WOULD ANYONE DARE TO BLAME US?
Disclaimer: Se a história e os personagens fossem meus, o protagonista seria Sesshomaru, assim como o título da história. Infelizmente eu só possuo a vontade...
Olha, gente. Desculpa demorar tanto e não conseguir deixar ele muito longo... Eu juro que eu tentei... Mas minha criatividade não eh muito grande e minha paciência de escrever eh extremamente limitada.
C.3 - Sensação de Adeus
O sol parecia muito apressado em ascender, no firmamento. Mal despontara no horizonte, já se fazia quente e luminoso. A vida na aldeia recomeçava; pessoas pegavam enxadas e se dirigiam às lavouras; outras iam montar barracas na praça; crianças enchiam o ar de gritos alegres, correndo em todas as direções.
Dois monges despertavam agora de seus sonhos tidos na praça, em frente ao pequeno templo budista da vila. Junto a eles, uma notável figura permanecia estática, inexpressiva, como se fosse de pedra, com olhos cerrados.
- Será que dormiu? - o monge mais jovem perguntou a seu companheiro.
- Não creio... Ele é bem imponente, tem uma presença forte, não parece ser do tipo que relaxa em meio a humanos.
- Mas está tão quieto... Acho até que está sonhando, olha como sua expressão está suave!
- Não seja estúpido! Youkais não sonham. Deve estar querendo nos enganar.
- Mas... Acho que está dormindo mesmo... - o jovem começava a se aproximar do Taiyoukai, examinando-o bem de perto - Seu organismo parece lento...
- Não seja tolo! Afaste-se antes que ele te mate!
"Nossa! Como é bonito... Esses cabelos... Prateados... Parecem tão... Macios..." Inconscientemente, o jovem monge se aproximava, erguendo a mão para tocar as madeixas do Lorde.
- Seu idi... - Tentou, em vão, dizer o mais velho.
Sesshomaru semi-abriu os olhos dourados, lançando-os cruelmente sobre o monge, após constatar que ele passava dos limites do atrevimento. Muita ousadia chegar um humano imundo tão próximo a este Sesshomaru.
- Aaaaahhhh! - Gritou o jovem assim que viu as pepitas faiscarem, e recuou velozmente, coração acelerado, para perto do outro monge.
- Viu? Eu disse que ele estava acordado! - Bradou o mais velho.
- Mas, mas... - o jovem olhou novamente o Taiyoukai, encontrando-o novamente de olhos fechados - ele parece ainda estar dormindo... Ele...
O Lorde lançou-lhes um gélido olhar, pelo canto do olho, demonstrando um pouco do seu profundo desprezo por essa raça estúpida e fraca.
- Inúteis. - Disse friamente o "senhor do gelo" ao fechar novamente os olhos. Sim, humanos são completamente inúteis.
Então a Sacerdotisa saiu do templo, semblante sério, andando vagarosamente até o Taiyoukai, que elegantemente levantou-se e se adiantou a ela, encarando-a.
- A menina ainda está um pouco fraca, mas vai ficar bem. Ela está dormindo agora e eu aconselho a deixá-la repousar por mais um dia...
- Que seja. - Diz ele, virando-lhe as costas e dirigindo-se ao portão.
- Lorde... Sesshomaru, não é? - Ele para ao ouvir e a olha por cima do ombro. - Imaginei... A menina te chama em seus delírios...
- Onde quer chegar? - Ele volta para a Miko.
- Bom... Ela parece gostar muito de você. Eu imagino que tipo de relação uma criança humana poderia ter com o Lorde das Terras Ocidentais (eh gente... parece que eu me enganei anteriormente... ele eh senhor do Oeste, nam do Leste...). - Como ele permaneceu em silêncio impassível, ela adicionou - Ouvi dizer que o Lorde Sesshomaru não suportava os seres humanos e mesmo os youkais pequenos, por que, eu me pergunto, Ele traria uma humana, às portas da adolescência, adoecida a uma aldeia humana? E o mais intrigante: por que ela clama Seu nome em seus tormentos, se Ele deveria ser a causa deles?
- O que eu faço não é de sua conta.
- Mas o que você faz com uma criança humana é, sim, de minha conta.
A conversa é interrompida quando gritos vindos do portão indicam a aproximação de youkais. Sesshomaru olha para o portão e fareja... Sim. Seu servo desengonçado finalmente o alcançara. Com seu precioso carregamento poderia continuar sua jornada. Sem dizer uma só palavra ou mesmo olhar para a Miko ele partiu, aos saltos, para a estrada deserta.
- Ssssesshomaru-sssamaaa! - Gritou Jaken, com um enorme sorriso em seu rosto enrugado, quando seu Lorde parou em sua frente.
Mas o Taiyoukai apenas o olhou com frieza e retomou sua jornada, em busca de algo importante, fazendo com que o pequeno youkai desse pulos frenéticos, ao perceber que se distanciava, antes de seguí-lo. Nenhuma palavra foi dita pelo Mestre, mesmo sobre a garota que antes os acompanhava.
Enquanto sentia a energia sinistra do Lorde se afastar, a sacerdotisa se perguntava se ele teria partido para sempre ou se algum dia voltaria.
"Espero que não se esqueça de que ela é apenas humana... Se pretende voltar para ela, não demore muito, a vida dela é muito curta comparada à sua. E é também muito frágil, assim como seu coração."
Após quase duas horas, a pequena garota acorda, seu corpo todo moído da febre, e abre os olhos vagarosamente, deparando-se com um ambiente completamente estranho. Ela olha ao redor, olhos arregalados, enquanto tentava se lembrar como foi parar ali. É um cômodo pequeno, paredes de madeira, com um móvel a pouca distância do futon em que se encontrava. Sentia fortes cheiros de ervas e incensos. Sentou-se. Estava um pouco zonza, com muita sede e fome, e com um calor terrível.
- Então já acordou! - Pergunta docemente a Miko, com um sorriso nos lábios, ao afastar a cortina para entrar no quarto.
- ... - Sem dizer uma palavra, Rin olhou surpresa para ela e baixou a cabeça, olhando para o colo, enquanto suas mãos apertavam o cobertor.
- Deve estar cansada e com sede... Beba. - Disse, oferecendo uma cuia cheia de água à menina.
- O-obrigada... - Disse a pequena, ao receber a cuia, e fitou a água uns instantes (os olhos até brilharam) antes de beber.
- Está se sentindo melhor? - A sacerdotisa perguntou, obtendo como resposta um suave movimento afirmativo da cabeça da criança. - Meu nome é Mitsuki, e o seu?
- ... - A menina encarou um pouco a Miko, com olhos curiosos, mas terminou por esboçar um sorriso e dizer - Rin. Eu sou Rin. Prazer em conhecê-la, Mitsuki-sama.
- O prazer é todo meu, Rin-chan. Venha conhecer a aldeia. - Disse ao se levantar, estendendo a mão direita para a garota, que permaneceu um tempo olhando a mão à sua frente, imaginando se deveria confiar. Decidiu-se por aceitar a gentileza e foi conduzida até fora do templo.
A criança parou na porta do templo vasculhando com seus ávidos olhos toda a vizinhança, à procura de um certo semblante que infelizmente ali não estava. Então baixou a cabeça, a franja tapando-lhe os olhos. Sentia uma grande tristeza por não poder encontrar aquele a quem seguia, e essa tristeza era ainda maior por ela estar numa aldeia humana, onde certamente seu Lorde não apreciaria entrar.
- Por que eu estou aqui? - Perguntou quase sem voz.
- Bom... Isso é algo que eu gostaria que você me dissesse, Rin-chan. Mas posso te dizer que você foi trazida aqui ao anoitecer de ontem por um poderoso youkai. - Arriscou uma olhada de canto de olho para a menina, encontrando um rosto triste, observando-a atentamente. - Você deve ter tomado muito sol e ficou doente.
A meninna baixou a cabeça novamente e perguntou:
- E... O-onde ele está?
- Ele partiu hoje bem cedo... Junto com outros youkais que chegaram pela manhã.
- Ele... Deixou Rin aqui? N-não vai mais... v-voltar? - Sussurrou, aos soluços, a pobre menina, sem erguer a cabeça.
- Minha querida, eu não sei. Ele não disse... - Disse docemente a Miko, ajoelhando e suspendendo o queixo da menina com o indicador. - Não precisa chorar, eu vou cuidar de você.
A sacerdotisa abraçou a garotinha, que continuava imóvel, chorando, tentando consolá-la. Rin havia sido deixada novamente. Talvez fosse melhor ter sido devorada pelos lobos, há cinco anos.
"Não! Eu sou muito grata por poder ter estado a seu lado esses anos. Sou muito feliz pela oportunidade de conhecer e acompanhá-lo. Se me tornei um fardo para ele, nada mais justo do que ele me deixar. Se ele me deixou nessa aldeia, então eu vou viver aqui. E nunca vou esquecê-lo, nunca."
Os dias vagarosamente foram passando, enquanto "nossa" pequena Rin contava sobre seu passado e sua "relação" com seu Lorde à sacerdotisa que a abrigou e ia se acostumando à vida naquela aldeia, colher ervas e flores pela manhã, brincar na praça pela tarde e se abrigar a um colo quentinho de noite. Era uma vida gostosa, mas não se sentia completa sem ver aqueles olhos dourados ou os cabelos prateados que só seu mestre tinha. E foi numa dessas tardes, ela brincando na praça com as crianças, que ele apareceu, seis dias após sua partida.
A viagem do Taiyoukai fora quase em vão. Não concluíra seus objetivos e nem precisou do pesado carregamento. Mas teve uma resposta. Uma forma concreta de regenerar o braço que aquele desgraçado hanyou arrancou. Ele iria até o fim do mundo se fosse necessário. Mas a busca seria muito traiçoeira, não poderia levar a criança humana e nem tinha tempo de procurar outro refúgio para ela. Estava decidido a deixá-la naquela mesma aldeia até seu regresso, mas garantiria que ela fosse bem tratada. Aquele carregamento já não lhe era útil e seria mais que suficiente para abastecê-la por alguns anos. Também não precisaria do dragão, deixá-lo-ia acompanhando Rin, ela iria gostar. Jaken que decidisse se o seguiria ou não, como se ele não preferisse seguir o mestre. Os três alcançaram a aldeia no meio da tarde, causando tumulto no portão: ninguém parecia feliz em deixar um grupo de youkais entrar, mas também ninguém ousava ficar no caminho do Taiyoikai.
Ele adentrou a aldeia em direção ao templo, mas, ao ver as crianças na praça, ele parou. Ele a farejou ali, e seu olhos, nervosos, mas inexpressivos, correram a praça até se depararem com um par de olhos castanhos com brilho intenso. Sim. Uma menina se levantou com o mais brilhante olhar que ele já vira. E eles ficaram assim, se encarando, por uns 5 segundos, e ela correu em direção a ele, gritando:
- Sesshomaru-samaaa... - Estava agarrada à cauda (ou q quer q seja akela coisa fluffy) dele quando terminou de gritar, o rosto afundado nos pelos macios e quentes.
- Rin. - A voz do Lorde foi áspera, obviamente incomodado com o comportamento da criança.
- Ah. - Disse ela, largando o felpudo prolongamento dele, rosto corado de vergonha, e olhou para o chão. - Gomen.
Ele então olhou para a Miko, que estava a poucos passos, e dirigiu-se a ela.
- Sacerdotisa. - Disse quando parou à frente dela. - Quero que cuide dela. - E olhando para trás. - Jaken.
O youkai verde foi correndo, puxando as rédeas do dragão, até o lombo deste estar na frente da Miko.
- Este carregamento pagará o tempo em que estiver sob sua guarda. - Disse, abrindo uma das bolsas no animal, mostrando seu precioso conteúdo.
- ... Sesshomaru-sama? - Pergunta a menina, lançando ao mestre olhos lacrimosos.
- Quero que permaneça nesta aldeia até meu regresso. - O Taiyoukai permanecia sério, olhando-a nos olhos, aguardando sua resposta.
- Sesshomaru-sama volta para Rin?
- Acaso não confias neste Sesshomaru? - Arqueou uma sobrancelha. - Se digo...
- Estarei esperando! - Rin deu o seu melhor sorriso. Sim, ele voltaria para ela, estava feliz em saber. Mas ainda assim umas lágrimas escaparam-lhe dos olhos fechados, traçando linhas curvas em seu rosto.
Então o Lorde virou-lhes as costas e seguiu para a saída.
- Jaken-sama também fica? - Perguntou a garota.
- Não! Eu jamaiss ficaria nessssa aldeia de humanosss essstúpidos! - Respondeu o pequeno youkai verde, erguendo altivamente o queixo. Mas foi desconcertado por um abraço.
- Então até mais, Jaken-sama!
- Ow... Até maiss pequena Rin. - Disse ele, jah livre dos braços dela. - Vou ssentir ssua falta...
- Ah! É melhor se apressar! - Ela apontava em direção ao Taiyoukai, que ia longe. - Vai ficar para trás!
- Sssssesshomaru-sssamaaaaa! Esssspere por miiiim! - Gritou o homenzinho verde, agitando freneticamente os bracinhos. Pegou o bastão de 2 cabeças, que caíra com o abraço, e correu o mais que pode, até sumir de vista, como seu mestre.
A garota ficou ainda olhando um tempo para os portões, imaginando seu Lorde caminhando sob o sol. Tinha um sorriso sereno nos lábios, até imaginar o pequeno youkai correndo atrás do mestre, que desencadeou-lhe uma gargalhada. Enquanto isso, a sacerdotisa abria as bolsas no lombo do youkai dragão para avaliar o carregamento: sedas finíssimas, jóias diversas, linhas de pura seda ou ouro, moedas e barras de ouro, pedras preciosas... E olhou para a menina, que vinha sorridente em sua direção.
- Onde vamos deixar An-Un? - Mas a Miko permanecia parada a admirá-la, com a mão sobre a última bolsa que fechou. - O que foi Mitsuki-sama?
- Ele... O carregamento que ele deixou... - Olhou para as bolsas antes de continuar. - Sustentaria uma princesa... Por pelo menos 10 anos.
O sorriso sumiu do rosto da menina.
- D-dez anos?
- Ele prometeu voltar, mas... Pode levar... Muito tempo.
Rin baixou a cabeça, triste. Ele a deixaria por muito tempo naquela aldeia. Ela não voltaria a vê-lo tão cedo. Mas... Ele prometeu voltar. Sim, seu mestre sempre cumpria a palavra. Mesmo que levasse muito tempo, ele voltaria para Rin. Com esse pensamento, ela ousou arquear os lábios num sorriso, mas sem levantar a cabeça, tomou as rédeas do dragão e caminhou em direção ao templo. Seriam os dez anos mais longos de sua vida, mas ela o obedeceria.
- Estarei esperando, Sesshomaru-sama. - Ergueu a cabeça. - Ansiosamente.
Muito obrigada a todas (os) pelas Reviews, apesar d o ultimo capitulo nam ter recebido quase nada... Eu realmente agradeceria se vcs comentassem.
Obrigada pela atenção e paciência!