O Anitgo amor de Sesshoumaru.
Sesshoumaru não me pertence, os outros personagens criados sim!
Sesshoumaru parou em frente à uma lápide cravada no chão de terra seca. Havia muitas outra lápides espalhadas pelo lugar, mas aquela lhe chamava a atenção, toda vez que voltava para suas terras no Oeste. Mesmo que o nome que constava nesta lápide já tivesse sido apagado há muito pelo tempo, ele jamais o esqueceria, pois ele mesmo o havia escrito ali, há mais ou menos uns 150 anos. Odiou os humanos por mais uma vez, em seu íntimo, por serem tão frágeis.
Voltou os olhos para a garotinha de 6 anos que chamava por seu nome enquanto corria em sua direção. Rin parou ao seu lado e também ficou olhando para a lápide.
Era algum conhecido seu, sr Sesshoumaru? - perguntou a garota.
Menina, não perturbe o sr Sesshoumaru! - disse Jaken chegando atrasado ao local - Um cemitério humano?
Com a falta de uma resposta por parte de seu amo, Rin perguntou ao servo se aquela cova era de alguém conhecido.
Ele parece triste olhando para a lápide - disse Rin baixo.
Não diga bobagens, menina! - disse o servo - O sr Sesshoumaru nunca teve amizades com humanos. O que dirá se entristecer pela morte de um!
Sesshoumaru suspirou e se virou para os companheiros.
Vamos embora! - disse ele - Vamos arranjar algum lugar para passar a noite.
Rin e Jaken concordaram e caminharam junto ao mestre até acharem uma pequena caverna, onde se instalaram. Enquanto Rin e Jaken comiam algo em volta de uma fogueira, Sesshoumaru ficou observando os tons alaranjados do pôr-do-sol no horizonte, e em sua mente o nome da pessoa à quem pertencia aparecia mais uma vez, para irritação do youkai, que preferia nunca mais se lembrar de um passado tão distante.
"Satsumi" ecoou novamente o nome em seu pensamento.
Flasback...
Era um fim de tarde típico de verão, com um pôr-do-sol lindo, mas com a certeza de tempestade, uma vez que ventava forte.Sesshoumaru estava parado ao lado do riacho que cortava suas terras. Estava apenas descansando de mais uma luta sem propósito em que havia se metido, talvez a sexta ou sétima, só nos últimos 20 dias.
"Tédio!" pensou olhando para os galhos sendo arrastados pela correnteza "Tédio sem fim!"
Desde a morte de Inutaisho, Sesshoumaru procurava sem êxito a poderosa espada que pertencera à seu pai. E que em seu pensamento egoísta só deveria pertencer à ele, o filho mais velho, e não à um hanyou desprezível e fraco como seu meio-irmão, como era o desejo de seu pai.
- Inuyasha! - disse o nome entre os dentes cerrados.
Sentia ódio só de citar o nome dele, e ficava imaginando o que faria se o encontrasse pela frente. Perdeu-se em pensamentos de como acabar com o hanyou e encontrar a espada, e só foi despertado por alguns pingos de chuva que caíram em seu nariz.
Correu até achar a cabana abandonada em que se abrigava as vezes, no meio da mata. Entrou e ficou sentado em um canto à espera do fim da chuva que se intensificava.
Próximo dali, uma jovem de 19 anos corria o máximo que conseguia se protegendo da chuva torrencial. Parou debaixo de algumas árvores , mas o vento fazia com que a chuva lhe acertasse de qualquer maneira.
- Droga! - disse baixo - Já vi que não deveria ter saído de casa hoje!
Correu mais um pouco, já sentindo as pernas afundarem na lama, até que viu uma cabana que parecia abandonada, visto o estado dela e ficou feliz.
- Pelo menos dá para ficar até a chuva passar! - consolou-se.
Alcançou a porta da cabana e entrou. O vento fez com que a porta batesse atrás de si com força. Olhou para o lugar escuro e se recostou na porta, pronta para abri-la e correr, caso tivesse algum animal ali.
Sesshoumaru observou em silêncio o vulto que entrou na cabana. Sabia pelo cheiro que se tratava de um humano, ou melhor, uma fêmea humana.
"Ela não me viu!" pensou.
Como nada dera sinal de vida no lugar, a jovem confiou que estava sozinha e se desencostou da porta.
"Se ela vir para o meu lado eu lhe darei o maior susto da vida dela!" pensou Sesshoumaru achando divertida a situação.
A jovem passou a mão pela roupa ensopada depois cruzou os braços para tentar diminuir o frio. Estava tremendo e sabia que se não se esquentasse logo, ficaria doente. Então resolveu fazer a única coisa que poderia fazer naquele momento, se despir.
Sesshoumaru olhou intrigado a jovem soltar a faixa do kimono e jogá-lo no chão. Sua privilegiada visão de youkai era muito útil em lutas noturnas, mas com certeza estava sendo mais bem aproveitada agora.
A moça soltou algo da cintura, que caiu no chão e fez um barulho metálico.
"Uma katana?" pensou Sesshoumaru "Interessante!".
Ela então abriu a camada de cima do traje e o deixou deslizar pelo corpo até o chão.
Sesshoumaru engoliu seco ao vê-la abrir a parte de baixo do kimono, desvendando um seio, e nem piscou à espera do gran finale, em que ela deixaria o resto do traje também cair no chão, mas um relâmpago iluminou o interior da cabana, revelando para a jovem o espectador no canto do lugar.
- Ahn! - fez a jovem se assustando.
Ela fechou a roupa e tratou de procurar pelo chão sua espada. Assim que encontrou, empunhou a arma na direção onde viu o vulto.
- Quem é você? - perguntou com a voz firme.
Sesshoumaru deu um meio sorriso ao notar a garota com a espada na mão. Se levantou devagar e suspirou o mais alto que pode.
- Responda a minha pergunta! - ordenou ela.
- Eu espero que você não queira lutar! - disse ele - Seria muito triste eu ter que matá-la, humana.
- Você é um youkai? - disse a jovem sem baixar guarda.
- Para sua tristeza, sim! - respondeu irônico - Ainda quer brigar?
- Só se você pensa em tentar me atacar! - respondeu ela causando um riso debochado em Sesshoumaru.
- Há há, humana! - disse ele - Que interesse tenho eu em algo tão fraco?
- Talvez você seja um maldito youkai pervertido! - disse ela.
Sesshoumaru desfez o sorriso do rosto e ficou sério.
- Só se eu estivesse louco para querer algo com uma humana! - disse ele - Por nada neste mundo eu me sujaria encostando num ser de uma raça tão baixa!
- Sua opinião sobre os humanos não vale nada para mim! - disse a jovem.
- Assim como sua vida também nada vale para mim - disse Sesshoumaru se aproximando - Então abaixe esta espada, antes que se machuque!
Um outro relâmpago clareou de novo a cabana e a jovem pode ver o youkai à poucos passos da sua frente. Um pequeno temor passou pela sua cabeça, ao notar que se ele desejasse realmente matá-la não haveria nada que ela pudesse fazer.
- Não se preocupe! - disse Sesshoumaru parecendo ter lido os pensamentos dela - Eu não a machucarei. Pode colocar sua roupa!
A jovem pegou o traje do chão e o torceu, colocando-o logo em seguida. Sesshoumaru voltou para o canto onde estava e se sentou novamente.
- Eu não me importo se você quiser ficar aqui até a chuva passar - disse ele - Mas saiba que eu não vou sair para deixá-la à vontade!
Ela se sentou próxima à porta, se encolhendo com o frio. Um vento gélido entrava pela janela quebrada da cabana fazendo-a tremer cada vez mais. A chuva não dava sinais de que ia parar tão cedo, e Sesshoumaru ficou em seu canto observando sem se importar a mínima com o sofrimento da garota.
A jovem olhava na direção do youkai toda vez que trovejava, procurando ver o rosto de seu companheiro, ficando feliz pelo menos por saber que ele não era um monstro horrível. Seus olhos começaram a pesar e o barulho da chuva soava como uma doce canção, que a fez adormecer em pouco menos de uma hora.
A chuva só veio parar pouco antes do alvorecer. Sesshoumaru saiu da cabana, deixando a jovem dormindo sozinha. Tinha coisas muito mais interessantes para fazer do que ficar velando o sono de uma humana desconhecida. Fechou a porta devagar e caminhou em meio à mata. Na verdade não tinha o menor idéia do que fazer naquele dia, então caminhou novamente à procura de algum outro youkai para lutar. Nem se lembrou mais da tal jovem pelo resto do dia. Aliás esqueceu-se completamente dela pelos outros dias, até que encontrou um vilarejo em uma de suas andanças.
Sesshoumaru parou no alto de um barranco e ficou observando as pessoas que levavam normalamente suas vidas no lugar. Algumas trabalhavam em uma lavoura, crianças brincavam de correr umas atrás das outras e um grupo treinava com suas espadas em um pátio amplo na frente de um casarão.
- O que está observando , hein? - disse alguém atrás do youkai.
Sesshoumaru franziu a testa ao reconhecer o cheiro e a voz da humana com quem havia dividido a cabana naquela noite de chuva. Se virou e a encarou. Sorriu ao vê-la novamente empunhando sua espada para ele.
- Do que está rindo, youkai? - perguntou ela irritada.
- Você realmente acredita que pode me machucar com esta espada, não é? - zombou ele - Pelo menos desta vez você está me vendo!
- O quê? - perguntou estranhando a declaração do youkai - Do que está falando?
- Pelo jeito você não conseguiu mesmo me ver naquela noite - disse Sesshoumaru.
A jovem pensou um pouco e se recordou da noite na cabana.
- Era você? - disse ela abaixando a espada - O youkai pervertido?
- Humpf! - bufou Sesshoumaru.
Ele estranhou a atitude da jovem que lhe deu um enorme sorriso.
- Não fique aborrecido "Sr eu não me misturo com humanos idiotas"! - disse ela ao ver a expressão dele.
Um rapaz apareceu também com uma espada e parou ao lado da jovem.
- Satsumi, algum problema? - perguntou ele sem tirar os olhos de Sesshoumaru.
- Nenhum! - respondeu ela.
- O que você quer aqui, youkai? - perguntou o rapaz.
Sesshoumaru o olhou com desprezo e depois passou pelos dois humanos, entrando novamente na mata.
Satsumi ficou olhando o youkai desaparecer entre as árvores enquanto o rapaz a olhava de cima a baixo.
- Ele não a machucou, não é? - disse o rapaz.
- Nâo, Hattemaru! - respondeu a jovem - Ele não fez nada.
- Será que é ele o youkai que tem atacado o vilarejo nas últimas noites? - disse o rapaz guardando a espada na cintura.
- Tenho quase certeza que não - respondeu Satsumi - Ele não é do tipo de youkai que fica roubando porcos e galinhas...
O rapaz balançou a cabeça como se dissesse que nunca se sabe. Satsumi sorriu ao imaginar um youkai tão belo como aquele saindo fugindo do vilarejo à noite com uma galinha debaixo do braço.
- O que foi? Do que está rindo? - disse o rapaz.
- Nada, não! - respondeu ela - Vamos continuar a patrulha.
Os dois saíram caminhando em busca de alguma pista do invasor do vilarejo.
Sesshoumaru sentou-se em baixo de uma árvore frondosa, e lembrou-se da jovem que acabara de rever.
- Satsumi? - disse para si mesmo - Então este é o seu nome...
Ficou admirado com a beleza dela. Ao contrário da maioria das mulheres humanas que via por aí, Satsumi tinha os cabelos pouco acima dos ombros, e eles eram mais para a cor castanha do que para o preto, mais comum. Os olhos, esses sim negros, como uma noite sem lua, sem estrelas. E uma pele alva e lisa, como neve.
Riu de si mesmo ao notar que sentia um pouco de desejo por ela. Uma humana, que ele mal conhecia, causando desejo num youkai como ele. Estranho, por isso mesmo ele deveria tirar a prova, deveria encontrá-la de novo, o mais rápido possível.
- Ah, Satsumi! - disse ele - Você cruzou com o youkai errado...