar... tenho muitas coisas a resolver hoje e...

- Tenho que comprar mais retedor de marveletos. Não consigo achar nada!

- Luna...

- Impossível! Completamente impossível!

- Luna! – berrou Rony, reprimindo o impulso de dar um soco na cabeça da mulher.

- Pare de gritar, Ronald! Quer que alguém nos ouça? – advertiu Luna, os olhos arregalados.

Rony revirou os olhos. Aquele trabalho não seria mesmo nada fácil...

. a . a . a .

- Sente alguma dor?

- Agora não.

- Em que circunstâncias sente?

- Quando minha cabeça parece que vai dividir em duas.

O curandeiro encarou Harry. Não havia dúvida, ele estava piorando. E não só psicologicamente, fisicamente também. Suas articulações não pareciam tão elásticas e definitivamente, aquela palidez toda não era normal.

- Me conte exatamente o que acontece quando você sente essas coisas.

- Eu sinto a mente vazia – começou ele, numa expressão confusa – e depois tudo começa a girar. Então, eu ouço uma voz na minha cabeça... um excesso de informação... perco completamente o controle... parece que não consigo controlar minha raiva... é tudo muito depressa. Eu tento parar e é nessa hora que minha cabeça começa a explodir em dor...

- Você tem dormido ultimamente?

- Tenho – respondeu Harry, irônico.

- Harry, pegue suas coisas então – falou o curandeiro fazendo grande esforço – vamos voltar para a enfermaria... agora... agora as coisas estão mais calmas por lá.

No fundo, Harry sabia que era aquilo que iria acontecer. Era o único lugar para onde podia ir. De novo a área restrita. Sentiu uma raiva súbita subindo-lhe pela garganta, uma vontade de gritar que não agüentava mais ser mandado de um lado para o outro, como se fosse uma mala de viagem pesada demais, algo que eles quisessem se livrar porque dava muito trabalho. As faces foram ficando quentes, suas mãos começaram a tremer mas quando ameaçou abrir a boca para dizer alguma coisa, Stephen desceu correndo as escadas.

- O tio Harry vai embora? – perguntou ele, os olhinhos azuis brilhando.

- Vai sim, Stephen – respondeu Hermione, tentando de todas as maneiras não ter de encarar Harry.

- Mas por quê? – choramingou Stephen.

Harry não pôde evitar de dar um sorrisinho mínimo. Depois de tudo que acontecera, Stephen ainda gostava dele. Naquele instante, sentiu uma outra espécie de calor invadir seu corpo: era ternura.

- Eu estou muito doente, Stephen – falou Harry, abaixando-se de modo a poder encarar o garotinho – muito, muito doente. Preciso voltar para o hospital. Você quer ou não quer jogar quadribol comigo um dia?

- O papai vai poder jogar também? – perguntou Stephen, desconfiado.

- Claro que vai – concordou Harry dando um sorriso verdadeiro – e vai ser tudo muito divertido. Mas antes, o tio Harry tem que melhorar, não?

O garato ficou encarando Harry durante alguns segundos e então, inesperadamente, abraçou-o com força dizendo:

- Fique bom logo, padrinho.

E saiu correndo escada acima.

Hermione começou a soluçar alto.

. a . a . a .

Draco estava sentado em sua sala parecendo bastante aborrecido. Tinha muitas coisas para fazer, mas não conseguia se decidir por onde começar. Era preciso encontrar mais alguma coisa para fortalecer sua campanha... o que seria?

Deixou o olhar percorrer o aposento, sem exatamente vê-lo. Era uma sala grande com paredes de madeira e piso acarpetado. De costas para a janela, estava a mesa de Draco e em frente a ela, na parede oposta, uma estante imensa recheada com livros de direito bruxo e artigos raros de antiquário, a única coisa que sobrara de Witshire além do sobrenome Malfoy.

A maré definitivamente mudara para Draco e ele estava disposto a aproveitá-la. Trabalhara muito para chegar até ali e não desistiria naquele ponto, quando estava quase lá. Seria muita burrice jogar tudo para o alto. "O nome Malfoy será restaurado – pensou Draco, os olhos mirando o lustre simples – e com prestígio".

Ouviu batidos na porta. Irritado, gritou:

- Entre e se anuncie!

Duas pessoas entraram e Draco levantou-se imediatamente da cadeira.

- Agora deixam qualquer ralé entrar nesse prédio?

- Rony Weasley e Luna Lovegood – falou o ruivo, um olhar felino no rosto.

- Espero que tenham limpado os pés antes, Weasley – acrescentou Draco com um sorriso sarcástico – o carpete é novo.

- Se eu fosse você, Draco – começou Rony – não ficaria aí abusando dessa pose toda. Temos umas perguntinhas para fazer a você.

- Eu não dou entrevista para jornais de quinta – respondeu o loiro, lançando um olhar a Luna, que se mostrava muitíssimo interessada nos detalhes das paredes.

- Na verdade, Draco, não é um entrevista – disse Rony, calmamente – estamos aqui fazendo uma investigação para o Departamento de Aurores.

- E o que o departamento de aurores iria querer comigo? – perguntou Draco, entre-dentes.

- Saber, por exemplo, porque você estava rondando pelo St. Mungus no dia em que Alyssa Calloway foi assassinada.

Draco soltou uma risada:

- Weasley, Weasley... você não se cansa de insistir nessas burrices, não é? Se me lembro bem, Sefans não te deu o caso...

- O jogo virou, Malfoy – revidou Rony no mesmo tom pausado e firme – estou fazendo uma investigação com Luna e temos uma autorização de Sefans para isso.

- É mesmo? – exclamou Draco com desdém, mas Rony reparou que a cor lhe fugira um pouco do rosto.

- É – afirmou Rony, lançando um olhar signficativo para Luna (que não parecia prestar a mínima atenção na conversa, estando mais interessada nos artigos raros de Draco) e rezando para que a loira tivesse conseguido a prometida autorização.

- Tudo bem então, auror Weasley.

- Eu vou perguntar novamente – a voz de Rony saía dura – o que você estava fazendo no hospital no dia em que Alyssa Calloway foi assassinada?

- Eu já disse que tenho carta branca – falou Draco com impaciência – faço doações para o hospital... sou chefe do Departamento de Cooperação Internacional em Magia! Eu posso andar onde eu quiser! Ei – gritou ele para Luna – tire as suas mãos bizarras dos meus livros!

Luna, que parecia entretida num grande volume de capa azul-marinho, lançou um olhar vazio a Malfoy e fingiu não ouvir.

- Mas você tem de concordar que é muito estranho alguém querer passear pelo St. Mungus, assim, sem mais nem menos.

- Weasley, já ouviu falar no direito de ir e vir?

- Claro, claro. Mas nessas circunstâncias delicadas, a morte de uma moça, não faria mal você dar umas explicações simples... Você não quer uma coisa dessas saindo no Pasquim, não? Imagine: Draco Malfoy nega a prestar ajuda no inquérito sobre a morte de Alyssa Calloway... Seria péssimo para sua campanha.

Rony fez uma expressão de triunfo. Acertara o ponto fraco de Malfoy.

- Você está ficando maluco, Weasley – falou Draco, visivelmente nervoso – mas se quer explicações, eu darei. Estava indo falar com Aubrey Pellegro.

- Na ala de danos causados por feitiços? – Rony não se deixou convencer.

- Pellegro vive naquela aula por causa de Potter! – exclamou Draco, saindo um pouquinho fora do controle – ele idolatra os dois! Potter e aquele curandeiro convencido, Tompkins!

- Não sei se você se lembra, mas nós nos esbarramos no corredor...

Draco revirou os olhos e soltou um muxoxo desanimado.

- E você acha que eu fiz o quê, Weasley? Que eu me escondi atrás da primeira porta e fiquei esperando a noite chegar para cometer um crime?

- Não – Rony falou simplesmente – eu acho que você foi lá reconhecer terreno. Ver o esquema de segurança, sabe. Bater um papo e saber o horário das assistentes...

- Que motivo eu teria para matar aquela mulher, Weasley? Ela era uma ninguém!

Os olhos de Rony faiscaram:

- Ora Draco, quem sabe para ir fazer uma visitinha a seu antigo mestre?

Malfoy ficou da cor de cera e engoliu em seco. Até mesmo Luna, agora absorta numa papelada em cima da estante, pareceu prestar atenção na conversa pela primeira vez.

- Eu fui dado como inocente, você sabe disso... – gaguejou o loiro.

- Você disse certo. Você foi dado com inocente. Mas você era mesmo?

- Eu nunca... eu nunca... – Draco tremia – nunca mais... essas coisas só me trouxeram problemas... não, não... você-sabe-quem não representa nada para mim...

- Ainda tem medo de pronunciar o nome dele, Malfoy?

- É claro que eu tenho! – berrou Draco, cuspindo – os meus pais morreram, e a culpa foi dele! Ele acabou com a minha vida! Eu tive de fugir, me desfazer de tudo que tinha e recomeçar... o nome da minha família ficou na lama durante anos... e a culpa toda foi desse cara que você parece tão orgulhoso em poder dizer o nome...

- Você sempre teve um pé nas Artes das Trevas, Draco.

- Você acha que eu sou burro, Weasley? Eu não chego perto disso. Eu sequer ouço falar disso. Seria muita idiotice depois de tudo que aconteceu, não seria? Além do mais, eu aprendi a lição – falou ele com desdém – o crime não compensa.

Rony não conseguiu encontrar outro argumento a explorar. A ficha de Malfoy realmente estava limpa, fazia anos que ele sequer colocava os pés na Travessa do Tranco. Sem contar que todos os artigos das trevas de Witshire haviam sido entregues ao Ministério por ele mesmo antes de vender a mansão, juntamente com o livro de registros de seu pai, que confirmava que aqueles eram todos os objetos presentes na casa. O ruivo vacilou um instante: o que estava esperando? Uma confissão absurda de Malfoy?

- Você tem certeza do que está dizendo, Draco? – Luna falou pela primeira vez.

- Começou... – o loiro revirou os olhos mais uma vez – o que foi dessa vez?

- Eu estive dando uma olhada nas suas coisas, se não se importa – mas ela não parecia ligar realmente se ele se importava ou não – e achei isso aqui muito interessante...

- No que você andou se metendo, sua maluca?

- Ah, não estava realmente escondido, sabe – falou Luna de modo aéreo – na verdade estava ao lado de um envelope nominado por Carta de aprovação de requerimentos e era do Profeta Diário. Eles parecem estar muito felizes com a doação de galeões que você fez em troca deles falarem bem da sua campanha...

- Você não pode bisbilhotar as minhas coisas! – berrou Draco, furioso – isso é violação de correspondência!

- Ah, não é não – falou Luna numa voz de quem dizia as horas – a carta estava aberta, Draco... Vai ser realmente chato se mais alguém ler isso, não acha?

Rony ficou de boca aberta. Olhava Luna como se nunca a tivesse visto na vida.

- Muito bem, muito bem – falou Draco massageando a têmpora com os nós dos dedos – acho que podemos entrar num acordo, não é? Daí ninguém vai sair prejudicado.

. a . a . a .

- Ele vai ficar bem, Gregory? – perguntou Hermione assim que Harry subira para reunir seus poucos pertences.

- A ala está segura agora – respondeu Gregory, tentando confortá-la – o Ministério e o St. Mungus estão de olho. E eu e Jeannie forjamos que o corpo de Voldemort ainda está lá... a fim de evitar problemas.

Hermione concordou e soltou um longo suspiro.

- Me sinto mal de mandá-lo embora.

- Ele precisa de ajuda. Vou fazer uma poção com aquela planta de Neville... talvez faça com que ele pare de ter esses acessos...

- Rony não concorda – interrompeu Hermione com a voz falha – ele acha que somos amigos de Harry... que devemos protegê-lo... ele está furioso comigo!

- Todo mundo está furioso demais – falou Gregory com uma voz séria.

- Eu pensei que tudo ficaria bem depois que Harry acordasse – falou ela numa voz espremida – que tudo ficaria em paz.

- A vida complicou – exclamou o curandeiro, triste.

- Como vai Gina? – perguntou Hermione, devagar.

- Furiosa também.

- Você acha que Harry vai melhorar?

Antes que o curandeiro pudesse responder, Harry desceu as escadas com uma trouxa de roupas. Trazia um pedaço de pergaminho nas mãos.

- Lupin mandou uma carta. Perguntou se estava tudo bem.

- Você respondeu? – perguntou Hermione aflita.

- Respondi – e observou a amiga morder o lábio – mas disse que estava tudo bem. Não contei nada. Achei melhor não. Não quero estragar as alegrias de mais alguém...

- Eu sinto muito por ter que mentir – murmurou Hermione – sinto muito que tenha que ir.

- É assim que as coisas devem ser, Mione – falou Harry devagar – é assim que as coisas devem ser...

. a . a . a .

N/A: Nossa, não me sinto satisfeita assim com algo que escrevo já faz um bom tempo! Adorei esse capítulo, escrevi num supetão criativo! E espero que vocês tenham gostado e perdoem eventuais errinhos. Estava tão ansiosa para publicar, que nem fiz muita revisão... Gostaria de ressaltar que as reviews que vocês enviaram foram cruciais para que eu me animasse com a fic desse jeito! Muito obrigada! Ah, e dêem uma passadinha no meu blog (endereço no perfil)! Esse mês estou me dedicando principalmente a colunas relacionadas a Harry Potter... Beijos!

CrucianeMors: hahahaha Eu não posso responder as suas perguntas mas agradeço pelo comentário e espero que continue gostando da fic e comentando!

Ana Carolina Guimarães: Ta vendo, não demorei nadinha dessa vez! Hahahahaha Esse capítulo teve grandes POVs do Gregory, espero que tenha gostado.

Val Weasley: Vaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaal! Uhu, empolguei com a fic, menina! Ah, eu sempre lembro de você quando escrevo porque além de você ser quem mais me incentiva com ela, eu sei que você gosta da Gina. Daí eu tento escrevê-la bem, já que não gosto dela. Hahahahahaha Sim, a gente tem que ir na Pampulha e tem que ir assistir OdF juntas pelo menos uma vez. Bjão!

Miaka-ELA: Eu gostei dos seus palpites, mas vamos ter que esperar o final da trama para verifica-los... rs. Que bom que gostou da Luna!

Lucy Holmes: Valeu pelo incentivo, Lucy! Nossa, que bom que a Luna convenceu porque apesar de gostar de escreve-la, morro de medo de descaracteriza-la. E o tem esses tiltes de vez em quando mesmo... bjos.

Simone Oliveira: Finalmente atualizado, né? Demorou mas chegou. Que bom que gostou tanto e eu espero mais reviews!

Kah Taylor: Que bom está gostando tanto da fic, eu fico muito feliz. Realmente, tem hora que eu sinto dó do Harry nessa fic... mas tem que ser assim para a história andar. Bjs.

Amanda Dumbledore: REBROTA CEV!!!!!!!! #fazendo figa# Você gostou de uma criança! Olha que coisa mais linda! Luna e Ron na mesma cena é a melhor coisa de escrever! Eu achei o máximo!

Vitória.Potter: Menina, que dizer da sua review? Eu fiquei realmente feliz com ela, muito obrigada! E continue mandando reviews, isso estimula as atualizações... É, o Gregory é convencido mesmo, mas no fundo eu tenho pena dele. Bjos!