Capítulo 10 – Teimosia e medo.

Tamao e Horokeu não demoraram a chegar no restaurante Patch, não se demoraram muito no caminho e a conversa havia sido curta. Horo-Horo havia tentado animar a menina, chamar a atenção dela para a pessoa dele, para o alto-astral que ele possuía, porém não tivera muito êxito. Tamao respondia com poucas palavras para o shaman ainu e ainda não parecia muito conformada com a partida de Yoh, porém, o garoto havia conseguido fazê-la sorrir algumas poucas vezes, o que já o deixava um tanto contente.

- Espero que a comida hoje esteja boa! – disse Horo-Horo, entrando no restaurante. – Estou varando de fome! E uma boa comida sempre anima as pessoas! – ele sorriu para Tamao, que lhe respondeu com um singelo e suave sorriso, achando graça na expressãorri para Tamao, que lhe responde com um singelo e suave sorriso, achando graça na expresso de fome do garoto ainu.

Os dois shamans dirigiram-se a uma mesa. Horo-Horo, como um verdadeiro cavalheiro, afastou uma cadeira para Tamao sentar. Ele queria animá-la. A trataria com toda gentileza. Apesar de seu temperamento um tanto explosivo e cômico, o garoto ainu também sabia como tratar uma dama. E, sentia-se a vontade com Tamao. Ela lhe parecia tão meiga e fofa... Ele apenas queria continuar vendo um sorriso no rosto da menina.

- O-Obrigada... – disse uma Tamao corada e com um sorriso tímido no rosto, sentando-se à mesa.

- A Tamao é uma gracinha. – dizia Horokeu sorrindo, sentando-se em frente à menina, que se corava ainda mais com aquela afirmação do shaman de gelo.

- E-Eu... – a menina tentava achar alguma palavra, em vão.

- Eles são muito lentos para atender! – dizia Horokeu, desviando-se do assunto para não deixar Tamao ainda mais constrangida. – E olha que tem pouca gente no restaurante! – o garoto gesticulava, mostrando irritação com a demora dos garçons para atendê-los.

- Hihihi – a menina riu baixinho, achando engraçada aquela cena. – Só... precisa ter um pouco mais de paciência. Eles devem estar com muito trabalho na cozinha...

- Tá certo. Você tem razão. Vou esperar um pouco mais. – Horokeu sorriu.


Após o beijo, o casal novamente perdeu-se em um momento de profundos e silenciosos olhares apaixonados. Hao se perdia nos misteriosos e belos olhos de sua Rainha, enquanto Anna se perdia no olhar flamejante e quente do onmyouji. O amor entre os dois só tendia a crescer cada vez mais. Uma relação estreita já havia se formado entre eles, uma relação que para sempre os uniria em laços de calorosas paixões e verdadeiro amor.

- Chega, Hao! – disse Anna, rompendo o beijo.

- Ah, por quê? Estava tão bom... – ele sorriu para sua amada.

- Você é mesmo insaciável... – disse Anna, livrando-se dos braços de Hao e levantando-se.

- Claro que sim! – ele sorriu, olhando-a maliciosamente. – Com uma mulher assim do lado, que homem não seria?

- ... Eu vou me banhar. – disse, então, a itako, cobrindo seu corpo nu com a capa de Hao. – Quanto a você... pode ir ficando por aqui mesmo!

- Ficar aqui? Assim não vai ter graça...

- É justamente para não ter graça! Eu vou me banhar, não cair nas suas brincadeirinhas safadas que estão estampadas no seu rosto! – exclamou a itako.

- É tão visível assim? – Hao sorria. – Bem, fazer o quê. Já que a Anna não quer a minha companhia, então vou ficar amargando aqui sozinho...

- Mas como é dramático... – ela o olhava com indiferença. – Não vai conseguir me comover com seus dramalhões de quinta.

- Hahahahaha... A Anna, às vezes, é muito cruel. E é por isso que eu te quero tanto, minha querida itako. – o olhar dele era sensual e fulminante.

- Vai ficar querendo! – e então a itako retirava-se da tenda, caminhando em direção ao lago para banhar-se.


É então que Horokeu começou a ficar inquieto. O restaurante Patch não estava tão cheio e NINGUÉM vinha atendê-los... Já fazia alguns minutos que ele havia ficado em silêncio, apenas esperando os garçons e observando a Tamao, que não pronunciara mais nenhuma palavra. O garoto ainu a achava uma gracinha, mas ela deveria aprender a ser menos tímida. Eles não eram estranhos um para o outro. A aprendiz de shugenja já deveria estar mais familiarizada com ele... Porém, não havia problemas. Ele haveria de aproximar-se mais da menina, ele haveria de fazê-la sorrir para ele verdadeiramente...

- NÃO TEM NINGUÉM PARA ATENDER AQUI NÃO, HEIN? Já estou ficando cansado! – Horo-Horo perdeu a calma, enfim, tendo um ataque de impaciência.

- Horo-Horo... – disse uma Tamao corada e envergonhada diante dos olhares que se voltavam para eles.

- ... Continua escandaloso como sempre, né Horo-Horo? – disse Kalim, que se aproximava dos dois. – Não tem jeito mesmo... – balançava a cabeça negativamente.

- Hunf... – Horo-Horo se acalmava, encarando Kalim. – Pô Kalim, deve ser de propósito, né? Tô varando de fome e vocês ficam olhando as nuvens!!! – ainda estava com uma careta de indignado.

- Estamos com um problema na cozinha. Perdão, senhor Horo-Horo se o fizemos esperar tanto... – Kalim caçoava do shaman, mas de forma amiga, queria quebrar o clima ruim que havia no rapaz.

- É bom mesmo! – disse Horo-Horo sorrindo, entrando na brincadeira, já mais amigável. – Poderiam deixar o almoço por conta da casa também, né? Como desculpa pelo incômodo! – ele sorria maroto, como um moleque arteiro.

- ... D-Desculpe... O Horo-Horo só está um pouquinho nervoso. – Tamao sorria encabulada. – É claro que nós vamos pagar!

- Bem, então... O que o casal vai querer? – Kalim sorria para os jovens.


A itako caminhava lentamente até o lago, ajoelhando-se em frente ao espelho d'água a fim de olhar o seu reflexo nas calmas e límpidas águas. Não era capaz de enxergar o seu rosto claramente, somente enxergava sem obscuridade a capa que envolvia o seu corpo. Anna sentia a imagem de um leve e gentil abraço, agora aquela capa transfigurava-se em seu dono, Hao. O onmyouji já fazia parte de seu ser, ela e Hao eram uno, a linguagem de seu próprio corpo culminava naquele sentimento de completude. Mas e a sua alma? Será que também a sua alma abraçava aquele sentimento?

- Hao... – sussurrava a itako perdida nas nuances daquela imagem. Não via mais o seu rosto, não via mais aquele abraço. Não via mais nada. Apenas sentia. Uma confusão envolver-lhe a alma. Anna teimava em admitir os seus sentimentos. Já havia cedido, mas ainda lhe faltava admitir para si mesma. "Não sei...", lutava contra aquele abraço que voltava a sentir, retirando a capa que lhe envolvia e lançando-a contra o lago.

Nua. Pretendia despir-se de sentimentos apenas para não ter que admiti-los para si mesma, estava fugindo de si própria, novamente. Aquele abraço caloroso, em vez de transmitir amor, havia lhe transmitido medo naquele momento no qual ela estava sozinha, podendo dialogar consigo mesma. Um diálogo de teimosia e de medo. Não era a solidão que temia, pelo contrário... Anna temia a completude.

Continua...

Notas

Uaaaaaaaaaah, faz tempo, faz MUITOOOOO tempo, eu sei. Agora que recuperei essa minha conta, cof, resolvi postar esse capítulo aqui. Ele já estava quase todo pronto, só escrevi os 3 últimos parágrafos e resolvi publicar assim mesmo... já faz tempo que esse cap. tá parado aqui nas minhas pastas xD~ Então... eu tenho que me re-acostumar a escrever fics de Mankin, faz muito tempo mesmo... Eu nem sei porque fiz a Anna ter medo depois de se entregar ao amor de Hao... no próximo capítulo vou tentar descobrir xD Talvez... talvez eu esteja baseando a teimosia dela na minha própria teimosia com meu namorado... ele sabe o quanto eu fui teimosa e medrosa...

Mas enfim, eu juro que vou tentar continuar com mais freqüência esse fanfic... vou tentar não demorar tanto para postar o próximo capítulo '~' Só preciso me acostumar com o casal novamente .D Espero que gostem desse capítulo... E review me please ;D [reviews vão me motivar a continuar...]

Ps. Eu não esqueci do Dark Side of the Moon. Vou tentar continuá-lo também... tenho umas anotações aqui... '~'

Enfim, eu voltei .D [quem gosta de Saint Seiya, passe para dar uma olhadinha no meu novo fanfic...]

Ani ~