Título: Vitral
Autora: Dana Norram (mais detalhes, vide profile)
Shipper: Rude/Reno
Classificação: Nc-17
Gênero: Romance/Drama/Yaoi
Parte: 06 de 06 (acabou! ToT)
AVISO: Este fic contém YAOI/LEMON, e é IMPRÓPRIO para menores de 18 anos. Você ainda é um pirralho? Não gosta de dois homens se agarrando? Então clique em "VOLTAR" na sua barra de navegação e procure algo que lhe agrade. Se continuar é por sua conta e risco, eu sou Pilatos e lavo minhas mãos.
N.A: Quem já leu qualquer outra história minha, deve saber que eu normalmente não "pego pesado" nas cenas nc-17, mas o caso aqui é bem diferente e se você não gosta de cenas de sexo um pouco mais "cruas", não recomendo a leitura deste texto. Não venha me torrar o saco depois!
— Vitral
Por Dana Norram
P.O.V. RENO
Tinha sido um dia cheio.
Na verdade, fora uma semana cheia. Eu explodira um pilar de sustentação, tomara uma generosa surra da Avalanche, fora hospitalizado e deixado fora do ar por mais de dois dias. Para completar o presidente Shinra é assassinado por um ex-soldier pirado e Norton... Rude...
Rude fez aquilo por mim.
Como um mantra, como uma oração eu repeti essas palavras durante os últimos dias que passara trancafiado naquele bendito hospital. Já me sentia melhor, mas os médicos tinham ordens expressas para que eu não fosse liberado até estar totalmente recuperado.
Eu suspeitava que nisso havia uma mãozinha de Tseng nisto.
Infelizmente Rude estava ocupado demais com o trabalho para me fazer companhia, logo, não demorou muito para que eu fosse assaltado por uma onda de irritação e tédio crescentes. Tseng aparecera rapidamente numa manhã, junto de uma loirinha, que eu sabia se chamar Elena, para me dizer que ela estaria suprindo minha falta no grupo. Eu não queria ser machista nem nada assim, mas a idéia de ter uma garota cuidando do meu trabalho era um pouco perturbadora. Na verdade, sentia um certo receio de que ela pudesse ser melhor do que eu. Nunca dissera a ninguém, mas trabalhar ao lado de mulheres já tinha me ensinado uma lição ou duas. Eu sabia que elas não eram exatamente o tipo para se subestimar.
Isso sem falar que mulheres sempre acabavam levando a melhor quando havia um terceiro 'alguém' na jogada. E... a outra grande verdade é que a idéia de uma loira bonita e jeitosa andando para cima e para baixo com Rude me deixava com um gosto ruim subindo pela garganta.
Ciúmes.
Balancei a cabeça enquanto assistia Rude guardando uma das saídas de Junon. Estávamos cobrindo o desfile em tributo ao novo presidente da companhia Shinra. Sinceramente, às vezes Rufus me assustava. O pai dele é assassinado por um maluco com uma espada de dois metros e em vez de uma nomeação discreta e sóbria, o moleque me faz um desfile com direito a música personalizada (e muito irritante, diga-se de passagem), soldiers marchando, cobertura completa via satélite, carros oficiais e muitos confetes!
O pior era que, por causa desse acesso de megalomania, eu sequer tivera tempo de dizer um "olá" decente a Rude antes que fossemos separados por um irritadíssimo Tseng.
"Segurança máxima. É do que Rufus precisa. Os membros remanescentes da Avalanche estão à solta e foram vistos nas redondezas. Parece que estão perseguindo Sephiroth e Elena deixou escapar algo sobre ele estar vindo para Junon..."
Aqui Tseng lançou um olhar mudo de censura, sob o qual Elena estremeceu. Senti um misto de satisfação e de pena por ela.
"Não quero ninguém se distraindo à toa. Não podemos nem descartar a hipótese de Sephiroth estar querendo pegar Rufus também". Tseng engoliu em seco por um segundo e pensei tê-lo visto torcer os dedos, mas talvez tenha sido apenas impressão. "Portanto vocês quatro..."
E Tseng começou a distribuir ordens de vigilância como se fossem simples equações de primeiro grau: "Some A + B e você terá X, seu grande idiota".
E aqui estava eu, no fim da semana mais atribulada da minha curta existência, sentindo o coração pesado e um sentimento de inquietação que me torturava.
Quando esse desfile ridículo ia terminar? Ergui os olhos para o céu perguntando pela enésima vez.
Sim, eu sou egoísta e queria um tempo a sós com Rude, e daí? O que ele me dissera no hospital há alguns dias ainda martelava minha cabeça dolorosamente e eu queria fazer algo a respeito.
"Isso não é covardia, Reno".
Não, é? Não era covardia abrir mão do que eu tanto queria em prol de um bem maior?
"É amor".
Certo. Eu era um idiota apaixonado então. Um enorme, grande e magnífico idiota.
Era tão difícil acreditar que as coisas podiam simplesmente dar certo. Era difícil acreditar que, com Norton fora do caminho, eu poderia ficar em paz.
Não. Não podia ser tão simples. Não podia ser só isso. Eu me sentia como se a qualquer minuto uma bomba fosse explodir bem na minha cara e acabar com tudo que parecia certo.
Distraído, assisti o carro de Rufus desaparecer depois da rua principal. Sabia que Tseng o escoltava de perto, com uma das mãos dentro do casaco, observando e aguardando qualquer movimento em falso para puxar sua arma. Com aqueles olhos de águia ele varria a multidão em busca de qualquer um que pudesse ser um perigo em potencial. Sua devoção por Rufus beirava a obsessão. Talvez um dia eu fizesse alguma piada sobre isso na frente dos dois.
Um vento forte bagunçou meus cabelos e com uma das mãos eu tentei tirá-los da frente dos meus olhos. Senti um vibrar familiar no bolso do meu casaco e puxei o PHS. Com um suspiro vi o número do ID de Tseng piscar no identificador e, após o terceiro toque, atendi.
x-x-x
P.O.V. RUDE
Perda de tempo.
Não há expressão melhor para descrever esse desfile. Como Rufus tinha coragem de parar todas as investigações somente para se dar o luxo de algumas horas sob os holofotes? Às vezes eu achava que ele não se importava verdadeiramente com a companhia, pesquisas ou reatores, mas sim se seu cabelo estava amassado ou não, antes de aparecer com um discurso impecável na frente das câmeras. Só mesmo Tseng para aturá-lo e bem... creio que já disse algo do tipo anteriormente.
Quando recebi a notícia de que Reno estava pronto para deixar o hospital senti uma indescritível e palpável euforia que foi logo cortada pelas ordens sobre o desfile que seria no dia seguinte. Maldita e infeliz coincidência.
Agora eu estava ali, guardando uma das saídas mais visadas da cidade militar. O sol batia com força em meu rosto, protegido pelos óculos escuros. Olhei para o relógio distraído. Eu sabia que ainda faltava pelo menos meia hora para o discurso de Rufus e o tempo se recusava a passar mais rápido.
Logo após o discurso ele seria honrado com uma demonstração de nossas forças armadas nas docas e em seguida embarcaria num navio até Costa de Sol. Nós só éramos obrigados a vigiá-lo até o discurso, depois disso, era por conta de Tseng.
Assisti o tal discurso impassível, sem realmente prestar atenção numa só palavra do que Rufus dizia. Com os olhos, eu não parava de procurar Reno entre a multidão e também no alto dos prédios, mas sabia que ele tinha ordens de não se expor diretamente, sua missão era usar um ataque surpresa caso fosse necessário. Reno, afinal, era muito em 'surpreender' os outros...
Sorri intimamente. Sim, ele dissera. De uma forma um pouco superficial, admito, mas ele dissera que se preocupava comigo, que gostava de mim...
Soltei uma risada amarga. Mesmo na minha cabeça as palavras pareciam estúpidas e infantis. Gostar de Reno e querer o mesmo em retorno era uma coisa. Esperar ouvir um "eu te amo" piegas e meloso era pedir demais. E eu não era exatamente a pessoa mais otimista da face do Planeta...
Mas algo me diz que eu não ficaria nem um pouco chateado se escutasse.
x-x-x
P.O.V. RENO
Liberdade.
Ah, como eu AMO essa palavra.
Além de ser sonoramente perfeita, ela reflete uma grande quantidade de sensações que eu aprecio imensamente. Ser livre significa fazer o que eu quiser, na hora que eu quiser, da maneira que me der vontade e levando o tempo que eu achar melhor e necessário.
E no momento em questão liberdade significa ir atrás de Rude. Tseng me chamara naquele bar apenas para dizer que eu estava dispensando por hoje. Sim, o desfile-idiota-eu-sou-o-dono-do-mundo de Rufus terminara como mandava o cronograma e todos estavam sãos e salvos. Nada de Sephiroth ou Avalanche para cortarem o barato de nosso querido presidente. Ainda bem. Eu não sei se apreciaria uma luta ali, agora. Não se tratava de covardia, era falta de paciência mesmo. Mais uma noite sem poder abraçar Rude me parecia uma piada extremamente sem graça. E eu não gostava de piadas sem graça, principalmente se fossem comigo.
"Relaxe, Reno".
Relaxar? Como esse oriental empoado tem coragem de simplesmente me mandar "relaxar". Tseng sabia de tudo que se passara entre Rude, eu e... — aqui senti minhas bochechas subitamente quentes — todo o restante da companhia. Mais do que os outros, Tseng deveria aprender fazer um pouquinho de vista grossa, parar de ser frio, insensível e deixar seus subordinados se divertirem um pouco. Juntos, se possível.
Ele ergue as sobrancelhas diante do meu olhar exasperado e faz um claro gesto para que eu me sente no banco ao seu lado.
Aonde foi parar minha tão sonhada liberdade agora?
"Estou orgulhoso de você". Tseng murmura tranqüilamente, me fazendo engasgar com a cerveja que eu acabara de levar aos lábios. "Agüentou firme com a Avalanche e surpreendeu os médicos. Eles achavam que você não ia passar daquela noite". Continuou, como se estivesse apenas comentando que preferia café a chá.
Arregalei meus olhos e o vi sorrir ligeiramente.
"Rude não sabe disso, é claro. Quase teve uma síncope quando você foi internado. Foi difícil tirá-lo do seu lado, você sabe..." creio que Tseng me viu abrir a boca para protestar, porque ergueu uma das mãos imediatamente, me impedindo de dizer qualquer coisa. "Mas eu precisava dele ocupado, trabalhando, ou aposto que faria alguma bobagem".
Certo. Sempre certo.
Sorri, agradecendo intimamente por Tseng ter se preocupado com Rude.
Vi meu superior tamborilar os dedos demoradamente sobre o balcão, quando de repente seu corpo ficou rígido como um ídolo de pedra.
Mas era apenas o PHS que tocava em seu bolso. Assisti-o atendê-lo como se estivesse no escritório. A voz sempre calma e polida.
"Sim, senhor".
Rufus. É claro.
"Eu..."
Vi Tseng levar uma das mãos até a gravata azul que usava. Por um segundo achei que ele fosse afrouxá-la, mas tudo que fez foi deslizar uma das mãos sobre o tecido enquanto seu rosto adquiria uma expressão estranhamente reservada.
"Não, Senhor". A voz dele soou ligeiramente trêmula, ele pareceu engasgar com o próprio ar. "Sim, senhor".
Então inspirando fundo, vi-o desligar o aparelho rapidamente.
"Tudo bem?" Perguntei num tom hesitante. Tseng não parecia exatamente em seu melhor momento.
Ele piscou seus olhos astutos e me encarou como se eu tivesse acabado de aparecer na sua frente.
"Ah, é você". Disse num murmúrio, desta vez afrouxando a gravata. "O presidente ligou para..." Tseng inspirou fundo novamente. Às vezes ele me assustava um pouco, quando hesitava daquela maneira. "O Presidente ligou para avisar que Heidegger vai acompanhá-lo até Costa del Sol. Então, acho que estou livre também..."
Ele sequer se deu ao trabalho de fingir que não parecia nem pouco chateado com aquela decisão. Tseng realmente não passava de um maldito workaholic¹. No lugar dele eu estaria pulando de alegria.
"Rufus sabe se cuidar. Vai ter um sem número de soldiers ao redor dele". Disse eu à guisa de 'não se preocupe, ele vai ficar bem'. Mas Tseng não pareceu escutar. Estava olhando na direção da porta. Acompanhei o caminho que os olhos dele faziam e...
"Vejo vocês amanhã". A voz dele soou ligeiramente divertida, mas eu o ignorei totalmente. Estava ocupado demais observando Rude caminhar em passos lentos e decididos, passando pelas pessoas ao redor das mesas, que amontoavam os já estreitos corredores, contudo sem esbarrar em nenhuma delas. Seu rosto erguido, nos encarando.
Assisto seus movimentos brutos, mas ao mesmo tempo suaves e calculados, em profundo silêncio. Pensando no que eu devia dizer. Bem que Tseng podia ir pagar uma cerveja para Elena num bar do outro lado da cidade...
"Hey". O cumprimento de Rude é um mero aceno com a cabeça na direção de Tseng. Vejo seus lábios se torcerem por um segundo e prefiro pensar que ele fizera força para não me dar um sorriso.
Certo. Alguém me dê um chute.
"Dispensado". Tseng afrouxou um pouco mais a gravata e vi as sobrancelhas de Rude se erguerem rapidamente. "Apresentem seus ID's no alojamento da companhia, há um quarto reservado..."
Senti meu rosto ficar ligeiramente quente e desviei os olhos de Rude.
"Rufus já partiu?" Escutei a voz grossa acima da minha cabeça e não resisti ao desejo de voltar os olhos. Ele mirava Tseng com um curioso interesse.
"O presidente está a caminho de Costa del Sol". Não sei porque, mas a voz de Tseng ainda parecia irritada.
"Hmm". Fez Rude e em seguida voltou o rosto na minha direção. "Vamos?"
Eu já estava de pé, minhas mãos dentro dos bolsos do casaco. Tseng fez um aceno e se voltou para o bar. Rude foi andando de volta para a saída e eu o segui apressadamente.
Quando estávamos na rua, vi que ele tinha o cenho ligeiramente franzido.
"Algum problema?" Eu perguntei e ele parou de andar no exato instante, voltando o rosto na direção do bar e sacudindo a cabeça logo em seguida.
"Não. Nada. Acontece que..." Rude pareceu pensar durante um segundo, mas logo voltou o corpo e me encarou com ar de dúvida. "Acontece que eu poderia jurar que na semana passada Rufus comprou uma gravata idêntica àquela que Tseng estava usando".
Abri um sorriso e desejei intimamente poder ter escutado pelo menos uma palavra da conversa que Tseng tivera com Rufus no telefone ainda há pouco. Rude ergueu uma das sobrancelhas por detrás de seus óculos escuros e um segundo depois deixou os lábios penderem.
Descrentes.
"Não..." Ouvi-o murmurar, aparentemente estarrecido com o resultado do 'um+um'. "Não". Ele repetiu como se tentasse convencer a si mesmo.
"Bem," Eu sorri e dei de ombros, dando-lhe uma piscadela. "Tseng fez aniversário esses dias, você sabe..."
x-x-x
P.O.V. RUDE
O caminho até o alojamento aconteceu rápido e sem grandes transtornos. Reno esbarrava os braços e as mãos em mim um pouco mais do que o necessário, e durante boa parte do trajeto, precisei resistir bravamente ao desejo de fazer o mesmo.
Minhas mãos tremiam quando passei o cartão magnético na tranca automática do quarto que iríamos dividir. Eu sequer tinha coragem de encará-lo. Agüentara até aquele instante sem perder o controle e não era bem ali que eu fraquejaria.
O ruído da porta de metal fechando atrás de nós soou como música aos meus ouvidos. Escutei Reno inspirar fundo, mas antes que ele pudesse se mexer eu já tinha segurado seu rosto com minhas mãos e pressionado meus lábios contras os dele.
"Hmm". Escutei-o clamar contra minha boca, conforme minhas mãos desciam de seu rosto para a cintura, abraçando-o e puxando-o para mais e mais perto. Suas mãos subiram pelo meu peito, entrelaçando-se em pescoço. Ele ergueu-se na ponta dos pés e retribuiu o beijo com força, deslizando sua língua junto da minha e mordiscando meus lábios.
Quando abri os olhos — e eu sequer notara que os tinha fechado, vi um par de orbes verdes e doces me encarando com uma adoração que só fazia com que eu sentisse minha própria excitação ainda mais latente.
"Senti sua falta". Murmurei. Reno sorriu e encostou de leve no meu nariz com o seu, uma caricia suave e delicada. Quase etérea. Mas estávamos falando de Reno, com quem eu não dividia algo mais íntimo que um olhar a dias e com quem eu precisava transar. Agora.
Ele se soltou e deu dois passos para trás, tirando os óculos que usava nos cabelos e começando a abrir os botões de sua camisa lentamente.
"Acho que preciso de um banho". Ele sorriu, malicioso. Por um segundo pude vislumbrar o Reno por quem me apaixonara.
Impassível, assisti-o soltar o último botão e livrar-se da jaqueta e da camisa. Ele me encarava e sorria a cada novo movimento, certamente contando o tempo que levaria para me tirar do sério.
Quando suas mãos alcançaram o zíper da própria calça, deixei um suspiro baixo, quase imperceptível escapar. Mas um vislumbre vitorioso nos olhos de Reno mostrou que ele ouvira.
Sem a menor cerimônia, Reno deixou as calças caírem no chão, seguida da roupa de baixo. Fechei minhas mãos em punho, observando o corpo pálido e esguio a minha frente, lutando contra o desejo quase irresistível de arrastá-lo para cama naquele mesmo instante.
Consciente do meu olhar sobre ele, Reno soltou uma risadinha vitoriosa e sem me dar atenção, tomou o caminho para o banheiro logo atrás de mim. Passou ao meu lado como se eu não existisse e um segundo depois ouvi o som do chuveiro sendo ligado, seguido da água batendo contra pele.
Um calor já conhecido me subiu pela espinha, deixando minhas mãos frias e meu rosto quente. Devagar, lutando contra minha própria respiração rarefeita, tirei os óculos, seguido da jaqueta, gravata, camisa e calças. Hesitei um instante antes de me livrar da boxer preta, mas acabei me despindo por completo, o som da água ecoando em meus ouvidos como uma espécie de canção.
Um vapor fraco já começava a cobrir o espelho sobre o pia, deixando os azulejos úmidos nas paredes e o ar levemente esbranquiçado. Reno deixara o boxe aberto e de costas, ele tinha cabeça debaixo do jato d'água. Não pareceu notar quando eu me aproximei por trás, pisando com cuidado no piso molhado.
Envolvi seu corpo com meus braços, enfiando meu rosto em seu pescoço e absorvendo o cheiro de seus cabelos. Minhas mãos deslizaram sobre a pele lisa e úmida, e eu o ouvi resmungar algo debaixo da própria respiração. Pressionei meu corpo contra o dele, começando a beijar seu pescoço, lambendo as gotículas de água que escorriam dos fios vermelhos.
"Uh... ah..." senti que ele fechara os olhos com força, uma das mãos se apoiando nos azulejos brancos, a outra me segurando pela cabeça, puxando-a para um beijo. Sequer pensei em resistir. Deixei que sua língua tocasse meus lábios de leve, para em seguida abrir a boca e beijá-lo com força, pressionando-o contra uma das paredes espelhadas do boxe.
Foi ele quem rompeu o beijo, me empurrando com uma certa delicadeza. Eu sorri e me afastei um pouco, fechando a porta do boxe que eu deixara aberta, para me apoiar nela enquanto apenas o assistia.
Reno pegou um sabonete que havia no suporte de metal e molhando-o um pouco, começou a passá-lo por todo o corpo, debaixo do meu olhar atento e faminto. Deslizou-o pelos braços, erguendo-os acima da cabeça, ensaboou o tórax magro e pálido, a espuma se formando aqui e ali, cobrindo aquela pele que eu tanto queria tocar.
Então ele desceu a mão até o baixo ventre — sem jamais tirar os olhos de mim — e acho que devo ter deixado a boca pender, porque antes de fazer qualquer movimento mais, Reno abriu um sorriso ainda mais malicioso e estendeu o sabonete na minha direção.
Sem entender o que ele realmente queria, aceitei com um olhar curioso. Reno só sorriu e enfiou-se debaixo d'água, enxaguando a rala espuma que se formara sobre sua pele. Daí fechou o registro e virou o corpo, se apoiando contra a parede. Eu não sabia se olhava para suas costas, sensualmente cobertas pelos fios vermelhos que escorriam pelas costas retas, ou para as nádegas bem torneadas, ou mesmo para suas pernas longas e esguias.
Talvez estranhando a demora da minha reação, talvez por mera curiosidade de sua parte, Reno voltou o rosto para trás e se inclinou ligeiramente para frente, deixando seu traseiro numa posição mais privilegiada. Seus olhos verdes eram como duas pedras preciosas num veio de mineiro entre as águas de uma nascente. Lambi meus lábios e entendi a deixa.
Comecei ensaboando-lhe as costas, afastando os cabelos vermelhos, jogando-os para frente de seu corpo. Acariciei a área ao redor do pescoço por bastante tempo, até que meus dedos pudessem deslizar livremente sobre a pele. Desci novamente para as costas, aproveitando a posição estratégica para acariciar-lhe o peito e os mamilos.
"Rude..." Reno resmungou, jogando a cabeça um pouco para trás. Eu sorri e apertei um dos mamilos com as pontas dos dedos. Escutei-o gemer mais alto quando uma de minhas mãos desceu por suas nádegas, enfiando um dedo entre elas. Eu podia sentir minha própria ereção ganhando corpo e talvez para prolongar a situação, preferi abrir o chuveiro outra vez e deixar a água morna cair sobre nós dois.
O ruído da água era relaxante, mas não surtiu o efeito esperando. A pele de Reno úmida parecia ainda mais tentadora e logo eu já estava beijando seus ombros novamente, minhas mãos o abraçando por trás, descendo pelo peito até alcançar seu baixo ventre. Escutei-o ofegar quando comecei a masturbá-lo lentamente.
A água que caia sobre nós era rapidamente evaporada, tamanho o calor que desprendia de nossos corpos em perfeita sincronia. Reno mais uma vez voltou sua cabeça para trás, tentando me enlaçar com os braços, me puxando para um beijo, desta vez mais profundo e frenético. Senti a língua dele ser pressionado contra a minha com força, quase violência. Não me fiz de rogado e beijei-o de volta com a mesma intensidade, ao mesmo tempo em que intensificava as carícias no seu membro entre meus dedos.
Quando nossos lábios se separavam, Reno transpirava visivelmente. Sua testa brilhava de calor e seus olhos transbordavam de luxúria e prazer. Eu não parei nem um só instante de tocá-lo e beijá-lo e os gemidos que ele pouco a pouco soltava cada vez mais altos, apenas serviam de incentivo. Ele já sentia a minha ereção contra suas nádegas, porque não parava de jogar o corpo para trás, num descarado gesto de entrega.
Mas não, ainda era cedo.
Reno soltou outro gemido rouco e eu parei de masturbá-lo no mesmo instante. Ele, ainda com o rosto voltado na minha direção, lançou-me um olhar irritadiço, mas eu simplesmente lhe sorri em resposta, fazendo com ele virasse o corpo e ficasse de frente.
Desliguei a água novamente e fiz com que ele apoiasse o corpo contra a parede, os braços contra os azulejos. Roubei-lhe mais um beijo, desta vez rápido e delicado, antes de começar a descer por seu corpo, mordiscando o lóbulo da orelha, beijando o pescoço, acariciando o peito, sugando os mamilos um a um.
"Ahh... Rude..." era muito bom ouvir meu nome sendo sussurrado daquela maneira.
Por ele.
Com minhas mãos apoiadas em sua cintura, me ajoelhei no chão e olhando rapidamente para cima, vi-o fechar os olhos e morder o lábio inferior, o prazer se antecipado.
"Ugh!" ele deixou escapar tão logo deslizei minha língua sobre aquela área tão sensível, se contorcendo violentamente e gemendo alto e sem qualquer controle. Aproveitei a posição estratégica que me encontrava para pegar o sabonete que ainda estava sobre o suporte de metal e usá-lo para preparar-lhe.
Enfiei um dedo lubrificado, sentindo-o ser pressionado contras as paredes daquela entrada tão apertada. Continuei o chupando com força, os sons dos gemidos de Reno alcançando meus ouvidos. Incentivando-me a continuar. Juntei mais um dedo dentro dele, sentindo suas pernas tiritarem, vendo-o se apoiar contra os azulejos com mais força para não cair.
Os dois dedos entravam e saiam com mais facilidade. A respiração de Reno ficava mais e mais entrecortada conforme os segundos se passavam. Quando seu corpo se retesou e eu achei que o fizera atingir seu limite parei de acariciá-lo e ele relaxou o corpo, respirando com dificuldade. Reno possuía um autocontrole que me espantava.
"Rude..." a voz saia aos arquejos. "Chega..."
Senti meu coração pequeno ao vê-lo implorar daquela maneira. Eu sabia que estava provocando-o além da conta e que no lugar dele eu provavelmente já teria perdido a razão há muito tempo. Sorri em desculpas e erguendo o corpo, abracei-o com força. Ele retribui após hesitar por uns dois segundos, enfiando seu rosto na curva do meu pescoço.
"Cama?" disse ele à meia voz, suas mãos tremendo de leve, a voz rouca de excitação.
Fiz que 'não' com a cabeça e fechando os olhos, busquei sua boca, mordiscando-lhe o lábio inferior devagar, fazendo-o gemer alto. Minhas mãos buscaram as nádegas macias, afastando-as com cuidado. Sentia sua ereção prensada contra a minha, seu corpo tremendo junto ao meu, os cabelos molhados grudados no rosto e descendo pelas costas cheias de sardas.
Devagar, fiz com ele se virasse, de costas para mim. Segurei-o pela cintura e pressionei minha ereção contra ele, que afastou as pernas, se apoiando nos azulejos e cerrando os olhos com força.
"Ah!" Reno deixou escapar um gemido agudo e entrecortado. Senti que ele mordia os lábios conforme eu o penetrava e acariciei suas costas, distribuindo beijos por todo pedaço de pele exposta que consegui alcançar.
"Relaxe". Murmurei junto ao seu ouvido, abraçando-o com força, escorregando uma de minhas mãos na direção de seu baixo ventre, voltando a acariciá-lo.
Surtiu resultado. Pouco a pouco Reno relaxou, entreabrindo mais as pernas e gemendo com mais força. Eu entrava e saia com mais facilidade, mais e mais rápido. A excitação, o calor e o prazer aumentavam a cada novo movimento. Meus gemidos mesclados aos dele contribuindo para formar aquela atmosfera que nos rodeava.
"Hmm..."
Abri os olhos. Reno tinha praticamente jogado o corpo contra parede. Os braços acima da cabeça, apoiados contra os azulejos. A boca rosada pendia, os lábios entreabertos de onde escapavam gemidos. Encostei meu rosto nele, afastando seus cabelos e beijando sua nuca. Reno estremeceu e murmurou.
"Rude..."
Meu nome.
Mirei o boxe que nos rodeava. O vapor acumulado começava a se liquefazer, devagar, os fios de água escorrendo e se convergindo sobre o vidro embaçado. Eu podia vê-lo refletido nos pedaços que eram pouco a pouco revelados. Reconheci a pele pálida, vi gotículas de suor escorrendo sobre sua testa alva. Assisti os lábios entreabertos, revelando duas fileiras de dentes brancos. A língua rosada escapando para fora da boca a cada nova tragada de ar. Quis tocar no cabelo vermelho caído sobre um rosto delicado e distante. Desejei os olhos verdes, refletidos como um par de pedras preciosas e raras.
Eu descobri uma pintura. Uma figura única, aprisionada num vitral.
FIM
Dedicado a Lily Carroll e a todos os fãs de FFVII. Advent Children é nosso!
— Realmente tenho muito orgulho do último trecho porque eu não precisei descrever a cena do "orgasmo" (o que eu ODEIO fazer. É sempre tão difícil sair do lugar comum de "então eles alcançaram o clímax e blá blá, blá") e porque eu consegui fazer um link com o nome da fanfic. Para vocês terem uma idéia, o nome original dela era "My Favorite Game", uma música do grupo The Cardigans que é linda, e tem tooooda a cara do Reno. Depois mudou para "Relação de Vidro", depois só "Vidro" e enfim cheguei em "Vitral". Eu normalmente não curto os títulos das minhas fanfics, mas deste eu gostei.
— Agora convenhamos, que lemon mais fetichista esse, né? Meusdeusdocéu! Eu sou uma pervertida! Devo ter alguma tara com banheiros e água, sei lá. Freud explica! Mas enfim, vocês gostaram? Eu queria agradecer a todo mundo que leu e aqueles que deixaram comentários no decorrer da história. Maven, Lily Carroll, Bielitow (Viu? O final não é triste! E eu não injusticei a Elena, ela até apareceu, sim. Acontece que eu estou seguindo a ordem cronologica do jogo, e lá, a Elena só aparece mesmo depois que saímos de Midgar), Sylphiel e Kaza. Não esqueci de ninguém, né? Espero que não! É isso aí. OBRIGADA! xD
Nota: ¹Workaholic é um termo em inglês para se definir aquelas pessoas que adoram trabalhar, que literalmente VIVEM para trabalhar, não trabalham para viver. Eu conheço alguns workaholics e creia em mim... eles são estranhos!
Final Fantasy VII e seus personagens pertencem a Square Enix. Em outras palavras eles não são meus e eu não estou ganhando um único gil com esta história. Na verdade, ela me custou muitas noites mal dormidas. O Personagem Norton é de minha autoria.
MAS esta fanfic ME PERTENCE, e vou ficar puta da vida se por um acaso do destino eu a encontre em algum lugar sem minha prévia autorização, OK? Quer usar qualquer trecho dela para qualquer coisa? Tudo bem, mas me avise antes, né?
Copyright © Outubro de 2005 - Todos os direitos reservados